E tudo isso é apenas mais um instante vivido sob o julgo do ego.

Persona no grato para aquele que o tem como certo.

Carrasco notório e carismático para aquele que o endeusa.

O cão para aquele que o teme, venera e o serve.

Aquele que te leva e trás de todos os lugares na esfera.

De carne e osso de mente demente.

Ou a sábia que anestesia.

Há luz do ósseo que asfixia.

Na santa carne a mais recente armadura.

Ação mais leve sensação de nada e vazio.

A mais latente e protuberante mente.

Expurga de si o veneno coerente.

Enquanto rasteja entre correntes.

Na mais clara manha.

Tão obvia que agride o ignóbil.

Inibe de fato, paralisa a morte.

De luxo ou de lixo de nojo e ódio.

De única e diversa reversa face.

De inteligência tele guiada.

Do desejo sempre alerta.

Fantasma vestido de fantasia faraônica.

Entre o ponto de partida e a eternidade.

Entre o salto no abismo e o sapato de chumbo.

E o encontra na esquina em qualquer lugar com o seu olhar sombrio patético.

Completamente perdido fora de si cercado por uma muralha de apatia.

Rodeado com milhões de reflexos contrários a tudo e a todos.

Sucumbido em si mesmo até o fim onde o nada reside.

Visualiza o começo de tudo enquanto encara um fictício sombrio fim.

Onde o vazio vaza por um ponto e a alma flutua além e fora de alcance.

Um espaço monumental entre o agora e o depois.

Traça uma linha entre o real e o ilusório de uma forma clara e nítida.

Chega ao sopé da montanha e fita pensativo o abismo finito.

Este que o separa da morte e da verdadeira vida.

Este que o acorda do sonho e do pesadelo para a estabilidade e o repouso infinito.

É à força da força indivisível que cobre tudo com um silencio inatingível.

Para aquele que veio a ser o seu espelho e a sua imagem refletida em tudo.

De tudo e de nada de suplica de ódio de desafio e de queda.

E quando a bolha se rompe o deixando desnudo tudo simplesmente evapora.

 Para lá aonde ninguém vai ou foi ou irá se esconde a sete chaves.

E do nada para o nada germina eternidade como que atravessasse a rua.

Mas enquanto o nada aspira ao todo o intermediário faz às vezes do ego faz as regras e as exceções.

Faz as guerras e todas as suas mazelas e maldiçoes e tudo encobre com um véu de honra e gloria.

Faz a lagrima virar água e a água virar sangue e o sangue virar leite.

Faz o amor virar ódio do mais doce ao mais amargo sabor.

E o amargor virar prece para saciar a dor.

Trás as trevas que empurra para a luz.

A luz que é a luz e que a nada se compara, nada e ninguém a decifra.

A luz que contem tudo é dona da vida é dona da morte, do amor e do ódio.

A luz que te fez assim e te faz rancoroso e amargo, santo anjo, demônio nefasto.

Que faz rastejar, bactéria letal, te faz flutuar anjo das forças do bem e do mal.    

A luz que é a luz que trás luz, ilumina cada greta ínfima das trevas.

Não sobra nada, nada de nada para se cobrir e se esconder.

No espaço infinito onde só a velocidade do agora contida no agora vigora.

Tudo foi alcançado, todos os caminhos percorridos, todas as almas elevadas.

Todos os degraus, degrau por degrau conquistado, um a um com a marca dos pés.

Do mais puro enigmático sorriso ao mais cínico e debochado escárnio.

Da mais espontânea alegria e felicidade a tragédia mais cara e irreparável.

A face limpa, a face clara, a face muda e perplexa, a face ignorada, a face farsa.

O que dizer de renascer renovar parte por parte de tudo?

De poder enxergar através da espessa neblina da mente.

E atravessar a morte como uma brisa doce aroma de primavera?

Do medo e da dor que rebervera insistentemente.

Sem que ao menos mande um lembrete ou recado.

Como um viciado anseia por uma nova dose espera...

Espera ansiosamente pela sua humanidade reconquistada.

Até que finalmente sem anúncios entra e atropela tudo.

Ei-la! Sem demora já aplica mais uma desalentadora dose.

O corpo e a mente reagem percebem na hora a invasão.

Engolfado novamente em um redemoinho aterrador dispara.

Veloz na contramão da via principal veia e artéria do coração.

18-12-2010