INCLUSÃO UM DIREITO DE TODOS

Almerinda Lina Santiago

Aparecida Roseli Pereira da Silva

Geiselene Rita de Jesus

RESUMO

A inclusão é um desafio que apesar de presente no nosso dia-a-dia ainda é uma barreira a ser superada por todos, na escola, na sociedade e na família. A educação inclusiva nos concebe a escola como um espaço para todos sem diferenças, com direitos iguais de participar do processo escolar e adquirir conhecimentos e se tornar cidadãos aptos a exercer sua cidadania independentemente de quaisquer características (identidade) que possa torná-los diferentes. As transformações, as mudanças precisam acontecer, as estruturas físicas, os educadores, a comunidade escolar, o PPP, a gestão, AAE e outros. Já estão preparados e adaptados para receber essas diferenças e fazer a tão sonhada diferença de uma escola inclusiva.

INCLUSÃO UM DIREITO E DEVER DE TODOS

É necessário pensar e refletir sobre a educação inclusiva, analisar as estruturas físicas e organização de nossas escolas, a capacitação dos educadores, já que as leis brasileiras garantem os todos os direitos a educação visando a aquisição de conhecimentos de acordo com suas capacidades, desenvolvendo-se como cidadão que possam se expressar, particular e exercer sua cidadania independentemente de sua diferença.

 A família é a base e a estrutura fundamental, pois a inclusão nasce no seio familiar que é o primeiro grupo de convivência social e quando isso acontece o desenvolvimento de suas potencialidades podem ser construídos satisfatoriamente.

            A política educacional enseja novas práticas que sinaliza um novo conceito com vistas para atender as necessidades de se subverter a hegemonia de uma cultura escolar segregadora e com a possibilidade de reinventar novas práticas escolares. Assim que a sala de aula comum se torne um espaço para todos e a transformação aconteça tornando a escola um ambiente educacional inclusivo que garante o direito de todos à educação e o direito as diferenças seja reconhecido, respeitando dentro das capacidades de desenvolvimento individual na aquisição do conhecimento e as barreiras sejam eliminadas considerando-se as necessidades particulares e coletivas no processo de ensino-aprendizagem.

            Atualmente se fala muito em inclusão, mas nem sempre o termo da palavra é aplicado corretamente e é nesse sentido que os caminhos da educação inclusiva percorrem de desafios ao enfrentar e assumir as diferenças físicas, mentais, afetivas, socioeconômicas, socioculturais, com dificuldades na aquisição de suporte pedagógico especializado e diferenciado, sendo que a inclusão escolar passa por vários caminhos enfrentando dificuldades, preconceitos, barreiras arquitetônicas, prática escolar, despreparo profissional reivindicações de direitos iguais entre outros.

            A educação inclusiva deve atender os estudantes com necessidades especiais das comunidades ao redor da escola e aumentar o acesso desses alunos as classes comuns e proporcionar aos professores dessas classes um suporte técnico adequado.

            A sociedade, a família e a comunidade escolar há de reconhecer que as crianças podem aprender juntas de maneira a levar o educador a ter formas criativas de atuação com as crianças portadoras de necessidades especiais integradas as classes comuns.

“A atenção as diferenças individuais faz parte também de todas as estratégias educativas que se assentam no respeito a individualidade de cada um. Um respeito que, no caso dos alunos com necessidades educativas especiais, exige que se proporcione uma educação adaptada as suas possibilidades”. (Marchesi)

 A compreensão da educação especial e a concepção das práticas das escolas comuns mudam a lógica do processo de escolarização, a organização e a esta trados dos saberes que são objeto de ensino formal, ou seja, a forma de organizar um planejamento e propor as atividades a esses alunos implica em considerar a necessidade de movimento e de exploração que eles possuem, devendo possibilitar suas iniciativas, ações independentes e imaginação, onde o educador deve observar os momentos em que suas atividades são espontâneas e livres de forma a estimular a outro confiança e a social do aluno.

“A inclusão não se aplica somente as crianças com necessidades especiais ou sob algum risco, mas a todas compreendendo o seu desenvolvimento e a aprendizagem numa instituição educacional”, (Staenback, 1999).

            No entanto as praticas educacionais abordam também o objetivo de propiciar a superação das dificuldades, iniciais e o desenvolvimento de competência sócio cognitivas, compreendendo o desenvolvimento observando-os em situações reais de ensino infantil e fundamental.

            Inclusão não é levar as crianças às classes comuns sem o acompanhamento de professor especializado, nem ignoras as necessidades especificas da criança, nem fazer as surgirem em um processo único de desenvolvimento, ao mesmo tempo e a todas as idades, sem extinguir o atendimento de educação especial antes do tempo, nem esperar que os professores de classe regular ensinem as crianças com necessidades especiais sem um suporte técnico. Na pedagogia tem como questionar, colocar em dúvida, contrapor-se, discutir e reconstruir as pratica que, até então, tem mantido a exclusão por estatuírem uma organização dos processos de ensino de aprendizagem incontestáveis, impostos e firmados sobre a possibilidade de exclusão dos diferentes à medida que estes, são direcionados para ambientes educacionais a parte, especializados para crianças portadoras de necessidades especiais.

