Influência do Êxodo Rural no Desenvolvimento Urbano caso da Cidade da Beira-Mocambique 

Por: Ildefonso Age Caetano[1] [email protected] 

RESUMO

O presente artigo, tem como temática a Influência do Êxodo Rural no Desenvolvimento Urbano caso da Cidade da Beira. A escolha do tema surgiu do sentimento que o autor tem dos problemas que o êxodo rural tem criado para o desenvolvimento económico e social as populações residentes na cidade da Beira enfrentam na área de infra-estruturas sociais, tem como objectivo, produzir uma informação que possa servir de instrumento de planificação para os futuros programas do de desenvolvimento urbano, com vista a minimizar os insucessos que se têm verificado no seu desenvolvimento.

O tema é de grande importância na medida que os resultados e as conclusões que virão dela ira ajudar aos governantes e a sociedade civil na percepção dos reais motivos e das consequências que o êxodo rural cria ao desenvolvimento urbano. Por isso a não realização deste estudo continuaremos a ter um desenvolvimento relegado ao fracasso e teremos um êxodo rural cada vez maior na cidade.

Palavras-Chave: influencia, êxodo rural. Desenvolvimento urbano

 

Introdução

Diante do exposto, o presente artigo tem como objecto avaliar a influência que o êxodo rural exerce sobre o desenvolvimento urbano na cidade da Beira.

Podemos definir êxodo rural como sendo o deslocamento de pessoas da zona rural (campo) para a zona urbana (cidades). Ele ocorre quando os habitantes do campo visam obter condições de vida melhor.

Segundo RIMBOIM e MOREIRA (sd:1) conceituam “migração campo-cidade remanesce para muitos como o resultado inequívoco de uma deterioração social e ambiental do meio rural que expulsa os camponeses rumo às aglomerações urbanas”.

Considerando o conceito acima, a migração rural-urbana, portanto, é a mudança de pessoas do meio rural para o meio urbano. Segundo WOORTMANN (1990) citado por ENVAGELISTA (2001:2), diz que “a migração é um dos espaços sociais constituídos por membros da população rural para garantirem sua reprodução física e social”.

Causas  do êxodo rural na Cidade da Beira

As causas que motivam as populações das zonas rurais da província de Sofala e não só, a se deslocarem para a cidade da Beira devem se a vários factores como a procura de melhores condições de vida uma vez que estas condições não existem no campo, escola, melhores cuidados de saúde.

Uma vez que Sofala é a segunda província mais pobre do país depois de Inhambane os seus distritos na sua maioria não produzem alimentos e os seus habitantes são obrigados a emigrarem para a cidade.

Segundo “CAMARANO e BELTRÃO (2009) afirmam que os principais” motivos que fazem com que grandes quantidades de habitantes saiam da zona rural para as grandes cidades são: busca de empregos com boa remuneração, mecanização da produção rural, fuga de desastres naturais (secas, enchentes, etc.), qualidade de ensino e necessidade de infra-estrutura e serviços (hospitais, transportes, educação”.

Destaque-se, ainda, que a renda familiar na cidade é reforçada pela existência de bens e serviços públicos difíceis de serem ofertados no campo. Isto decorre da existência das economias de aglomeração, mas que pode ser estendido também ao consumo (é mais fácil encontrar bens de consumo nas cidades).

As observações empíricas mostram que as decisões de emigrar variam significativamente com o género e idade dos indivíduos. Geralmente, os homens jovens são os primeiros a migrar, mas nas zonas rurais.

Impactos sócio económicos criados pelo êxodo rural na cidade da Beira

O êxodo rural provoca, na maioria das vezes problema social, a cidade Beira que recebem grande quantidade de migrantes, muitas vezes, não estão preparadas para tal fenómeno. Apesar da Cidade da Beira ser a segunda dos pais e de ser um corredor de desenvolvimento ligando com os países vizinhos através do seu porto os empregos não são suficientes para os migrantes e que na sua maioria não possuem um nível de escolaridade aceitável no mercado de emprego, muitos migrantes partem para o mercado de trabalho informal como ambulantes, guardas e trabalhadores domésticos e passam a residir em habitações sem boas condições isto é umas casas pequenas para 5 a 7 pessoa como o que acontece no Bairro Munhava e praia nova.  Além do desemprego, o êxodo rural descontrolado causa outros problemas na cidade ele aumenta em grandes proporções a população nos bairros de periferia da cidade exemplo disso verifica se no Bairro Munhava onde residem 60% dos habitantes da cidade da Beira. Contudo este bairro e outros não mencionados neste artigo são carentes em hospitais, escolas, água e vias de comunicação devido à construção desordenada as populações destes locais acabam sofrendo com o atendimento destes serviços. Escolas com excesso de alunos por sala de aula e hospitais superlotados são as consequências deste fato. O êxodo rural pode reduzir a produção agrícola, prejudicando o abastecimento e elevando os custos dos alimentos, com reflexos sobre o meio urbano (quando a mão-de-obra migrante não é redundante, ou seja, estava contribuindo de fato para a produção). De igual forma, a urbanização acelerada, desacompanhada da geração dos empregos urbanos correspondentes, leva ao crescimento dos subúrbios, aumento da marginalidade e precarização das condições de saúde e habitação nas cidades. A competição actual entre as empresas praticamente as obriga a se modernizarem e adoptarem elevado nível de automação, com investimentos intensivos em capital e poupadores de mão-de-obra; assim, o sector urbano acaba por não ofertar empregos na quantidade necessária ao atendimento dos migrantes.

 Conclusão

Em jeito de conclusão a solução para o problema discutido neste artigo seria a criação de investimentos nas zonas rurais como indústrias transformadoras e mecanização da agricultura acompanhados de investigação agrária com objectivo de elevar a produção, e até mesmo subsídios, para manter os pequenos produtores no campo, já que os problemas sociais e económicos gerados pela saída das pessoas do campo para a cidade gerarão maiores gastos para o governo e para a sociedade como um todo através de construção e ampliação de novos serviços sociais como escola, hospitais e a ocupação dos solos urbanos com o surgimento de novos bairros suburbanos.

   Bibliografia

CAMARANO, Ana Amélia e BELTRÃO, Kaizô Iwakami. Distribuição espacial da população brasileira: mudanças na segunda metade deste século. Textos para Discussão, TD- 766. Mimeo. Rio de Janeiro: IPEA, Novembro de 2000.

RIBEMBOIM, Jacques e MOREIRA Francisco Gilvan Lima. O fenómeno da “chegada urbana” em contraponto ao do “êxodo rural”

TODARO, M. Introdução à economia. Uma visão para o terceiro mundo. Rio de Janeiro: Editora Campus, 1979. Capítulo 14. SANDRONI, P.



[1] Licenciado em Ensino de Geografia e Mestrando em Educação/Ensino de Geografia, Docente da Universidade Pedagógica de Moçambique-Quelimane