Nesse processo de adaptação com o ambiente aprenderam a utilizar os elementos da natureza na fabricação de instrumentos primitivos, que lhes assegurassem a aquisição de alimentos através da caça e pesca, mas também de suas indumentárias e objetos diversos usados inclusive para a defesa. Com a elaboração e aprimoramento de suas técnicas, talvez também pelo crescimento populacional e escassez dos alimentos iniciaram a domesticação de animais e plantas. Esse aspecto foi importante para a fixação dos grupos humanos intinerantes a um determinado espaço, garantindo assim o domínio sobre sua base alimentícia.

Para HOFFMANN (1994) o homem utilizava-se também de partes das plantas como as sementes, frutos, folhas, talos e raízes principalmente no tocante à cura de seus males. Registra ainda, que as sociedades primitivas sempre estiveram  muito próximas aos recursos naturais numa relação física e mística, em que os vegetais eram utilizados empiricamente para servi-lhes de alimentos, proteção e remédios.

 Outros autores abordam a utilização dos recursos naturais entre eles a exploração irracional das plantas de propriedades terapêuticas e de importância econômica no País que ocorreu por volta dos séculos XVI e XVII em que evidenciaram a ocorrência do ciclo do pau – brasil, seguido da extração desordenada das denominadas drogas do sertão, principalmente as encontradas na floresta amazônica. Em seguida ao extrativismo mineral em todo território brasileiro, e no final do século XIX e início do século XX, ocorreu o extrativismo da borracha, da cera de carnaúba, da castanha do Pará, da castanha de caju, de erva mate e da poaia.

No período da colonização brasileira o conhecimento dos nativos relacionados com o uso das plantas no tratamento de algumas doenças serviu de estímulo para que os colonizadores investissem cada vez mais na exploração das plantas nativas para a produção de drogas e que eram enviadas para a Europa. O extrativismo das plantas com finalidades terapêuticas e de interesse econômico no território brasileiro inseriram-se mediante o contato dos bandeirantes com as populações nativas, as quais usavam as plantas no tratamento de seus problemas de saúde e como um atenuante da fome como informa CARVALHO (1990). É preocupante observar a destruição de áreas do cerrado matogrossense , tendo como fatos que comprovam historicamente a importância fitoterápica das plantas nativas.