INTERNETÊS: ACEITAÇÃO OU EXCLUSÃO NAS AULAS DE LÍNGUA PORTUGUESA?

 

Anne Kellyn Henchen

Rita de Cássia A. de Souza[1]

 

RESUMO           

Estamos em uma era cuja informação é alcançada em poucos segundos com o auxílio de apenas um clique: a era da internet. Praticamente todos nós estamos inseridos nesse contexto cibernético e com nossos educandos não seria diferente: estão tão ou mais conectados que nós, docentes. O “problema” é quando esses alunos resolvem escrever  textos em uma linguagem  inédita:  o internetês. Daí podem surgir dúvidas: Devemos anular a produção textual do aluno, pedindo para refazerem  o texto? Devemos aproveitar a ideia geral e eliminar as palavras “erradas” ou orientá-los da melhor forma de como aproveitar o internetês em outras situações do cotidiano? A palavra que mais responde a essas perguntas chama-se flexibilidade. Neste trabalho veremos as regras dessa linguagem digital, como ela funciona e modifica a língua que conhecemos, além de analisarmos as mudanças de como a própria língua nativa sofre no decorrer do tempo. E, por último, como nos adaptarmos a essa situação. Para o desenvolvimento do trabalho foram pesquisados os PCN (Parâmetros Curriculares Nacionais), fóruns de discussões no site da CECIERJ: Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do RJ e levantamento bibliográfico com o auxílio de livros, revistas e sites de internet.

 

Palavras- chave: Internet. Linguagem digital. Adequação.

 

1.INTRODUÇÃO   

            Até algum tempo atrás, os materiais pedagógicos do professor não passavam de giz, lousa, apagador, diário de classe e livro didático. Entretanto, com o advento da tecnologia, esses materiais correm o risco de daqui a 20 anos serem artigos obsoletos, haja vista a quantidade de recursos midiáticos presente na sociedade.

            Nesse sentido, a internet surge como uma inovação que aproxima os jovens, contudo assusta os mais velhos que não estão habituados a lidar com essa nova modalidade de interação online.

Sabemos que os discentes estão “plugados” nessa realidade virtual: alteram seu modo de ver, de sentir o mundo; interagem com um novo tipo de comunicação e alteram palavras, escrevendo em uma linguagem reduzida e abreviada, cheia de desenhos (caracteres, emoticons que simulam expressões faciais), distanciando-se da norma padrão.

Ao aceitarmos a ideia de que devemos nos inclinar ao educando para que sua aprendizagem seja satisfatória, devemos nos adequar a essa nova realidade a fim de que nos aproximemos do alunado, pois apesar de a escrita deles ser diferente, não há como negar que os jovens estão lendo e escrevendo cada vez mais graças à internet. E isso é um feito extraordinário, pois antes da internet, muitos jovens reclamavam sobre leitura e diziam não gostar de escrever. Hoje, para eles serem aceitos socialmente e participarem das relações virtuais, é praticamente obrigatório “lançar os dedos no teclado” e escrever sobre tudo: o mundo em que vivem, sobre sua vida, seus gostos, suas preferências.  Nesse sentido, devemos fazer como os antropofágicos na Semana da Arte Moderna[2], ocorrida em 1922: “absorver” o que a internet nos oferece e “transformá-la” em um recurso que amplie a competência discursiva dos alunos, refletindo porém, nas alterações  que a internet traz para a escrita e de como nos adequá-la nas mais variadas situações do cotidiano.

2. A INTERNET E O DISCURSO ELETRÔNICO: MODIFICAÇÃO DA LINGUA ESCRITA ATRAVÉS DA INTERNET.

 

            A internet conforme conhecemos atualmente surgiu na década de 90, revolucionando as interações sociais como nunca se viu antes.

            Através dela, pessoas de diferentes regiões geográficas se conhecem e se relacionam; notícias são lançadas em primeira mão; com apenas uma palavra digitada em um site de busca nos é oferecido dezenas, centenas e até milhares de sites para serem clicados como, por exemplo, a palavra “professor” (579.000.000 resultados); jogos e arquivos para serem baixados e outros recursos digitais.

            Além disso, a internet está ao alcance de todas as camadas sociais e faixas etárias; não é elitizante e sim popular: um meio de comunicação como o telefone celular ou televisão, por exemplo. Quem não tiver um computador com acesso a um provedor para obter a internet, basta ir a uma lan house ou a um cyber café: lugares onde as pessoas pagam o serviço de internet a um preço acessível, geralmente por hora utilizada.

            Podemos então afirmar que a internet é extremamente democrática por ser um meio de comunicação rápido, prático e que facilita a comunicação entre pessoas do mundo inteiro.

            Essa comunicação realizada em ambientes virtuais (chats) caracteriza-se por trocas de mensagens online, realizadas de uma maneira instantânea, como se estivessem em uma conversa real, face a face com o seu interlocutor. Essas trocas de mensagens e sua maneira peculiar de escrever fazem parte do discurso eletrônico.

