Por questões de crenças e dogmas tribos indígenas ainda cometem a barbárie de matarem crianças pelos mais diversos meios tais como envenenadas, afogadas, queimadas, enforcadas e enterradas vivas. Em Regra é a própria mãe quem deve executar a criança, embora haja casos em que pode ser auxiliada por outros índios.
Já foram detectado a prática do infanticídio em pelo menos 13 etnias nacionais pela Fundação Nacional de Saúde, como os ianomâmis, os apirapés e os madihas. Só os ianomâmis, ente 2004 e 2006, mataram 201 crianças. Os kamaiurás, a tribo de Amalé e Kamiru, matam entre 20 e 30 por ano. Mesmo índios mais próximos dos brancos ainda praticam o infanticídio.
Os motivos que levam uma comunidade indígena realizar tamanha crueldade variam de tribo para tribo, por motivo de cultura da região onde estão localizadas.
Recém nascidos portadores de deficiências físicas ou mentais, índios que nascem com simples manchas na pele, e os gêmeos são sacrificados, praticamente, em todos os casos surgidos.
O ciclo de abusos chega ao cumulo de matar o bebê para punir a mães solteira, índia que tem filho fora do casamento e a separação.
Algumas etnias acreditam que gêmeos representam o bem e o mal e, desta forma um viria para fazer o bem e o outro para amaldiçoar a tribo, assim, por não saber quem é quem, encerram com a vida de ambos. Outras creem que só os bichos podem ter mais de um filho de uma só vez, diminuindo o homem a condição de animal, ou seja, irracional.
São motivos fúteis, que se fundamentam as tribos para tirar vidas, crenças que todos sabem não procederem, e que vão de encontro com fundamento que se busca alcançar este Estado Democrático de Direito que é respeito à dignidade da pessoa humana .
O fato de um índio nascer com deficiência física, com algum tipo de doença que requer tratamento médico ou manchas na pele não pode ter como conseqüência o encerramento da vida. E muito menos essa pratica pode ser aceita como cultura.
Não se esta pretendendo dizer que os indígenas não podem cultuar suas crendices, nem se quer que eles abandonem suas origens o que não se pode aceitar é a pratica do infanticídio dentro das tribos e dizer que é a Cultura deles. Ainda mais quando essa cultura não é aceita com unanimidade dentro da própria Tribo.
A índia Débora Tan Huare, representante de 165 etnias na Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira tem a seguinte opinião "Nossa cultura não é estável nem é violência corrigir o que é ruim. Violência é continuar permitindo que crianças sejam mortas".
A cultura tem que ser preservada e seus interesses defendidos (tais como: terras indigenas que frequentemente são alvos de disputa pelos indios contra os povos brancos), pelos Antropologos e FUNAI. Quando dois direitos fundamentais estão em aparente choque, neste caso direito a cultura X direito à vida, este deve prevalecer, pois se trata de vidas humanas sendo descartadas, e isso fere os direitos humanos.
Numa análise superficial sobre cultura chega-se a conclusão de que ela só nasceu, porque houve grupo de pessoas com habitos semelhante moradores de uma mesma região que dividiram as mesmas condiçoes climáticas, linguagem, produtividade da terra entre outros. Isto significa que precisou de vida humana para se fazer brotar uma cultura. Portanto o fundamento de Matar indiozinhos para preservar a Cultura, cai por terra.
Essa pratica descabida atinge diretamente as crianças indígenas e indiretamente suas mães, e outras mulheres que ali convivem. Visto que são expostas a uma vulnerabilidade que ocorre dentro do grupo.
Essas índias enfrentam a dificuldade ao querer frear uma prática de afirmação cultural, devido a pressões internas sofridas que provocam um processo de deterioração psicológica.
Existe, portanto uma dupla violência: física e psíquica contra crianças, que são mortas, e mulheres submetidas à tortura psicológica. Ser obrigada a envenenar, afogar ou enterrar vivo um filho próprio, certamente significa o retrocesso da proibição à tortura psíquica. È a representação fática e explicita da violação do direito à saúde e à vida saudável para essas mulheres.
A história de Hakani é a prova de que os próprios índios tem se colocado contra a prática desse ato de matar crianças. A pequena Hakani foi adotada pela missionária Márcia Suzuki que fazia um trabalho de evangelização dos índios.
Esse caso verídico, que será apresentado neste artigo, pode ser encontrado na integra no site da revista veja, edição 2021 de 15 de agosto de 2007.
Hakani nasceu 1995, na tribo dos índios suruuarrás, que vivem semi-isolados no sul do Amazonas, Hakani foi condenada à morte quando completou dois anos, porque não se desenvolvia no mesmo ritmo das outras crianças. Escalados para a execução do ato, seus pais prepararam o timbó, um veneno obtido a partir da maceração de um cipó. Mas, em vez de cumprirem a sentença, ingeriram eles mesmos a substância.
O duplo suicídio enfureceu a tribo, que pressionou o irmão mais velho de Hakani, Aruaji, então com 15 anos, a cumprir a tarefa. Ele atacou-a com um porrete. Quando a estava enterrando, ouviu-a chorar. Aruaji abriu a cova e retirou a irmã. Ao ver a cena, Kimaru, um dos avôs, pegou seu arco e flechou a menina entre o ombro e o peito. Tomado de remorso, o velho suruuarrá também se suicidou com timbó. A flechada, no entanto, não foi suficiente para matar a menina.
Seus ferimentos foram tratados às escondidas pelo casal de missionários protestantes Márcia e Edson Suzuki. Eles apelaram à tribo para que deixasse Hakani viver. A menina, então, passou a dormir ao relento e comer as sobras que encontrava pelo chão. "Era tratada como um bicho", diz Márcia. Muito fraca, ela já contava 5 anos quando a tribo autorizou os missionários a levá-la para o Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, em São Paulo. Com menos de 7 quilos e 69 centímetros, Hakani tinha a compleição de um bebê de 7 meses. Os médicos descobriram que o atraso no seu desenvolvimento se devia ao hipotireoidismo, um distúrbio contornável por meio de remédios.
Márcia e Edson Suzuki conseguiram adotar a indiazinha. Os maus-tratos e a desnutrição deixaram seqüelas. Aos 12 anos, Hakani mede 1,20 metro, altura equivalente à de uma criança de 7 anos. Como os suruuarrás a ignoravam, só viria a aprender a falar na convivência com os brancos. Ela pronunciou as primeiras palavras aos 8 anos. Hoje, tem problemas de dicção, que tenta superar com a ajuda de uma fonoaudióloga. Um psicólogo recomendou que ela não fosse matriculada na escola enquanto não estivesse emocionalmente apta a enfrentar outras crianças. Hakani foi alfabetizada em casa pela mãe adotiva. Neste ano, o psicólogo autorizou seu ingresso na 2ª série do ensino fundamental.
O Deputado Henrique Afonso do PT, apresentou um projeto de lei que prevê pena para quem não intervir para salvar crianças indígenas da condenação à morte. Esse parlamentar acertadamente mostrou sua indignação ao afirma que o "relativismo cultural" fere o direito à vida, garantido pela Constituição e que "O Brasil condena a mutilação genital de mulheres na África, mas permite a violação dos direitos humanos nas aldeias. Aqui, só é crime infanticídio de branco".
Os antropólogos absurdamente apóiam essa pratica com fundamento na preservação da cultura indígena.