UNIÃO DO ENSINO SUPERIOR DE NOVA  MUTUM – UNINOVA

CURSO DE PÓS  GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE COOPERATIVAS

PROFESSOR ORIENTADOR: DERLI SCHIMIDT

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

JOGOS COOPERATIVOS

 

 

 

 

 

 

NOVA MUTUM,MT

MARÇO DE 2008

JOGOS COOPERATIVOS: UMA NOVA DIMENSÃO PEDAGÓGICA NO ESPAÇO DA ESCOLA

 

Ines de Fatima Cerutti

 

RESUMO

 

Para transformar essa realidade e tornar a escola um ambiente alegre e  agradável é necessário mudar nossa prática pedagógica. Os jogos cooperativos  a podem propiciar atividades que valorizam as experiências, fantasias e desejos dos alunos criando oportunidades para seu desenvolvimento físico, moral, intelectual e emocional  e garantindo a formação social, crítica, criativa, solidária e democrática.

PALAVRAS CHAVE: Jogos Cooperativos /Espaço Escolar

 

ABSTRACT: You transform this reality and you become the school glad environment and pleasant it is necessary you change pedagogical practical ours. The cooperative games it they can propitiate activities that value the experiences, fancies and desires of the pupils creating possibilities will be its physical development, moral, social, critical intellectual and emotional and guaranteeing, creative, solidary and democratic the formation.

KEY WORDS: Practical Pedagogical, Education/Cooperative Learning and Games

 

 

 

 

 

 

  • GRADUADA EM CIENCIAS BIOLOGICAS – UNEMAT
  • GRADUADA EM PEDAGOGIA - UFMT
  • ESPECIALISTA EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL- ICE -
  • ESPECIALISTA EM GESTÃO DE COOPERATIVAS - UNINOVA

 

 

             Os princípios dos Jogos Cooperativos foram desenvolvidos por Terry Orlick, psicólogo canadense que na década de 70 constatou que os jogos reproduziam a estrutura social, refletindo valores da sociedade. Na cultura ocidental raros são os jogos cooperativos já que a ética competitiva e o individualismo são valorizados e têm sido perpetuados por nossa sociedade e também por nosso sistema educacional. No entanto, os Jogos Cooperativos representam uma prática da vida em comunidade, e sua história teve início há milhares de anos, quando membros das comunidades tribais se uniram para celebrar a vida (ORLINK, 1982). Dessa maneira, a filosofia da cooperação busca desenvolver no praticante, algumas percepções diferentes daquelas em que ele está acostumado a lidar no dia-a-dia. Brotto (1999).Nesse sentido o presente artigo tem por objetivo descrever sob o enfoque desses autores, posicionamentos que descrevem os jogos cooperativos como perspectivas favoráveis ao ensino aprendizagem. Assim, atividade lúdica pode ser concebida como prática das relações sociais, podendo manifestar-se no jogo, no brinquedo ou na brincadeira.

Os jogos cooperativos facilitam a aproximação e a aceitação e onde há ajuda entre os membros da equipe torna-se essencial para se alcançar o objetivo final.

Podemos perceber duas maneiras possíveis de ver-e-viver o jogo, tanto na escola como em todos os momentos na vida.Competir, omitir-se e Cooperar são possibilidades de agir e ser no mundo. Cabe escolhermos, e acabarmos com o mito que é a competição que nos faz evoluir.

Segundo Barreto (2000):“Jogos cooperativos são dinâmicas de grupo que têm por objetivo, em primeiro lugar, despertar a consciência de cooperação, isto é, mostrar que a cooperação é uma alternativa possível e saudável no campo das relações sociais; em segundo lugar, promover efetivamente a cooperação entre as pessoas, na exata medida em que os jogos são, eles próprios, experiências cooperativas.

”No jogo cooperativo, aprende-se a considerar o outro que joga como um parceiro, um solidário, e não mais como o temível adversário. A pessoa quando joga aprende a se colocar no lugar do outro, priorizando sempre os interesses coletivos. São jogos para unir pessoas, e reforçar a confiança em si mesmo e nos outros que jogam. As pessoas podem participar autenticamente, pois ganhar ou perder são apenas referências para um continuo aperfeiçoamento pessoal e coletivos.Os jogos cooperativos resultam numa vontade de continuar jogando, e aceitar todos como são verdadeiramente, pois as pessoas estão mais livres para se divertir.