            Discurso eletrônico é uma linguagem espontânea aproximada da oralidade cuja função é interagir com um interlocutor em um ambiente virtual. É um misto de língua oral e língua escrita, ou seja, uma fala por escrito.

            Subentendendo que as conversas online entre duas ou mais pessoas sejam em tempo real, porém em espaços distintos, como ocorre em salas de bate papos ( chats), MSN ( Messenger) e outros aplicativos, a necessidade de se fazer presente leva o usuário a transferir traços da oralidade para a escrita, seja para dar agilidade ao discurso ou simplificar a escrita para manter o diálogo coloquial, culminando em uma escrita   reduzida, com abreviações, uso de oração simples e uso de “desenhos” ( caracteres e emoticons)[3].

            A seguir, veremos as principais características de uma escrita proveniente da internet, o chamado “internetês”:

● Abreviações: Representam ações e linguagem corporal, tais como lol ( laught out loud) que em português seria: rindo muito alto.

 

● Redução de palavras: São palavras reduzidas de forma a encurtar a mensagem:

Ex: Você (vc); beijos (bjos);, muito ( mto); um ( 1); porque ( pq), até mais ( t +); Expressão Ave Maria ( aff), tchau ( xau), embora ( bora), risos ( rs); também ( tb).

 

● Transcrição da vocalização: Quando há uma tentativa de reproduzir sensações da oralidade para a escrita:

Ex: hehehehehe, hahahahha,  ( rindo); hum... (a pessoa está pensando ou concordando)

 

● Repetição de pontuação: É usado como recurso de ênfase para chamar a atenção do interlocutor:

Ex: Que saudades!!!!!!!                                                           Hello!!!!!!!!

 Cadê vc????????                                                                   Oba!!!!!!!!!!!!!!!!

 

● Supressão de acentos gráficos: É o que mais ocorre nesse tipo de linguagem: as palavras não são acentuadas:

Ex: eh ( é), naum ( não), discussao ( discussão).

 

● Supressão do uso de letras maiúsculas em início de oração ou depois do ponto:

Ex: oi galera.. vai mais uma musica  para vcs..bye!!!

 

● Uso de palavras e expressões características da fala:

Ex: Olha, espero que vc naum quebre a  cara.

Essa musica eh linda, né?

Eita..cabra arretado esse Adriano, hein?

Eguaaaa......

Vixi..só tem gente nova por aki. (redução da palavra aqui)

 

● Utilização de letras maiúsculas e repetição de letras que transmitem sentimentos e emoções com entonação, como se o usuário estivesse próximo do interlocutor:

Ex: Poxa, MAGOEIII...

Ahhhhhhhhh, agora entendiiiiiiiiiiiii!

            Vale ressaltar que essa escrita também é vista em mensagem de celulares que seguem a mesma elaboração de escrita dos ambientes virtuais da internet.

            Tudo isso foi demonstrado porque é essa a escrita que nos deparamos ou vamos enfrentar ao corrigir produções de textos dos alunos. Há uma confusão e mistura de escrita com a oralidade e a partir daí veremos como trabalhar com a adequação dessa linguagem em contextos diferentes de comunicação.

 

3. INTERNETÊS: CERTO OU ERRADO?

 

A língua é o que os falantes fazem dela.[4]

 

Observe esse texto:

8td bem?

 Vc já imaginou  te d encarah 1 textu escritu todo axim? Mas naum eh taum dificiw!!! ;-)

 

Conseguiu ler? Acompanhe a tradução:

Oi, tudo bem? Você já imaginou ter de encarar um texto escrito todo assim? Mas não é tão difícil.

O texto na íntegra original é a linguagem usada na internet, mais conhecida como “ internetês”. De acordo Rosa (2007, p.23), “O século XXI já escreveu sua marca em termos de comunicação: o ‘Internetês: a linguagem do homo digitalis.”

Embora a linguagem da internet seja um evento fundamentado na escrita, é na fala que o internetês se consolida, ou seja, a sua escrita em ambientes virtuais é baseada mais por normas de transcrição fonética que pelas regras ortográficas. E é justamente por esse motivo que o “internetês” pode causar estranheza para os não-usuários dessa linguagem digital, pois no exemplo do enunciado acima, extraído da internet, verifica-se:

– Abreviação de itens lexicais: vc, d, tdo> você, de, todo.

– Homofonia de letras e número: 1 > um

– Troca de letras: ss/x: axim>assim

– Eliminação de acentos gráficos: naum > não; eh > é; taum> tão; jah > já;

– Transcrição da fala para a escrita: encarah > encarar; escritu > escrito; dificiw > difícil.

            Essas modificações aconteceram porque os teclados de antigamente não possibilitavam acentos ou eram difíceis colocá-los, daí escrever sem acentos era uma consequência. E em relação à abreviação de palavras e por que isso ocorre, é só nos lembrarmos de celulares ou do Twitter (ambiente virtual): em ambos, há um pequeno espaço para digitar um texto, não podendo ultrapassar os caracteres[5] permitidos. A partir daí, essa redução de palavras estende-se para todo ambiente virtual: MSN, Orkut, e-mail, fóruns e outros aplicativos disponíveis na internet.

