Inês-mulher: Símbolo De Uma Sociedade.
Publicado em 30 de janeiro de 2007 por Sandra Moreira dos Santos
Na Farsa de Inês Pereira, os costumes de uma época são expostos com intenção de crítica. A heroína, Inês, embora pertencente à classe popular, sonha com um marido discreto. Repele Pero Marques, filho de um camponês rico, e casa-se com Brás da Mata, um escudeiro que a mantém em cativeiro doméstico. O marido, porém morre, e Inês, ensinada desta vez, pela experiência, casa-se com Pero Marques, mas não deixa de aceitar a corte de um ermitão. Como cúmulo da crítica, é o novo marido quem a leva ao ermitão, atravessando um rio com ela às costas. É essa atitude que dá o tema para a farsa, pois é retirado do provérbio popular mais vale um asno que me carregue, que um cavalo que me derrube.
Evidencia-se na história, a divisão dos homens em duas categorias sociais: de um lado, o indivíduo sem cultura e sem atrativos masculinos, representados por Pero Marques e do outro, o homem corajoso, pertencente à classe dos cavaleiros tendo inicialmente, como figura representativa, o escudeiro Brás da Mata. É diante dessas categorias masculinas que a figura simbolizada por Inês-mulher demonstra, ao mesmo tempo, os padrões de uma sociedade e os ideais femininos quanto a um futuro marido.
O discurso se dirige alegremente, denunciando enumeráveis defeitos de atitudes e comportamentos, sobretudo por ter em conta o papel fundamental da ironia. A proposta desta farsa, além de promover o riso, também ridiculariza valores degradados. Entretanto, no intuito de também educar o comportamento social, é mediante a proposta de expor a realidade, que Gil Vicente também procura sugerir ao público, os rumos que segue a sociedade daquela época, demonstrando o que convém ser modificado, avaliado ou adequado, já que é concedido à platéia o direito de julgar e avaliar o sentido da história.
Evidencia-se na história, a divisão dos homens em duas categorias sociais: de um lado, o indivíduo sem cultura e sem atrativos masculinos, representados por Pero Marques e do outro, o homem corajoso, pertencente à classe dos cavaleiros tendo inicialmente, como figura representativa, o escudeiro Brás da Mata. É diante dessas categorias masculinas que a figura simbolizada por Inês-mulher demonstra, ao mesmo tempo, os padrões de uma sociedade e os ideais femininos quanto a um futuro marido.
O discurso se dirige alegremente, denunciando enumeráveis defeitos de atitudes e comportamentos, sobretudo por ter em conta o papel fundamental da ironia. A proposta desta farsa, além de promover o riso, também ridiculariza valores degradados. Entretanto, no intuito de também educar o comportamento social, é mediante a proposta de expor a realidade, que Gil Vicente também procura sugerir ao público, os rumos que segue a sociedade daquela época, demonstrando o que convém ser modificado, avaliado ou adequado, já que é concedido à platéia o direito de julgar e avaliar o sentido da história.