Jogar cooperativamente é re-aprender a conviver consigo mesmo e com as outras pessoas.O jogo cooperativo serve para nos libertar da competição, seu objetivo maior é a participação de todos por uma meta comum. A agressão física é totalmente eliminada, cada participante estabelece seu próprio ritmo, todos se enxergam como importantes e necessários dentro do grupo.Aumentando a confiança e auto – estima.

Tentamos superar desafios ou obstáculos, sempre com alegria e motivação. Os padrões de comportamentos fluem dos valores que adquirimos enquanto brincamos e jogamos durante a nossa infância, então o modelo a que estamos expostos resultará no modelo que seguiremos no jogo e fora dele. Se hoje em dia ainda não enxergamos muitos atos de cooperação significa que as crianças não estão sendo criadas num ambiente que lhes proporcione aprender por meio de experiências que as sensibilizem para a cooperação. Orlick (1989) define de forma magistral o que é cooperar: “A cooperação exige confiança porque, quando alguém escolhe cooperar, conscientemente coloca seu destino parcialmente nas mãos de outros.”Os Jogos Cooperativos são essencialmente divertidos, pois o riso prende a atenção de todos, e assim acontece o envolvimento de corpo e alma.

São atividades que tentam por meio dos jogos, diminuir as manifestações de agressividade, promovendo boas atitudes, tais como: sensibilização, amizade, cooperação e solidariedade, facilitando o encontro com os outros que jogam, predominando sempre os objetivos coletivos sobre os objetivos individuais.

A palavra chave para que possamos cooperar é confiar, ou seja, fiar juntos, já que a confiança é a matéria prima da cooperação. Durante os Jogos Cooperativos você pode perceber com maior clareza, a beleza do jogo e explorar sem medo nem receio de ser excluído; desenvolver junto com todos suas habilidades pessoais e interpessoais.

 É através dos jogos também que enxergamos a nossa capacidade de conviver, e assim incentivamos a participação, a criatividade e a expressão pessoal de cada participante. Nesses jogos, competimos com os nossos próprios limites e habilidades e não mais contra os outros.

Propor um estudo sobre os jogos cooperativos na escola parece mesmo muito óbvio, mas nem por isso o tema esgotou-se. A educação dentro desta perspectiva pode ser compreendida na medida em que tomamos o contexto social existente no qual ela está inserida, pois não é autônoma em relação às condições políticas, econômicas e sociais. Da mesma forma, o jogo não está desvinculado destes aspectos. Este não pode ser visto isoladamente, pois é determinado pelo conjunto das circunstâncias sócias-políticas e culturais, ao mesmo tempo em que estão presentes nelas.

O Jogo é essencial na vivência e crescimento saudável e harmônico das crianças. E é importante para sua formação crítica e criativa. A escola que prioriza o ensino formal, nem sempre cumpre a sua função, eficientemente, levando à retenção e evasão escolar.

O Jogo embora rotulado como perda de tempo é extremamente importante, pois a criança é naturalmente lúdica. Comentando sobre a importância do lúdico, Denzi diz que o ato lúdico é uma forma de ensinar a criança, onde ela se coloca na perspectiva do outro (sujeito). Na brincadeira com os jogos, interagem uma ou mais crianças, passo a passo o que ajuda a orientar seu espaço físico, cognitivo e simbólico.

A educação para o lúdico nunca pode usar a atividade em si. Qualquer atividade tem de ser uma maneira de aprender. Assim, devemos considerar o jogo com duplo aspecto educativo, ou seja, o como veículo e como objeto de educação o que significa uma ação ou uma atividade voluntária, realizada num certo tempo e com regras aceitas pelos participantes.

Para Huizinga (1971)

 

 “o jogo é uma atividade ou ocupação voluntária, exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e de espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias, dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e cotidiana”.

 

 Desse modo, o indivíduo se diverte, se adapta ou disfarça a sua inadaptação ao mundo habitual. Caillois, outro exponente sobre o assunto, comenta que a definição da brincadeira está nas formas que estas atividades tomam.

Há também uma característica importante dos jogos é apontada por Watson. Segundo este autor, nos jogos, a motivação social e o entretenimento têm mais importância para crianças e jovens, que as recompensas e busca de eficácia. Segundo Durant (1988), o jogo envolve a busca de expressão e emoção artística. É uma atividade que parece não ter outro fim que o de existir e de se constituir em sua própria recompensa.

