Introdução

Este artigo refere-se a conceitos ainda não inseridos no contexto de TI. O objetivo é criar em laboratório um ambiente que propicie "armazenar" um dado sem a utilização de meio físico. A infra-estrutura necessária para o experimento é de implementação simples considerando que os itens envolvidos são facilmente encontrados no mercado e a um preço irrisório.

Evitei utilizar o termo "persistência virtual" uma vez que ele estabelece um nítido paradoxo, já que o termo persistência, no contexto de TI, está, ainda, relacionado ao armazenamento perene do dado em meio físico. A minha preferência seria utilizar o termo "persistência" e não "armazenamento" uma vez que esse o primeiro termo também induz ao estado assumido pelo dado, que na verdade não é perene. Ou seja, persistência seria, então, relacionado a manutenção do estado do dado e não necessariamente a manutenção do dado.

O termo "armazenamento virtual" ainda é associado, pelo contexto de TI, à manutenção do dado em um servidor da Internet, que, na verdade, não é virtual, uma vez que o dado fica armazenado fisicamente.

Neste artigo o termo "armazenamento virtual" toma o significado real que ele sugere, ou seja, o dado é propagado no espaço via raio infravermelho ouradiofreqüência, e por lá permanece, sendo rebatido entre os nós de recepção e difusão.

Este artigo trata do experimento mínimo necessário para comprovar essa possibilidade. As aplicações ainda não estão claras, contudo elas vislumbram possibilidades inovadoras e surpreendentes.

1)Armazenamento Virtual

Dados dois computadores A e B dotados de transmissores e receptores wireless (infravermelhos ou radiofreqüência) e que A gere um dado e o transmita para B e que B recepcione esse dado, sem armazená-lo localmente, e o retransmita para A, e que A volte a retransmitir para B, repetindo esse ciclo durante um tempo indeterminado.

Considere que um terceiro computador C com as mesmas características de configuração dos demais, ou seja, com um receptor e um transmissor wireless, acesse esse dado, altere o seu valor e o recoloque no ciclo virtual. Foi criado, nesse momento, um sistema de "persistência de dados" sem estrutura física de armazenamento, o que denomino de "Armazenamento Virtual de Dados" (AVD).

2)Nuvem de Armazenamento Virtual de Dados

Considere um número indeterminado de computadores continuamente ligados e que rebatam (recepcionem e retransmitam) continuamente, sem armazenamento local, um número indeterminado de dados e que esses dados possam ser alterados. Estaria formada então uma "Nuvem de Armazenamento Virtual de Dados".

3)Estado Virtual

É o valor do dado enquanto está "persistido virtualmente".

4)Pacote Virtual

É uma estrutura que reúne informações relativas ao tipo do dado persistente na nuvem virtual. Poderiam existir três tipos de pacotes: Pacote Virtual de Dados (PVD), Pacote Virtual de Registradores (PVR) e Pacote Virtual de Processamento (PVP).

·Pacote Virtual de Dados (PVD): Considere que um dado simples persistido virtualmente esteja inserido em um pacote com propriedades listadas a seguir.

·Pacote Virtual de Registradores (PVR): Considere que uma instrução necessite utilizar registradores para armazenar dados relativos ao seu processamento. São os seguintes tipos de registradores que podem estar representados em um pacote: EAX, EBX, ECX, EDX, ESI, EDI, ESP e EBP

·Pacote Virtual de Processamento (PVP): Representa uma instrução a ser executada pela estação que recepcionou o pacote. A instrução é uma instrução de máquina, de baixo-nível.

5)Características do Pacote Virtual:

Um pacote virtual tem as seguintes características:

·Estação que gerou o pacote, representado pelo IP.

·Última estação que mudou o estado do pacote, representado pelo IP.

·Momento em que o pacote foi gerado, representado pela hora, minuto, segundo e milionésimo de segundo.

·Momento e que o estado do dado foi mudado, representado pela hora, minuto, segundo e milionésimo de segundo.

·Valor do dado, que pode ser um dado simples ou uma instrução de processamento, conforme o tipo do pacote.

·Tipo do pacote, que pode ser de dados, de registradores ou de processamento.

·Identificação unívoca do pacote

·Ponteiro apontando a identificação do próximo pacote

·Ponteiro apontando a identificação do pacote anterior

6)Processamento preliminar do sistema (distribuído)

Considere a existência do pacote de processamento, conforme descrito acima, com a função de comandar alteração de estado em um dado virtual.

Considere que cada estação da rede de persistência virtual esteja dotada de um sistema mínimo, que ao recepcionar um pacote de processamento execute a instrução contida utilizando os recursos computacionais da própria máquina e, depois da execução, altere o estado do pacote indicando que a instrução foi executada. O dado referenciado na instrução é sempre um ponteiro para o pacote de dados que o contém.

Após a execução o pacote pode ser descartado da Nuvem de Persistência Virtual, considerando que o dado endereçado por esse pacote já fora alterado de estado.

A estação ao receber o pacote de processamento verifica se o tempo de processamento registrado no pacote já está vencido, e executa a instrução conforme mencionado acima. Se o tempo ainda não estiver vencido ele rebate o pacote sem executar a instrução assinalada.

Cada estação executa somente uma instrução por vez. Isto implica que cada pacote de processamento refere-se a uma única instrução a ser executada.

A estação não usa qualquer tipo de armazenamento físico, nem de memória principal, registradores ou memórias secundárias. Toda e qualquer forma de armazenamento é virtual.

Comentários adicionais:

1)Armazenamento virtual de dados

2)Possibilidade de usar as propriedades da onda de raio infravermelho ou de radiofreqüência portadoras dos pacotes para reagir com algum meio e criar apresentações virtuais.

3)Utilização de satélites ao invés de computadores, utilizando um espaço infinito de armazenamento.

4)Estações enxutas