Inclusão X Exclusão: Democracia e Cidadania

 

A história da humanidade é construída através da dialética cotidiana. Podemos, também, dizer que é um movimento contínuo, em construção aonde os artífices dessa construção são as pessoas. Outras dimensões se somam a essa construção e as que eu classifico como as mais importantes são a ideologia, a economia, a cultura e a educação elementos entrelaçados entre si e no cotidiano pessoal e social. Nesse caso de analise entramos com a reflexão especifica da educação como elemento fundante e essencial na vida das pessoas e vivenciada no cotidiano escolar. Podemos afirmar que no Brasil há uma farta legislação, teóricos, decisões, encaminhamentos e até vontade política de uma educação inclusiva de todos e todas. De outro lado nos deparamos com um distanciamento com o cotidiano escolar, a vida e aprendizado dos alunos, da concepção de educação dos professores e principalmente da forma de gerenciar a escola e todo o sistema educacional.

Um Estado com um gerenciamento bastante burocratizado e com comunicação ainda “atrasada” contradiz com o momento de grau elevado na área da tecnologia e da comunicação provinda de um capitalismo exacerbado que não leva em conta o ser humano mas, o ter, o lucro e o poder. Dessa forma são dois caminhos bem distintos aonde o ser humano “rodopia” entre ambos. Quando se fala sobre inclusão, a escola deve ser um dos primeiros espaços de acolhida no sentido de manutenção da democracia e na construção da cidadania.  Quando a escola falha na aplicação de sua responsabilidade social, há uma perda significativa no conjunto da sociedade.

Quando nos perguntamos como está o ensino vem uma enorme reflexão para  ser analisada. A que eu, pessoalmente, considero a mais relevante  é a valorização do profissional da educação, no que perpassa sua formação, qualificação, estrutura de trabalho, valorização profissional, salário, respeito e tantos outros elementos que aqui poderia ser decorridos. Na mesma direção vem a vontade política e a educação pública de qualidade, nesse âmbito é que se implantam as decisões políticas através de legislações que dão suporte ao campo educacional. Quando é criada uma lei em favor de um grupo sempre se atingi outros grupos em sua volta, pois, se vive e convive em sociedade aonde há um mundo de relações seja pessoal ou grupal.  O texto analisado para a construção dessa reflexão, trás a tona a questão de alunos com necessidades especiais  sujeitos com direitos e deveres como todos os cidadãos seja por força de legislação ou seja  por serem Seres Humanos como todos os outros, fator, o qual eu me identifico. Não é possível em uma sociedade democrática excluir alguém por ser diferente do outro. Não pode haver uma padronização ou deixaremos de ser democráticos.

Não gostaria aqui, de gerar polemica em relação ao tema, mas de me tornar um sujeito que, modestamente se propõe a dialogar através da escrita sobre o assunto e dessa forma ampliar a reflexão da forma como já desenvolvi acima. São diversos elementos envolvidos e não vejo condições objetivas de efetuar algum tipo de julgamento nesse momento. A minha proposta é de fazer a reflexão sobre alunos com necessidades especiais e a escola, conjuntamente com todo o campo educacional e de ensinoem nosso País, bem como das organizações, nesse caso o Conselho da Criança e do Adolescente, as Secretarias Municipais e Estaduais de Educação, os Conselhos de Educação nas diversas instâncias e as Instituições de Ensino Superior responsáveis pela formação dos profissionais da Educação. A reflexão deve continuar no sentido de garantir direitos, aprofundar a Democracia e garantir aCidadania a todos e todas.

 

Clarice Fátima Dal Médico

Professora de História.    

Obs. O texto pode ser usado desde que citada a fonte e autor