1 INTRODUÇÃO

            O processo de internacionalização de empresas é um fenômeno antigo e que vem sendo muito estudado. A internacionalização é “(...) definida como um processo crescente e continuado de envolvimento de uma empresa com as operações em outros países fora de sua base de origem (...).” (GOULART; BRASIL; ARRUDA apud ROSA, 2012, p. 2).

            De acordo com Oviatt e Mcdougall, citados por Carneiro e Dib (2007), a internacionalização das empresas pode ocorrer em dimensões diferentes edos mais variados modos. Sendo assim, existem várias teorias que explicam o processo de internacionalização, mas nenhuma possui uma aplicação geral, ou seja, algumas teorias se aplicam ao processo de determinadas empresas e outras não.

            Isto posto, o objetivo deste artigo é descrever o processo de internacionalização da empresa brasileira Marcopolo S.A, fabricante de carrocerias de ônibus, relatando os importantes fatos de sua história e relacionando-os com as teorias abordadas.

            O trabalho será dividido em cinco seções, sendo a primeira e a última, a introdução e as considerações finais, respectivamente. A segunda seção aborda o referencial teórico do artigo, ressaltando as duas principais teorias necessárias para analisar o processo de internacionalização da empresa estudada, sendo elas: a Teoria do Paradigma Eclético e o Modelo de Uppsala. A terceira seção fala sobre a história da Marcopolo S.A, desde sua criação até o período recente. E, por fim, a quarta seção abrange o estudo de caso da empresa através da aplicação das teorias à história e às escolhas feitas pela empresa durante seu processo de internacionalização.

2 TEORIAS DE INTERNACIONALIZAÇÃO

            As Teorias de Internacionalização, segundo Andersen,Buvik e Räisänen, citados por Carneiro e Dib (2007), são classificadas, atualmente, em dois tipos de abordagens, sendo elas: a abordagem de internacionalização com base em critérios econômicos e a abordagem de internacionalização baseada na evolução comportamental.

            Na primeira abordagem, as soluções para o processo de internacionalização era dada de forma racional, onde as firmas sempre buscavam maximizar seu retorno econômico. Já na segunda abordagem, as decisões sobre onde e como se expandir para outros países eram tomadas baseadas em atitudes e comportamentos dos tomadores de decisão, que tinham como prioridade a redução do risco. (ANDERSEN; BUVIK; RÄISÄNEN apud CARNEIRO; DIB, 2007, p.4).

            Sendo assim, a Teoria do Paradigma Eclético, representando a primeira abordagem, e o Modelo de Internacionalização da Escola de Uppsala, representando a segunda, serão abordados a seguir.