Inclusão de novas mídias em escola pública
Ademir Rafael da Silva

Resumo. Inclusão de novas mídias em escola pública, se propõe ao relato de um plano de ação voltado para a inclusão de novas tecnologias em uma escola pública, por motivos éticos, aqui chamada de escola "A". Ao fazer o levantamento por meio de questionários quanto ao ambiente estrutural e pedagógico da escola desenvolve um perfil de demandas com a quais se orienta para a realização de um projeto que valorize as novas tecnologias dentro de uma nova visão de gestão e do próprio processo pedagógico. A partir de uma nova concepção das ferramentas tecnológicas e suas possibilidades para com a educação monta um plano de ação contemplando a valorização dos agentes do processo educacional sejam alunos, professores e outros, a estruturação e capacitação desses agentes.

Palavras-chave: gestão, novas tecnologias, plano de ação, capacitação, pedagogia.

Abstract. Management of media: the pedagogical dimension, administrative and technological aims to report an action plan aimed at inclusion of new technologies in a public school, for ethical reasons, here called the school "A". In making the survey through questionnaires on the structural environment and pedagogical school develops a profile of demands with which is oriented toward the realization of a project that enhances the value of new technologies into a new vision of management and the teaching process itself. From a new conception of technology tools and their possibilities for education with mounts an action plan addressing the valuation of agents of the educational process are students, teachers and others, the structuring and training of these agents.

Keywords: management, new technologies, action plan, training, education.

















1 - Introdução

A sociedade brasileira apresenta um perfil onde as novas tecnologias não apenas se fazem presentes, mas estão a cada dia se tornando mais acessíveis, seja pelo preço das ferramentas ou pela facilidade de acesso sempre crescente. A estabilidade econômica, junto com um aumento real dos salários, estimado em superar o de 1996 que foi o maior desde que o Dieese faz a pesquisa, e crescimento da economia em torno de 7% conforme matéria vinculada pelo jornalista Marcelo Rehder no jornal o estado de S.Paulo (2010) refletem um maior poder de consumo de maneira que também podemos evidenciar um crescimento de aquisição de aparelhos de mídias diversas. Pode-se evidenciar este crescimento sobretudo, nas camadas mais inferiores da população onde televisores com suas antenas parabólicas são itens que, se não "obrigatórios", notoriamente tem chegado à esmagadora maioria das casas de nosso país, nos lugares mais longínquos e inacessíveis. Não é diferente na área de informática que também teve crescimento na aquisição de computadores, salvaguardada a, ainda presente, exclusão digital. Celulares, vídeos-game, MP3, IPODs, e inúmeras tecnologias estão, embora não acessíveis a todos, no desejo de consumo dos brasileiros com eminentes possibilidades de realizações. A quem a vida e estrutura financeira ainda não proporcionou tais aquisições resta o aluguel de tecnologias que se retrata nas crescentes demandas e aberturas de "Lan Houses" ou "Ciber cafés". Notadamente o Brasil dá saltos não só crescentes mas, determinantes para a caracterização de uma sociedade onde as tecnologias tem lugar certo e relevante.
Imagine-se agora o estudante, o professor, a escola e a relação entre estes como partes da sociedade. Não podemos negar que o uso das tecnologias fazem o perfil do aluno do século XXI, até mesmo a maioria dos professores fazem uso delas. Mas como incluir as tecnologias no processo educacional? Se o acesso a essas tecnologias existe nas escolas, como promover uma pedagogia que seja evidentemente satisfatória? Como vencer os desafios que dificultam o uso efetivo das novas tecnologias por parte de professores e alunos?
É interessante e contundente Castells (1999) quando diz que estamos vivendo efetivamente em uma sociedade informacional, onde os indivíduos precisam se adaptar as inovações tecnológicas que os cercam, através de uma devida apropriação destes recursos. Daí se pode entender quanto o papel da escola é importante ao passo que pode oportunizar ao indivíduo o poder de adaptação às tecnologias ao mesmo tempo em que delas deve fazer uso para que as didáticas não se tornem obsoletas e desinteressantes. Surge então o problema: como é difícil usar tecnologias na educação, sobretudo em uma escola onde a maioria dos professores é leiga no domínio das mesmas e, pior, não conhecem as novas pedagogias com inclusão de novas mídias e o novo papel do professor neste cenário de educação informacional?
Se o desafio é grande nada mais interessante que começar por entender causas e levantar perfis e demandas para que o conhecimento traga uma problematização que redunde em uma (ou mais) formas de solução. Todo modelo de gestão deve partir do pressuposto que se conhece os verdadeiros problemas para daí criar ações que supram as lacunas desencadeadas pelas necessidades peculiares.















