INSERÇÃO DO OBJETIVO E DO PROCESSO DE TRABALHO DO SERVIÇO SOCIAL NAS POLITICAS SOCIAIS

            Inicialmente, a autora faz uma noção de política social sem recorrer a uma definição comum. Em suas anotações, Raquel Gentilli assinala que o sentido de política social está associada a uma:

Expressão tradicionalmente consagrada como referente a ações governamentais das conseqüências da pobreza em diversas áreas de serviços, como educação, saúde, habitação, previdência etc. Essas ações visam equacionar, em alguns casos, ou minimizar, em outros. (Gentilli, 2007, p. 77-78)

            Gentilli aponte para o dado de que as políticas sociais visem contornar os impactos do modo de produção capitalista, tomando o instrumental educação-saúde como referencial, salienta-se, desde já, que o fim das políticas sociais é minorar os efeitos das políticas de mercado no mundo do trabalho.

            No entanto, contrariando a consagrada autora, entendo que as políticas destinadas à saúde e educação são sociais na medida em que visam o público, não no conceito de atendimento aos excluídos da relação capital-trabalho, mas ao atendimento universal sem levar em conta a condição econômica do beneficiado.

Políticas sociais revelaram-se tanto por meio de políticas destinadas a trabalhadores do setor moderno e organizado da produção quanto à população excluída do mercado de trabalho formal. Também constituíram-se em programas sociais destinados a regular relações entre Estado e sociedade, naquelas dimensões que afetaram os processos de reprodução social das classes trabalhadoras e dos demais segmentos sociais abrangidos pela categoria marxiana de população relativa. (Gentilli, 2006, p. 79)

            Nessa perspectiva as políticas sociais constituem programas sócio-políticos, regulamentando as relações entre Estado e sociedade no que concerne ao processo de reprodução social do mercado de trabalho. Gentilli conclui que “a política social brasileira desenvolveu-se organizando benefícios sociais articulados a interesses com os de certos seguimentos do capital, de categorias organizadas corporativamente, da tecnoburocracia estatal”.

            Entendendo que as políticas sociais são construções históricas determinadas politicamente, ou programas políticos a partir de situações dadas historicamente, seu estudo deve ser tomado por uma análise não focada ou estancada das relações política, econômica e cultural.

A histórica vinculação com as políticas sociais

Marca sua origem na criação de uma disciplina social concebidas para estudar a sociedade casework que se resume em trabalho de casos utilizada para avaliar os casos apresentados pela sociedade ou/e indivíduos. Com a criação da Charity Organization Society (COS) em 1869 que cujo serviço social levantou a proposta de abolir a pobreza, após a criação da escola exigiu muitos trabalhos voluntários das sociedades e com o passar do tempo em 1912 foi criada a primeira escola de sociologia para treinamento desses voluntários. A COS afirmava também que a miséria tinha origem no individuo e não na sociedade, pois dizia que se uma pessoa vivia em miséria era por causa do seu passado e ele teria que se conformar com a mesma. A casework foi criada na década de 50 por Mary Richmond na Europa das Nações Unidas e de lá para as outras cidades a partir de 1917 e se trata da ajuda social, segundo Gordon Hamilton a ajuda social era para se referir ao trabalho desenvolvido pelos profissionais de serviço social. O serviço social chega ao Brasil em 1932 trazido pelo curso de profissionalização para moças incrementado por uma visão católica mais com o passar do tempo ele se expandiu as outras igreja.

O objeto profissional diante das políticas sociais

O serviço social desenvolveu sua pratica, historicamente, normalizando relações sociais, em diversos programas de políticas sociais, principalmente no setor de saúde, previdência e assistência social, ou seja, ele normalizou relações sociais nas formas em que foi possível serem incorporadas e manifestas em seu objeto de trabalho.

Os objetos profissionais, concretos e singulares, podem ser encontrados desde sua origem, subsumidos na execução das políticas sociais. Posteriormente, estiveram subjacentes em meio aos debates ou tematizações sobre políticas sociais, seus efeitos, suas limitações ou as conseqüências de sua ausência.(Gentilli.2006 p. 110)

            O trabalho do assistente social tem como objetivo visar e garantir direitos e assistência para a população desamparada, fazendo isso por meio de políticas sociais, de forma organizada e planejada, lutando contra os problemas das injustiças que podem afetar os desamparados socialmente.

            O serviço social na década de 60 e 70 se colocou contra a ditadura para assegurar direito para a população desamparadas e que apresentava vulnerabilidades. O objeto profissional passa a situar-se num processo político. O que apresenta ao profissional como projetos de ação podem ser tido como atividades rotineiras. O assistente social ele pode e deve organizar o seu trabalho em função lógica.

A atribuição técnicas, funções e papeis objetais da profissão

            A discussão de funções sociais é uma questão tradicional a idéia de função em Durkheim é equivalente a de papel e para ele o que importa é saber para que existe os papéis na sociedade. A divisão do trabalho na sociedade preenche o papel moral. Esse sistema confere ao individuo reconhecimento do seu papel, pelo status.

            As funções do assistente social segundo Gentilli é se inserir no interior das políticas sociais, ele se encontra inserido nesse fluxo de mercantilizarão no mercado de trabalho, o desenvolvimento do papel opera na lógica das possibilidades concretas, foram encontradas referencias criticas ao desempenho do papel profissional. O profissional precisa ter uma competência crítica das questões que permeiam sua realidade, do usuário, das questões sociais em nível regional e municipal, respaldado de uma postura ou trabalho constituído através da interdisciplinariedade, com muita ética profissional e domínio de conhecimento objetivando decifrar a realidade para construção de propostas de trabalho preservando os direitos do cidadão e o sua como parte do coletivo.

            Sendo assim, o papel do Assistente Social diante de tal demanda se

mostra de suma importância no que diz respeito ao conhecimento da realidade desses sujeitos, os fatores sócio-econômicos, éticos e culturais, e na articulação necessária com o seu meio familiar e comunitário, assim como com os demais serviços de enfrentamento, observando os possíveis fatores que levaram a presente situação, para a partir daí buscar alternativas que tornem possível o rompimento com esse ciclo. Os assistentes sociais precisam analisar seu papel e buscar a formação necessária.

Referências:

 

            Representação e Prática 2°edição Janeiro 2006/Autora Raquel Gentilli – capitulo 02 paginas-77 a 139.

         Google.

         Qualit@s - Revista Eletrônica - ISSN 1677- 4280 – Edição Especial POLÍTICAS SOCIAIS NO CONTEXTO NEOLIBERAL: focalização e desmonte dos direitos.