Introdução
Uma das palavras de ordem no meio organizacional atualmente é motivação, juntamente com o atendimento de excelência e o resultado.
Dessa forma as organizações vêm trabalhando no sentido de manter seus funcionários ativos e participantes ou, em outras palavras, motivados, a fim de que estes passem da mera posição de empregados à condição de colaboradores.
Porém, definindo motivação como o desejo de exercer altos níveis de esforço em direção a determinados objetivos, organizacionais ou não, condicionados pela capacidade de satisfazer algumas necessidades individuais, expomos que a motivação é algo particular, não passível de alteração pelo meio, mas influenciada por ele, sendo possível apenas ao próprio indivíduo a manutenção desse estado.
Assim, a motivação é intrínseca ao indivíduo, podendo o meio externo, no máximo, contribuir para que ele esteja mais ou menos motivado através de "doses" de estímulo ou desestímulo no decorrer de sua participação no ambiente.

Teorias sobre motivação
De acordo com Maslow, a motivação humana está diretamente ligada às suas necessidades, ou seja, a medida em que as pessoas vão suprindo suas demandas para sobrevivência (alimentação, higiene, segurança), surgem novas prioridades e desta forma renova-se a motivação.
Alderfer por sua vez, e seguindo em parte Maslow, expõe que as pessoas não seguem apenas uma ascendente na hierarquia das necessidades, mas também uma descendente, transitando entre as fases de forma constante.
Herzberg, assim como Alderfer, também parte da teoria de Maslow, no entanto este traz a idéia de que nem todas as necessidades motivam o indivíduo, algumas apenas evitam a não-satisfação, e que a motivação depende mais do trabalho em si do que da recompensa sobre ele, ou seja, o ponto chave é o desafio proporcionado pela atividade.
Já para Vroom, as pessoas são seres individuais, com vontades particulares e que tomam decisões de acordo com o que mais lhe convém em um determinado momento, havendo assim uma combinação de fatores, entre o indivíduo e o ambiente, durante o processo decisório que influenciam na sua motivação.
A liderança é um importante ponto de alavanca no processo de estímulo à motivação.
Um líder motivado, com capacidade para a comunicação, para ouvir (não apenas escutar o que está sendo dito, mas de interagir com o interlocutor), de dar e receber retornos a fim de orientar sua equipe para o melhor caminho a ser trilhado, de participar efetivamente do cotidiano da equipe, pode proporcionar estímulos positivos aos demais e contribuir para um estado de motivação.
Recompensar os colaboradores por participações efetivas e positivas, estar presente e fazer com que os demais sintam sua presença, ser parceiro, assumir suas responsabilidades e dividir sucessos e insucessos, conciliar e reconciliar sinceramente com a equipe, são atitudes vencedoras e podem desencadear estímulos no sentido de motivar pessoas e conquistar resultados impressionantes.
Assim, a liderança pode trabalhar os estímulos através de atitudes positivas, honestas e verdadeiras, criando um ambiente de segurança e maturidade, em que os colaboradores sintam esta condição.

Como forças energéticas, origem familiar e cultura podem influenciar no estímulo à motivação?
Da mesma forma como a liderança pode influenciar processo motivacional, o ambiente familiar, a cultura e outras forças podem também desempenhar importante papel.
A família, por exemplo, pode influenciar positivamente a motivação do indivíduo através do incentivo, da participação na rotina diária, da troca de experiências, do carinho e da acolhida, entre outras tantas formas, ou negativamente através do desestímulo, da falta de participação, do desamor. A origem familiar também pode exercer forte influência sobre o indivíduo, uma vez que quanto menor for o horizonte vislumbrado pelos membros desta organização social, tanto menor serão os estímulos para que ocorra uma mudança do status quo e conseqüentemente para a motivação.
No mesmo sentido, a motivação pode ser influenciada pela cultura do meio em que o indivíduo está inserido. Um ambiente em que as perspectivas são muito limitadas, quase unanimemente levarão a um processo de desestímulo e conseqüentemente à desmotivação.
Outras forças como religiosidade, escolaridade, política, economia, saúde, entre outras, completam o quadro de fatores estimulantes, ou desestimulantes, ao indivíduo e que contribuem para o estado de manutenção da motivação.