            Em uma escola inclusiva o ensino é visto como um processo social, onde todos os alunos com distúrbios de aprendizagem e necessidades especiais têm o direito a escolarização e o mais próximo possível do normal, com o objetivo de integrá-los na comunidade.

            E na escola que se aprende a viver na comunidade, dividir responsabilidades e dividir as tarefas, desenvolvendo assim a cooperação e a produção em grupo, com base nas diferenças e talentos de cada um, aprendendo a valorização da contribuição individual para a consecução de objetivos comuns da sociedade.

 “As mudanças não ocorrem pela mera adoção de práticas diferentes de ensinar. Elas dependem da elaboração dos professores sobre o que lhes acontece no decorrer da experiência educacional inclusiva que eles se propuseram a viver. O que vem dos livros e o que é transmitido aos professores nem sempre penteiam em suas práticas. A experiência a que referimos não está relacionada com o tempo dedicado ao magistério, ao saber acumulado pela repetição de uma mesma atividade utilitária, instrumental. Estamos nos referindo ao saber da experiência, que é subjetivo, pessoal, relativo, adquirido nas ocasiões em que entendemos e atribuímos sentidos ao que acontece, ao que nos passa ao que nos sucede ao viver a experiência”. (BONDIA, 2002).

            Uma escola inclusiva é uma escola com liderança em relação as demais, cujo o objetivo é possibilitar a integração e o potencial máximo das crianças que dela fazem parte, onde tenha acesso a educação básica, respeitando as diferenças entre si.

            O educador das escolas inclusivas deve ter novas alternativas de avaliar os processos de ensino e aprendizagem, inovar as rotinas de trabalho e a organização pedagógica pré-estabelecida, pois nas praticas inclusivas não se aplica um ensino adaptado e sim um ensino onde os alunos tenhamcondições de aprender.

“Um currículo centrado fundamentalmente nos conteúdos conceituais e nos aspectos mais acadêmicos, que propõe sistemas de avaliação baseadas na superação de uma nível normativo igual para todos, lança ao fracasso alunos com mais dificuldades para avançar nestes âmbitos. Os currículos mais equilibrados, nos quais o desenvolvimento social e pessoal também tem importância e em que a avaliação seja feito em função do processo de cada aluno, facilitam a integração dos alunos”. (Marchesi).

             Quando a avaliação qualitativa é adotada nas escolas inclusivas, os educadores passam uma informação maior para os educando, além de observar o que é melhor para o aprendizado e a interpretação de valores que fundamentam sua postura. Para Esteban:

“a exigência de redefinir o sentido de avaliação educacional vai adquirindo maior urgência conforme vamos aprofundando nossa percepção de que vivemos num mundo plural, composto por território híbrido, por sujeitos mestiços, por culturas múltiplas, por cartografias mutantes. A ruptura como uma dinâmica de avaliação baseada na exclusão é importante, sobretudo quando acreditamos que o diálogo cria a possibilidade de um movimento em que cada um dos participantes encontra lugar para expor seus argumentos, afirmando um modo, dentre os vários possíveis de atender o mundo. A possibilidade de diálogo é acompanhada da critica, da reflexão, de conforto e de questionamento, de modo que todas e cada uma das propostas sejam consideradas no processo de construção dos concessores, sem negar os conflitos, pontos de partidas para novas definições. “Um diálogo que tem como pressupostos fundamentais e superação dos preconceitos e a construção coletiva da vida”.

            No entanto, a escola e os educadores devem cria condições na sala de aula para interpretação as experiências múltiplas que os alunos trazem, favorecendo os conhecimentos, a avaliação, a compreensão, a reflexão e a ação que consequentemente os impulsiona na direção de outras ações e novas reflexões.

            Nas escolas o Projeto Político Pedagógico (PPP) busca a construção da cidadania dos que fazem parte da comunidade escolar, ao abrir portas para a inclusão deve-se abrir espaços para a capacitação dos professores, envolver os pais, funcionários e os demais alunos e necessariamente partir para as propostas de instruções concretas, objetivas e claras de forma a evitar propostas desconhecidas ou desconsideradas, deve-se também prevê a forma de organizar as salas de aula, os meios de aquisições e estruturação, além dos recursos pedagógicos, para alcançar os objetivos propostos.

            Contudo a política dos educadores sejam organizadas e comprometidas com o desenvolvimento dos alunos, para que a permanência dos alunos com necessidades especiais possa fazer parte do contexto dessa diversidade escolar.

