Indicações e contra-indicações de levantamento de seio maxilar

O levantamento do seio maxilar com enxerto sinusal é uma das melhores opções para a obtenção de altura óssea suficiente para a instalação de implantes osseointegráveis, desde que exista um mínimo de 5 mm de rebordo ósseo no momento da cirurgia.

O sinus lift com enxerto de osso pode ser realizado com diversos materiais de enxertia, incluindo osso autógeno, aloenxerto, xenoenxerto e material aloplástico, sendo considerado um procedimento com alto índice de sucesso.

A perda óssea em região posterior da maxila pode reduzir a possibilidade de inserção de implantes com comprimentos adequados para obter boa estabilidade sob forças de cargas mastigatórias (HALLMAN; NORDIN, 2004).

Os processos de reabsorção após perdas dentárias são freqüentes devido à falta de estímulo mastigatório ocasionando perda inicial em largura e após altura no rebordo alveolar ósseo.

As elevações do seio maxilares foram inicialmente propostas por TATUM em meados dos anos 70, sendo descritos procedimentos em dois tempos cirúrgicos com enxertos particulados de crista de ilíaco por (BOYNE; JAMES, 1980) com fase de cicatrização de 4 a 6 meses para permitir integração biológica do enxerto.

O enxerto ideal deve apresentar características osteogênicas para estimular osteoblastos vivos a formar osso novo, osteocondutiva servindo como arcabouço para a invasão de vasos provenientes do osso vizinho, além de ser osteoindutiva para estimular células mesenquimatosas a se diferenciar em osteoblastos conforme (HAAS; BARON; DONATH et al., 2002).

A utilização de técnicas de levantamento sinusal foram aprimoradas de modo a viabilizar seu procedimento em consultórios e ambulatórios de especialidade graças aos substitutos ósseos que foram recomendados por vários autores através de pesquisas, podendo ser encontrados em quantidade ilimitada e, utilizados isoladamente ou em combinação com o osso autógeno "próprio paciente".

Iremos citar as principais indicações e contra-indicações de sinus lift, para reabilitação com implantes osseintegrados.

Indicações e contra-indicações de sinus lift

"Levantamento de seio maxilar"

Indicações

1. Desdentado total com pneumatização uni ou bilateral do seio maxilar.

2. Desdentado parcial de pré-molares e/ou molares, com pequena altura do processo alveolar remanescente e distância interoclusal preservada.

3. Inserção de implantes unitários com dentes adjacentes hígidos

4. Pacientes com altura óssea de 5 mm ou inferior medido desde o rebordo alveolar ao assoalho do seio maxilar

Contra- indicações:

1. Pacientes com distância inter-arco excessiva.

2. Pacientes com patologia sinusal.

3. Presença de raiz residual no seio maxilar.

4. Fumantes excessivos.

5. Pacientes com comprometimento sistêmico

Exemplos: diabetes mellitus, hipertensão HAS, doenças ósseas e alterações ósseas por medicamentos, radiação na área de cabeça e pescoço ou quimioterápicos.

6. doenças periodontais não controlados.

7. Pacientes com desordens psiquiátricas ou psicológicas impossibilitando um tratamento em longo prazo.

Conforme Chiapasco (1994), as vantagens do procedimento em um estágio único com a colocação do implante no mesmo ato cirúrgico da elevação do seio maxilar são a diminuição do tempo de cicatrização e, o menor risco de reabsorção do osso enxertado.

Um estudo com 50 pacientes submetidos a levantamento de seio maxilar e, a utilização de hidroxiapatita bovina, com cola de fibrina como material de enxerto obtiveram resultados em 71 procedimentos de levantamento, que apenas dois seguiram com infecção no pós-operatório, tratada com antibióticos e, obtiveram um sucesso de 94,5% com os implantes compatíveis com os dados de sucesso apresentados na literatura mais recente conforme HALLMAN; NORDIN (2004).

Conclusões

Apesar de existirem controvérsias na aplicação de técnicas em um ou dois estágios em sinus lift, ambos procedimentos apresentam resultados positivos. O avanço na odontologia permitiu a aplicação clínica de cirurgias de levantamento sinusal e implantes em consultórios, minimizando obtenção de enxertos de áreas doadoras do próprio paciente com o avanço dos biomateriais "hidroxiapatita, xenoenxertos", apesar de osso autógeno ser ideal de primeira escolha, com inconveniente de morbidade quanto à área doadora que pode ser local (dentro da boca) ou extrabucal.

Referencias bibliográficas

BOYNE, P. J.; JAMES, R. A. Grafting of the maxillary sinus floor with autogenous marrow and bone. J. oral Surg. v. 38, p. 222-7, 1980.

CHIAPASCO, M.; RONCHI, P. Sinus lift and endosseous implants-preliminary surgical and prosthetic results. Eur. J. Prosthodont. Rest. Dent. v. 3, n. 1, p. 15-20, 1994.

HAAS, R.; BARON, M.; DONATH, K. et al., Porous hydroxyapatite for grafting the maxillary sinus: a comparative histomorphometric study in sheep. Int. J. oral Maxillofac. Implants, v. 17, n. 3, p. 337-46, 2002.

HALLMAN, M.; NORDIN, T. Sinus floor augmentation with bovine hydroxyapatite mixed with fibrin glue and later placement of nonsubmerged implants: A retrospective study in 50 patients. Int. J. oral Maxillofac. Implants, v. 19, n. 2, p. 222-7, 2004.