            Nesse sentido, o “internetês” usado por usuários que conhecem a dinâmica e as regras do uso dessa modalidade de linguagem é compreendido, ou seja, a comunicação entre eles é estabelecida. Para Lima  ( 2011):

            “A comunicação é um processo de passar informação e compreensão de uma pessoa para outra. A palavra comunicação em seu significado mais simples quer dizer o ato de entender alguém e fazer-se entendido.”

            Porém, surge uma pergunta: O “internetês” é certo ou errado?

            No sentido de comunicar, de ser considerada uma linguagem cujo entendimento não é prejudicado, sim. Porém, essa linguagem não é aceita pela norma-padrão, mesmo que essa  linguagem digital respeite o funcionamento da língua[6]. Para a gramática tradicional, o que importa são as regras e uma linguagem que não as obedecem é considerada errada e até marginalizada:

É importante observar que os critérios de correção que privilegiam a forma-padrão em detrimento da coloquial não são estritamente linguísticos, mas decorrem de pressões políticas e/ou socioculturais. Isso significa que, em termos linguísticos, não há nada em uma forma de falar que a caracterize como correta ou errada. As formas consideradas corretas são, na realidade, aquelas utilizadas pelos grupos sociais predominantes. (CUNHA; COSTA; MARTELOTTA, 2010, p. 25)

           

            É exatamente dessa maneira que a gramática normativa faz: estabelece  as regras gramaticais, impondo a noção de certo x errado e desprezando o nível coloquial ou formas de linguagem que não são consideradas cultas. Isso fica notório quando um leitor da revista Veja (2011, p. 42) tece comentários sobre esse universo gramatiqueiro em detrimento da linguagem espontânea das pessoas: elas não se dão conta que sabem usar a gramática internalizada da sua língua:

O que realmente atrapalha o ensino da língua portuguesa, além da evidente carência de bons professores é a nossa tradição “gramatiqueira”. Não é por outro motivo que tantos falantes competentes de nosso idioma acham que “não sabem o português –aliás, o ensino de uma língua materna a partir da gramática deve mesmo ser privilégio do Brasil. O “gramatiquês” é, de fato, o responsável pela incompetência linguística que marca a vida de milhares de brasileiros.

                                                                              Jeferson Ferro

                                                                              Curitiba, PR

Marcos Bagno, autor do livro “Preconceito linguístico: o que é, como se faz”, legitima a opinião de Jeferson Ferro ao “sensibilizar/ tranquilizar” os falantes da língua portuguesa de que eles não estão errados em não saber aplicar as regras gramaticais normativas, pelo contrário, não são os gramáticos que fazem a língua, e sim o povo:

“Todo falante nativo de uma língua sabe essa língua. Saber uma língua, no sentido científico do verbo saber, significa conhecer intuitivamente e empregar com naturalidade as regras básicas de funcionamento dela” (BAGNO, 2008, p. 35).

Com base no que foi exposto até aqui, há quem possa indagar: Devemos então utilizar essa escrita da internet a todo momento, já que nessa linguagem os interlocutores se entendem e não ferem a gramática da língua?

Tudo tem o seu momento. A resposta para essa pergunta é adequação e inadequação, ou seja, devemos usar várias linguagens de acordo com a situação exigir. Não usamos uma linguagem rebuscada para falar com um bebê, até porque devemos nos inclinar para o universo infantil a fim de falarmos com ele. Logo, se falarmos palavras difíceis ao bebê, será INADEQUADO. Da mesma forma acontece quando queremos reclamar dos buracos da rua para o prefeito e redigimos um abaixo-assinado com uma linguagem cheia de gírias e informalidade: no mínimo essa exigência não será levada a sério e poderá até ser vista como um trote. Assim mesmo devemos orientar os educandos na hora de produzir um texto: adequar à escrita de acordo com o momento. Se for um trabalho escolar, produção de textos e artigos acadêmicos, usar a norma padrão, até porque os exames de admissão profissional, concursos e vestibulares privilegiam essa norma; o mesmo ocorre com o internetês: não é proibido usá-lo, desde que seja empregado na informalidade com amigos/familiares.

E para finalizar, ficaremos com o pensamento de Bechara, que propõe:

“O sucesso da educação linguística é transformar o falante num poliglota dentro da sua própria língua nacional.” (BECHARA, 1999, P. 38)

4. A EVOLUÇÃO NATURAL DA LÍNGUA

            Antes de começarmos a trabalhar esse tema, leiamos essa letra de Gilberto Gil:

Pela Internet

Criar meu web site

Fazer minha home-page

Com quantos gigabytes

Se faz uma jangada

Um barco que veleja ...(2x)

Que veleje nesse informar

Que aproveite a vazante da infomaré

Que leve um oriki do meu orixá

Ao porto de um disquete de um micro em Taipé

Um barco que veleje nesse infomar

Que aproveite a vazante da infomaré

Que leve meu e-mail até Calcutá

Depois de um hot-link

Num site de Helsinque

Para abastecer

Eu quero entrar na rede

Promover um debate

Juntar via Internet

Um grupo de tietes de Connecticut

De Connecticut de acessar

O chefe da Mac Milícia de Milão

Um hacker mafioso acaba de soltar

Um vírus para atacar os programas no Japão

Eu quero entrar na rede para contatar

Os lares do Nepal, os bares do Gabão

Que o chefe da polícia carioca avisa pelo celular

Que lá na praça Onze tem um videopôquer para se jogar...

