Inclusão é um movimento mundial de luta das pessoas com deficiências e seus familiares na busca dos seus direitos e lugar na sociedade. Mas de fato o que pode ser compreendido como sendo inclusão? O adjetivo ”inclusivo" é usado quando se busca qualidade para todas as pessoas com ou sem deficiência.

 Ao falar sobre inclusão escolar torna-se necessário repensar no sentido relacionado à educação, também sendo importante atualizar as concepções e resignificar o processo de construção de todo o indivíduo. Mudar os paradigmas educacionais é um ato que precisa está centrado no aprendiz, no qual torna necessário levar em conta as potencialidades de cada aluno. Também se faz necessário, uma mudança de paradigma dos sistemas educacionais estando centrado mais no aprendiz, levando em conta suas potencialidades.

Ao imaginar uma sociedade inclusiva se fundamenta numa filosofia que reconhece e valoriza a diversidade, como característica inerente à constituição de qualquer sociedade. O paradigma da inclusão surgiu há muito tempo, pois busca a não exclusão escolar e propõe ações que garantam o acesso e permanência do aluno com deficiência no ensino regular. Mas é preciso e importante focar as deficiências dos nossos sistemas educacionais no desenvolvimento pleno da pessoa, estando relacionado ao fracasso escolar, no déficit de atenção na hiperatividade e nas deficiências onde o problema fica centrado na incompetência do aluno. É válido lembrar que todos os alunos vêm com conhecimentos de realidade que não podem ser desconsiderados e descartados, exigindo que o educador busque uma forma diferenciada no sistema de aprendizagem.
            Como nos lembra Bueno ( 1998): “Temos que pensar que para que a inclusão se efetue, não basta estar garantido na legislação, mas demanda modificações profundas e importantes no sistema de ensino. Essas mudanças deverão levar em conta o contexto sócio.­ econômico, além de serem gradativos, planejadas e contínuas para garantir uma educação de ótima qualidade.”

Para que realmente a inclusão escolar aconteça, depende de mudança de valores da sociedade e a vivência de um novo paradigma que não se faz com simples recomendações técnicas, mas com reflexões de todos os envolvidos nesse processo: professores, diretores, pais, alunos e comunidade. E essa questão não é tão simples, pois, devemos levar em consideração as diferenças. Ou seja, o fato de colocar no mesmo espaço demandas tão diferentes e específicas se muitas vezes, nem a escola especial consegue dar conta desse atendimento de forma adequada.

Kunc (1992) retrata sobre inclusão: "o principio fundamental da educação inclusiva é a valorização da diversidade e da comunidade humana. Quando a educação inclusiva é totalmente abraçada, nós abandonamos a ideia de que as crianças devem se tornar normais para contribuir para o mundo".

Sabemos que jamais haverá inclusão se a sociedade se sentir no direito de escolher quais os deficientes poderão ser incluídos. O importante é que as pessoas falem por si mesmas, pois sabem do que precisam, de suas expectativas e dificuldades como qualquer cidadão.

A Declaração de Madrid (2002), define o parâmetro conceitual para a construção de uma sociedade inclusiva, focalizando os direitos das pessoas com deficiências, as medidas legais, a vida independente, entre outros: ”O que for feito hoje em nome da questão da deficiência terá significado para todos no mundo de amanhã”.

             No Brasil, a Lei de Diretrizes e Bases em 1996, refere-se sobre estar "preferencialmente" incluída, mas também haverá quando necessários serviços de apoio especializado na escola regular para atender as peculiaridades e que o atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que em função das condições específicas do aluno não for possível sua integração nas classes comuns do ensino regular.

Com a Resolução n.2/2001 que instituiu as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, ocorre um avanço na perspectiva da universalização e atenção à diversidade, na educação brasileira, com a seguinte recomendação: “Os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo às escolas organizar-se para o atendimento aos educandos com necessidades educacionais especiais, assegurando as condições necessárias para a educação de qualidade para todos. No entanto a realidade desse processo INCLUSIVO é bem diferente do que se propõe na legislação e requer muitas discussões relativas ao tema.”

Na verdade frequência nos deparamos com as resistências dos professores, que são manifestadas através de questionamentos e queixas. O problema se agrava quando vemos o professor totalmente dependente de apoio ou assessoria de profissional da área da saúde. E isso leva o professor a se sentir desvalorizado e fora do processo por considerar esse aluno como doente concluindo que não pode fazer nada por ele, pois ele precisa de tratamento especializado da clínica.  A dificuldade dos professores é frequente, sendo que é preciso que todos trabalhem no coletivo, para que o processo de ensino-aprendizagem dessas crianças aconteça com êxito.

Segundo Figueira, (1995,) "palavras são expressões verbais de imagens construídas pela mente. Às vezes, o uso de certos termos, muito difundido e aparentemente inocentes, reforça preconceitos. Além dessas falas, temos observado, o medo da mudança com a certeza do fracasso e medo da diferença onde se sentem ameaçados, os que provocam afastamento, o estigma e consequentemente o preconceito. O professor desconhece quem é este sujeito, suas possibilidades, seu desejos, suas dificuldades e limitações".

É fato que as mudanças são fundamentais para acontecer a inclusão, exigindo esforço de todos e possibilitando que a escola possa ser vista como um ambiente de construção de conhecimento. Para isso, a educação deverá ter um caráter amplo e complexo, onde todo aluno, independente das dificuldades, poderá beneficiar-se dos programas educacionais, desde que sejam dadas as oportunidades adequadas para o desenvolvimento de suas potencialidades.