Essas atividades que têm sua motivação em si mesma se denominam “autoteluricas” e se distinguem radicalmente da busca de eficácia.

Desde tenra idade, se observam em crianças, condutas que obedecem ao simples “prazer de atuar” ou ao “prazer de ser a causa de algo” e que parecem responder a uma necessidade fundamental. Para que o organismo possa viver e desenvolver-se, necessita estimulações sensoriais variadas e a execução de uma quantidade suficiente de atividades motoras. Isso pode ser conseguido através da inclusão dos jogos cooperativos na escola.

Antes de falarmos em jogos cooperativos se faz necessário abordar as definições de cooperação e os pontos de diferenciação entre cooperação e competição e também as variáveis que podem influenciar na busca de uma cooperação.

 A discussão do comportamento de cooperação implica em confronto imediato entre definições teóricas e operacional o que é complicado pelo fato de que a alegria e de primeira consciência de ser diferente da vida cooperação é raramente discutida sem referências implícitas ou explícitas para competição.

 Cook e Stingle (1974, p. 66) questionam se a cooperação é meramente um pólo oposto com a competição no outro extremo, se ela é a ausência da competição ou um comportamento separado e independente da competição.

Estes autores comentam que a ausência do comportamento competitivo não implica necessariamente em cooperação (Brotsky e Tomas, 1967, citado por Cook e Stingle, 1974). Eifermann (1970, citado por Cook e Stingle, 1974) citam como exemplo que numa equipe esportiva os membros individuais são cooperantes (e possivelmente competentes) com os próprios membros da equipe mas rivais com os membros do time. Essa cooperação pode variar conforme o contexto situacional.

Portanto, cooperação e competição não podem ser olhadas como duas posições opostas ao longo de uma mesma dimensão.

Ao se observar o comportamento cooperativo não se deve isolá-lo, pois, não é um simples comportamento, deve ser levado em consideração que este envolve características dependentes de situações.

É importante saber a distinção entre cooperação definida como: comportamento, que é descrito como estrutura de respostas o que implica em mudanças de procedimentos e que envolve uma série de escolhas mudando respostas ou mudando perguntas e intenções de atitudes, tal como o desejo de trabalhar com outros é melhor de que ganhar individualmente como possibilidade de equilibrar outros gastos. Vinacke, Lichtman e Cherulnick (1967, citados por Cook e Stingle, 1974, p. 73) ao invés de se referirem a cooperação e competição falam em estratégias acomodativas e exploradoras sendo essas definidas como:

 

Orientada em direção aos aspectos sociais de um jogo, procurando êxito, aparentemente, com a possibilidade de atuação de muitos membros e enfatizando os membros do grupo  e  orientada em direção ao triunfo e concebida maximinizando o lucro individual    (apud Cook e Stingle, 1974).

 

Sobre esse aspecto, Orlick (1987), diz que a cooperação, tanto como compartilhar surge naturalmente em crianças e a única razão para que essas qualidades desapareçam é que não são estimuladas.

Assim, sendo se perceber que a socialização começa bem cedo e que ao contrário do que alguns autores dizem, a criança de um ou dois anos não é tão egocêntrica, pois é capaz de compartilhar seus brinquedos e jogar cooperativamente.

Embora a cooperação possa aumentar com a idade, a recente republicação dos estudos de Parten sugeriu que o atual comportamento em jogos pré - escolar é menos social do que em jogos pré-escolares há quarenta anos atrás (Barnes, 1971, citado por Cook e Stingle, 1974). Essa situação pode ser causada pela falta de estimulação através de jogos cooperativos. Desse modo é possível perceber que nesse processo o professor desempenha um papel fundamental na integração dos alunos.

No entanto é com Froebel que se iniciou a discussão do jogo concebido como ação livre e espontânea da criança em harmonia com a orientação do professor. Este estudioso foi o primeiro pensador a incluir o jogo como parte integrante do trabalho educativo como recurso para o desenvolvimento físico, moral e intelectual da criança (Hughes, in Kishimoto, 1992, p.40).

      

 

 Nos anos iniciais as crianças necessitam de estruturas fornecidas pelo adulto no domínio social e considerável liberdade no domínio intelectual, já as crianças com mais idade necessitam consideravelmente de  estrutura na área acadêmica (aprender habilidades) e liberdade na área social (para organizar seu próprio jogo, escolher seus amigos, etc). Montessori (apud Elkind e Like, 1975).