2 ? Desenvolvimento
Conhecendo demandas, desenvolvendo ações

A efetuação de qualquer plano de ação em que o desejo final esteja firmado no sucesso ou na aprendizagem oriunda da realização destas ações não pode acontecer sem que haja o devido planejamento. A definição de planejamento é vasta e, neste caso, se refere ao conjunto de ações que serão realizadas em um tempo futuro.
Segundo Steiner (1969) o planejamento é um processo que envolve cinco dimensões: (1) assunto abordado, (2) elementos do planejamento (propósito, objetivo, estratégias, políticas, recursos, orçamentos, normas e procedimentos, entre outros), (3) tempo de planejamento, prática, acompanhamento e avaliação, (4) organização das áreas, dos profissionais envolvidos e de suas atribuições no planejamento, implantação, desenvolvimento, acompanhamento e avaliação e (5) viabilidade do projeto.
Analisando o item (1) "assunto abordado" se pode notar a sua importância e precedência para a realização de um bom planejamento. A dimensão "assunto abordado" se refere ao conhecimento de causa, implica em saber do que se está pretendendo fazer e/ou modificar. A este conhecimento precede uma pesquisa sobre a realidade contextual do que se pretende direcionar. No caso de um planejamento de um plano de ação que possibilite a gestão de uma escola (A) a melhorar seus resultados em relação ao uso de novas tecnologias o processo deve começar pelo conhecimento daquilo que está servindo de empecilho para que se chegue a estes resultados, seja levantado o perfil desta escola e, através de entrevistas e questionários saber de profissionais e alunos, quais as suas demandas tecnológicas, estruturais e pessoais.
No exemplo da escola (A)¹ foram feitos dois questionários, um para o corpo docente e outro para o discente que permitiu a criação de um perfil com necessidades a serem sanadas por um plano de ação que premie exatamente estas necessidades. Deste levantamento se verificou que 100% (cem por cento) dos





¹ escola do interior de Pernambuco, situada na zona urbana do município, funcionando em três turnos com aproximadamente mil e quinhentos alunos.
professores concordam em ter acesso as tecnologias na escola, contudo apenas 33% (trinta e três por cento) se achavam capacitados para tal acesso, mesmo assim 40% (quarenta por cento) usavam com freqüência o computador. Perguntados qual era fator principal que emperrava o uso de tecnologias na escola, 64% (sessenta e quatro por cento) responderam que era a falta de capacitações. Um agravante a estes dados é acrescentar que 41% (quarenta e um por cento) dos professores sentem dificuldade em relacionar o uso de tecnologias com uma pedagogia nova e própria para o seguimento, enquanto que outros 18% (dezoito por cento) responderam que não conseguem realizar esta relação.
Pelo lado dos alunos² se observou que 44% (quarenta e quatro por cento) e 39% (trinta e nove por cento) faziam uso da televisão em casa por mais de duas e mais de quatro horas respectivamente, mas na escola disseram 37% (trinta e sete por cento) que o uso da televisão era esporádico e 3% (três por cento) disseram nunca ter visto o uso desta tecnologia na escola. Esses alunos fazem uso diário do computador em 29% (vinte e nove por cento) e 58% (cinqüenta e oito por cento) o usam algumas vezes por semana. Já na escola 66% (sessenta e seis por cento) usam pelo menos algumas vezes, enquanto 34% (trinta e quatro por cento) dizem


não ter acesso aos equipamentos da escola. Foram quase unânimes 99% (noventa e nove por cento) em afirmar que somente alguns professores usam de tecnologias para ministrar suas aulas. A aula com novas tecnologias se torna mais produtiva e agradável para 97% (noventa e sete por cento) destes alunos. Quanto a maior dificuldade encontrada ou observada pelos alunos para o uso de novas tecnologias da escola 39% (trinta e nove por cento) disseram que seria o acesso aos equipamentos; 37% (trinta e sete por cento) acreditam que seria a falta de equipamentos e 24% disseram ser a falta de orientação. 89% (oitenta e nove por cento) desses alunos têm pelo menos alguma intimidade com o computador e 65% (sessenta e cinco por cento) já fizeram algum curso de informática.

² o perfil social dos alunos da escola é bastante diversificado. Por ser uma escola central, possui alunos de famílias estruturadas, economicamente falando, assim como alunos oriundos das periferias bastante carentes.


