Em fase atual, inúmeras são as discussões no meio educacional sobre o fato da criança aprender brincando, porém, poucos são os educadores que vem aderindo a esta prática. Muitos educadores não utilizam este método por não acreditarem na sua eficiência e outros por não quererem se dedicar aos planejamentos e a pesquisas, pois esta prática exige muita dedicação e  os objetivos educativos despertam na criança o seu desenvolvimento. O trabalho com o Lúdico proporciona ampliação do lado socioafetivo, cognitivo e psicomotor da criança.

(...)quando a criança brinca, ela interpreta diversos papéis, assumindo responsabilidades, desenvolvendo, atitudes de respeito e cooperação, percebendo-se como ser capaz de vencer desafios durante a vivência da cada papel.( COELHO,2004,120).

Quando a criança aprende de forma lúdica, ela recebe uma grande gama de informações, estimulando o seu espírito crítico, aprendendo a avaliar, selecionar, elaborar e a viver em sociedade.

Com isso, cabe ao educador proporcionar as crianças vivências que possibilite a criança a liberar a criatividade. E isso pode ocorrer através de experiências como a pintura, modelagem, música, dança, leitura, dramatização e etc., todas estas exemplificações proporcionam a criança, estimular o seu sentido crítico, sua sensibilidade e a formação de sua personalidade.

Frederic Froebel defendia que a educação mais eficiente é aquela que proporciona atividade, auto-expressão e participação social das crianças. E o mundo encontrado nas histórias infantis expressa com grande sensibilidade este complexo que faz parte do desenvolvimento humano.

Em nosso país, se formos fazer um comparativo com os países de primeiro mundo, percebemos que pouco se lê por aqui. Isso acontece na maioria das vezes, pelo fato das crianças não terem como prioridade educativa o livro ou a leitura desde cedo em sua vida.

Com isso, a criança não aprende a amar os livros e consequentemente não aprende a interpretar os textos que vão sendo trabalhados no decorrer de sua alfabetização.

Quando a criança aprende a gostar de ouvir histórias contadas de livros, ela adquire o impulso que mais tarde a atrairá para a leitura. A escola pode criar interesse, pois interesse também se aprende e é isso justamente que se desperta na criança quando contamos histórias atraentes, agradáveis e adequadas a sua compreensão. (RIZZO, 1988, p. 202).

Podemos observar que as crianças ao escutarem historinhas infantis na maioria das vezes são impedidas de manusearem os livros, temendo que as crianças os rasguem. Nota-se que os pais são fortes contribuintes desta não leitura, pelo fato de não terem tido incentivo ou não terem a oportunidade de adquirirem livros.

O livro também ainda é considerado como sendo um material lúdico, como fonte de lazer, bem como a boneca, carrinhos, jogos e etc. Visto que, a criança ao ouvir uma história ela brinca, estimula sua imaginação, descarrega tensões, viaja pelo mundo do faz de conta, amplia e enriquece o seu vocabulário infantil, desenvolvendo sua a atenção, a memória, a observação e a reflexão.

A prática de se contar histórias deve ser encarada pelo professor da educação infantil como rotina na sala de aula, formando o gosto pela leitura. As histórias a serem contadas devem ser apropriadas à idade e ao interesse das crianças.

Ao ler uma história a criança também desenvolve um potencial crítico. A partir daí ela pode pensar, duvidar, se perguntar, questionar(..). Pode ser cutucada, querendo saber mais e melhor ou precebendo que pode mudar de opinião e isso não sendo uma vez ao ano, mas fazendo parte da rotina escolar, sendo sistematizado, sempre presente o que não significa em cima dum esquema rígido e apenas repetitivo ( ABRAMOVICH,2001,p 143).

A literatura infantil abrange vários gêneros, se dividindo de acordo com a faixa etária da criança. Até quatro anos a criança se interessa pelo gênero de história da vida real com a presença de bichinhos humanizados. Os textos precisam ser bem curtos, com poucas palavras, com expressões repetidas e gravuras grandes. Entre quatro e cinco anos o interesse ainda é grande por histórias da vida real, agora com detalhas da vida do lar e da família.

O enredo precisa nesta faixa etária ser claro, com texto curtos e ainda com várias repetições. Entre os cinco e seis anos de idade as crianças começam a se interessar por histórias da vida real agora relacionada à fazenda, circo, férias, aniversários e etc. Neste momento as crianças começam a fantasiar e desenvolver o gosto pelas histórias de encantamento, podendo ser um enredo mais complexo, atingindo uma memorização maior do número de personagens e fatos da história, esta faixa etária adora histórias rimadas e humorísticas.

