Interações afetivas entre cuidador/educador e crianças entre 02 e 06 anos de idade em ambiente de creche na perspectiva da aprendizagem infantil
Publicado em 24 de abril de 2012 por Andressa Castro de Santana
Andrêssa Castro
Nathalia Nogueira
Noelio Calazans
Tayssa Balbino
Virginia Almeida
A análise das interações afetivas estabelecidas em creches públicas procedeu de questionamentos oriundos da leitura do Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil quando aborda sobre as divergências quanto ao papel do afeto na aprendizagem infantil e, portanto remete-nos a considerar as possibilidades de contribuições no campo da Psicologia com o intuito de elucidar as relações entre desenvolvimento e aprendizagem infantil, especificamente no que concerne ao ambiente de creche, uma vez que este fator traz à nossa pesquisa um grande desafio: compreender a relação entre o desenvolvimento afetivo e aprendizagem da criança pequena em um contexto coletivo.
As abordagens sobre as possibilidades de sucesso ou fracasso do processo ensino-aprendizagem como dependente da interação entre professor e aluno são bastante recorrentes em trabalhos acadêmicos, e esta pesquisa continuará delegando um papel essencial a este personagem, trazendo, entretanto, uma temática recente que inclui o papel dos cuidadores/educadores* em creche pública municipal de Salvador inserida no projeto de transição que abandona a categoria especificamente assistencialista e parte para a função de primeiro nível da Educação Infantil. Compreender, por conseguinte a relação entre as demandas de interações afetivas entre estes personagens e as crianças sob suas responsabilidade, entendendo que estes profissionais são participantes ativos na construção da educação afetiva e no processo de aprendizagem (SCHUASTZ, 2004), torna-se de extrema relevância, especialmente em virtude do período em que este convive com as crianças.
Antes do início das investigações sobre afetividade e posteriormente sobre os conceitos de interação social e contexto sócio-histórico das creches, faz-se necessário considerar as afirmações de Juan Pozo (2002), quando tecendo considerações sobre “A Nova Cultura da Aprendizagem” afirma que o ensino e a instrução constituem-se basicamente em planejar estratégias de intervenção para criar condições favoráveis para as situações de aprendizagem, e que um bom projeto institucional une os diversos componentes da aprendizagem: resultados, processos e condições. O recorte deste trabalho, contudo, pela extensão das possibilidades no campo da aprendizagem infantil, focalizará as interações afetivas compreendendo ser esta uma das principais condições para a aprendizagem.
Embora haja um consenso entre teóricos do desenvolvimento e da aprendizagem, segundo Almeida (1999), no que diz respeito à indissociabilidade e relevância dos aspectos afetivos e cognitivos no processo de conhecimento, não obstante a maneira de interpretar suas relações é diferente.