O USO DA LEITURA NA INTERTEXTUALIDADE DE TIRINHAS E IMAGENS, UMA ANÁLISE DE INTERPRETAÇÃO DE SEUS LEITORES


Marivaldo Lima do Nascimento1

RESUMO: Neste trabalho procuramos mostrar a importância da leitura e como aplicá-la para obter conhecimentos para interpretar a intertextualidade em certos tipos e gêneros textuais, não só a escrita como também a visual, buscamos de uma forma sucinta elaborar questões, onde podemos mostrar a utilidade do gênero textual tirinhas, que são utilizadas nos jornais, revistas e hoje com uma proposta bem abrangente nos livros didáticos. Na maioria das vezes a proposta da produção de tirinhas é fazer com que o senso crítico do leitor se volte para intencionalidade do texto, ou seja, para uma melhor compreensão do que está ao seu redor, claro que em muitas vezes essa compreensão não será de fácil aquisição, pois devemos considerar que cada conhecimento de mundo de um indivíduo, diferencia-se do outro, de modo que elas estão presentes em todas as "épocas" de nossa história, e, por isso mesmo, devemos interpretá-las, contando muito com o conhecimento de mundo exercido por cada um desses leitores.
PALAVRAS CHAVES: Compreensão. Leitura. Tirinhas.

1 ? Introdução
Percebemos que a compreensão de certas leituras nem sempre vêm a contento para o bom entendimento, mesmo aquelas leituras que são de fácil acesso, pois para que seja feito qualquer leitura é claro que a primeira observação a ser feita é o conhecimento do código, ou seja, saber ler, mas quando falamos em ler é saber realmente decodificar e compreender o que está sendo lido naquele momento e não uma leitura funcional, onde o receptor do enunciado apenas corre os olhos em linha horizontal com o intuito apenas de vencer as carreiras escritas.
"o individuo só terá essa compreensão, entendimento do que está sendo posto em evidência, se recorrer aos seus conhecimentos prévios, pois sem essas informações não será nada fácil essa compreensão, nesse caso o sentido mostrado pelo autor de nada influenciará para esse leitor, pois sua leitura será meramente condicional." (KOCH, 2010)


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1 Acadêmico do 6º bloco, curso de Letras Português, Universidade Estadual do Piauí - UESPI
Essa colocação feita pela autora tem seus motivos, pois é uma defensora de que a interpretação dependerá muito do conhecimento de mundo do leitor. Pois um texto não é apenas composto de fragmentos gramaticais ou linguísticos, o leitor terá que necessariamente se dispor de uma gama de estratégias para principalmente da cognitiva para interpretar cada enunciado proposto durante as leituras, pois nem sempre tudo aquilo que está escrito, muitas vezes a leitura é feita por meio de subjetividade, coisa nata e individual de cada ser. Mesmo o indivíduo tendo um vasto conhecimento, poderá ocorrer momentos que seus conhecimentos não venham contribuir para uma leitura instantânea, isto é, de imediato, podendo ser compreendida após um esforço, uma busca mais minuciosa de seus dados internalizados.
As tirinhas foram criadas bem antes das publicações famosas, embora tenha havido experiências anteriores, o começo oficial das histórias em quadrinhos, segundo Marny (1970), foi The Yellow Kid, criação de Richard Felton Outcault, publicado em 1895 no jornal sensacionalista New York World, com a incursão de texto naquele formato que viria a ser o balão. Daí pra frente apareceram vários cartunistas que a seu modo começaram a implementar seus personagens e com o passar dos anos começaria ali uma nova etapa de comunicação, onde se podia criticar, elogiar, solicitar uma busca de direitos, protestar de uma forma mais brusca, ou seja, é possível demonstrar a todo instante um sentimento individual ou coletivo, e com o interesse dos leitores por essa nova narrativa, claro aumentou o consumo de jornais e consequentemente a disseminação do gênero, que lhe colocava em contato com todas as redes sociais e o possível entendimento de certos dissabores da vida. No campo do capitalismo e consumismo sem controle é muito claro às vezes, nos depararmos com imagens que nos remetem a uma reflexão, daí temos que fazer algumas inferências para podermos compreender a mensagem, isso é usado muito nos dias de hoje pelos anunciantes de produtos de grandes escalas (comidas, roupas, carros, perfumes, filmes etc..), essa mesma inferência devemos fazer com as tiras. Basta imaginar a situação em que se vive naquele momento ou em situações passadas. A interatividade das tirinhas é tamanha, quando nos remete a uma dimensão nunca antes imaginada ou falada, como os fatos que marcaram a época da ditadura em nosso País, pois a todo instantes nos deparamos com implícitos nas tirinhas que nos leva diretamente a era das proibições. Não esquecendo que a mensagem das tirinhas é muito econômica e rápida, pois exige uma dinamicidade muito grande entre ela e o leitor.
02 ? Pretensão do autor
Como toda produção tem um destinatário, fica bem claro que quando um autor produz um texto, seja ele em que estância for certamente é dirigido a alguém ou a um público seleto, sendo que isso não quer dizer que nem tudo que se escreve irá ser lido ou não. Mas na concepção do autor aquela mensagem irá para um destinatário específico, ou seja, ele tem a certeza que sua nota será lida e após essa leitura surgirão algumas indagações.
Claro que nem sempre sua leitura será exclusiva a um público, de certa maneira o texto produzido pode adentrar outras esferas fora do cotidiano, onde essa oferta funcionará como um medidor de opiniões, mesmo pessoas que não são acostumadas com aquela leitura, farão uma pausa e pensar: será mesmo que eu posso prosseguir ou não com essa nova concepção de leituras, isso aproximando aquele leitor ou mantendo seu ponto de vista anterior em relação às mesmas. A língua como representação do pensamento corresponde ao indivíduo e suas concepções e de suas ações, onde ele exterioriza suas ideias e requer o mesmo pensamento de quem o ler (Koch, 2010). Claro que isso fica a critério de cada pessoa, não existe uma regra que possa garantir que todos tenham o mesmo pensamento ou a mesma concepção de análise.