 

Nesse aspecto, há que se dizer, que as áreas cognitivas nos anos iniciais envolvem crescimento intelectual muito rápido e desse modo a condição educacional adequada é a que fornece à criança um meio ambiente rico em materiais que possam ser usados para explorar, manipular e por outro  e nutrir a força mental emergente da criança. Para tanto, o professor deve incentivar o trabalho cooperativo entre as crianças e oferecer oportunidades de aprendizagem.

É importante que a educação não fique restrita aos padrões formais mas sim que o professor leve em consideração que a criança possui uma história de vida e traz uma bagagem de experiências, fantasias e desejos que ao serem valorizados podem se tornar elemento auxiliar no desenvolvimento e formação das crianças vindo a colaborar com o processo ensino/aprendizagem e desenvolvimento físico, moral e intelectual da criança.

Aronson (in Orlick, 1987) pesquisou e publicou um trabalho inovador sobre aprendizagem cooperativa em aula chamada “aprendizagem quebra-cabeças”, este, anima as crianças a cooperar para alcançar seus objetivos educativos. O método consiste em incentivar a colaboração em pequenos grupos e compartilhar informações para a obtenção de resultado satisfatório.

O estudo dessa capacidade se fundamenta na teoria da informação que afirma que a evolução das habilidades depende do nível de informação que a criança possui. Essa capacidade de manipular a informação aumenta com a idade. Assim, à medida que a criança avança em idade se acentua o desenvolvimento da atenção e memória. Por meio do estudo desses aspectos é possível compreender melhor as condutas motrizes através da idade.

 Nesse mesmo enfoque, Meister (1974, p. 51), concluiu que o desenvolvimento da cooperação é uma expressão da diferenciação de atitudes sociais das crianças e que é dependente do nível psicológico de maturidade mas que também é maleável pela influência pedagógica.

Meister relacionou seus achados com a idéia Piagetiana onde o desenvolvimento da cooperação é dependente da habilidade das crianças para apropriar e entender o ponto de vista de outra ordem individual para ser capaz de participar em papéis alternados e recíprocos.

Estudos que focalizam o comportamento competitivo independente da cooperação apresentam uma correlação positiva com a idade, no comportamento competitivo geralmente é revelada uma pequena aprendizagem do que é comportamento cooperativo.

Em estudos sobre resoluções de conflito, Deutsch (1958, citado por Cook e Stingle, 1974, p. 73) concluiu que quase toda comunicação e feedback, aumenta a cooperação devido ao estabelecimento da confiança. Já a competição está associada com um grau de interação negativa e atitude hostil que dependem de como o grupo escolhe reagir à situação. Desse modo é possível afirmar que as crianças são mais cooperativas quando são estimuladas acreditando estar interagindo com amigos, do que quando interagem com desconhecidos e com menor estímulos para cooperação.

Têm sido buscadas explicações para uma mudança em comportamento cooperativo ou competitivo com a idade, nos procedimentos dos estudos vagamente observados na teoria, mas a natureza precisa do desenvolvimento de cooperação e competição necessita ser sistematicamente e experimentalmente explorada. Cook e Stingle (1974) comentam que certamente a cognição, a aprendizagem e o desenvolvimento de fatores social em vários graus de influência emergem do comportamento cooperativo.

O jogo é um ato de prazer, mas muitas vezes o trabalho é confundido com o jogo. Para saber se os professores concebem atividades escolares como jogo ou trabalho é necessário observar alguns dos critérios apontados por Christie (1991, citada por Kishimoto, 1992), como o da livre escolha e o do controle interno, pois se as atividades não forem de livre escolha do aluno  desenvolvidas e controladas por ele não se tem jogo mas sim trabalho. Estudos realizados no Brasil  apontam que, para as crianças só é jogo a atividade iniciada e mantida por elas (Costa, 1991, citado por Kishimoto, 1992). Se, por exemplo, os brinquedos, que são objetos lúdicos de livre exploração e que não visam resultados, forem utilizados para auxiliar a ação docente buscando-se resultados em relação à aprendizagem de conceitos, esse brinquedo deixa de cumprir sua função lúdica deixando de ser brinquedo para tornar-se material pedagógico (Kishimoto, 1992).