Deve-se somar a esses dados o fato da escola possuir em sua estrutura um laboratório de informática com 8 (oito) computadores, mais 2 (dois) de suporte; 7 (sete) televisores acompanhados de aparelhos de DVD; 2 (dois) projetores de imagens e cinco micro systems.
Da análise e discussão desses dados se pode criar um perfil da escola:
? A escola tem estrutura tecnológica razoável.
? Os professores carecem de capacitação não apenas no domínio das ferramentas tecnológicas, mas pedagógica (com a inclusão de novas tecnologias).
? Os alunos fazem uso freqüente de tecnologias fora da escola o que pode a tornar, em algum momento, distante de suas realidades.
? É desejo dos alunos que as aulas sejam incrementadas com o uso de tecnologias, o número de equipamentos seja aumentado e o acesso facilitado.
? A maioria dos professores tem dificuldade de implementar aulas em que as tecnologias sejam integradas de forma pedagogicamente corretas.
É fato, então, a identificação da escola "A" com o perfil da maioria das escolas brasileiras.
"Temos um ensino em que predominam a fala massiva e massificante, um número excessivo de alunos por sala, professores mal preparados, mal pagos, pouco motivados e evoluídos como pessoas [...] a infra-estrutura costuma ser inadequada. Salas barulhentas, pouco material escolar avançado, tecnologias pouco acessíveis à maioria." (Moran, 2009, p. 15)