03 ? O ATO DE LER
Para muitos estudiosos, o bom leitor e bom produtor de texto, é uma pessoa munida de muitos conhecimentos, visto que quanto mais se ler, mais se aprende, mas para que tudo isso possa acontecer é preciso, em primeiro lugar que nos apropriemos do código escrito, claro que esse processo é contínuo e às vezes complicado. Pois além de aprender a lidar com os códigos é preciso acima de tudo começar a ter um ponto de vista e de entendimento, porque daí em diante é preciso ler e entender a mensagem proposta pelo autor de qualquer texto, seja ele qual for, implícito ou explicito.
O processo de aprendizagem começa muito cedo, hoje as crianças iniciam seus estudos, claro que nas séries iniciais se usa muito o lúdico para que a criança entre em contado com o mundo escolar aos poucos, mas isso logo toma outro rumo, quando se começa a introduzir o mundo das letras, a partir dessa fase o professor tem a missão de construir dali em diante uma pessoa letrada, "crítica" e que tenha espaço garantido por todas essas atribuições.
Não é uma tarefa fácil, nem se faz da noite para o dia, portanto, toda a atenção dispensada à leitura é da maior importância, ela deve ser tratada como um fim em si mesma. A leitura é tão indispensável no aprendizado que ela merece um status próprio nos planejamentos escolares. Eles devem conter se possível, reserva de no mínimo uma aula por semana para a prática de leitura, sem nota. Ela por si já e um trabalho de fixação. Portanto quanto mais atenção se dê a leitura nas séries iniciais, mais resultados se alcançarão durante toda a vida estudantil desse aluno, onde a intenção é fazer com que ele leia mais, claro que quanto mais se busca informações nas leitura, sua contextualização e visão de mundo aumentarão.
"A leitura amplia e integra os conhecimentos, desonerando a memória, abrindo cada vez mais os horizontes do saber, enriquecendo vocabulário e a facilidade da comunicação, disciplinando a mente e alargando a consciência pelo contato com formas e ângulos diferentes sobre os quais os mesmos problemas podem ser considerados. Quem lê constrói sua própria ciência; quem não lê memoriza elementos de um todo que não se atingiu (...). É preciso ler, ler muito, ler bem." (RUIZ, 2006, p.35)