Já entre os seis e sete anos de idade a criança começa a se despertar pelo gênero aventura, podendo os textos ser mais longos e mais complexos. Nesta faixa etária as crianças são capazes de criar e inventar histórias e peças teatrais com mais facilidade desde que tenham adquirido o hábito e ler desde pequenos, cabendo ao educador desenvolver esta habilidade em cada criança.

As histórias devem ser muito bem contadas e interpretadas, levando a criança a vivenciar as personagens, se encontrando e procurando posteriormente encontrar novas estórias nos livros.

[...] Como contador de histórias ele deve conhecer a técnica, que somente será válida se empregada com arte. A expressão artística exige do contador, sensibilidade, empatia com o público [...]. A empatia possibilita a ele comunicar-se com a platéia de forma total [...] Somente dessa forma o contador de história consegue dar a entonação necessária à sensibilização da platéia [...] (RIZZO, 1988, p. 205).

Ao contar uma história o professor não deve a princípio, mostrar figuras ou o livro, pois a criança precisa imaginar os personagens, criar seus heróis e com a exibição instantânea das imagens esse desenvolvimento não é possível.

Além disso, o contador deve conhecer bem a história, fazer um planejamento antes de contá-la, não se prender a detalhes simples, expressar entusiasmo a alegria, olhar os seus ouvintes, utilizar linguagem clara e correta, trabalhando com estas crianças de forma lúdica e encantadora.

O educador poderá utilizar como recurso e colocar a disposição da criança alguns materiais que o auxiliarão durante a reprodução das histórias. O mais comum entre eles são os livros, porém existem diferentes materiais que o educar ou narrador poderá usar em suas histórias, sendo eles: O livro comum; Histórias Rimadas; Livro de Argola; Projeção de Transparências; Projeção de Slides; Sanfona; Flanelógrafo; Gravuras; História com Interferência; Teatrinhos; Cineminha.

Para obter um bom aproveitamento da história o educar precisa instigar os alunos a expressar seus sentimentos. Isso deve ocorrer através de perguntas bem formuladas, trabalhando os detalhes mais importantes da história, nome dos personagens, ações de cada um, e o desfecho final da história.

O comentário do ouvinte evidencia o efeito da história contada e oferece condições de avalia sua maior ou menor repercussão. È nessa fase, inclusive, que o narrador apreende reações básicas das crianças, aprimorando-se na prática da arte de contar e aperfeiçoar um estilo próprio.(COELHO, 2004,p 57)

Pessoas em todos os tempos e lugares têm contado histórias.Na tradição oral, a narrativa inclui o narrador e a audiência. O narrador cria a experiência, enquanto a audiência depreende a mensagem e cria imagens mentais pessoais a partir das palavras ouvidas e dos gestos vistos. Nesta experiência, a audiência se torna co-criadora da arte. Narradores por vezes dialogam com a audiência, ajustando suas palavras em resposta aos ouvintes e ao momento.                          

A literatura oral é uma forma de arte improvisada por vezes comparada à música. Geralmente, um narrador não memoriza um conjunto de textos, mas aprende uma seqüência de incidentes rotineiros que formam um arco narrativo satisfatório (uma trama) com um início, meio e fim distintos.Pretende-se que o referido projeto avance da leitura que apenas decodifique para uma concepção, enquanto interação. Assim, assume um novo enfoque onde o sentido da leitura será construído pelo próprio educando.        

Compreende-se que a escola poderá ser o lócus do desenvolvimento de todas as atividades de leitura, levando o educando a ser inserido no mundo da linguagem  que se entusiasme com a leitura para instituir um leitor crítico, que saiba posicionar diante dos desafios postos no cotidiano.                        

Neste particular, os contos de fada cumprem relevante papel. É expressão crítica e simples de nosso mundo psicológico profundo. De estrutura mais simples que os mitos e as lendas, mas de conteúdo muito mais rico que o mero teor moral encontrado na maioria das fábulas, é os contos de fada a fórmula mágica capaz de envolver a atenção das crianças, despertando-lhes (idem nos adultos sensíveis) sentimentos e valores intuitivos que clamam por um desenvolvimento intelectual, cognitivo e social da criança.

Os contos de fadas estão envolvidos no maravilhoso, um universo que detona a fantasia, partindo sempre de uma situação real, concreta, lidando com emoções que qualquer criança já viveu(...)passam por num lugar que qualquer criança já viveu fora dos limites do tempo e do espaço, mas onde qualquer um pode caminhar(...)( ABRAMOVICH,2001,P 120).

Alguns autores famosos com Jacob, e Wilhelm, Perrault e Hans Cristian Andersen se dedicaram a escreverem contos de fadas, resgatando lendas, folclore, medos, fantasias e os anseios da infância. Abrangendo conteúdos essências para a formação humana, estabelecendo relações com o mundo, pois fantasiar é uma forma de ler, de perceber, de detalhar, de racionar e de sentir e a nossa realidade é a maior desencadeadora de fantasias.