Jovem, construção social que precisa ser considerada pela escola.

Estudos mais recentes sobre a juventude apontam que a convivência deles nesta sociedade de diferentes paradigmas, provoca sérias reflexões sobre a atribuição da escola que temos, e conseqüentemente do tipo de Ensino Médio que estamos oferecendo.

Então! que tipo de formação estamos oferecendo ao jovem? Qual é a relação dele com o saber escolar? O que estamos ensinando para eles?O que eles estão aprendendo?

Para Bernad Charlot, a escola não é para os jovens uma instância exclusiva de aprendizagem e socialização, e eles vivem em conflito com ela. A grande preocupação da escola está em saber lidar com esses jovens, conhecer suas necessidades, especificidades, diferenças.

Mesmo com a grande propaganda de ampliação do acesso à escolarização, a acolhida da escola não respondeu com sucesso ao desejo da sociedade, temos na rede pública de ensino com muitos alunos que reprovam e abandonam seus estudos. Segundo  estudos realizados por pesquisadores a baixa qualidade do ensino e a inadequação da escola para jovens de camadas populares, é considerado o vilão da escola que temos.

Da reforma do ensino médio, no Brasil , que aconteceu no final dos anos 90 até hoje encontramos muitas escolas de Ensino Médio funcionando junto com o fundamental,sem estruturada própria para atender os jovens, ainda temos escolas comuns, sem identidade para jovem, são escolas que atende a educação básica toda, ou seja, todas essas etapas de ensino num mesmo espaço e período, com pouco ou quase nada de atrativo para eles.

Que jovens queremos?

Os jovens são portadores de um repertório cultural e social de conhecimentos, saberes, valores, atitudes, pouco respeitado pela família e pela escola. Esses atributos precisam ser considerados e compreendidos, pois eles, não coincidem necessariamente com a cultura escolar e, em particular, com a Proposta Curricular do Ensino Médio, que se propõe a desenvolver para essa clientela.

Nós professores sabemos que é muito significativo para os jovens sentir protagonista do seu processo histórico social, por que não dizer, do seu processo ensino aprendizagem também, de maneira consciente, participativa, decisiva e negociadora. Quando eles participam de atividades e projetos sociais e pedagógicos, a vivência da prática deixa fluir comportamentos, atitudes inesperadas e deparamos com experiências valorosas de iniciativa deles.

Ao possibilitarmos aos jovens meios de expor seus desejos, sentimentos e criatividade, precisamos respeitar suas vontades,tempo e aceitação , assim sendo, certamente eles ficarão mais motivados para a aquisição de novos saberes escolares.