                Podemos perceber que o cantor e compositor Gilberto Gil fala de um tema comum ao homem contemporâneo: a internet, que é uma revolução nos meios de comunicação e que mudou a forma como as pessoas se relacionam e  interagem. Quando o eu-lírico cria um web site e faz uma home-page, uma infinidade de lugares que ele não conhecia é apresentada a ele e para isso é necessário apenas utilizar alguns gigabytes para fazer essa jangada. Além disso, coloca também o celular como elemento dessa globalização ao enfatizar que a comunicação é feita instantaneamente: (Que o chefe da polícia carioca avisa pelo celular /Que lá na praça Onze tem um videopôquer para se jogar...)

O cantor também mostra como é possível mesclar a linguagem digital com a escrita formal quando:

● Utiliza palavras de origem estrangeira:

Ex: web site, home-page, gigabytes, hot-link, site, internet, hacker, e-mail.

● Apresenta neologismos, geralmente composto por dois radicais:

Ex: infomaré, infomar, videopôquer.

● Mistura  palavras de cunho regional com os termos da internet:

Que leve um oriki

Do meu velho orixá

Ao porto de um disquete

De um micro em Taipé..

● Transformações de ditados populares para ditados “digitais”:

Ex: Com quantos gigabytes/ Se faz uma jangada:

Lembra outro ditado popular:

Ex: Com quantos paus se faz uma canoa.

É interessante notar a originalidade de Gilberto Gil ao misturar termos de tecnologia a lugares e tradições se levarmos em conta que essa música foi lançada em 1997, tempo em que a internet engatinhava no Brasil e poucos tinham acesso a ela. Tempo em que se usava disquete em vez de pen drive e o computador dispunha de poucos gigabytes, o que causava lentidão ao acessar internet.

Embora observamos  na letra da música palavras diferentes do nosso vocabulário, o sentido do texto não foi alterado, pois percebemos a intenção do cantor em nos revelar os benefícios de estarmos “plugados” na internet.

Entretanto, isso só é possível porque estamos em 2012, na era digital. Esse texto seria incompreensível em 1920 ou 1980, tempo em que nem sonhava existir a internet.

Sobre isso, Cunha, Costa e Martelotta ( 2010, p. 19) afirmam que:

Desse modo, podemos dizer que as línguas variam e mudam ao sabor dos fenômenos da natureza sociocultural que caracterizam a vida na sociedade. Variam pela vontade que os indivíduos ou os grupos têm de se identificar por meio da linguagem e mudam em função da necessidade de se buscar novas expressões para designar novos objetos, novos conceitos ou novas formas de relação social.

Ou seja, a língua evolui, não é estática e nem imutável: a língua é viva, passível de transformações e mudanças.

Bagno sintetiza essa afirmação em três palavras: “Mudanças são inevitáveis.” Com o advento da internet, palavras como scanner, link, login e site são rotineiras, uma vez que essas palavras foram incorporadas do universo digital e não encontramos correspondência eficiente para o português. Por exemplo, a palavra site seria sítio para nós. E-mail pode ser endereço eletrônico, mas essas palavras já estão tão enraizadas em nossa linguagem do dia-a-dia que optamos por utilizar as expressões originais.            

Há quem diga que o “internetês” está reduzindo/simplificando as palavras, mas esse fenômeno já ocorreu com outras palavras:

Ex: Em boa hora > embora.            

Pneumático > pneu.

Motocicleta > moto.

Pharmácia > farmácia.

Vossa mercê > vosmecê > vosuncê > você > cê > vc.

            Vale ressaltar que em outras épocas havia uma agilidade na escrita quando se utilizava a barra ( / ) para simplificar a palavra “mente”. Nesse sentido, a palavra era escrita  rapida/, em vez de rapidamente. E em telegramas, os serviços eram cobrados à letra, ocasionando uma economia na escrita e consequentemente levando a uma linguagem enxuta com abreviações de palavras e eliminação de sinais de pontuação, acentos gráficos e hífen. Mas nem por isso as pessoas reclamavam que não entendiam o teor do conteúdo porque o telegrafista colocava em uma linguagem onde as pessoas pudessem entender, mesmo sendo reduzida.

Nesse sentido, verificamos que a linguagem do telegrama assemelha-se ao “internetês” e nem por isso as pessoas criticavam essa linguagem telégrafa por saberem que era uma linguagem empregada apenas àquele contexto de economia e urgência da situação. Sendo assim, não é estranho notar que o telegrama foi praticamente extinto justamente devido à evolução dos meios de comunicação e ao aparecimento da internet com suas formas de comunicações rápidas, práticas e acessíveis, como o celular e as ferramentas da internet[7].

