Incidencia de caso HIV/AIDS no município de SINOP no ano de 1995 à 2007
Marciano Marcelino Aquino da Cruz



RESUMO
Um dos grandes problemas de saúde pública crescente nas últimas décadas é a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS). Mesmo após anos de pesquisa e esforço contínuo para compreensão, tratamento e prevenção da epidemia AIDS, a presença do vírus HIV ainda provoca sentimento de medo.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera a AIDS uma pandemia. Para que a infecção ocorra basta apenas uma oportunidade para que o virus se instale e assuma o seu papel de parasita, uma vez no interior da célula se torna proprietário inquestionável até ao momento de uma nova infecção, essa infecção é fatal e acarreta defeito imunológico irreversível.
As pessoas com HIV/AIDS freqüentemente se tornam frustradas com a atual situação, portanto, devemos ter a sensibilidade e estar atentos ao cotidiano desses portadores, esclarecendo seus anseios, suprindo as necessidades que apresentam no decorrer do período de sua vida, sem que os mesmos se sintam abandonados ou rejeitados pelos familiares e profissionais da área da Saúde ou pela sociedade a qual estão inseridos.
Essa pesquisa traz a relevância da confirmação da interiorização da epidemia e traça o novo perfil dos infectados pelo vírus do HIV/AIDS no municipio de SINOP.

Palavras-chave: HIV/AIDS, Perfil Socioeconômico; Perfil epidemiológico

RESUMEN
Un problema importante de salud pública creciente en las últimas décadas es el Sindrome de Inmunodeficiencia Adquirida (SIDA). Incluso después de años de investigación y esfuerzo continuo para entender, tratar y prevenir la epidemia de SIDA, la presencia del virus del VIH también provoca sentimientos de temor.
La Organización Mundial de la Salud (OMS) considera que la pandemia del SIDA. Para que la infeccíon se producen simpementwe uma oportunidad para que el virus se instala y asumirá su papel como um parásito, uma vez dentro de la célula se vuelve mucho incuestionable propietario de uma nueva infección, esta infección es grave y causa defectos inmunológicos irreversibles.

Las personas con VIH/SIDA a menudo se sienten frustrados con la situación actual, por lo tanto debemos ser sensibles y estar al tanto de la vida cotidiana de estos pacientes, explicando sus deseos, el suministro de las necesidades que se presentan durante el período de su vida, sin que se sienten abandonados o rechazados por sus familias y profesionales de la salud o por la sociedad a la que pertenecen.
Esta investigación proporciona la confirmacíon de la importancia de la internalización de la epidemia y describe el nuevo perfil de las personas infectadas por el VIH/SIDA en SINOP.

Palabras clave: VIH/SIDA Perfil Socio-Económico; Epidemiología.

ABSTRACT
A major public health problems increasing in recent decades is the acquired immunodeficiency syndrome (AIDS). Even after years of research and continuous effort to understanding, treating and preventing aids epidemic, the presence of the HIV virus also causes feelings of fear.
The word health organization (WHO) considers the aids pandemic. For infection to occur simply just on opportunity for the virus to install itself and assume its role as a parasite, once inside the cell becomes for unquestioned owner of a new infection, this infection is fatal and causes irreversible immune defect.
People with HIV/AIDS of ten become frustrated with the current situation, therefore we must be sensitive and be aware of the daily life of these patients, explaining their wishes, supplying the needs that present during the period of his life, without which they full abandoned or rejected by theirs families and health professionals or by society to which they belong.
This research provides confirmation of the relevance of the internalization of the epidemic and actins the new profile of those infected by HIV/AIDS at SINOP.
Keywords: HIV/AIDS; socio-economic profile; epidemiology.