Com se vê, o habito de leitura possibilita o desenvolvimento do indivíduo e das funções da sociedade. Portanto a compreensão do que se lê não é apenas um ato racional, porque a leitura é um processo contínuo de atribuições de significados. Para se desenvolver como um indivíduo crítico e necessário poder escolher o que se quer ler, e para que ler e conseqüentemente procurar fazer suas próprias descobertas, elaborar, criticar e divulgar o conhecimento
Neste sentido a leitura é entendida como a atividade de captação das idéias do autor, levando em conta as experiências e os conhecimentos do leitor. Por isso falamos novamente que tudo que envolve a leitura é o poder ver a língua como uma estrutura ou como código. Nessa concepção, o texto é visto como simples produto de codificação e decodificação de um emissor a ser decodificado pelo leitor/ouvinte, bastando a este, para tanto o conhecimento do código utilizado, mas o mais importante é na realidade é o seu sentido real, ou seja, a sua significação, pois todo texto é produzido para ser lido e entendido.

"A leitura não tem como finalidade à memorização, mas a compreensão e a crítica, única forma do sujeito construir seu próprio texto, ampliar seus horizontes e dos outros com os quais compartilhará suas descobertas. A compreensão não é um processo puramente racional, mas depende de um envolvimento emocional do leitor" (SILVA, 2002,p.26)
A escola deve dispor assim de uma biblioteca na qual os alunos possam pegar livros emprestados para leitura em casa (sem objetivo da avaliação pelo professor), ou ainda melhor seria se as escolas fossem dotadas de minibibliotecas em cada sala de aula, que permite o acesso aos livros mais próximos de suas atividades. Assim a organização de sessões de leitura livre em que cada estudante escolhe seu livro, depois cada um fala sobre o que leu para o resto da classe, tornar-se-ia possível e serviria como uma bela troca de conhecimentos (as atividades não devem ser impostas, mas serem sugeridas, discutidas e posteriormente dirigidas pele educador/facilitador do aprendizado).
A partir daí sim, já pode ser possível formar alunos em pessoas pensantes, ou seja, formadores de opiniões, pois de posse desse conhecimento, podem começar a fazer inferências dos textos lidos ou em imagens analisadas, assim compreendendo a afirmação intencionalidade do autor ao escrever algo, que possa ser entendido pelo interlocutor/ leitor, assim atendendo ao direcionamento do enunciado, e tendo a certeza de uma compreensão adequada ao que foi proposto na produção analisada, mas por outro lado esse mesmo aluno deverá portar a outra ferramenta que é a aceitabilidade, onde é vista como o outro lado da interação autor/leitor, pois de posse dessa condição, irá fazer uma retomada no seu léxico gramatical ou de vivências para poder fazer a inferência correta em sua leitura. (ANTUNES, 2009).

04 ? AS ENTRELINHAS
A intertextualidade pode ser vista de várias maneiras, as mais recorrentes são as implícitas e explícitas. Sendo que essas demonstram sempre a intenção do autor para com seu público, ora para brincar, protestar ou até mesmo para mostrar seu ponto de vista individual em vista de algo que não esteja lhe agradando. Mas normalmente se nota um pouco de sarcasmo nas entrelinhas proposto por vários autores.
Segundo Ximenes (2000), o significado de entrelinha seria (entre posição intermediaria + linhas) sf. 1. Espaço entre duas linhas. 2 o que ser escreve nesse espaço. 3. Fig. Comentário. Pl. 4. Sentido implícito. Assim como podemos afirmar que é algo que não está exatamente dito no texto, é algo que o texto diz sem realmente mostrar, a pessoa tem que pensar sobre o texto para descobrir. Esse jogo de inferências é mais uma forma de o autor brincar com o grau de leitura em que se encontra o seu leitor, pois é nessa hora que entra a astúcia de quem produz qualquer meio comunicativo, onde possa demonstrar a sua intenção.
Segundo Koch a produção de um novo texto é a certeza de que a criação é recorrente de outra produção, ou seja, de alguma forma essa nova produção é uma nova roupagem dada à antiga, claro que com uma melhora, pois esse é o traço do autor. E ainda concluído o pensamento da autora, produtor desse deixa pistas que ao entrarmos em contado com esses textos é fácil o entendimento, pois os sinais podem ser claros ou implícitos.
05 - AS TIRAS
As tiras de quadrinhos são histórias curtas com começo, meio e fim, em geral com personagens fixos criados pelo autor. Unindo desenhos e textos, as tiras contam variados tipos de histórias: de humor, de ação, heroísmo e outros. Elas originaram as histórias em quadrinhos (HQs), pois estas são uma evolução das tiras. Antigamente, eram em formas de tiras que se publicavam as histórias em quadrinhos nos jornais. Como foram ganhando mais espaço, puderam ser produzidas em sequências mais longas, a permanência do gênero tirinha é uma grande ferramenta utilizados por muitos professores em salas de aulas, mostrando a importância do uso desse gênero diariamente encontrados no meio de comunicação e informação ainda muito utilizado, que é o Jornal, existem algumas escolas, aqui mesmo em nossa cidade que mantém assinaturas diárias com jornais regionais, com o fim do interesse dos alunos em buscar gosto pela leitura, não só pelas tiras e sim pelo conteúdo total dos jornais.
Procuramos mostrar a partir de alguns exemplos de interpretação de tiras como é possível fazer a intertextualidade das tirinhas se torna importante para que possamos conscientizar o aluno a entender a mensagem e diante dessa compreensão procurar se colocar diante do enunciado, mostrando seu ponto de vista e até onde ele é conhecedor dessa realidade, pois nem sempre como já foi citado por várias vezes dentro desse texto, ele é obrigado a já ter esse conhecimento para fazer tal inferência.