            Aliás, o modo como eram escritos os telegramas assemelha-se atualmente às mensagens de celulares que também possuem um espaço reduzido para enviar mensagens, geralmente 160 caracteres por mensagem.

            Logo, se hoje criticamos o “internetês” é porque  esquecemos que sua grafia esteja  ligada às mensagens de telegrama.

            Enfim, o “internetês” pode soar estranho, diferente e até irreconhecível, porém não é errada. Ela é ajustada ao ambiente digital. Com o tempo, novas palavras irão surgir, substituindo palavras/expressões que hoje usamos. Luís Vaz de Camões[8], vivido no séc. XVI retrata bem essa situação:

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,

Muda-se o ser, muda-se a confiança:

Todo o mundo é composto de mudança,

Tomando sempre novas qualidades.

 

Continuamente vemos novidades,

Diferentes em tudo da esperança:

Do mal ficam as mágoas na lembrança,

E do bem (se algum houve) as saudades.

 

O tempo cobre o chão de verde manto,

Que já coberto foi de neve fria,

E em mim converte em choro o doce canto.

 

E afora este mudar-se cada dia,

Outra mudança faz de mor espanto,

Que não se muda já como soía.

 

5.  INTERNETÊS NA SALA DE AULA: DIFERENÇA NÃO É DEFICIÊNCIA

É preciso dar uma chance às novidades e inovações, em lugar de criticar (...) como se tudo o que é novo fosse primariamente mau. [9]

O que a escritora Lya Luft observou é que toda inovação gera medo, descrédito e até mesmo desconfiança. E isso também pode ocorrer com professores de Língua Portuguesa ao se depararem com textos escritos na linguagem digital: alguns irão desconsiderar essa linguagem por defender a gramática normativa e suas normas e outros por ignorarem/desconhecerem a internet e seu mundo virtual. Entretanto, para essas duas situações há boas justificativas para reverterem esse quadro:

Para aqueles que defendem uma única e exclusiva variedade linguística: a norma-padrão:

Os PCNS ( Parâmetros Curriculares Nacionais) apostam numa educação flexível e inclusiva, que acompanham as mudanças de tempo e tentam proporcionar um estudo saudável de aprendizagem aos alunos – principais sujeitos do processo ensino-aprendizagem. Nesse sentido, os PCNS preconizam uma aprendizagem com conteúdos democráticos. Seu intuito é acolher, dissipar diferenças:

“Respeitar e preservar as manifestações da linguagem, utilizadas por diferentes grupos sociais, em suas esferas de socialização.” ( PCNS, 1999. p .30)

E mais adiante:

Os conteúdos tradicionais de ensino da língua, ou seja, nomenclatura gramatical e história da literatura são deslocados para um segundo plano. O estudo da gramática passa a ser uma estratégia para a compreensão/interpretação/produção de textos e literatura integrada à área de leitura. ( PCNS, 1999, p. 38)

            Ou seja, podemos analisar um texto escrito no “internetês” e aproveitá-lo para trabalhar leitura e produção de texto, além de estudar itens da gramática normativa como ortografia, acentuação gráfica, pontuação, ou seja, “passá-lo” para possíveis correções gramaticais sem tirar-lhe o sentido na qual foi proposto ou tratar essa linguagem  como  se fosse  inferior  ou  até  mesmo deficiente  conforme  orienta Soares ( 2002, p.16):

... a ideologia das diferenças culturais tem seu principal suporte em estudos de Sociolinguística sobre a linguagem das camadas populares, que a pesquisa mostra ser diferente da linguagem socialmente prestigiada, mas não  inferior nem deficiente.

            Infelizmente, é o inverso que ocorre: o desrespeito e a não aceitação das variedades linguísticas. Sabemos que não podemos excluir o estudo da norma-padrão nas escolas, até porque a sua exclusão implicaria no desenvolvimento escolar dos alunos, contudo é de salutar importância verificar as situações reais de comunicação e interação vinculadas a um discurso inserido num contexto, ampliando assim a competência discursiva dos educandos, que saberão escrever os dois tipos de textos ( a norma-padrão e a escrita digital) em diferentes contextos sociocomunicativos.

            E para aqueles professores que ignoram a internet e tudo o que lhe diz respeito, é bom se reciclar, conhecer novas possibilidades de interagir, de se lançar no desconhecido, afinal não devemos criar barreiras entre os alunos, e sim incentivar a aprendizagem por diferentes instrumentos de ensino. Segue abaixo um trecho da entrevista em que o especialista em Mídia e Educação Cesare Rivoltella [10]alerta sobre os docentes que não aderirem a essa nova realidade:

Revista Nova Escola: O professor que não fizer isso vai ficar para trás?

RIVOLTELLA: Sim, já está ficando. E digo isso porque ele não compartilha com os alunos a mesma cultura, o que gera um abismo entre eles. A pior consequência disso é não conseguir estabelecer um diálogo educativo.

            Enfim, entender que a língua sofre transformações e nunca será imutável. Mudanças ocorrem a todo instante: o que hoje é considerado errado já foi de uso corrente um dia, como nas palavras flecha e planta. Para Camões seriam frecha e pranta conforme nos versos[11]: “doenças, frechas e trovões ardentes”, “Nas ilhas de Maldiva nasce a pranta”.