Será, então, a partir do conjunto de necessidades que encontramos no perfil da escola que será realizado um plano de ação que possa corrigir ao máximo aquilo que for possível para uma educação de melhor qualidade.
Se o objetivo final é ter efetivamente sucesso no desenvolvimento do projeto é preciso, além de conhecer as demandas, planejar ações que visem alcançar as metas propostas. O planejamento deve ser feito de forma sólida, mesmo que com o desenvolver do processo se dê lugar à versatilidade e adequação, é preciso que se tenham bases consistentes, se possíveis extraídas da experiência de projetos bem sucedidos, dispostos dentro da realidade onde vai ser executado e sem lugar para improvisos:
"O processo de implantação de qualquer projeto que envolva tecnologias educacionais deve ser planejado e não improvisado; se a improvisação acontecer no início do processo, com certeza esse projeto não se efetivará."(Brito, 2006, p. 97).
Aliás, para que estas ações estejam expressamente sólidas é preciso que estejam intrínsecas, na Proposta Pedagógica da escola, parâmetros que contemplem o uso de novas tecnologias. Sabendo-se que esta proposta é construída a partir da discussão entre os envolvidos agentes do processo educacional, se pressupõe que pelo menos alguns (melhor se todos) tenham competência para essa tarefa. Isso parece se tornar um círculo, pois a realização de projetos nesta área, também tornará os participantes mais capacitados na área e que poderão melhorar o próprio Plano Político Pedagógico da escola.
Em outras palavras a escola deve ter o "espírito" pronto para as inovações e aberta para as mudanças. A resistência não pode de maneira alguma ajudar nesse processo, antes impedirá o primeiro e primordial passo. É preciso que se entenda que inovações fazem parte da dinâmica histórica das sociedades, caso contrário, ainda se escreveria em pedra. Do giz puro e cinzento, para o retroprojetor, daí para o computador, tudo refletia evolução. Problema eram as práticas pedagógicas evoluírem com a mesma velocidade.
Não pode ser presunção de ninguém que tudo se torne ideal da noite para o dia. Muito menos é assunto deste trabalho. A realidade das escolas está distante daquilo que podemos produzir. As disparidades entre escolas públicas e privadas, entre os diferentes espaços geográficos nos mostram que mesmo podendo observar exemplos de grande evolução, a maioria de nossas escolas ainda é carente de muitos melhoramentos. E se as novas tecnologias vieram para nos facilitar o alcance desse padrão de qualidade, ainda haverá um longo caminho a ser trilhado na promissão de que investimentos sejam efetuados e que as ideologias se volvam para a busca da excelência. "É importante procurar o ensino de qualidade, mas consciente que é um processo longo, caro e menos lucrativo do que as instituições estão acostumadas"(Moran, 2009, p.15)
Baseado no conhecimento da realidade e demanda da escola "A" e refletindo sobre suas potencialidades podemos começar a agir nas mais diversas áreas do contexto escolar a começar por sua filosofia e estado de espírito.
Não é tarefa fácil a introdução de novas tecnologias na escola, mesmo a do século XXI. Geralmente, os professores são desmotivados pelos baixos salários e a carga horária maior do que sua capacidade. Reciclar velhas idéias já parece ser um desafio, maior, então, se reciclar com o novo e diferente. Investir o tempo inexistente, adentrar numa rua escura onde habita o desconhecido. Aliás, o medo é fator importante quando o assunto é introdução de novas tecnologias. É função da escola motivar seus professores. Campanhas devem ser feitas nesse sentido e atividades realmente efetivas devem ser realizadas para que o mestre se sinta valorizado. Um professor emocionalmente tranqüilo em sua escola poderá estar mais aberto à inovações do que aquele desgastado pelo estresse das relações interpessoais, sobretudo aquelas do espaço de trabalho. É obvio que juntamente com essa filosofia deve ser entregue condições reais de realização do trabalho que se pretende por em prática. O professor deve ter certeza de que será apoiado pela estrutura tecnológica e pessoal da escola em toda potencialidade. Professor apoiado se sente mais motivado a realizar projetos e cumprir currículos. Mas colocar a implementação tecnológica somente a cargo do professor seria demasiadamente pesado e errôneo. O pensamento de abertura deve estar infundido em toda a escola e principalmente entre os alunos. Obviamente que não se poderá suprir dentro desta realidade todas as carências, mas é possível despertar a curiosidade e o prazer pela aprendizagem. Moram (2009) diz que aprendemos quando perguntamos, questionamos. Aprendemos pelo prazer, porque gostamos do assunto. Assim devemos entender que o processo educacional se dá pela valorização de seus agentes implicados e o sucesso de qualquer ação deve passar por este pensamento.
É interessante esta visão mais ampla desse processo e por isso mesmo esse plano de ação deve ser incluído em sua essência no Planejamento Político Pedagógico (PPP) da escola. Ora no projeto da escola está inserido o perfil da unidade escolar. É nele que a filosofia, compromisso e avaliação de todos os agentes envolvidos estão contidos. O PPP não é só a "cara" da escola ele é a sua alma, é o seu caráter. Se a escola pretende ter um plano de inclusão digital com a finalidade de inserir o aluno socialmente e o preparar para o mundo em sua caminhada futura, isto tem que estar explicitado filosoficamente no PPP. Tendo por definida a função e vocação escolar, então se pode desenvolver projetos que visem atrair resultados que permitam vislumbrar a realização do produto ou perspectivas pelo menos promissoras. Deve ser lembrado que o PPP é um documento (muitas vezes encarado somente como uma obrigatoriedade legal) democrático e que deve ser por todos discutido analisado e construído, inclusive com a participação da comunidade. Vender a idéia de introdução de novas tecnologias na escola não é tarefa difícil, pelo menos não quanto sua realização. Todos desejam isso (veja-se o exemplo de escola "A"). e isso já é um bom terreno ganho que pode se perder durante a construção dos pormenores. Aí a capacitação e persuasão do gestor e seus "aliados" deve ser uma ferramenta muito especial.
Quanto a realização do plano a acessibilidade é um fator a se levar em consideração. Quando se fala de acessibilidade em tecnologia, lembra-se logo de inclusão de pessoas com necessidades especiais que é um aspecto importante e que deve ser incorporado ao PPP da escola pelo simples fato de poder garantir a igualdade de direitos que todo cidadão é portador. É função do Estado fazer com que isso aconteça e dever de todos cobrar e fiscalizar esse processo. Mas a acessibilidade de que se trata aqui é aquela que diz respeito ao acesso de todos aos equipamentos de tecnologias. O equipamento da escola é patrimônio público que custa ao erário público e ao público se reserva. Isso não quer dizer que deva ser usado indiscriminadamente e sem ordem. Contudo, todos os agentes do processo educacional têm que saber de seus direitos e deveres diante daquilo que é disponibilizado para o seu uso. Muitas vezes por se ter uma gestão muito "cuidadosa" dos equipamentos, deixa-se de produzir com a capacidade que se poderia.
Muitos professores estão longe do domínio básico suficiente para o uso direto de tecnologias. Não se pode conceber que esse uso possa encontrar o caminho da qualidade se o professor não conhecer suas possibilidades como máquinas ou ferramentas. Deve se entender que este conhecimento é progressivo e dinâmico e se estende a toda a sociedade a não apenas à escola. Neste contexto é preciso entender que jamais se aprenderá o total das ferramentas tecnológicas, o que não é novidade alguma se for feita uma análise do histórico do uso de tecnologias em educação, mas que se deve ter em mente que a evolução é necessária para que as ações não entrem em conflito com os agentes do processo educacional. Não se diz com isso que o professor sempre tenha que conhecer mais que o aluno, pois não é essa sua função, porém será mais confortável e consequentemente, eficiente se o professor tiver conhecimento tecnológico, pelo menos, similar ao de seus alunos. Neste sentido é preciso que o professor passe, se for o caso, por uma verdadeira "alfabetização tecnológica" como início de todo o processo de introdução de novas tecnologias na educação.
"O conceito de alfabetização tecnológica do professor envolve o domínio contínuo e crescente das tecnologias que estão na escola e na sociedade, mediante o relacionamento critico com elas. Este domínio se traduz em uma percepção global do papel das tecnologias na organização do mundo atual e na capacidade do(a) professor(a) em lidar com as diversas tecnologias, interpretando sua linguagem e criando novas formas de expressão, além de distinguir como, quando e porque são importantes e devem ser utilizadas no processo educativo" (Sampaio & Leite, 1999, p. 100).