INTRODUÇÃO
HIV/AIDS quer em criança, adulto ou gestante, quer naqueles da subcategoria, heterossexual, homossexual, bissexual, usuários de drogas injetáveis ou não, representa um grave problema para a saúde pública. A identificação do Virus da Imunodeficiência Humana (HIV) e sindrome da imunodeficiência adequerida (aids) apesar de ter ocorrido há pouco mais de duas decadas tem aumentado vertiginosamente o numero de infectados e doentes nas ultimas decadas. Levantamento realizado pelo Boletim Epidemiológico (B.E) ano IV nº 1/2007 do Ministério da Saúde, mostra que desde 1980 a junho de 2007 foram identificados um total de 424.273 casos de Aids no Brasil, dos quais apenas 86% encontra no banco de dados do SINAN (Sistema de Informações de Agravos Notificáveis).
Com a interiorização da doença é evidente a falta de repasse de informações dos casos existentes entre os números apresentados pelo B. E. e alguns municípios, uma vez que há falta de mão de obra qualificada nos lugares longínquos.
O HIV é um retrovírus que causa no organismo disfunção imunológica crônica e progressiva, a aquisição do HIV e a manifestação da aids pode durar alguns anos, porem o individuo mesmo assintomatico pode apresentar importantes transtornos psicossociais quando descobre o seu diagnostico.
A importante dimensão do problema levou-se a questionar quantos portadores HIV/Aids residiam nos municípios de SINOP e quantos foram registrados para tratamento e acompanhamento no Serviço de Atendimento Especializado (SAE) Sinop/MT no periodo de 12 anos.
Para responder esta pergunta foi preciso primeiramente conhecer o serviço ofertado pelo SAE no município de Sinop nesse periodo e fazer levantamento dos casos cadastrados no SINAN até o ano de 2007, para só então cruzar as informações com os registros dos arquivos do SAE e o SICLOM ali disponibilizado.
Para isso foram salvas informações de arquivos, prontuários e sistema de informações governamentais, dados que apontariam o mapeamento do perfil epidemiológico até 2007 a qual nos subsidiária a real situação epidemiológica do município de Sinop.
Esta pesquisa apresenta dados consolidados referente a prontuários e registros permanente atualizados pelo Serviço de Atendimento Especializado (SAE) Sinop, Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), Sistema de Controle Logístico de Medicamentos (SICLOM) e Sistema de Informações de Exames Laboratoriais (SISCEL) CD4 e Carga Viral.
A análise dos dados de HIV/AIDS foram elaborada a partir dos casos registrados e notificados no município de SINOP apartir de 1995 até o ano de 2007.
Justificativa
A velocidade de transmissão do vírus HIV em uma sociedade depende do ritmo em que medidas para diminuir a transmissão possam ser adotadas e nas efetividades destas medidas. Procurar trabalhar a vulnerabilidade dos subgrupos populacionais a infecção pelo HIV entende-se como: Que a maior representatividade epidemiológica deve ser priorizada. Tais mudanças implicam em reestruturação e organização das instituições públicas, uma vez que novos conhecimentos e capacitação possam ser exigidas nesse novo cenário (contexto epidemiológico), obrigando a permear estratégias políticas mais eficazes e que vem ao encontro com a nova realidade apontada.
Em virtude da mudança da atividade organizacional desse novo perfil epidemiológico, observado no municipio de SINOP, buscou-se em quanto pesquisador, apontar com esse trabalho os dados levantados com maior ênfase e descrição, uma vez que é o primeiro trabalho científico desse cunho realizado em Sinop.
Material e Método
Trata-se de um levantamento de cunho explanatório e discritivo a cerca de portadores de HIV/AIDS residente no município de Sinop, no período de maio de 1995 a 30 de dezembro de 2007.
Os dados foram coletados de 129 prontuários, pela historia de adesão do portador HIV/Aids no SAE para tratamento e acompanhamento.
Procurou se avaliar a relação entre a adesão dos portadores buscando os seguintes fatores: bairros, idades, sexos, estado civil, socioeconômico, portador sintomático, portador assintomático, transmissão, opção sexual, gestante, usuários de drogas injetáveis ou não. Para analise estatística efetuou se o teste de contingência (Chi quadrado).
A tabulação dos respectivos dados levantados é exposta em forma de quadros e gráficos. Dando seqüência para a descrição, análise e interpretação dos dados a partir da tabulação.
Resultado e Discussão
Os dados apresentados no gráfico 1 mostra que a maior freqüência de infestação HIV/AIDS encontra se no bairro Boa Esperança com 14 casos notificados, seguido do Jardim Violetas, Imperial e Centro com 11 notificações cada e Setor Industrial 8 casos notificados, os demais bairros apresentaram percentuais menores para notificações.

Gráfico 1 Distribuição por número de casos notificados e apresentado por Bairro.
Fonte: SAE (Serviço de Atendimento Especializados dados subtraídos dos arquivos dos anos de 1995 à 2007).
No Gráfico 2 aplicando o teste de comparação de proporções observa ? se que (36,4%) está entre a faixa etária 30 à 39 anos de idade e 25,6 % , encontra-se entre 20 à 29 e 40 à 49 anos e se consideramos a oferta dos Pré-testes para HIV oferecido pelo Município e os exames que pode positivar-se, esse número provavelmente poderá ser bem maior.

Gráfico 2 distribuição por grupo de idade
Fonte: SAE (Serviço de Atendimento Especializados dados subtraídos dos arquivos dos anos de 1995 à 2007).

O Gráfico 3 mostra que a maior freqüência de casos HIV/AIDS 54,88 %, são do sexo feminino o qual representa 69 casos notificados e 45,12 % são do sexo masculino com uma representatividade de 60 casos notificados.