            Lembrar também que ninguém detém o conhecimento absoluto: todos nós temos algo a ensinar como também devemos ser humildes em aprender uns com os outros.

6. FÓRUM DE DISCUSSÃO NA WEB: OPINIÕES DE PROFESSORES, ALUNOS E FALANTES SOBRE O INTERNETÊS.

            As opiniões e comentários dos internautas foram extraídos do site da CECIERJ[12]: Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do RJ entre  2005 a 2011. A questão levantada pela instituição foi: “O internetês é uma ameaça à Língua Portuguesa”?

            Das 297 pessoas que opinaram: sim / não / talvez / indecisos / não sabem/ Não responderam ou mudaram de assunto:

24%  responderam que SIM, o internetês constitui uma ameaça ao ensino de Língua Portuguesa.

● 42%  responderam que NÃO, o internetês não é nocivo à Língua Portuguesa.

● 12% responderam TALVEZ, com cautela, por se tratar  de uma inovação.

● 2% ficaram INSEGUROS diante dessa nova linguagem.

●3% NÃO SOUBERAM responder se o internetês é um perigo ou não à Língua Portuguesa.

● 17 % NÃO RESPONDERAM ou mudaram de assunto.

            Opinaram professores, estudantes de Letras, alunos e falantes. Colocaremos aqui trechos das opiniões [13] de alguns deles:

– Professores que responderam SIM, o internetês é uma ameaça ao ensino de Língua Portuguesa:

Exemplo 1:

Tenho certeza de que a Internet mal utilizada pode sim, ser uma ameaça à nossa língua, á qual é tão elaborada, mas bonita de ser falada e ouvida.

Sou professora de Língua Portuguesa e a maioria dos meus alunos esquecem-se de que estão escrevendo textos com linguagem formal justamente porque estão acostumados a escrever de maneira rápida e despreocupada, informalmente.

Eu não entendo o porquê deste fato. Sei que eles podem escrever corretamente em um MSN, por exemplo. Basta, somente, eles desejarem fazer isto. Pois são capazes de fazer as abreviaturas mais incríveis para a maioria das palavras. Se continuarem assim, vai surgir a Língua Portunética...

Infelizmente, esta doença se alastra...

CLELIA MARIA COSTA FOGAÇA, 28/11/2007.

Exemplo 2:

Sim. Sou professora de Língua Portuguesa em turmas de adolescentes e, por diversas vezes peguei alunos usando a escrita do msn nas atividades de sala de aula. O pior é que para eles nós professores e a Língua Portuguesa estamos ultrapassados.

Tânia Darcilene Carneiro de Oliviera Rocha, 16/08/2007.

No dois exemplos acima, as professoras justificam que são contra o ” internetês” porque os alunos acabando levando essa linguagem digital para textos escolares. Clelia Maria utiliza-se do neologismo Portunética para explicar que se a Língua Portuguesa for “dominada” pelo internetês, teremos um outro idioma: a Língua Portunética, juntando dois radicais: Português + fonética) E Tânia desabafa quando relata que os alunos acham os professores ultrapassados em não saber utilizar essa linguagem cibernética.

– Professores que responderam NÃO, o internetês não é uma ameaça, é só uma variante linguística: Exemplo 1:

Nunca será, pelo contrário, será mais um conteúdo a ser estudado pela linguística, haja vista que a gramática é tida como um parâmetro para a norma culta sendo esta a marginalizadora daqueles que não detém as informações nelas contidas.

Thiago Rodrigues do nascimento, 30/07/2007.

Exemplo 2:

Sou professora de língua portuguesa e não acho que o internetês é uma ameaça para a língua padrão, é só um novo jeito de digitar para uma comunicação mais rápida.

Ubaldina Rodrigues Matos, 16/05/2006.

            No primeiro exemplo, o professor afirma que essa linguagem digital poderá ser estudada fora da gramática normativa, pois ela é excludente por não aceitar essa variação linguística, sugerindo que o internetês seja estudado em Linguística. No segundo exemplo, a professora não vê preocupação com essa linguagem pois é apenas uma maneira de escrever rapidamente.

– Professores que responderam com cautela, já que se trata de uma linguagem nova:

Sou professora de Língua Portuguesa há 12 anos. Encontro muita dificuldade em passar a gramática para meus alunos adolescentes. Às vezes, parece que eles falam (escrevem) em outra língua. Entendo que a Língua Portuguesa é uma língua viva que sofre modificações e influências diversas, e deve ser assim. Porém não se pode esquecer que temos uma estrutura lingüística, uma sintaxe e ela não pode ser deixada de lado, senão cada um vai escrever do jeito que quiser, perderemos a referência. Acredito mais num tipo de "liberdade vigiada". Estou fazendo uma pesquisa para minha monografia cujo tema é "a influência da mídia na linguagem do adolescente".

Dinah Thomazetto Zanatta, 19/06/2005.