             A organização curricular é o núcleo de uma escola, o indicativo dos objetivos que busca atingir, a ideologia, qual a sua corrente e que papel entende a ter a educação na sociedade, expressando as experiências e atividades, os caminhos e formas de organizações no processo de ensino-aprendizagem voltadas à formação dos futuros cidadãos.

            Uma organização curricular que tende contemplar a diversidade de sua comunidade escolar prevendo a educação inclusiva que reconheça e valorize as diferenças sociais, de gênero, etária, raça lingüística, necessidades especiais, diferenças etárias e financeiras tendo em objetivo o desenvolvimento humano e a interação na sociedade. De acordo com Hoffmam:

“inclusão pode representar exclusão sempre que a avaliação for para classificar e não para promover, sempre que as decisões levarem em conta parâmetros comparativo, e não as condições próprias de cada aluno e o principio de fornecer-lhe oportunidade máxima de aprendizagem, de inclusão na sociedade em igualdade de condições educativas. Essa igualdade nada tem a ver com a visão padronizada da avaliação, como uma exigência de igualar-se aos colegas, de corresponder as exigências de um currículo fixo, ou de um professor. Tem a ver com as e exigências de delinear concepções de aprendizagem  e forma profissionais  habilitados que promovam condições de escolaridade e educação a todas as crianças e jovens brasileiros em suas diversidades.”

            Muitas vezes o educador mantem a postura de um modelo ideológico, que corresponde a nossa cultura, que esta alicerçada numa educação para crianças “normais”, enquanto que a própria interpretação de normalidades pode ser contraditória por ser subjetiva, porem ao identificar, elaborar, produzir, organizar serviços, recursos pedagógicos de acessibilidade e estratégias considerando as necessidades especificas de cada aluno de forma a construir um plano de atuação dessa forma essa ideologia passa a ser iluminada.

            Ao identificar e reconhecer as necessidades e habilidades de cada aluno, o professor reconhece também as suas habilidades e a partir dai passa a traçar um plano de atendimento e é neste contexto que surgem as metodologias atiras de aprendizagem, com a flexibilidade diante das questões que surgirão na construção dos desenvolvimentos dos trabalhos, permitindo assim que os educandos e educadores aprendem a explicar as relações estabelecidas e as informações obtidas no decorrer do mesmo.

            A organização de uma escola pode ser comparada com a vida pessoal, pois assim como necessitam de organizações em seus projetos desde o PPP, quanto os elaborados pelos professores, em sala de aula e em conjunto com seus alunos. Para Gimeno-Socrestán:

“As respostas que cada um de nós tem para as perguntas do que é, quem pensa que é, e como se sente e perceba a si mesmo tem muito a ver com  a educação recebida, porque esta considerada um valor em si, que não é indiferente para o sujeito, ter ou não, e porque a educação é sem duvida nenhuma, um enriquecimento da subjetividade que dá certo poder sobre a ação. “De alguma maneira, “nos sabemos” de nós mesmos conforme tudo o que sabemos”.

             O processo de inclusão está além de aceitar as diferenças, ele tem inicio por parte daquele que esta inicialmente mais próxima dos alunos, o educador, independentemente da faixa etária que atua precisando buscar uma referencia que o faça compreender a inclusão na sua complexidade, a qual envolve tanto o sentimento de incluso,quanto a postura da instituição, da família e da comunidade diante da educação.

CONCLUSÃO

            Portanto, a garantia de acesso, participação e aprendizagem de todos os alunos independente de suas características, contribuindo para a construção de um estado que pretende direcionar os caminhos que devem ser percorridos para aplicar uma educação inclusiva de uma nova cultura de valorização das diferenças, objetivando o aprimoramento dos alunos envolvidos neste processo, ressaltando o papel do Projeto Político Pedagógico como orientador de espaços e participações, e o comprometimento dos professores.

            Esse conceito torna-se inovador, pois, muda as praticas institucional, o foco principal, o desenvolvimento, o acompanhamento e a lapidação desses alunos de forma a tomar decisões e iniciativas que surpreendam as propostas pedagógicas, pré-estabelecidas, objetivando a qualidade, da instituição de ensino a sociedade e também a qualidade de vida desses alunos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Coleção: a educação Especial na perspectiva da inclusão escolar: A escola comum Inclusiva : Autores: Edilene Aparecida  Ropoli, Maria Tereza EglirMantoan; Marias Terezinha da Consolação Teixeira dos Santos; Rosângela Machado; Brasília 2010

Coleção : A educação especial na perspectiva da inclusão escolar: Transtornos Globais do Desenvolvimento-Autores. José Ferreira Belizário Filho; Patrício Cunha – Brasília 2010.

Educação especial: tendência atuais salto para o futuro, ministro da Educação; secretaria de Educação à Distancia

Educação Inclusiva -obra organizada pela Universidade Luterana do Brasil (Ulbra) ISBN: 978-85-7838-303-9- Ediçao Revisada

Stainback, Susan E Stainback, Wilian. Inclusão; um guia para educadores. Porto alegre: Artes médias, 1999.