Os jogos têm grande valor educativo e como diria Froebel a espontaneidade não deve ser sacrificada em nome da aquisição de conhecimentos, pois o grande valor do jogo está na capacidade de a criança expressar suas próprias decisões (Froebel, citado por Kishimoto, 1992).

Froebel diz que o jogo livre e espontâneo não impede a ação educadora do professor, devendo haver harmonia entre a direção e a espontaneidade, ou seja, essa contradição deverá ser unificada.

A filosofia de Froebel propõe a união entre os opostos aparentes a fim de  conceber o jogo educativo como o resultado do equilíbrio entre a ação do professor e a necessidade de liberdade da criança (Froebel, citado por Kishimoto, 1992).

Para melhor entendimento veja o que diz a autora sobre a relação entre jogo espontâneo e ensino/aprendizagem.

 

a impressão de que a pedagogia pelos jogos parece ser uma união infeliz é apagada quando se compreende que a pedagogia, em vez de estar limitada à instrução, abraça a cultura completa do ser. (Kergomard, ,in  Kishimoto, 1992).

 

Portanto, se no jogo educativo não houver equilíbrio entre a ação do professor e o respeito à liberdade da criança pode haver apenas o jogo ou apenas o ensino, pois segundo a autora, há jogos que perdem sua dimensão lúdica quando empregados inadequadamente, perdendo sua função de propiciar prazer em proveito da aprendizagem tornando-se apenas material pedagógico ou didático, Kishimoto, (1992).

Para Orlick (1987), ao se falar em jogo e materiais necessários para seu desenvolvimento o importante é lembrar que os elementos mais sugestivos, duradouros e valiosos não se podem comprar. Vêm em forma de outras crianças – os companheiros do jogo.

Assim, as atividades desenvolvidas devem ser orientadas, planejadas e contar com espaço e tempo para sua práxis na escola, pois, os jogos cooperativos podem reforçar o desenvolvimento e formação do aluno, pois, as atividades lúdicas escolhidas, orientadas ou propostas aos educandos e praticadas por eles no âmbito escolar podem vir a garantir um ambiente livre proporcionando oportunidades interessantes, variadas, desafiadoras e integrando a escola com a comunidade. Trocando e compartilhando experiências. Buscando e fortalecendo o coletivo para sua socialização.

Dessa forma os jogos cooperativos orientados pedagogicamente podem colaborar na formação de seres pensantes, criativos e críticos, não perdendo de vista a sua principal característica que consiste em eliminar qualquer forma de competição. Como diria Orlick (1987), “os jogos verdadeiramente cooperativos eliminam a eliminação e rechaçam a idéia de dividir os jogadores em ganhadores e perdedores”. E é essa característica que constitui o jogo cooperativo em uma alternativa pedagógica a mais para colaborar na mudança e transformação da prática cotidiana da escola.

 Após os dados levantados foi possível concluir que os jogos cooperativos são criados a partir da adaptação de regras de brincadeiras e jogos tradicionais ou mesmo a partir de esportes, otimizando a participação de todos.

Assim, as instituições de ensino formal ou não, inseridas nesta sociedade cada dia mais complexa, estão sendo desafiadas a repensarem suas práticas pedagógicas para  uma ação concreta na formação de pessoas, com habilidades sociais que as tornem agentes ativos na construção de um mundo melhor e capazes de trabalhar juntos para alcançar objetivos benéficos comum  a todos.

Percebe-se que, os Jogos Cooperativos vem sendo usado  como uma nova estratégia para se discutir temas como ética e cidadania, com a vantagem de que os valores são vividos e não meramente discutidos. Dessa feita, é possível afirmar que os Jogos Cooperativos são Ações necessárias para se atingir um objetivo Comum a todos a fim de superar desafios e compartilhar o sucesso. Neste caso o confronto é eliminado dando lugar ao encontro, à união e à eliminação do medo e do fracasso.

                                  Considerações finais

 

Desse modo, podemos considerar que nos Jogos Cooperativos não há lugar para a exclusão, mas para parceiros solidários, conscientes dos seus sentimentos, valorizando nossas diferenças, desenvolvemos a empatia e a capacidade de operar para interesses coletivos, priorizando a integridade de todos. Jogos Cooperativos são, portanto, uma importante ferramenta para transformar hábitos e minimizar resistências às mudanças.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

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