A professora Dinah reconhece que a língua passa por mudanças, mas teme essa nova linguagem por achar que todos escreverão dessa maneira em todas as situações comunicativas.

– Professores que ficaram INSEGUROS:

Mas...se somos professores de Português, como iremos trabalhar com o internetês em nossas aulas, se temos que estruturar a linguagem dos nossos alunos de acordo com a norma culta da L.P.? Eunice, 25/01/2007 

            Muitos professores fazem essa pergunta ao trabalharem somente com a gramática normativa, excluindo as outras variedades de língua e outros contextos de comunicação.

 – Pessoas que não souberam responder:

Ainda não sei se esse novo tipo de linguagem é boa para a nossa língua. Aliás gostaria que, se possivel, as pessoas que tiverem mais informações sobre esse assunto tão interessante e atual me mantivesse informada pelo email [email protected] Obrigada!

Ana Maria Alves Pereira, 29/05/2006.

– Pessoas que não responderam/mudaram de assunto:

Educação de qualidade é um calo no sapato da classe dominante. Vamos continuar tentando, água mole em pedra dura tanto bate até que fura!!!

Antonio Padre da Silva, 05/05/2007.

            Agora, veremos opiniões de alunos que NÃO acham que o “internetês” seja uma ameaça para a Língua Portuguesa:

Exemplo 1:

q nds e muito e massa comunica assi eu não vou gasta meu tempo,escrevendo muito prefiro escreve assim msm so não devo usar ela quando for algum comcurso publico vlw galera pelo esse espaço! jardel, 11/06/2008.

Tradução: Que nada, é muito é massa comunicar assim. Eu não vou gastar meu tempo escrevendo muito, prefiro escrever assim mesmo. Só não devo usá-la em um concurso público. Valeu galera por esse espaço!

Exemplo 2:

Pra mim o uso dsta linguagem n atrpalha em nda é simplisment um rcurso utilizad p quase tdas as pesoas utilzm vc entd o q ta escritu aki!!!???? então achu q n atrapalhou neh!!!!!!!!!!! Macson Giuliano Alves de Souza, 07/11/2006.

Tradução: Para mim, o uso desta linguagem não atrapalha em nada, é simplesmente um recurso utilizado para quase todas as pessoas utilizarem, você entende o que está escrito aqui? Então acho que não atrapalhou, né?

            Percebemos que os usuários da língua portuguesa defenderam o “internetês” utilizando o seu próprio código linguístico, ou seja, usaram a metalinguagem sem perceber.

Alunos que acham que o internetês é SIM uma ameaça:

Sim, "pq" com isso o jovem adquire o "internetês" na escola e na vida, causando erros gráficos em provas de escola ou até mesmo em concursos, prejudicando-lhe futuramente, portanto o "internetês" é, sim, prejudicial a língua portuguesa. João Victor, Fortaleza/14 anos

A preocupação de João Victor é condicionar essa escrita a todos os momentos de sua produção textual, o que poderá mesmo ocorrer se o professor não explicar a diferenciação dessa escrita em situações em que o contexto exigir.

Outros internautas também contribuíram para a discussão, como é o caso de Maria Carvalho que cita Evanildo Bechara para defender o internetês:

Evanildo Bechara - Uma língua histórica é uma língua sem adjetivos, que não podemos chamar nem de popular, nem de escrita ou padrão. É como um grande guarda- chuva lingüístico onde se abrigam tanto o grande quanto o médio escritor, o falante culto e o analfabeto. (...) Você fala espontaneamente ou você fala de um jeito mais calculado. É como a roupa: você tem a de dormir, a de passear, a de trabalhar. Toda essa vestimenta está atrelada às ocasiões. A língua também. Durante muito tempo o professor nos ensinou que havia uma única língua padrão, a correta. Mas o necessário é ser um poliglota da língua.

Maria Carvalho, 11/03/2008

Outros, no entanto, fazem um apelo: sentem-se inseguros em não saber utilizar a língua e acreditam não saber falar o português “correto”, desabafando inclusive que sofre preconceito linguístico:

Vejo muita gente afalar mal de mim porque nao sei falar o puro portugues nao sei qual e o portugues melhor, que eu vou utilizar, gostaria que voçes dase- me uma opiniao sobre tudo isso que eu acabei de falar/ sei que nao sou formado mas sou inteligente. Obrigado.

alixandre s. kalussendo, 01/12/2005

            O que observamos é que embora essa modalidade linguística seja inovadora, ainda há muitas ressalvas por parte dos internautas e a principal delas  é achar que o aluno acabará confundindo a escrita que usa na internet com a escrita empregada formalmente. Entretanto, 42% deles acreditam que o “internetês” é apenas uma escrita diferente utilizadas em momentos de descontração.

            Concluiremos com a opinião da internauta Edina Santos que observa as mudanças que todas as línguas sofrem e sofrerão justamente porque quem faz a língua somos nós, falantes do nosso idioma:

“(...) esse é um fenômeno internacional, que atinge outras línguas. Mais que isso: o internetês possui uma característica de todos os idiomas vivos: ele se modifica, se transforma de acordo com seus falantes ou usuários.”

7.CONSIDERAÇÕES FINAIS

            Ao longo da pesquisa, entendemos que o “internetês” não passa de uma forma de escrita econômica e prática de comunicação, mas que jamais substituirá a língua escrita ensinada nas escolas ou veiculada em outras esferas da sociedade. É necessário que haja esse discernimento para que o ensino da Língua Portuguesa não fique prejudicado e fugindo da sua proposta inicial que é estudar as variedades da língua e seus usos em determinados contextos sociais.

            Por esse motivo é que nós, docentes, devemos instruir nossos educandos a adequarem sua fala e escrita em diversos momentos discursivos, tornando-os leitores e produtores de textos competentes. Mas para isso, é necessário investir maciçamente em leituras de diversos gêneros textuais, mostrando que podemos usar linguagens diferentes de acordo com o momento exigido. E por fim entender que essa linguagem não afeta a essência da língua e sim apenas na ortografia.

           

REFERÊNCIAS

ABAURRE, Maria Luiza M.; PONTARA, Marcela. Literatura Brasileira: Tempos, Leitores e Leitura. São Paulo: Moderna, 2005.

BAGNO, Marcos. Preconceito lingüístico: o que é, como se faz. 50. ed. São Paulo: Loyola, 2008.

BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro:

Lucerna, 1999.

FARACO, Carlo Emílio; MOURA, Francisco Marto. Gramática - 2° Grau. 19. ed. São Paulo: Ática, 1999.

FUNDAÇÃO CECIERJ: O internetês é uma ameaça à língua Portuguesa? 2005 -2011. Disponível em:

http://www.educacaopublica.rj.gov.br/discutindo/discutindo.php?cod_per=42.

 Acesso em 13 de janeiro de 2012.

LIMA, Andressa de  Lima. Comunicação.2011. Disponível em:

http://www.infoeducativa.com.br/index.asp?page=artigo&id=838

Acesso em 17 de janeiro de 2012.

LUFT, Lya. Ponto de vista: Os novos códigos. Veja, São Paulo, v.2025, n.40, p. 18, set. 2007.

MARTELOTTA, Mário Eduardo et al. Manual de linguística. São Paulo: Contexto, 2010.

PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS – Ensino Médio: Linguagem, códigos e suas tecnologias. Brasília: Ministério da Educação/ Secretaria de Educação Média e Tecnológica, 1999.

POLATO, Amanda. A língua é viva. Nova Escola, São Paulo, v. 206, n. 22, p. 50-55, out. 2007.

REVISTA VEJA, São Paulo: Abril, v. 2220, n. 44, p. 42, jun. 2011.

RIVOLTELLA, Pier Cesare. Falta cultura digital na sala de aula. Nova Escola, São Paulo, v. 200, n. 22, p. 15-18, mar. 2007.

ROSA, Maria Cecília Amaral de. Educação e novas tecnologias. Discutindo Língua Portuguesa,  São Paulo, v. 01, n. 02, p. 20-25, - / 2007..

SOARES, Magda. Linguagem e escola: uma perspectiva social. São Paulo: Ática, 2002.

SOUZA, Ricardo Augusto de. O discurso oral, o discurso escrito e o discurso eletrônico. In: MENEZES, Vera Lúcia (Org.). Interação e aprendizagem em ambiente virtual. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2. Ed. 2010. 



[1].Professora Orientadora - e-mail:  [email protected]

[2] Semana da Arte Moderna: Ocorrida em 1922, tinha como ideia principal a antropofagia, de canibalismo: significava para Oswald de Andrade que os brasileiros deveriam adotar uma postura crítica diante das influências culturais europeias, “digerindo” o que interessasse e eliminando o resto.

[3] Caracteres e emoticons: Recursos disponíveis ao usuário para representar imagens: caracteres são recursos para deixar a escrita enfeitada, ex: como: Eu chocolate, que significa eu amo chocolateemoticons  simulam expressões faciais, ex: Estou alegre:  ; Estou bravo:  ; Estou triste:    .

[4] OLIVEIRA, Fernão de. Gramático brasileiro.

[5] Nesse caso, trata-se de quantidades de letras permitidas em um espaço virtual.

[6] Entende-se por funcionamento da língua quando o falante seleciona as palavras e combina-as de acordo com as regras sintáticas de sua língua, estabelecendo um sentido coerente ao interlocutor; também conhecido como gramática, nesse sentido aplicado. ( Ver MARTELOTTA. 2010, P. 34)

[7] Entende-se por ferramenta de internet os meios de comunicação como e-mail, Orkut, Faceboock e outros aplicativos.

[8] Luís Vaz de Camões, in "Sonetos.”

[9] Lya Luft, revista Veja de 12/09/2007.

[10] Entrevista cedida à Revista Nova Escola em março de 2007.

[11] Ver “Os Lusíadas”, de Luís Vaz de Camões.

[12] http://www.educacaopublica.rj.gov.br/discutindo/discutindo.php?cod_per=42

[13]   O texto foi mantido no original para preservar a escrita dos usuários.