Indústria da Construção civil – Setor Edificação (As estratégias praticadas)¹

 

Eduardo C. Venâncio de Souza²  

Fernando Antonio Guterres Santos³

 

  1. Descrição do Caso   

            Percebendo a importância da atividade da construção civil no contexto mundial, no Brasil e principalmente em São Luís do Maranhão, sugerimos aos alunos do Curso de Engenharia da Produção da UNDB, turma do 1◦ Semestre de 2012, que realizem um estudo de caso para apurar e entender a influência do ambiente externo na Indústria da Construção Civil – Setor de edificação de São Luís do Maranhão. O Aluno deve analisar as estratégias praticadas e as mudanças estratégicas ocorridas num ambiente caracterizado como altamente competitivo nos últimos 3 (Três) anos.

O ambiente da construção civil tem sido cada vez mais competitivo, com a participação além das empresas locais e nacionais. Exigindo maior profissionalização e conseqüentemente constantes mudanças no setor em relação: Planejamento, recursos humanos e materiais, canteiro de obra, equipamentos, armazenagem, segurança e layout, além da integração desses fatores e da movimentação nas áreas de local de trabalho associado.

 

  1. Identificação e Análise do Caso

 

            Com o desenvolvimento imobiliário em franca expansão no Brasil e, no nosso caso de estudo a cidade de São Luis no Estado do Maranhão, advindo do crescimento econômico que o nosso país vem apresentando nos últimos anos, há uma procura desenfreada por empresas e profissionais de construção civil para atender toda a demanda do mercado. Tal expansão se dá ao bom momento econômico que nosso país se encontra. Como é amplamente noticiado no nosso país, o setor da construção civil a cada ano que passa mostra uma perspectiva de crescimento maior. Como mostra a notícia do jornal Correio Braziliense, a construção civil teve o melhor início de ano de sua história. Impulsionado pelo aumento do crédito imobiliário e pela grande oferta de vagas de trabalho, o setor cresceu nada menos do que 14,9% no primeiro trimestre de 2010 frente ao mesmo período de 2009 - recorde absoluto da série de pesquisas iniciada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 1995.

 

 

¹Case Apresentado a Disciplina de Estratégia - UNDB

²Aluno do Curso de Engª de Produção 7º Período

³Mestre

Mesmo com o índice bem acima da taxa de crescimento do país, governo e empresas do ramo acreditam que é possível ver números superiores a esse nos próximos meses. Esse grande crescimento deve-se principalmente aos juros, sendo que o Banco Central não elevou a taxa SELIC e vem reduzindo cada vez mais, a renda do brasileiro aumentou, programas de incentivo à construção de casas populares, fazendo com que o segmento habitacional amplie seus projetos, ajudando a puxar a taxa de investimento para cima.

Um exemplo do dinamismo do setor vem da construtora Apex Engenharia, especializada em projetos habitacionais voltados para as famílias com renda entre R$ 1,8 mil e R$ 2,3 mil e localizados nas cidades do Entorno de Brasília, principalmente Samambaia. O gerente comercial da empresa, João Paulo Santos Miranda, disse que, no ano passado, a empresa lançou um empreendimento durante o Feirão da Caixa Econômica Federal. Neste ano, foram três projetos que já estão com 70% das unidades vendidas. "É só anunciar e vender", disse o gerente.

É por esse aumento de serviços e projetos que a SINDUSCON prevê o crescimento do PIB em torno de 8,8 %. Com esse aumento, o sindicato já projeta alcançar em torno de 2,4 milhões de empregos formais na construção civil em 2010.

O governo, com seus programas habitacionais e intervenções nos impostos, ajudou a construção civil a alcançar crescimentos constantes nos últimos meses, devido à isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para os materiais necessários ao setor, assim como em virtude do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e do programa do governo Minha Casa, Minha Vida, que possibilita aos brasileiros a aquisição de moradias com preços reduzidos. Alem disso, anúncio que o Brasil vão sediar a copa do mundo em 2014 e as olimpíadas em 2016 deu o sinal de alerta para o setor de construção civil. A infraestrutura necessária para a realização desses eventos  é  um desafio grande e o arrojado Programa de Aceleração do Crescimento que contempla obras de grande porte e que impõe um novo desafio para o mercado de trabalho em construção civil.

            As empresas do setor da construção civil são unânimes ao apontar a preocupação com a capacidade de seus negócios, principalmente em relação à mão-de-obra. O desafio é encontrar profissionais que coordenem e conduzam suas obras, que quase sempre têm um orçamento apertado a ser seguido, assim como multas contratuais no caso de atraso na entrega. Essa tarefa não é simples. Dados do Sistema Nacional de Emprego (SINE), do Ministério do Trabalho, revelam que o profissional de Engenharia Civil é o que mais está em falta no país. Isso porque a área passou por um período de crise nas décadas de 80 e 90, e quem se formou nessa época se deparou com um mercado de trabalho completamente adverso. Muitos dos engenheiros acabaram se dirigindo para outras áreas, como o mercado financeiro, por exemplo.

