INTERVENÇÃO DO PSICÓLOGO E ENFERMEIRO EM CRECHES E PRÉ ESCOLAS Problema de Pesquisa Como o psicólogo e o enfermeiro atuam com intervenção em creches e pré escolas? Objetivo Geral Compreender como o psicólogo e o enfermeiro podem atuar para melhor desenvolvimento da creche pré escola. Objetivos Específicos  Entender como a enfermagem trabalha para melhor preparo da equipe de professores;  Compreender as estratégias do psicólogo no atendimento a pais e crianças ante o seu desenvolvimento;  Promover um espaço de discussão dentro da escola aos pais, alunos e professores a fim de analisar quais as dificuldades encontradas no espaço;  Contribuir para melhor preparo e motivação da equipe.  Contribuir para um trabalho multidisciplinar. Hipótese O papel do psicólogo escolar na educação infantil tem sido alvo de publicações, considerando que o desenvolvimento infantil pode ser favorecido, em um trabalho conjunto entre psicólogo e outros profissionais. Esse é o caso do estudo de Vokoy e Pedrosa (2005), que mostra um modelo de atuação do psicólogo fundamentado “no paradigma interdisciplinar, contextual e crítico” (p.95). A criança, a partir de quando ingressa em uma instituição infantil, passa a atuar em um novo contexto de desenvolvimento, que se forma nesse momento, apresentando características dos dois contextos: o da creche e o da família, de onde provém a criança da creche. Assim, faz-se relevante que ambos os contextos sejam considerados, no sentido de compreendê-los em conjunto. Justificativa O presente projeto abrange toda a necessidade da escola e da creche, pois atende a grande demanda que emerge no ambiente escolar, pais necessitados de ajuda, famílias desestruturadas, stress diário vivido pelos professores, auto índice de demissões, muitas vezes causadas por síndrome de Bournaut, dificuldades de relacionamento entre colaboradores, detecção de doenças fazendo a profilaxia, treinamento da equipe para primeiros socorros, controle de vacinas e levantamento da demanda. Metodologia Será utilizada inicialmente dinâmicas de grupo, para levantamento de demanda, atendimento a pais, alunos, professores e colaboradores. A finalidade da entrevista é deixar o entrevistado à vontade para que fale da situação vivida a A entrevista semi-estruturada combina perguntas abertas e fechadas, onde o informante tem a possibilidade de discorrer sobre o tema proposto. O pesquisador deve seguir um conjunto de questões previamente definidas, mas ele o faz em um contexto muito semelhante ao de uma conversa informal... Se deseja delimitar o volume das informações, obtendo assim um direcionamento maior para o tema, intervindo a fim de que os objetivos sejam alcançados. (BONI E QUARESMA, 2005, p. 75). O Psicólogo na Escola Pensar a atuação do psicólogo na escola nos leva a pensar a prática da psicologia como campo de saber e fazer, onde no passado e ainda hoje vemos o psicólogo escolar como mero educador, e as práticas em psicologia, curativistas e individualistas. É preciso lançar um novo olhar sobre a psicologia escolar, capaz de ver o significado de um sintoma oculto, aquilo que está latente, não percebendo apenas a queixa explicita. No dia-a-dia, queixas relacionadas ao comportamento de crianças, são constantes, porém, as ações utilizadas são geralmente excludentes, remetendo-se para fora da escola, como nos mostra (Aquino, 1996). p.40. Os relatos de professores testemunham que a questão disciplinar é, atualmente, uma das dificuldades fundamentais quanto ao trabalho escolar. Segundo eles, o ensino teria como um de seus obstáculos centrais a conduta desordenada dos alunos, traduzida em termos como: bagunça, tumulto, falta de limite, maus comportamentos, desrespeito as figuras de autoridade, etc. Pensar que as dificuldades escolares estão centralizadas em apenas um dado elemento, seja ele indisciplina ou desrespeito, seria limitar as possibilidades em psicologia; Partindo do pressuposto que as relações se dão num determinado contexto social, é necessário vislumbrar todas essas relações, fazendo uso de dois olhares: um sócio histórico e outro psicológico. Antigamente a educação trazia em seu contexto rigidez, era cheia de padrões a serem seguidos, as escolas apresentavam a sociedade normas e tinham um caráter conservador. Hoje com os avanços tecnológicos, os tempos mudaram e a educação é um exercício da cidadania, ela é um direito de todos. Porém neste discurso de indisciplina cabe ressaltar a importância de falar de algo que foi padronizado, ou seja, instituído. O comportamento dos alunos é direcionado a um padrão, um manual de boas condutas escolares, em uma sociedade em constante crescimento e mudança. A partir desta revisão bibliográfica percebemos que a queixa pode indicar o ingresso de um novo sujeito histórico, com outras demandas, possibilidades e valores. Segundo AQUINO, 1996 a gênese da indisciplina não residiria na figura do aluno, mas na rejeição operada por esta escola incapaz de administrar as novas formas de existência social concreta. P. 45. Seria então, um quadro de instabilidade, gerado pelo confronto desse novo sujeito em construção e velhas formas institucionais já cristalizadas. Esta pesquisa fará uso da psicologia institucional de Bleger, bem como da psicologia social que nos remete ao individuo em sua totalidade. A psicologia institucional se insere tanto na história das necessidades sociais como na história da psicologia e, dentro desta última, não se trata só de um campo de aplicação da psicologia, mas, sim fundamentalmente, de um campo de investigação; não há possibilidade de nenhuma tarefa profissional correta em psicologia se não é, ao mesmo tempo, uma investigação do que está ocorrendo e do que está se fazendo. (BLEGER, 1984, p.32). Para Bleger a psicologia institucional se encarrega de investigar os fenômenos humanos que se dão num dado campo ou setor da vida humana em relação à função, estrutura, dinâmica e objetivos da instituição. p.37. Sendo assim se trata de investigar todas as relações que permeiam o cotidiano da escola. Todavia, esta investigação não deve se dar em caráter individual, não nos interessa o aluno indisciplinado ou aluno problema e sim todo o contexto que abarca o conflito existente. Interessa-nos o estudo das relações em sua totalidade. Esperamos através de esta pesquisa ser-mos agentes de mudanças, para que determinada instituição em análise atinja seu pleno desenvolvimento, saúde e bem estar dos seres humanos. Consideramos que cabe ao psicólogo escolar contribui para explicitar os complexos processos sociais, históricos e culturais que constituem a produção de subjetividade que se estabelece nas relações do dia-a-dia escolar. Tais relações são constituídas no atravessamento de diversas dimensões da relação escolar, dimensões dos âmbitos pedagógico, institucional, cultural e político. (MACHADO E PROENÇA, 2003 IN MACHADOE SOUZA orgs. P.33). Considerando os aspectos da psicologia institucional não se pode tratar problemas, individualizando o contexto no qual ele se dá, e sim um olhar para o todo, considerando o contexto sócio-histórico. Analisar como o problema ocorreu e os fenômenos sociais que levaram o individuo a queixa-problema. Percebo que é necessária uma investigação profunda acerca da demanda levantada e uma transição do pensamento curativista, de curar os alunos problema, por um processo de psico-higiene que valoriza a promoção da saúde e integra a instituição. Penso que o psicólogo deva ter o papel da psico-higiene, ou seja, promovendo saúde e bem estar a população educacional, como cita BLEGER, 1984. Em todos os casos, o objetivo do psicólogo no campo institucional é um objetivo de psico-higiene: conseguir a melhor organização e as condições que tendem a promover saúde e bem estar dos integrantes da instituição. p.43. O Enfermeiro na Escola O Enfermeiro na escola tem sido uma prática comum nos países como Reino unido e EUA, contudo no Brasil essa prática ainda é inovadora e consiste no atendimento especializado do profissional Enfermeiro e da equipe de enfermagem que asseguram avanços em bem-estar e ganhos em qualidade de vida. Para