Como exemplos de como fatores externos podem alterar o estado de motivação do indivíduo, o autor tomará sua própria experiência em dois momentos distintos, o primeiro, referente ao seu ingresso no Banco do Brasil e, o segundo, a recente troca de administradores na agência onde trabalha.
No primeiro momento o estímulo para a motivação veio da família, em especial da esposa, que o incentivou à participação no concurso para ingresso no banco, impulsionando-o durante todo o processo e dos colegas de trabalho, principalmente de seu superior imediato. A participação da família veio na forma de resignação pelas horas em lazer perdidas e pelo tempo em que a presença do pai e do marido não foi possível, face ao tempo dispensado para o estudo e, ainda, pela sugestão de que era possível, tendo em vista o potencial apresentado pelo mesmo, pelo menos para eles. Desta forma houve uma alteração positiva na sua motivação, visto que o mesmo estava saindo de um processo de demissão conturbado. Neste processo houve também a participação do então superior imediato, na instituição em que havia ingressado após a demissão. Este superior estava participando do concurso também e o estímulo veio das trocas de experiência e conversas em relação ao plano de carreira na empresa e dos feedbacks.
No segundo momento, o estímulo veio da troca de administradores, pois o anterior mantinha-se impassível à realização de feedbacks para seus comandados, bem como em relação aos acompanhamentos dos resultados, dando apenas pareceres em relação aos pontos negativos e nunca ressaltando os pontos fortes. Assim a equipe da agência como um todo não conseguia obter resultados satisfatórios, visto a baixa auto-estima desenvolvida. Já o novo administrador, ao realçar os pontos fortes e questionar, analisar em conjunto e retrabalhar os pontos fracos, proporcionou uma mudança no status quo da agência e maior interação entre os membros da equipe. Tal orientação trouxe novos horizontes para os funcionários e melhoria nos resultados, fazendo com que a agência atingisse resultados até então considerados impossíveis de serem obtidos.

Tendo em vista o exposto e considerando as idéias dos teóricos sobre motivação, conclui-se que há uma diversidade de pontos de vista sobre o que pode levar o indivíduo à motivação. Sejam as partes da pirâmide de Maslow, sejam os movimentos ascendentes e descendentes entre as realizações de necessidades, como explicitado por Alderfer, ou pelo atingimento da satisfação e do bloqueio das não-satisfações trazidos por Herzberg ou, ainda, pela realização das vontades individuais nos momentos em convier, como ditado por Vroom, a motivação depende de uma série de fatores intrínsecos e extrínsecos ao indivíduo.
Assim sendo, verifica-se que aquilo que motiva uma pessoa pode não motivar outra, visto que cada ser humano possui um conjunto de valores e crenças, interesses e necessidades diferentes.
Desta forma, destaca-se que todos os meios externos apresentados aos indivíduos, não constituem em si formas de motivação, mas sim estímulos, e o seu aproveitamento em prol da realização de feitos variam de pessoa para pessoa.
Conclui-se ainda que ninguém é motivado, propriamente dito, por nada que seja exógeno ao seu próprio ser. No entanto, líderes positivos, boa comunicação e interação em um ambiente saudável, assim como a participação dos grupos familiares e sociais, a cultura e a origem, contribuem sobremaneira para que se obtenha influência positiva na direção da motivação.
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Referências:

SERRANO, Daniel Portillo. Teoria de Maslow: a hierarquia das necessidades. Disponível em: <http://www.portaldomarketing.com.br/Artigos/maslow.htm>. Acesso em: 06 maio 2004.
RIBEIRO, Alessandra Valim. Teorias Motivacionais. Disponível em: <http://www.gerenciamento.ufba.br/MBA%20Disciplinas%20Arquivos/Lideranca/Teorias%20Motivacionais%20Pontif%C3%ADcia%20Universidade%20Cat%C3%B3lica%20de%20%E2%80%A6.pdf>. Acesso em: 16 abril 2010.