Ultimamente só se ouve falar de falências e despedimentos nas empresas de tecnologias de informação, nomeadamente naquelas ligadas à Internet.

Se não me falha a memória, ainda no ano passado se investiam milhões de contos a financiar empresas com modelos de negócios duvidosos, em que a palavra lucro não fazia parte do glossário e ninguém percebia muito bem de onde viriam as receitas. Mas, afinal, tratavam-se de empresas de Internet e isso é que contava.

Estávamos na fase do Get Big Fast. A palavra de ordem era crescer o mais depressa possível, gastando milhões de contos em campanhas de marketing e contratando pessoas a tôrto e a direito.

Nesta altura, as chamadas revistas da "nova economia", tais como a Business 2.0, Fast Company e Wired, chegavam a ter 400 e mais páginas, povoadas por publicidade às empresas dot-com.

Só que afinal, como em todos os negócios, também na Internet era importante fazer dinheiro e ele teimou em não aparecer. O Get Big Fast num instante levou ao Get Bankrupt Fast!

Vai daí, passamos da euforia total para o descrédito total. As sociedades de capital de risco deixaram de investir nas dot-com, as empresas deixaram de pagar milhares de contos pelos serviços das consultoras de Internet, que entretanto tinham crescido para os milhares de funcionários e foi o que se soube: despedimentos em massa, falências quase todos os dias e as bolsas a virem por aí abaixo.

De repente, parece que já ninguém acredita na Internet. Já ninguém quer investir neste meio. Os empresários duvidam da capacidade da Internet em fazê-los poupar milhares de contos e agora vira-se tudo de novo para a "velha economia".

Acontece que a Internet veio para ficar. Mais, a Internet tem um potencial enorme para o mundo dos negócios e nenhum empresário que se preze deverá desprezar este meio. Agora que as coisas bateram no fundo, é altura de começar a olhar os erros do passado e começar a construir uma estratégia sólida para a Internet.

Afinal, as pessoas continuam a comprar livros pela Internet, continuam a marcar viagens de avião pela Internet e a fazer todo o tipo de transacções utilizando este meio. E quem o faz uma vez, irá continuar a fazê-lo com toda a certeza. As pessoas demoram tempo a adaptar-se à mudança, mas quando todos perceberem as enormes vantagens que a Internet traz, a adesão será em massa, e as empresas que lá estiverem serão as vencedoras.

A Internet permite conhecer e fidelizar os consumidores como nenhum outro meio consegue, dando ao conceito de marketing one-to-one uma nova dimensão. É já hoje possível oferecer uma experiência única e individualizada a cada consumidor, personalizando a oferta em função dos seus interesses. Veja-se o caso da Amazon.com, um dos mais interessantes exemplos da aplicação das tecnologias de personalização.

Não tenho dúvidas que estamos a atravessar uma fase de desconfiança. A publicidade on-line é cada vez menos eficaz e terão que se encontrar novas formas de gerar receitas on-line, quer através de acordos de comércio electrónico, quer através de publicidade direcionada. Ficou provado que alguns modelos de negócios pura e simplesmente não funcionam, mas os casos de sucesso também existem e serão cada vez mais.

É preciso encarar esta fase como uma segunda fase da Internet, em que os investimentos serão ponderados, os modelos de negócios terão bases sólidas e em que todos teremos muito a ganhar. A Internet 1.0 ficou para trás, bem-vindos à Internet 2.0!

http://www.metafour.com.br

Esta é uma das empresas no Brasil que utilizam desta ferramenta.