Jovem, construção social que precisa ser considerada pela escola
Publicado em 20 de dezembro de 2009 por Iza Aparecida Saliés
Jovem, construção social que precisa ser considerada pela escola.
Estudos mais recentes sobre a juventude apontam que a convivência deles nesta sociedade de diferentes paradigmas, provoca sérias reflexões sobre a atribuição da escola que temos, e conseqüentemente do tipo de Ensino Médio que estamos oferecendo.
Então! que tipo de formação estamos oferecendo ao jovem? Qual é a relação dele com o saber escolar? O que estamos ensinando para eles?O que eles estão aprendendo?
Para Bernad Charlot, a escola não é para os jovens uma instância exclusiva de aprendizagem e socialização, e eles vivem em conflito com ela. A grande preocupação da escola está em saber lidar com esses jovens, conhecer suas necessidades, especificidades, diferenças.
Mesmo com a grande propaganda de ampliação do acesso à escolarização, a acolhida da escola não respondeu com sucesso ao desejo da sociedade, temos na rede pública de ensino com muitos alunos que reprovam e abandonam seus estudos. Segundo estudos realizados por pesquisadores a baixa qualidade do ensino e a inadequação da escola para jovens de camadas populares, é considerado o vilão da escola que temos.
Da reforma do ensino médio, no Brasil , que aconteceu no final dos anos 90 até hoje encontramos muitas escolas de Ensino Médio funcionando junto com o fundamental,sem estruturada própria para atender os jovens, ainda temos escolas comuns, sem identidade para jovem, são escolas que atende a educação básica toda, ou seja, todas essas etapas de ensino num mesmo espaço e período, com pouco ou quase nada de atrativo para eles.
Que jovens queremos?
Os jovens são portadores de um repertório cultural e social de conhecimentos, saberes, valores, atitudes, pouco respeitado pela família e pela escola. Esses atributos precisam ser considerados e compreendidos, pois eles, não coincidem necessariamente com a cultura escolar e, em particular, com a Proposta Curricular do Ensino Médio, que se propõe a desenvolver para essa clientela.
Nós professores sabemos que é muito significativo para os jovens sentir protagonista do seu processo histórico social, por que não dizer, do seu processo ensino aprendizagem também, de maneira consciente, participativa, decisiva e negociadora. Quando eles participam de atividades e projetos sociais e pedagógicos, a vivência da prática deixa fluir comportamentos, atitudes inesperadas e deparamos com experiências valorosas de iniciativa deles.
Ao possibilitarmos aos jovens meios de expor seus desejos, sentimentos e criatividade, precisamos respeitar suas vontades,tempo e aceitação , assim sendo, certamente eles ficarão mais motivados para a aquisição de novos saberes escolares.