Figura 01
É muito claro o caos do transporte público em nosso país, diante desse problema, na mesma cena o autor coloca outra mazela para quem depende desse serviço público, que é o assédio sexual, onde existem muitos aproveitadores que por notarem em grande número mulheres que transitam nesses veículos e na maioria das vezes sozinha, muitas vezes são vítimas desse crime dentro desses tipos de transportes de serviços públicos. 1) deixa bem claro o ambiente em que se encontram as personagens do texto, é evidente que estão em um tipo qualquer de transporte, daí o aluno poderia inferir o seguinte; eles estão dentro de um ônibus, trem, metrô ou até mesmo em um avião; 2) na mesma imagem já é claro a falta de superlotação, pois o correto é o transporte está cheio de passageiros; 3) já que existem tantos lugares vagos, por que as personagens não estão sentados? 4) é claro a presença de um homem atrás de uma mulher, onde ele relata "transporte público é uma vergonha, todo mundo se espremendo né?" , fica bem claro o deboche feito pelo homem falando ao ouvido da mulher. 5) a reação da mulher é simplesmente de ficar calada e fazer uma cara de tristeza.
Reiterando as possibilidades de interpretação dos alunos, pois a análise feita acima é de cunho do autor, onde ele apela para as autoridades em prol de duas realidades que estão muito longe de serem sanadas. Primeiro o transporte público que cada dia fica mais sem crédito em nosso país, a correria é grande e, principalmente nos grandes centros, é a principal via de acesso dos trabalhadores que depende desse serviços, hoje são criados vários tipos de convênios de empresas de transportes com firmas, fábricas, afim de manterem esse público cativo, preso a essas empresas através dos vales transportes, direito adquirido pelo trabalhador. Ao mesmo tempo vem à tona outra problemática que é o assédio sexual, que já é comum dentro desses transportes, onde a falta de respeito predomina, e por ser mulher normalmente não existe uma revanche até por medo de alguma retaliação por ser mulher.
É nesse momento que o professor deverá averiguar se seu aluno realmente tem essa concepção de análise, pois de acordo com seus relatos, poderá ser feito uma espécie de coleta de fragmentos daqui e dali, como por exemplo, por que o transporte só tem dois passageiros? Por que tem tantos assentos vazios e os dois estão em pé? Por que o homem está inclinado um pouco para frente, mesmo estando atrás da mulher? Por que a mulher esta com cara triste? Por que o homem esta de verde e a mulher de vermelho?
Essas seriam algumas possíveis indagações feitas pelos alunos, então de posse desses dados o professor deveria fazer um raio x de sua turma para saber até onde o potencial de leitores proficientes ele pode contar em sua sala.