A capacitação deve ser ideologicamente interpretada como uma necessidade global e de responsabilidade múltipla. É dever do Estado proporcionar capacitações regulares, mas o é também da escola na medida que possa permitir cursos, seminários e acompanhamentos com o propósito de potencializar o uso de tecnologias em seu interior e o é, ainda, do próprio profissional, quando para desenvolvimento de seu currículo, busca cursos de aperfeiçoamento de diversas fontes e modalidades e, como conseqüência, se capacita para o exercício do magistério. Obviamente, se levarmos em consideração a dinâmica evolutiva das tecnologias, será imprescindível a realização de reciclagens desta primeira capacitação, para que as técnicas do uso de ferramentas não se torne ultrapassado diante da evolução encontrada na realidade da sociedade.
Se é fato que a captação total seria utópica diante da velocidade das transformações, a busca da excelência deve ser objetivo presente e retratada na predisposição para o crescimento até os limites da capacidade individual.
Outro fato relevante é que a estrutura tecnológica das escolas não transitam tal qual a velocidade da evolução tecnológica à disposição no mercado o que, muitas vezes, principalmente no que se refere a informática, deixe os equipamentos com ferramentas de tecnologia não atualizadas. Isso não é motivo para que não haja uma capacitação continuada, pois é importante o conhecimento das tecnologias mesmo as que não temos acesso. Daí é que partirá o direcionamento para aquisição de máquinas e ferramentas em planejamentos futuros. Efetivamente, esta capacitação deve contemplar noções básicas de uso das novas tecnologias, principalmente em informática, visto que o computador vem se tornando tão popular como já o descrevemos. Processadores de texto e imagens, assim como o manuseio de técnicas de design além de conhecimento de manuseio e manipulação das possibilidades da web 2.0.
Contudo, não é somente o conhecimento técnico que levará à excelência da qualidade escolar. Uma boa aula sempre será uma boa aula independente dos recursos tecnológicos que estejam em uso. Se porém, estamos levando em consideração o uso de novas tecnologias, aliado ao conhecimento básico de capacitação técnica é preciso somar uma pedagogia adequada a esses recursos, pois caso contrário, pode-se incorrer no erro de, simplesmente, estar tornando as aulas sem sentido e/ou objetivos, o que descaracterizaria o processo de ensino/aprendizagem. Não se pode conceber uma educação com tecnologias novas entranhada em uma pedagogia arcaica "sua utilização acaba por resultar quase sempre em aulas em vídeo iguais às da escola de hoje, ou a textos em microcomputadores, interativos e auto-instrutivos, mais limitados que os livros existentes nas estantes escolares" (Kawamura,1998). O que parece preceder a questão de como se implantar esta nova pedagogia é a própria conceituação de qual seja a função das novas tecnologias dentro do processo educativo. A discussão não é nova. A revista Ensaio (2002) apresenta a antagonização de opiniões como a de Carraher (1992), referindo-se à informática, considera que sua contribuição é (apenas) de ordem tecnológica e não conceitual, o que significa que ela não oferece subsídio para a elaboração de novas idéias acerca dos processos de aprendizagem ou ensino e a de Pretto (1996) que defende que desde que usadas como fundamento do processo de ensino-aprendizagem e não como mero instrumento, as novas tecnologias podem representar uma nova forma de pensar e sentir ainda em construção, vislumbrando, assim, um papel importante para elas na elaboração do pensamento. O que não se pode deixar de perceber é que passamos um longo período desenvolvendo uma educação com foco no conteúdo e no professor o que não é coerente com o processo de implantação de novas tecnologias na educação. Não pelo menos em sua plena potencialidade. Daí se entender que a escola construtivista, enfocada no aluno e em sua construção individual e adaptando-se ao meio e contexto em que ele vive pode ter um aproveitamento muito maior dentro do caso em questão. Vê-se, então, a despeito de todos terem um pouco e não serem plenamente construtivistas ou tracionais, este caminho ou escolha implicará em uma nova maneira de encarar o processo de ensino aprendizagem e, consequentemente, a maneira de como se percebe os agentes desse processo. Entende-se, desta maneira, que a capacitação pedagógica do professor passa pela inclusão de uma nova concepção da função dos agentes educacionais. Professores tornam-se mediadores, incentivadores enquanto alunos passam a ser construtores de conhecimento, autores da modificação/evolução do conhecimento. Embora esta iniciativa construtivista seja muito usada e adequada quando se trata de, principalmente, inclusão de novas mídias, deve-se estar atento para o fato que transformações como estas não são fáceis de acontecer, sobretudo porque a passagem do referencial teórico para a prática pedagógica na maioria das vezes é realizada de forma aquém das expectativas. Novamente é necessário que o "espírito" esteja pronto para que se concentre em um processo de evolução tanto do professor