Gráfico 3 distribuição por Sexo
Fonte: SAE (Serviço de Atendimento Especializados dados subtraídos dos arquivos dos anos de 1995 à 2007).

Os dados apresentado no Gráfico 4 aplicando o teste de comparação de proporções se apreciam diferencias altamente significativas, com maior incidência para os solteiros com 33,3%, amasiados 27,1% e casados com 20,9% dos casos; diante esse levantamento, nota-se que a infecção por HIV/AIDS nos últimos anos tem avançado nas subcategorias consideradas relações mais estáveis (relação duradoura casado/amasiado) como aponta o gráfico.

Gráfico 4 distribuição por estado civil
Fonte: SAE (Serviço de Atendimento Especializados dados subtraídos dos arquivos dos anos de 1995 à 2007).

Observa-se que no gráfico 7 aplicando o teste de comparação de proporções se apreciam que a maior parte dos infectados foram por transmissões sexuais e não vertical.

Gráfico 7 Por transmissão
Fonte: SAE (Serviço de Atendimento Especializados dados subtraídos dos arquivos dos anos de 1995 à 2007).

Observa-se que no gráfico 8 123 pacientes fizeram adesão do tratamento e acompanhamento e que nos anos de 2005, 2006 e 2007 houve uma queda nesse processo de adesão, dando uma representatividade de 4,7 % para não permanência no tratamento HIV/AIDS. Segundo o Ministério da Saúde no caso AIDS não podemos considerar abandono e sim falha no acolhimento para uma adesão e pede para a equipe rever e avaliar a abordagem sindromica e o conceito de adesão.



Gráfico 8 Distribuição por adesão e não adesão ao tratamento
Fonte: SAE (Serviço de Atendimento Especializados dados subtraídos dos arquivos dos anos de 1995 à 2007)
Analisando o gráfico 10 pode se notar uma diferença muito grande na inversão de infecção por subcategorias, é visível que a infecção por HIV/AIDS esta se instalando na relação heterossexual com maior agravante entre pessoas de relações estáveis.


Gráfico 10 distribuição por opção sexual
Fonte: SAE (Serviço de Atendimento Especializados dados subtraída dos arquivos do anos de 1995 à 2007).
Observa se que no gráfico 11 a incidência de HIV/AIDS na subcategoria gestante neste município é de 1,60 % com uma representatividade de 2 casos e esta ligada intimamente a população mais vulneráveis

Gráfico 11 distribuição por percentual de infectada gestante.
Fonte: SAE (Serviço de Atendimento Especializados dados subtraídos dos arquivos dos anos de 1995 à 2007).

Conclusões
Levantamento realizada nos prontuários de clientes em tratamento no SAE (Serviço de Atendimento Especializado) SINOP no periodo de 1995 à dezembro de 2007, com objetivo avaliar os registros dos pacientes do município de sinop ali contidos nesse período. Este levantamento constou de avaliações de 129 prontuários para esta delimitação do estudo.
Quanto ao perfil epidemiológico mostra que não está muito aquém do levantamento realizado pelo Boletim Epidemiológico DST/AIDS, envolvendo o ano de 1998 à 2007 do Ministério da Saúde, ano IV n° 01 de dezembro de 2007.
Esta pesquisa confirma a interiorização da infecção HIV/AIDS no Brasil e nos mostra a mudança do perfil dos portadores que antes falavam-se muito em doenças de homossexuais e bissexuais, mas o que se vê hoje é a doença infectando os casais em primeiro lugar quando se considerando os grupos de união estáveis, como casados e amasiados(relação heterossexual) com um total de 48,0% dos infectados e se nesse patamar for levado em consideração os separados e viúvos teremos um total de 60,4% dos infectados contra 33,3 % dos solteiros.
E quanto a idade observa-se que esses portadores encontra-se no auge da sua vida produtiva que é de 30 à 39 anos representando 36,4% dos infectados e quando considerando uma faixa maior correspondente entre 20 à 49 anos onde temos mão de obra farta esse índice sobe para 87,6 % dos infectados por HIV/AIDS a qual pode ser futuramente um agravo onerativo a previdência privada ou publica.
Em relação a classe econômica o que observou foi que esse perfil continua o mesmo, a classe baixo continua sendo o foco principal de infecção, e a via de transmissão é a sexual.
E quanto a gestante foi observado que na Regional de Sinop a incidência de HVI/AIDS é acima do valor esperado pelo Ministério da Saúde.
Nessa pesquisa ficou bem claro que a vigilância epidemiológica precisa buscar, conhecer e desenvolver mecanismo que não se de tem apenas a casos notificados, mais sim a população mais vulneráveis e subsidiar intervenções mas efetivas.

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
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