06 - AS IMAGENS
As imagens comumentes vistas em todos os locais possíveis que possamos imaginar, estão presentes a todo instante no cotidiano de cada um de nós, vejamos os Out Door de nossas cidades, as folhas de anúncios em revistas, um novo cartaz para indicar a moda do momento. Enfim são essas as utilidades das imagens, pois mesmo não tendo um conhecimento linguístico adequado é muito mais fácil chegar ao consumidor com uma imagem do que com anúncio falado (spot), pois o efeito visual é muito forte e chama muito mais atenção no ato da visualização. Vejamos algumas imagens que mostram uma indignação de quem usa os serviços públicos, mas também olhando pelo outro lado, uma forma de fazer política de maneira incorreta. Essas são as visões deixadas pelas imagens, à forma de interpretação fica a critério de cada um.
Segundo Koch A pluralidade de leituras e de sentidos pode ser maior ou menor dependendo do texto ou imagem do modo como foi constituído, do que foi explicitamente revelado e do que foi implicitamente sugerido, por um lado; da ativação, por parte do leitor, de conhecimentos de natureza diversa e de sua atitude cooperativa perante o texto.

Figura 02
Fica bem claro que as imagens mostram um protesto, não se pode afirmar de onde partiu, mas só de imaginar já se criam vários sentidos à mensagem, analisando pelo lado racional da coisa no 1) o apelo é feito no âmbito da saúde, pois o enunciado é em cima das necessidades voltadas para a saúde. 2) novamente surge a necessidade de protestar, dessa vez a pasta é a educação, onde o que está em cheque é a carga horária dos professores, pois o mínimo de horas trabalhadas por um professor deve ser em torno de quarenta horas semanais, e qual o horário de trabalho de um vereador? 3) agora fica bem claro que o apelo é em cima dos salários, onde existe uma discrepância muito grande dos proventos de uma vereador para um trabalhador comum, desde um trabalhador comum, digamos um assalariado como de uma pessoa que tem uma influencia direta na educação de todos o professor. O que fica bem claro é que em todos os três out door, a frase mantida em evidencia é "NÃO PRECISAMOS DE MAIS VEREADORES". Esse apelo é em cima do que está acontecendo naquela localidade, pois, o salário edil já vale por muitos profissionais e por isso mesmo não é importante deixar de pagar corretamente um trabalhador honesto ou manter repartições públicas bem estruturadas ( Ubs?s, Hospitais, Escolas), para elaborar projetos para inclusão de mais vereadores.
Essa imagem mostra a indignação de um grupo de pessoas com a real situação de momento, pois com certeza as imagens foram criadas para chamar a atenção da população e mantê-la informada do que está acontecendo. Evidentemente quem elaborou as imagens tem um grande conhecimento de causa, pois buscou informações precisas e incisivas, onde a crítica ficou bem clara à intenção do autor, é fazer com que o leitor leia, olhe e faça suas inferências, pois o leitor tem essa consciência devido ao que está afetando o meio ou rede social de onde eles vivem autor e interlocutor. Não muito distante dessa proposta veremos agora uma analogia de um anúncio de cerveja, montado em cima de uma produção artística de um grande artista.


Figura 03

Na figura original para quem já tem um conhecimento de obras de arte é comum denotar o valor das artes plásticas, pois a pintura Dali representa o surrealismo em seu ápice, o pintor tenta colocar na obra a questão do tempo envolvendo outras figuras de linguagem que correspondem ao mesmo tempo, já na época não era notado a problemática do aquecimento global, sendo assim hoje essa obra seria considerada contemporânea por alguns outros motivos, mas a principal intenção do autor era brincar com o erotismo, pois mostra claramente partes fixas (duras) e outras maleáveis (moles), fazendo assim uma analogia do ato, a necessidade das duas situações. Podendo enfatizar a presença da teoria freudiana em suas obras, pois a todo instante existe a co-atuação do produtor em suas criações, ou seja, suas segundas intenções, que seria as pistas para a aceitabilidade do leitor.
No mesmo instante, a segunda imagem faz uma alusão, à obra citada e à lembrança do nome Dali. Claro essa inferência seria feito por uma pessoa que realmente tivesse tido esse contado, pois a intertextualidade acima é implícita, pois denota um pouco pistas remotas e com isso fazendo o interlocutor ativar seus conhecimentos prévios. Se fôssemos levar em consideração a imagem hoje, veríamos um novo sentido, atualmente se usa muito a questão ecológica, saúde a todo custo e acima de tudo a diversão o bem estar. Mesmo assim a produção feita em cima da obra de Dali mostra a preocupação da apelação sexual, onde mostra uma mulher com trajes de praia, exibindo suas protuberâncias, isto é, a apelação do produtor é mesmo a sexual, pois é um anúncio de cerveja, e note que tudo ao redor da mulher parece está derretendo como na obra prima de Dali, apenas a cerveja e a mulher se mantém intacta, para fazer esse reconhecimento o interlocutor novamente ira fazer uma busca para entender o sentido ou comparação. O que deve ser levado em consideração é a proposta do anúncio que é a do consumo, muitas vezes a lembrança daquela propaganda, garante a compra do produto, somente por lembrar uma mulher linda e um sol escaldante.
Nesse aspecto fica claro que em intertextualidade implícita o autor não deixa traços claros e sim alusivos, que denotem uma montagem em cima de outra produção anterior, onde a explicita é vista com outra proposta: a de dar nomes ou marcas que denotem a autoria ou parceira direta, ou seja, a comunhão de informações com outro autor. Essas marcas geralmente vêm com traços bem fortes, em determinados momentos aparecem até mesmo com o nome do autor.

