Rita de Cássia de Souza

Partindo do pressuposto que a religiosidade por si só já nos trás um consumismo, mesmo que esse seja sutil. Entre a juventude isso não é diferente, e nas universidades o fator é ainda mais agravante.
O artigo apresenta um relato da pesquisa, "Perfil da religiosidade do jovem universitário - um estudo de caso na PUC/SP". Essa pesquisa poderia ter sido realizada em qualquer universidade brasileira, que os seus resultados seriam os mesmo, porém; foi realizada na PUC/SP, o próprio nome já apresenta um alto índice de consumismo. Como assim? Estudar nessa universidade é um padrão de consumismo, como deixar de lado as questões financeiras das altas mensalidades, a busca pela aparência moderna e cara, nos corredores mais temos jovens manequins do que estudante/acadêmicos propriamente dito. Voltando ao primeiro parágrafo, na sutileza do consumismo religioso, vemos em nossas igrejas homens, mulheres, crianças e jovens lutando entre si para serem notados, seja no momento do louvor com suas vozes e roupas transadas ou com seus instrumentos musicais caríssimos, sem falar na modernização das estruturas arquitetônica dos prédios eclesiásticos.
O consumismo pelos produtos evangélicos do mercado brasileiro cada dia aumenta mais, quantos novos cantores "evangélicos" têm surgido a cada dia para abocanhar um pedaço desse mercado, reconhecendo que nele há futuro.
Voltando às universidades, porque o jovem pertencente a uma denominação cristã tem que ser diferente no seu ato de consumismo quanto entra na universidade? A resposta é clara, ele não tem que ser diferente, ele tem que continuar sendo o que ele sempre foi um cristão autentico, lembrando de suas origens, de onde veio e qual futuro pretende ter. Cabe à família, a igreja com seus professores de EBD seu pastor, ou líder religioso ensinar o caminho, e esse caminho não será esquecido, assim como está escrito na Bíblia:

"Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele" (Provérbios 22:6).

O versículo de provérbios nos mostra a responsabilidade de termos atitudes que honrem a Deus e família no lugar em que estivermos. É claro que a modernidade consumista invade o nosso ser, e na juventude universitária isso é muito marcante, assim como é marcante ouvir que a juventude perdeu seus valores sua ética e principalmente as crenças abandonando as práticas transcendentais religiosas de suas igrejas.
O que precisamos entender enquanto educadores e pessoa humana que julgamos ser, são os novos tempos da modernidade religiosa. Deus com seus princípios não mudou, o que mudou foram os métodos adotados nessa nova sociedade que se transforma a cada segundo, colocando em cheque nossos conceitos e valores. Não podemos dizer que essas mudanças são ruins ou boas, o que precisamos é conhecê-las para compreender o Brasil que temos e o Brasil que vamos ter no futuro, para não deixarmos nossos jovens a mercê de um consumismo barato e destruidor de caráter e ética.
Hoje no Brasil existem milhares de jovens universitários que vivem um cristianismo verdadeiro, e em suas expressões religiosas eles buscam a oportunidade de fazer sempre o bem as pessoas carentes. Esses jovens universitários cristãos, não somente enchem as igrejas, mas também os shoppings, os estádios, as boates os barzinhos e as praias. Eles não perderam seus valores, eles ganharam outros. São consumistas sim, mas não ao ponto de se deixarem levar a perder a esperança de um Brasil cheio de justiça.
Portanto é imprescindível aos educadores, mestres e doutores universitários cristãos a busca constante no oferecimento aos jovens universitários de uma vida saudável com valores e relacionamentos sociais que resistam aos desafios negativos do cotidiano universitário.

REFERÊNCIAS

LEMOS, André - "Ciber-Socialidade. Tecnologia e Vida Social na Cultura Contemporânea. Fonte; Internet, http://www.facom.ufba.br.

MALDONADO, Simone C. - "Amigos que Não Têm Rosto", comunicação apresentada nos Encontros sobre o Imaginário, UFPE, 1999.