O INFERNO ASTRAL

Embora nossas autoridades responsáveis (?) pela economia não admitam, o ritmo inflacionário já está instalado e em franca ascensão. Não há necessidade de ser economista, qualquer dona de casa um pouco mais atenta percebe o aumento generalizado dos preços dos gêneros em geral que teimam em não cair, mesmo depois da trégua do clima adverso. E pior, eles tem a companhia dos outros itens do comércio e de serviços como saúde,  educação e outros e tais, todos com evolução muito próxima a 8,0% conforme alguns institutos de pesquisa mais sérios.

A redução da SELIC na última reunião do BC não deve apresentar os resultados esperados porque a política fiscal não foi reduzida e não há expectativa neste sentido, é cediço que ninguém em sã consciência acredita em 39 ministérios, nem os próprios governantes.

Com um complicador adicional: a relação cambial com o dólar não se apresenta com um horizonte favorável. Isto porque a China mostra um certo desinteresse nas commodities exportadas pelo Brasil e os Estados Unidos dá francos sinais de recuperação . Pior: a mudança na política monetária americana e a retomada do crescimento mostram um horizonte muito longínquo para o real.

Estes são os fatos, então passemos agora para o terreno dos imponderáveis. Neste ambiente os lucros caem porque as primeiras elevações de preços visam atender apenas correção de rumo. Nesta ambiência ninguém em sã consciência investe em ampliação de capacidade, e em sendo assim o PIB não sobe.

Então temos aí uma espécie de armadilha, os salários do trabalhador, medido em reais, teve um aumento que não foi acompanhado pela produtividade e isto é o mesmo que afirmar que os custos aumentaram, ou seja, os lucros foram reduzidos.