07 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Todo texto tem suas particularidades, que isso fique bem claro. A intenção desse trabalho é mostrar que através da leitura, que é a ferramenta básica para decodificação do código para decifrar determinadas informações que nem sempre vem explícitas em textos ou imagens, para tal é preciso a participação do professor, para indicar os meios práticos para a aquisição dessa técnica de leitura e observação mais apurada desses tipos de textos. A tirinha é um sinal de que estão sendo usadas para ajudar os alunos a começarem a fazer essas inferências natas de cada um. Sendo assim, a aplicação de outras imagens que são analisadas com a mesma intensidade. A proposta da intertextualidade é de formar alunos críticos e mais lúcidos ao fazerem suas leituras e análises de imagens. Por outro lado, o incentivo à leitura será constante, pois na linha que se segue é claro o objetivo da prática, pois quando mais se adquire leituras o conhecimento fica mais abrangente, fazendo assim capaz de deduzir com mais facilidades essas entrelinhas encontradas a todo instante em nossa frente.




08 - REFERÊNCIAS
BAKHTIN, Mikhail M. Estética da criação verbal. São Paulo: Marins Fontes, 1994.
KOCH, Ingedore G. Villaça. Desvendando os segredos do texto. São Paulo: Cortez, 2002.
KOCH, Ingedore G. Villaça ; ELIAS, Vanda Maria, Ler e compreender: os sentidos do texto. 3 ed, 3ª reimpressão, São Paulo: Contexto, 2010.
MAROTE, João Teodoro D?olim; FERRO, Gláucia D?olim Moreto. Didática da língua portuguesa. 11ª ed. São Paulo ? SP: Ática, 2002.
MARTINS, Maria Helena. O que é leitura. 19ª ed, São Paulo: Brasiliense, 2005.
MENEZES, Luis Carlos de, A língua em todas as disciplinas. Nova Escola, São Paulo-SP, ano XXIV, p. 90, abr. 2009.
NOVA ESCOLA, Edição especial: Parâmetros curriculares nacionais de 5ª a 8ª série. PCN. São Paulo-SP, 200.
SILVA, Ezequiel Theodoro da. O ato de ler: fundamentos psicológicos para uma nova pedagogia da leitura. 10 ed. São Paulo: Cortez, 2005.
RUIZ, João Álvaro. Metodologia cientifica: guia para eficiência nos estudos. 6ª ed. São Paulo: Atlas, 2006.
VIANNA NETO, José Alves. A importância do processo de desenvolvimento da leitura. Parnaíba, 2007. 46 f. Monografia (graduação em pedagogia). Gestão e docência escolar. Universidade Estadual do Piauí, Parnaíba, 2007.
Disponivel em http://pt.wikipedia.org/wiki/Joe_Shuster <acessada em 29/06/2011>
Disponilel em http://tirinhas.net/tirinhas-engracadas/tirinha<acessada em 30/06/2001>
Disponivel: em http://pt.shvoong.com/humanities/arts// <acessado em 01/07/2011>
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