como mediador, como do aluno como construtor/transformador de conhecimento. Esta dificuldade pode se apresentar notadamente em alunos que já se encontram na evolução do processo educativo e podem sentir uma ruptura quando passam de agentes passivos memorizadores de informações para seres ativos. Para a implementação de um projeto de ação de inclusão de novas tecnologias é preciso levar este aspecto em consideração para que esta ruptura não seja traumatizante e sim evolutiva e prazerosa. O aluno deve descobrir uma nova forma de aprendizagem da qual tome gosto. Sinta que é melhor e maiores suas possibilidades, que o que constrói pode ser muito mais proveitoso do que aquilo que simplesmente reproduz. E deve ser motivado a pensar desta maneira. Por que lá fora da escola é ele submetido a um bombardeio de tecnologias que extrapolam a exploração do áudio visual e onde se torna apenas um mero coadjuvante do sistema. Agora com a introdução de novas tecnologias na escola ele as usará para construir sua própria história. Passará a ser ator e autor principal. Tome-se por exemplo as múltiplas ferramentas contidas na Web 2.0 especificamente as que se convenciona chamar de redes sociais. Amplamente divulgadas e acessadas por jovens, adultos e, às escondidas, crianças, se tornaram sinônimo de status dentro de nossa sociedade. Quem se inclui em redes deste tipo está incluso em um grupo maior de pessoas virtuais e superficiais que comungam de pelo menos possuir o desejo de estar dentro do grupo virtual com reflexos bem sensíveis no mundo real. Conquanto algumas dessas redes tenham moderadores, em sua maioria, por diversos aspectos, mas principalmente por conta da falta de mediação preparada, se tornam muito pouco produtivas, às vezes perigosas. É de se lamentar a exclusão do acesso dessas redes por algumas escolas, pois é disso que o aluno gosta - se relacionar. E relacionar é uma das competências do mundo moderno, é aprender a conviver. O que é preciso então é levar orientação a estes alunos para que possam utilizar as redes para um uso educacional produtivo.
Em se tratando de internet é preciso esclarecer algumas coisas. Embora seja considerada uma maravilha do mundo moderno, com infinitas possibilidades, detentora de bens e males ? o mundo, está muito distante de ser a solução dos problemas da educação. Destarte ser uma facilitadora do processo de educação, por si só não pode ser colocada como instrumento de excelência. Coloque um computador conectado a um adolescente e ele descobrirá muitas possibilidades e facilmente se perderá dentro delas como num labirinto de paredes de informação, ou adentrará tão profundamente em um assunto que perderá a oportunidade de conhecer experiências que são fundamentais para a formação do ser. É por esse motivo, entre outros que a figura do professor ainda não se tornou obsoleta. O aluno pode ter milhares de informações, e ser apenas o começo, mas é o professor que pode dar orientação para formar o cidadão. Desde que o mestre entenda que não é possível mais concorrer como transmissor de conhecimento. O conhecimento é acessível a todos em qualquer momento e lugar. Agora ele se torna orientador, motivador. O personagem que fará o aluno processar conhecimento, discutir e transformar o mesmo. Uma das grandes preocupações dos professores tem sido sobre o uso da internet em trabalhos de escola onde predomina o "CtrlC +CtrlV" ³. A questão pode ser satisfatoriamente resolvida por uma melhor capacitação do professor que ainda prioriza conteúdos ao invés de dar ênfase à construção e transformação de conhecimento. Desta maneira facilmente percebemos que conquanto exista a predisposição de implantação de projetos de inclusão de novas tecnologias na escola, esta deve vir acompanhada de uma nova pedagogia coerente. Há dois mil anos o pedagogo Jesus já dizia que ninguém põe vinho novo em odres velhos. Se alguém fizer isso, os odres rebentam, o vinho se perde, e os odres ficam estragados. Por isso, o vinho novo é posto em odres novos (Bíblia NTLH). É salutar insistir que a introdução de novas tecnologias acompanhadas de velhas pedagogias muito claramente poderá estragar todo o processo de ensino/aprendizagem.
Analisados (não acabados) os parâmetros de pensamento que uma escola, no caso a escola"A", deve seguir para o sucesso em sua empreitada agora é o momento de refletir o que se possa fazer efetivamente para que os objetivos possam ser alcançados.
A primeira visão do interior efetivo da escola é, na maioria das vezes, a secretaria. Afirmar que a burocracia não tem nada com o sistema pedagógico é um dos grandes enganos cometidos nos bastidores da educação. E isso tem que estar presente na filosofia de trabalho daqueles que compõem, não somente a secretaria, mas a portaria, a cantina e por todos os setores que fazem a escola. Qualquer capacitação que se fizer para a melhoria do profissional de educação deve ser apresentada como crucial tanto para a valorização da pessoa como para a realização maior e vocação da escola. E por que não a capacitação tecnológica? Nota-se que o profissional que se qualifica em
³ expressão que significa copiar texto ou imagem e colar em outro documento

