JÁ É NATAL

Natal.......
da chuva forte, do sol escaldante, da enchente, da copa, da prisão dos mensaleiros, da ganância humana, das “lembrancinhas”, do amigo oculto, da confraternização nas empresas, da humanidade carente de tudo, das crianças assassinadas, sem Mandela, da barbárie nos campos de futebol, dos engarrafamentos, do endividamento, da comilança exagerada e da beberragem sem fim, da fome, do desemprego, da incompreensão, da intolerância, dos hospitais doentes, dos desassistidos, das crianças com os pés no chão, do desemprego, da saudade, dos que não tem família, dos sobreviventes de catástrofes, dos soldados que estão na guerra, dos “normais” deficientes, dos amores incompreendidos, dos sentimentos desrespeitados, da falta de gentilezas, da falta de educação, do lixo que entope os bueiros, da poluição, da falta de fé, das promessas feitas e não cumpridas, do vamos dar “um jeitinho”, da falta de excelência, da falta da credibilidade, do “tô nem aí”, do “ depois eu faço”, da desconfiança em relação ao futuro.
Embora seja uma visão pessimista, numa época em que todos deveríamos passar uma borracha encardida sobre as mazelas humanas, não podemos esquecer que a nossa realidade é essa e, se faz presente em nosso cotidiano insano.
O Natal na verdade, independente da crença de cada um, deveria ter como objeto principal a reflexão, ao invés de penetrarmos neste universo delirante, louco e surreal.
Deveríamos sim, através de pequenos gestos cercados da mais profunda humildade e amor ao próximo proporcionar algumas mudanças, para que o Natal volte a ter de fato o seu real significado.
Esses são os meus sinceros votos aos meus familiares, amigos e aos simpatizantes das minhas idéias um tanto o quanto utópicas.
(Nádia Catarina)