As notícias mostram que as empresas não só voltaram a contratar como faltam trabalhadores qualificados para as vagas. No Rio Grande do Sul, o setor deve crescer 7,5%, com base no Índice de Atividade da Construção Civil. Com isso, haverá déficit de 15 mil trabalhadores em mão-de-obra básica, como pedreiros, carpinteiros, armadores e mestres de obra. Um dos fatores que contribuíram para a falta da mão de obra qualificada foi o fato de que muitas pessoas abandonaram a profissão durante a crise.

Os poucos profissionais que têm a experiência necessária estão sendo disputados por diversas construtoras no país, inflacionando o salário para essa faixa de atuação.

 Conforme mostra o IBGE, os trabalhadores do setor da construção têm muito a festejar. Além do aumento das oportunidades de trabalho geradas no setor formal, é crescente a melhoria das condições de trabalho. Uma prova é o aumento da escolaridade dos funcionários do setor, que estão sendo incentivados pelos próprios empregadores a

investir nos estudos. Em diversas cidades brasileiras, foram criadas bibliotecas e salas de aula dentro dos espaços das construções para elevar a escolaridade dos colaboradores do segmento. Com maior escolaridade, os salários também estão cada vez maiores, o que onera o valor final do imóvel.

Como estratégia da produção na construção civil, as empresas deste setor, vem se modernizando com novas tecnologias, a fim de maximizar os recursos nos canteiros de obras. Também vale ressaltar, que o setor da construção civil é o setor com maior índice de acidentes, ou seja, perda de mão de obra o que causa maior gastos para as empresas. Neste quesito, a evolução na redução na taxa de acidentes, também é notória.

3 Teorias de Estratégias Empresarial

3.1 Teoria Clássica

            Inspirada pelo cenário da empresarial da época dos anos 70, ocorreu a criação da Ciência da Administração, que tornasse as organizações mais eficientes e definisse “a melhor maneira” para um trabalho ser realizado. O principal motivo da idéia dos autores desta teoria é a de que a administração é um processo de planejamento, direção e controle.

Frederick Winslow Taylor, considerado o Pai da Administração Científica, começou seus estudos partindo do pressuposto de que os trabalhadores da época produziam apenas um terço de suas possibilidades. Por isso, dispôs-se a corrigir esta situação aplicando o método científico a trabalhos no “chão de fábrica”. Procurou criar uma revolução mental entre os trabalhadores e a administração da organização, definindo diretrizes claras para melhorar a eficiência da produção.

Os estudos de Taylor podem ser divididos em dois períodos distintos. O primeiro período corresponde à época de publicação do seu livro “Administração de Oficinas”, onde ele aponta técnicas de racionalização do trabalho do operário através do estudo de tempos e movimentos, procurando eliminar desperdícios e melhorar a qualidade dos produtos, através da diminuição de métodos empíricos utilizados nos sistemas de produção da época.

De acordo com Taylor (1970) era preciso encontrar trabalhadores hábeis em fazer o mesmo trabalho que seria analisado, estudar o ciclo das operações e os movimentos que cada um empregava, eliminar os movimentos falhos, lentos ou inúteis e depois afastar os movimentos desnecessários para realizá-los mais rapidamente e com os melhores instrumentos. Este estudo trouxe numerosas vantagens de racionalização de métodos de trabalho e fixação de tempos padrões, entre elas, eliminou movimentos inúteis e substituiu por outros mais eficazes, tornou mais eficiente a seleção e o treinamento de pessoal, melhorou o rendimento da produção, distribuiu uniformemente o trabalho e calculou com maior precisão o custo unitário de cada produto.

O segundo período de Taylor ocorre com a publicação do livro chamado “Princípios da Administração Científica”. A obra trata da enumeração de princípios para gerenciamento, distribuídos em planejamento, preparo, controle e execução. Taylor evidencia a necessidade do estudo científico da administração para o alcance da eficiência na produtividade.

Na Administração Científica de Taylor no ambiente de trabalho aumentou a produtividade, enquanto acelerou a substituição de habilidades especializadas por trabalhadores não qualificados. Mas nem todas as idéias de Taylor são absolutamente praticáveis, resultando em várias críticas sobre sua visão estreita do indivíduo,

ansiedade criada pela expectativa de não cumprir os padrões estabelecidos e a alta especialização da tarefa, que provoca a desumanização do sistema de produção, destrói iniciativas individuais e inibe a criatividade. Taylor dizia aos trabalhadores: “Não se espera que vocês pensem. Há outras pessoas por perto pagas para pensar”.

