Indiscrição de um fato.
Publicado em 15 de setembro de 2013 por Edjar Dias de Vasconcelos
Indiscrição de um fato.
Existe um segredo.
Que gostaria de revelar.
Um segredo que desdobra.
Em vários outros.
Mundos.
Inconcussos.
Imperfeitos.
Não sei se posso refletir.
O que devo pensar e dizer.
É um olhar distante.
E melancólico.
Mas é difícil de saber.
Inclusive de pensar.
Olho para todos os cantos.
E vejo os sinais.
Impenetráveis às memorizações.
O segredo que deveria contar.
Quem não entende.
Quer dizer o que sente.
O que aparece indômito.
O que esta na mente.
Sabe o que devo dizer.
A ideologicidade do mundo.
O mundo é apenas.
A manifestação.
Da realidade não indubitável.
Da vontade não dita.
Cala quando esquece.
As dominações.
Exatamente tudo.
Ao labroste mundo.
Quem deveria saber.
Qual é o sentido.
Da imaginação.
Se pudesse falar.
Os fundamentos da razão.
O pensamento da psicanálise.
As ideias de Lacan ou Nietzsche.
Se pudesse escutar.
Um pouco mais Freud.
Pelo olhar.
Do tempo distante.
Entenderia Aristóteles
A destruição da destruição.
De Averrois.
Se soubesse dizer.
Os significados lautos.
Quem sabe pouco.
Fosse o suficiente.
Para poder ter.
O entendimento.
Lexicológico.
Improcedente.
Bastaria então.
Se você entendesse.
Mas existem acima do céu.
Outras nuvens.
Que conduzem os anjos.
Para saber então.
Qual é a razão.
Do insignificado.
Poderia perguntar.
Os sinais do vento.
Que o sente.
Tem medo.
Cala.
Às vezes foge.
Como se tudo fosse.
O liame da confissão.
Apenas uma grande pergunta.
A qual não se deve dizer.
Fica na alma.
O entretimento.
A repetição.
A cobaldia do medo.
Leptossômico.
Gostaria de adivinhar.
Olhar e ver.
Um enxergar distante.
A libação de um ato.
Supostamente sagrado.
Perto e longe.
Ao mesmo tempo.
Sem poder soletrar.
As doces palavras.
Sei que fico.
Inteiramente perdido.
Nunca quis ser grande.
Ou pequeno.
Sem alma ou sem fala.
Sem ideologia.
O que restou em mim.
É inteiramente destoante.
Quero lhe contar.
O que não sei dizer.
Por isso o que falo.
Tardiamente.
Escuto primeiro.
Os sinais da intuição.
O que é o mundo.
A vossa significação.
Um tempo e não o outro.
O que devo entender
Os restantes das palavras.
Que ainda não pude falar.
O que não sei dizer.
É um grande segredo.
Incomplexo.
Que foi recusado.
Por quem não deveria.
Ter sequer excluído.
O mundo.
É cheio de significações.
Absurdas.
Todas fazem parte delas.
Os olhares pedidos à distância.
Da imaginação.
Quem sou eu só você poderia.
Entender-me em suas majestades.
Das vossas intenções.
Edjar Dias de Vasconcelos.