o efeito, enfermeiros na escola facilitam as respostas positivas dos alunos ao seu desenvolvimento normal; promovem a saúde e segurança; intervêm em problemas de saúde reais e potenciais; prestam serviços de gestão de processos clínicos e colaboram ativamente com as outras entidades para o desenvolvimento da capacidade de adaptação e desenvolvimento saudável do aluno e família. O Enfermeiro ainda tem o papel de gestão de pessoas, fornecendo treinamentos de primeiros socorros, cuidados básicos e prevenção de infecção. O índice de obesidade infantil hoje é dentre vários outros problemas de saúde, o que causa muita preocupação futura. O Enfermeiro neste aspecto em particular, que desde sempre foram os principais responsáveis pelas temáticas de educação para a saúde, contribui significamente para a prevenção de doenças como diabetes mellitus, hipertensão arterial, dentre outras doenças, e desse modo a longo prazo teremos uma geração de mais saudável. As crianças em fase escolar estão vulneráveis a sofrerem alterações nutricionais, défcit em higiene oral e bucal, doenças infecto-contagiosas como parasitoses e DSTs e também são acometidas por problemas sociais como a gravidez precoce. De acordo com Brasil (2009), a desnutrição deve ser encarada como um problema de saúde pública, visto que a conseqüência dessa patologia pode trazer vários agravos à saúde do escolar. Por outro lado, de acordo com a Organização Mundial de Saúde a obesidade infantil vem aumentando no Brasil e no mundo e é caracterizada pelo aumento de massa gorda em relação a estatura, podendo acarretar inúmeras conseqüências para a vida do escolar. É importante destacar que em estudos realizados, adolescentes obesos aos 13 anos de idade têm maior chance de se tornar um adulto obeso. Essa proposta de assistência consiste em uma abordagem de enfermagem individual por meio da consulta de enfermagem e educação à saúde para crianças e adolescentes, sobre temáticas como crescimento e desenvolvimento, alimentação e orientação nutricional na infância e adolescência, prevenção de acidentes mais comuns na infância e adolescência, acompanhamento e orientação do calendário de vacinas, doenças mais comuns da infância e adolescência, higiene corporal e mental, sexualidade, alterações fisiológicas da adolescência, desenvolvimento e maturação sexual, prevenção da gravidez e das doenças transmissíveis. O desenvolvimento das atividades de saúde escolar deve levar em consideração a integralidade do cuidado e a integração individual/coletivo. A saúde deve ser considerada fruto de um processo contínuo de construção coletiva dos membros de uma sociedade. A criança, ao chegar a idade escolar, atingiu mais uma etapa de seu processo evolutivo, trazendo consigo o seu passado, suas origens e todo um conjunto de fenômenos que envolvem o seu crescimento e desenvolvimento. As ações de educação em saúde fornecidas pelo enfermeiro precisam estar vinculadas a realidade do grupo a que se destinam, considerando as variáveis que interferem na produção da doença, como alimentação, moradia, saneamento básico, meio ambiente, trabalho, renda, educação, transporte, lazer, e acesso aos bens e serviços essenciais. REFERÊNCIAS: AQUINO, J. G.; Indisciplina na Escola. 4ª edição. Editora Summus. São Paulo. 1996. p. 45. BLEGER, J. Psico Higiene e Psicologia Institucional. Trad. Emilia de Oliveira Diehl. Porto Alegre, Artes Médicas, 1984. BONI, V. QUARESMA J. S. Aprendendo a entrevistar: como fazer entrevistas em Ciências Sociais. Revista eletrônica Em Tese Vol. 2nº 1(3), janeiro – julho 2005, 75. Disponível em: http://www.emtese.ufsc.br acesso em: 06/10/2008. FOCESI, M.C. Creches. Relatório. São Paulo, 1991 GIL, A. C.; Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 4ª edição. São Paulo: Atlas, 2009. p.55. HERCKERT, A. L.; CORONA, C. R.; MANZINI, J.; MACHADO, R.; FARDIM,V. A escola como espaço de invenção. IN Clio-psyché hoje: fazeres e dizeres psi na história do Brasil. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2001, p. 239. KAKEHASHI, S. Avaliação de Alguns Aspectos do Desenvolvimento Motor Grosso e Fino, Adaptativo, Pessoal Social e de Linguagem das Crianças de 2 a 6 Anos de Idade da Creche "Maria Aparecida Carlini", Jardim Sabiá, São Paulo, SP, 1987. Dissertação apresentada à Escola Paulista de Medicina, para obtenção do grau de Mestre. São Paulo, 1990. MACHADO, A. M.; PROENÇA, M. (orgs). Psicologia Escolar: Em Busca de Novos Rumos. São Paulo: Casa do psicólogo, 2004. p. 33. MOTTA, M.A. A creche: uma instituição a procura de identidade Rev. Cresc. Desenv. Humano. São Paulo, 6(1/2), 14-18, 1996. . ANEXO A TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Concordo em participar da pesquisa abaixo discriminada, nos seguintes termos: Pesquisa: A importância do psicólogo e do enfermeiro no espaço Escolar Responsável: Juliana Sampaio Lóss e Fabiola Marianelli Loss Nascimento Orientadora: Professora Mestre Cíntia R. Corona. Esta pesquisa está sendo orientada pela Professora Cíntia Corona - que visa compreender a importância do psicólogo no espaço escolar. Serão realizadas entrevistas com funcionários da escola, e enviados questionários aos pais de alunos . Estas entrevistas serão realizadas pelos responsáveis acima mencionados, com duração média de uma hora. Fica assegurado o anonimato dos participantes. Os resultados da pesquisa serão divulgados por meio de artigo científico, através de participação em congressos e publicações de artigos em periódicos especializados, contribuindo para a compreensão da Psicologia no âmbito escolar. Espera-se que os resultados possam gerar conhecimento sobre a atuação do psicólogo na escola. Nome: __________________________________________________________________ RG: _____________________________Órgão Emissor: __________ Estando assim de acordo, assinam o presente termo de compromisso em duas vias. ____________________________________________________ Participante _____________________________________________________ Juliana Sampaio Lóss ______________________________________________________ Fabiola Marianelli Lóss Nascimento ANEXO – B Roteiro de Entrevista ao quadro de funcionários da escola BLOCO A - Dados Pessoais: - Idade: - escolaridade: - Profissão: - Estado Civil: - Filhos: - Há quanto tempo trabalha nesta escola? - Quantas vezes por semana? Quantas horas? - Qual a sua função? BLOCO B – Satisfação com a profissão - Qual a importância você atribui as suas atividades desenvolvidas aqui na escola? - O que você acha que poderia ser melhor para o seu desenvolvimento profissional? BLOCO C – Alunos - Como você classifica seus alunos? Bons, rebeldes, mimados? - O que você acha que tem influenciado o aprendizado na escola e o rendimento escolar? - Como é seu relacionamento com seus alunos e pais de alunos? - Você já solicitou que algum aluno procurasse apoio psicológico? Como foi? BLOCO D – Expectativas - Para você, qual a importância de se ter um psicólogo e um enfermeiro atuando na escola? - Como você se sentiria se aqui ( nome da escola) tivesse um psicólogo e um enfermeiro atuante? - Qual a sua sugestão para melhorar os conflitos existentes entre pais, alunos e professores. - Como Você classifica a escola e os funcionários - O que você acha que poderia ser melhor Anexo C QUESTIONÁRIO AOS PAIS DE ALUNOS MATRICULADOS Nome do aluno: Carga horária do aluno na escola ou Creche: Nome do Responsável: Profissão do Pai: Profissão da Mãe: Endereço: - Qual a importância você atribui as suas atividades desenvolvidas aqui na escola? Como Você classifica a escola e os funcionários? - Como é seu relacionamento com a escola e a direção? - Para você, qual a importância de se ter um psicólogo e um enfermeiro atuando na escola? - Como você se sentiria se aqui ( nome da escola) tivesse um psicólogo e um enfermeiro atuante? - Qual a sua sugestão para melhorar os conflitos existentes entre pais, alunos e professores?. - Como Você classifica a escola e os funcionários? - O que você acha que poderia ser melhor? O que você acha que influencia o desenvolvimento do seu filho na escola? Deixe aqui sua mensagem, sugestões ou elogio: