Lucas Augusto 

Resumo

A intervenção russa na guerra civil síria, virou os rumos do conflito e provocou o ressurgimento do espirito da guerra fria entre os governos americanos e o russos, para muitos o presidente russo Vladimir Putin é um salvador, para outros é um imperialista, os russos entraram na guerra com o objetivo de acabar com os grupos terroristas temendo que eles possam chegar em seu território, influenciar a população muçulmana da região da Chechênia e combater os grupos rebeldes que fazem oposição ao presidente Bashar al Assad, que é visto como ditador pelo Ocidente, mas que é um governante legítimo para uma parta da população síria e o governo russo. Mesmo com a suspeita de fracasso por parte americana, a intervenção russa está sendo bem sucedida, já que houve uma revolução em sua estratégia e doutrina militar. Palavras-chave: Guerra civil na Síria e intervenção russa.

Vendedor de rua em cidade movimentada Síria.

Introdução

Com a chegada da primavera árabe na Síria em 2011, mudanças no país seriam inevitáveis, aos olhos do Ocidente a mudança veio, mas não como esperado, o país mergulhou em uma guerra civil disputada por quatro facções, provocou a maior crise de refugiados do séc XXI e o presidente Bashar al Assad não só continua no poder, mas parece cada vez mais forte com ajuda de seus velhos aliados dos tempos de guerra fria, os russos, que com uma nova doutrina mais cautelosa e estratégica está provocando um verdeiro jogo de xadrez com proporções de guerra fria com os governos ocidentais e com seu velho rival, os Estados Unidos da América.

Intervenção russa e reações do Ocidente

30 de Setembro de 2015. Ocidente acorda assustado com a notícia do início das operações russas em território sírio, aquilo significava que o velho e temido urso dos tempos imperiais e soviéticos, acordou e agora não só provoca o Ocidente como garante a sobrevivência do regime de Assad, combatendo aos grupos terroristas e rebeldes armados e treinados pelos americanos. Nessa situação a coalização ocidental, anti Assad, não tem outra escolha a não ser dobrar sua ajuda a oposição síria e se submeter ainda mais a liderança e planos americanos, perder a Síria, significa um dos maiores desastres geopolíticos da história do Ocidente, nesse momento decisivo em que o petróleo é o combustível que move o mundo, perder influencia em um país chave no rico e disputado Oriente Médio, significa uma crise sem fim, pois os países árabes possuem uma cultura muito próxima, o que acontece em um determinado país acaba passando aos outros, a primavera árabe e o estado islâmico são exemplos claros disso. Em meio a esse jogo de xadrez que lembra os tempos da guerra fria, os americanos se perguntam, quanto tempo a intervenção do velho urso na Síria pode durar, tendo como exemplo a desastrosa invasão soviética no Afeganistão em 1979, em que o exército vermelho foi derrotado por grupos terroristas islâmicos, que se aproveitavam das montanhas e clima hostil do deserto afegão, para utilizar táticas de guerrilhas na sua vitoriosa campanha, vale lembrar que as condições de um confronto seja por contato direito de tropas russas ou por ataques aéreos utilizados no Afeganistão, não é muito diferente da realidade síria, logo percebe-se a cautela dos americanos, que tem suas dúvidas o que a presença russa pode se tornar hoje no Oriente Médio.

Conclusão

Se for analisada a atual geopolítica e doutrina militar russa, percebe-se que o governo russo, liderado pelo presidente Vladimir Putin aprendeu com o passado, percebe se a cautela dos russos em mandar um grande contingente de soldados a Síria, as operações russas hoje no Oriente médio, consistem em ataques aéreos aos alvos rebeldes e terroristas, a doutrina russa hoje não só aprendeu com o fracasso soviético no Afeganistão mas com as ações desastrosas da Otan e dos americanos no Iraque, que utilizavam forças terrestres.

A grande preocupação Ocidental com a presença russa na Síria é obviamente um concorrente ao imperialismo, coisa que os ocidentais fazem a séculos, mas como citado a cima, a doutrina russa sofreu mudanças, Vladimir Putin não quer ressuscitar a União Soviética ou muito menos o império dos czares das cinzas, obviamente o sucesso das operações russas na Síria iram levar o país a um grande prestigio e a hegemonia no Oriente Médio, mas precisa ser analisado que além de tudo isso os russos querem a paz, uma coisa que vai alem de qualquer ação imperialista, a maior preocupação do governo russo é com a população muçulmana que habita o sul da Rússia, na região da Chechênia, que possui um longo histórico de grupos com envolvimento com terrorismo e duas guerras civis com o governo, logo intervindo na Síria, se acaba com o mal pela raiz, visto que mais cedo ou mais tarde os grupos terroristas da Chechênia podem lutar na guerra civil Síria, se filiando ao estado islâmico por exemplo, e iniciar uma série de atentados contra o estado russo, logo as ações russas na Síria são uma questão de vida ou morte ao governo, mas que se forem bem sucedidas, irão levar o presidente Vladimir Putin ao patamar de maior estadista da atualidade e a Rússia a uma super potência, que não só tem condições de manter a paz em seus aliados mas de combater o terrorismo.

Bibliografia Consultada:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Interven%C3%A7%C3%A3o_russa_na_Guerra_Civil_S%C3%ADria

http://www.infoescola.com/historia/guerra-do-afeganistao-1979/

http://www.planobrazil.com/video-sem-fronteiras-a-presenca-russa-na-siria-e-a-mudanca-no-xadrez-politico-do-conflito/

http://www.bbc.com/news/world-middle-east-26116868

http://www.bbc.com/news/world-middle-east-34416519

https://en.wikipedia.org/wiki/Syrian_Civil_War