conhecimento de novas tecnologias não tem apenas sua auto estima resgatada como melhora consideravelmente seu desempenho. A merendeira pode se preparar melhor para cumprir suas funções se descobrir na rede mundial, por exemplo, dicas de como tornar sua receita mais nutritiva, coerente com as necessidades do alunos e para simplesmente ganhar tempo e poupar esforço. O porteiro pode descobrir como manusear aparelhos modernos de segurança, dicas de combate a violência e tantas outras coisas que melhorariam seu trabalho. Na secretaria não é diferente. Visto que é na secretaria onde são processados os resultados da escola tanto âmbito pedagógico como físico a otimização desses serviços só podem ser essenciais para uma gestão de sucesso. E não é preciso dizer o quanto as novas tecnologias podem ajudar neste sentido, desde que se tenham profissionais capacitados para as usar. Então, partindo da secretaria o plano de ação pode se desenvolver a partir da aquisição de equipamentos. Aqui se deve ter atenção para orçamento, desde que se trabalhe com recursos e não doação direta pelo governo, através de planos de inclusão digital. Como as tecnologias evoluem com muita rapidez um computador, por exemplo, pode se tornar defasado tecnologicamente muito rápido, fazendo com que seu preço decline consideravelmente, sem, contudo perder sua operacionalidade. Isto quer dizer, na prática, que é possível comprar equipamentos com preços acessíveis e com operacionalidade suficiente para o trabalho a ser realizado. Isso vale para a área docente também. A partir daí é hora de capacitar funcionarios. A escola "A" tem dois técnicos em informática. Um na área de manutenção e outro na de programação. Isto remete para a valorização do recurso humano disponível na escola. Mas se não fosse o caso é muito importante estender os cursos de capacitação oferecidos pelo governo do estado também para os profissionais da secretaria. Se o cronograma não for compatível com o da escola, pode-se investir em um técnico para as noções básicas. Essencialmente, programas processadores de texto, planilhas e imagens para projeção, facilitarão muito o serviço na secretaria. A informatização é importante pois agiliza o processo. Só como exemplo, não é preciso jogar fora toda uma ficha individual de um aluno por ter rasurado sua última nota. É só apagar e fazer a correção. Além disso há uma maior limpeza dos documentos, inexistindo rasuras e a economia de papel é evidente, pois só é impresso o que for realemnte necessário no momento oportuno. Envio de documentos via internet dispensa tempo e viagens. Existem softwares de gestão escolar que podem após o devido preenchimento gerar os documentos necessários para cada caso, como transferências, históricos, ficha individual de desempenhos, graficos de evolução de desempenho por turma, série, geral, etc. Não é uma ferramenta de pouco custo, mas seus benefícios são bem razoáveis justificando o investimento. No caso da escola "A" a utilização de recursos humanos na área pode permitir a construção do seu próprio programa de gestão com base na experiência de uma outra escola estadual que já possui um programa em evolução em uma cidade vizinha.
A partir de então a preocupação deve ser feita com a estrutura além da secretaria. Se nesta sempre as tecnologias chegam primeiro é no laboratório de informática que os alunos e alguns professores terão acesso a tecnologia. Note-se que sempre a demanda por computadores será maior que a capacidade da escola, exceto quando esta for premiada com algum programa governamental ou institucional do tipo "um computador para cada aluno" já se sabe que esta não é a realidade da escola "A". Neste caso o importante e imprescindível é otimizar o acesso para que todos possam utilizar as tecnologias e que o laboratório não se torne tumultuado. É preciso de alguém que tome conta do laboratório. Para que não haja mais gastos um processo de voluntariado pode ser feito com alunos, professores e até mesmo pessoas da comunidade (e sempre há) que possam dedicar um pouco de tempo para o caminhar do projeto. Insista-se que estas pessoas devem ser altamente valorizadas para que prossigam na ajuda e se tornem modelos para outras pessoas que poderão nelas se inspirar. Este voluntário (ou não) deve criar um cronograma de uso para alunos, professores e se tivermos uma escola aberta para a comunidade nos finais de semana, para a comunidade em geral. E é muito importante que a escola tenha parceria com a comunidade pois pode nela também captar recursos para o melhoramento das diversas áreas da escola inclusive a tecnológica. Ele também deve verificar o uso correto das máquinas e o cumprimento do cronograma. Treinado deve fornecer auxílio ao aluno ou professor em dificuldades. A gestão deve valorizar a aquisição de equipamentos como vídeo filmadoras, projetores de imagens, câmeras fotográficas,etc, além dos computadores, pois somente computadores não podem resolver o problemas de inclusão tecnológica nas escolas. Na escola "A" pode-se observar uma estrutura razoável, porém carente de evolução. É interessante ressaltar que a escola foi contemplada recentemente por um programa de inclusão digital para docentes que garantiu um notbook para cada professor.
A capacitação dos profissionais de educação pode, e deve, ser feita paralelamente à estruturação tecnológica da escola. Esta capacitação deve ser feita de maneira a incluir, em primeiro momento, noções básicas de informática como o manuseio de processadores de textos e projeção de imagens, recursos da web 2.0 (e aí ter-se-á uma, cada vez maior, variedade de ferramentas), técnicas de uso de câmeras fotográficas e de vídeos, além do uso do projetor de imagens. O conhecimento técnico desses equipamentos é necessário para que se possa realizar o processo de ensino aprendizagem com efetividade e também é importante para a conservação dos equipamentos. Muitos equipamentos se deterioram pela simples ignorância do usuário em o manipular corretamente.
Coisa mais difícil é a inclusão dos recursos tecnológicos proporcionado pelas novas tecnologias no cotidiado pedagógico da escola. Será nessário, como já foi visto, uma nova mentalidade da função do professor, assim como do papel do aluno. Definida em breves palavras a posição do professor como mediador/motivador e a do aluno como construtor/transformador do conhecimento e observando os quatro pilares para educação no século XXI ? aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver juntos e aprender a ser conforme Delors (1998) a capacitação desses profissionais deve ser feita em condições de contemplar estes parâmetros. Uma solução muito boa para este contexto, inicial, é a educação por projetos, pois contempla os pilares de Dolors e coloca professores e alunos como construtores e transformadores de conhecimentos que os próprios alunos, por motivação e orientação do professor pesquisaram. Outra forma muito imporante são as ferramentas disponiveis em sites como "Portal do Professor" e as próprias especializações que o Governo Federal oferece como Especialização em "Mídias" e "Tecnologias da Educação".
Faz-se importante entender que o processo de inclusão de novas tecnologias na educação é gradual, não importando, quanto seja veloz a evolução de tecnologias no mercado.



