O Campeonato Brasileiro de 2012 vai marcar por ter um número 31% a mais de estrangeiros que o ano de 2011. São 38 jogadores estrangeiros registrados pelos 22 maiores clubes brasileiros. Desses clubes, apenas sete, sendo quatro do nordeste não têm pelo menos um estrangeiro em seu elenco. Esse aumento da presença estrangeira, principalmente latinos-americanos é atrelado a alguns fatores como: maior valorização do Real; os clubes brasileiros pagam salários bem melhores; o brasileirão tem maior nível, excelente vitrine para atletas; maior interesse por competições internacionais; além da proximidade com seus países de origem.

Com a imprensa esportiva os estrangeiros parecem não ter se adaptado. Já se tornou comum, a cobertura jornalística esportiva no Brasil adquiriu certo teor humorístico. Jogadores pedem música para programa de entreternimento, repórteres fazem brincadeiras nos gramados e programas esportivos promovem competições de dancinhas de comemoração de gol. Os torcedores e os jogadores brasileiros entram na onda e aceitam participar das brincadeiras, mas jogadores estrangeiros parecem não ter o mesmo senso de humor.

Na primeira rodada do Brasileirão 2012, o argentino Herrera, na época atacante do Botafogo, marcou três gols na virada sobre o São Paulo por 4 X 2. Ao final do jogo, Herrera foi abordado por um repórter, que lhe perguntou qual música ele gostaria de pedir no Fantástico, todo jogador que faz três gols na rodada de domingo tem direito a pedir uma trilha sonora. A resposta de Herrera constrangeu o jornalista: “ Música pra quê? Não, não peço música nenhuma”. Ao lado de Herrera, o uruguaio Loco Abreu, atacante do Fiqueirense, e o argentino Hernán Barcos, que joga pelo Palmeiras, já deram sinais em entrevistas que não estão para brincadeira. Uma das poucas ressalvas é o atacante do Palmeiras, Valdívia. Brincalhão, o chileno não tem problemas com piadas e abordagens de repórteres. Já os argentinos não gostam de piadas pós jogo.