Karl Mannheim Ideologia e Utopia.

Filosofo húngaro elaborador da teoria historicista, aplicada a sociologia do conhecimento, foi amigo de outro filósofo de suma importância Luckás, sendo aluno de Simmel muitos dos seus temas voltam ao velho mestre.

Escreveu diversos artigos com fundamento historicista em defesa particularmente da teoria do conhecimento, para Karl Mannheim toda teoria do conhecimento estava vinculada de certa maneira a uma estrutura de classe com  dependência social.

Portanto, o conhecimento depende de uma situação existencial, o saber está vinculado à localização de classe dentro de uma sociedade produtiva, com efeito, para Mannheim o saber depende da posição à relação social, vínculo de interesse econômico.

Dessa forma ele quis dizer que todo saber está essencialmente ligado à classe social a qual pertence o sujeito do conhecimento, o ser sempre apresenta como classe social, não existe esse homem universal e ideologizado pela burguesia.

Sua tese materializa no relativismo historicista, a lógica do materialismo marxista, mas que encontra ressonância também em Dilthey e Simmel.  Diferença dele com os demais porque ele coloca uma grande dosagem do marxismo na sua análise, especialmente a questão da classe social.  

Qual é a proporcionalidade de sua dose teórica do materialismo histórico, ele relaciona as doutrinas, os conhecimentos no desenvolvimento da sua epistemologia a uma perspectiva social, as utopias estão relacionados aos desejos das classes sociais, mas especificamente aos trabalhadores.

Com essa nova acepção Mannheim dá um grande avanço a sociologia do conhecimento, particularmente ao movimento historicista, que até então outros autores, falavam de tempo histórico, de culturas nacionais, as ideias pertenciam aos tempos da história formulada e desenvolvida pelo espírito. Hegel.

Mannheim introduz na sociologia do conhecimento uma boa dosagem de materialismo histórico, retira da mesma de suas análises abstratas a serviço naturalmente do desenvolvimento do capitalismo do seu tempo histórico.

Ao defender que conhecimento é historicamente relativo e faz isso com muita propriedade, ele também defende que o mesmo é socialmente relativo, em relação a interesses específicos.

 Certas posições sociais que são especificas do ser e da classe social, o proletário não pensa e não pode pensar do mesmo modo que pensa a burguesia.

Mannheim às vezes dá impressão que existem tantas teorias como existem as classes sociais, mas é apenas impressão, tudo que ele deseja evitar é que a história seja compreendida na perspectiva do capitalismo e que as formulações de análises não sejam desenvolvidas na defesa do burguês.

Mas por outro lado, deixa sentir que existe mais de uma teoria, desse modo onde estaria a verdade objetiva, dada as diversidades interpretativas, num primeiro momento ele enfrenta o relativismo com naturalidade e até acha necessária tal concepção com a finalidade para chegar a uma teoria final do conhecimento.

 Com influência da dialética de Hegel, ele acha que é fundamental passar pela antítese para obter uma dinamização completa, para posteriormente encontrar uma saída na síntese.

Nesse aspecto para Mannheim o relativismo está mais próximo da solução imaginada por ele, no sentido de encontrar a solução especifica ao seu determinismo de entendimento.  

Contrário ao absolutismo ingênuo dogmático de linha positivista de análise, Mannheim considera o relativismo melhor, mesmo sendo também uma Filosofia epistemológica de posicionamento absolutista.

 Aquele que considera absoluto qualquer ponto de vista, relativo, unilateral, parcial e dependente de uma posição de classe.

O que significa para Mannheim refere à classe social o que pode se referir também a grupos sociais, o que vai formulando diversos posicionamentos ideológicos de acordo com interesses particulares, sendo que os mesmos referem essencialmente as demandas econômicas.

Mas o que ele reconhece o que é mais importante de fato é a classe social, nesse sentido está muito próximo do marxismo. Ao dizer que toda teoria sobre a sociedade é tão somente relativa a uma classe social. Tese próxima ao marxismo de Luckás.

Mais tarde a partir das ideias de Marx e Luckás ele formula seu conceito de ideologia o que é determinado por um conceito de ideologia total, o que significa essa expressão formulada, o que é determinado por ele mesmo de certa estrutura de consciência, estilo de pensamento socialmente condicionado.

Então ideologia total, visão total de mundo, estrutura de consciência ou estilo de pensamento, todo esse mecanismo determina o que foi elaborado por Mannheim como teoria da ideologia aplicada a sociologia do conhecimento.

No seu livro ideologia e utopia, posteriormente ele abandona o conceito de ideologia total e substitui o referido conceito, por uma perspectiva socialmente condicionada, sendo que essa perspectiva tem duas variáveis uma ideológica a outra utópica.

Mas restava a ele dar uma resposta objetiva como chegar a um ponto vista realmente objetivo e sair da teoria do relativismo com a possibilidade da realização da utopia e não ficar apenas no mundo de caráter meramente ideológico.

Nesse momento ele volta ser aluno de Simmel, isso epistemologicamente, procura por influência construir o relativismo historicista eclético, o caminho é  encontrar um centro articulador dinâmico, aproveitando os aspectos fundamentais das particularidades  de cada ponto de vista, o que é aproveitável na particularidade.

 Encontram  neles mesmos a objetividade de determinados aspectos positivos de certas realidades ou análises, parcialmente objetivos em aspectos fundamentais e dessa forma criar um substancial objetivo para transformar a sociedade e realizar a utopia e sair naturalmente do mundo das ideologias.  A transformação política da sociedade.  

Edjar Dias de Vasconcelos.