3 - Considerações Finais
Se é verdade que a educação é parte integrante da sociedade e que a dinâmica escolar reflete o próprio conjunto social, não se pode fechar os olhos ao fato de que a escola precisa, urgentemente, se adequar as necessidades tecnológicas que o mundo demanda. Não haverá educação de qualidade se não aproximarmos a realidade cotidiana do processo de ensino/aprendizagem. Mas antes de tudo é preciso que se conheça a estrutura e as possibilidades das novas tecnologias para a área escolar. Novos pensamentos, novas roupagens, novos atores e funções. Ao adentrar nesta empreitada todos os agentes envolvidos neste processo entenderão que a caminhada não tem fim, como assim não tem fim a construção de conhecimento e a transformação do mesmo. Não por isto seja este processo penoso, muito menos desgastante. Ao contrário, ao descobrir as novas possibilidades que são oferecidas aos que se habilitam à condição de inusitadamente ser inovador revelar-se-á o grato facínio pelo que pode ser feito em tão pouco tempo e em viagens de tão longo espaço, paradoxalmente, com o mundo em mãos.
O papel dos agentes da educação se torna novo e é preciso uma capacitação constante, uma reciclagem regular. O próprio pensamento é novidade e crucial para que alunos e professores se integrem ao processo.
Não há mudança sem dor. Não existem evoluções sem preço. Mas neste caso particular é nítida a satisfação daqueles que o pagaram e colhem os frutos do sacrifício.








4 - Referências

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