Na acepção de Mariotti (1996), o objetivo da gerência científica ou taylorismo era a racionalização do trabalho, de tal modo que um máximo de procedimentos poderia ser executado num mínimo de tempo e com a maior economia possível de movimentos. Entretanto, sua prática ignorava algumas dimensões do ser humano, ou seja, o corpo transformado em máquina justificaria a definição do homem como “uma coisa que faz”. O taylorismo reduz o corpo a gestos, tirando do trabalho a criatividade e o sentido.

Após os estudos de Taylor surgiu um novo enfoque dentro da Escola Clássica, que sugere uma forma ideal de estrutura organizacional e também classifica as atividades administrativas.

3.2 Teoria Evolucionária

Esta teoria, foi baseada em uma analogia com a biologia. A economia evolucionária é inspirada nos axiomas da teoria descrita por Darwin da evolução das espécies, onde as modificações genéticas estão submetidas à seleção ambiental. A questão central da abordagem evolucionária na economia é compreender o comportamento das empresas, suas capacidades e limites para adaptação em um ambiente de mudanças. Parte-se do pressuposto que o ambiente de atuação das empresas está em constante transformação, em constante desequilíbrio, de modo que as organizações devem se adaptar rapidamente aos seus contextos ambientais para conseguirem sobreviver nos processos de competição. Nesta perspectiva, a economia evolucionária trata das relações entre inovação (variação, mutação), comportamento da firma (hereditariedade) e seleção do mercado. As fontes de inovação são as pesquisas organizadas e os esforços de desenvolvimento das empresas. Desta forma a inovação é uma resposta adaptativa ao ambiente de rápidas transformações, onde há um desequilíbrio constante.

3.3 Teoria Processual

Esta teoria, apresenta o estudo do processo de formação da estratégia de marketing. Ela vai de encontro com a afirmação em relação ao conceito da própria estratégia, não havendo unanimidade. Porém, há consenso de que não existe uma única e melhor maneira de se criar e desenvolver uma estratégia, como não há um melhor caminho para a organização. Sempre há as particularidades de cada contexto em que ela está inserida .

Dessa forma,  o processo de formulação e implementação de estratégias de marketing, abordando, inicialmente, a literatura sobre o tema, refletindo teoricamente e apresentando dois modelos existentes na bibliografia sobre formação da estratégia de marketing. No mais, trata-se na prática empresarial por meio de pesquisa exploratória e descritiva com executivos de organizações, a fim de propor um conteúdo teórico de formação da estratégia de marketing constituído de elementos que precisam ser trabalhados pelas organizações para que sua posição competitiva seja cada vez mais distinta, contribuindo, assim, para a teoria em Marketing.

Sendo assim, o marketing se insere nos conceitos ao desempenhar seu papel na organização, formulando e implementando estratégias para as empresas.

3.4 Teoria Sistêmica

A perspectiva sistêmica é mais otimista sobre a possibilidade de o estrategista realizar uma análise racional e formular estratégias globais. Mas o contexto social das empresas torna a estratégia dependente dos sistemas sociais particulares, nos quais ela surge. Assim, o processo é concebido como racional, mas guiado por objetivos pluralísticos e não somente pela maximização de lucros. Normas individuais e culturais podem impor outros objetivos, que conflitam com a maximização de lucros. Em resumo, Whittington (1993) propõe que duas dimensões são as diferenças fundamentais que caracterizam cada uma destas abordagens: (1) os resultados da estratégia (maximização de lucros ou resultados múltiplos); e (2) a natureza do processo de formação de estratégia (deliberado ou emergente).

  1. Conclusão

 

Como visto durantes as aulas desta disciplina, vimos os pontos relevantes a serem tomados estrategicamente para o bom desempenho das empresas. Vimos também as etapas da analise estratégica que devem ser avaliadas: Tipo de negócio, definição dos princípios/valores, missão e visão, os cenários que estão acontecendo no mercado (oportunidades e ameaças), forças e fraquezas e os objetivos estratégicos.

Analisando o atual cenário imobiliário em São Luis, vemos uma grande projeção para bons resultados, pois o cenário é favorável devido aos anúncios de vinda de grandes empresas e com os incentivos governo para a aquisição de imóveis.  

           


REFERENCIAS

CHIAVENATO, Idalberto. Introdução a Teoria Geral da Administração. Rio de Janeiro: Campus, 2004.

Senae - Serviço Móvel de assistência a empresa

SCIELO- Revista de administração de empresas

FGV