Autora :MARILENE EDUARDO MENDONÇA E SILVA

PÒS  GRADUANDA EMENFERMAGEM ONCOLOGICA

Introdução

A empresa hospitalar é um sistema complexo, visto que lida com o que há de mais importante, o ser humano – a vida, e também porque é constituída de pequenas empresas especializadas, requerendo técnicas administrativas eficazes. Por um longo tempo a gestão hospitalar não foi tratada como gestão empresarial, mas como gestão médica. Atualmente este cenário tem-se alterado. O Código de Defesa do Consumidor, a Cartilha de Direitos do Paciente e a Política de Humanização, têm demonstrado que assistência de qualidade vai além da relação médico-paciente. Fontineli (2002, cap. 1) aponta que a história da administração remonta aos anos de 384 a 322 a C, com Aristóteles, considerado o fundador da lógica e do estudo da organização do Estado. A evolução histórica da administração hospitalar aponta para o cenário do início do século XX, no qual a pessoa considerada como a mais indicada para dirigir uma organização hospitalar era o religioso. Quando não estava a cargo do religioso, era confiada ao médico de renome da localidade, ao profissional amigo dos membros da junta diretora e com freqüência, especialmente em países subdesenvolvidos, o diretor era imposto à comunidade. (MALAGÓN, 2003, cap. 1).

DESENVOLVIMENTO

Por desenvolvimento entendemos aqui, principalmente, o desenvolvimento de competências comportamentais e não apenas os conhecimentos adquiridos pelos Recursos Humanos da empresa em âmbito profissional ou técnico (cursos de aperfeiçoamento de função ou novas tecnologias, por exemplos) ou em âmbito intelectual (cursos de língua estrangeira ou graduações e seus elevados graus, entre outros)

A equipe de enfermagem, de forma geral, tem por essência o cuidado ao ser humano, individualmente, na família ou na comunidade, desenvolvendo importantes ações por meio do cuidado, responsabilizando-se pelo conforto, acolhimento e bem-estar. Por lidarem diretamente com o cliente/paciente,  conhecem, como nenhum outro profissional dentro do hospital, quais são os problemas que estes apresentam, e porque buscaram ajuda para aliviar sua dor, num momento muito delicado da sua vida.

COMPETENCIAS 

Uma vez que as organizações médico-hospitalares privadas têm necessidades competitivas e seus serviços exigem alto grau de qualidade, suas equipes devem ser preparadas no melhor nível possível,tudo o que uma função/cargo de uma empresa exige para que o serviço/produto seja bem administrado e de boa qualidade pode ser descrito por meio de três componentes, onde as primeiras letras formam a sigla conhecida como CHA:

      Conhecimentos –Habilidades -Atitudes 

 O comportamento que temos diante de situações do nosso cotidiano e das tarefas que desenvolvemos no nosso dia-a-dia, Esforçando-nos  para desenvolver as novas competências que os tempos atuais exigem, e que abordam essencialmente:

. Iniciativa e capacidade de julgamento e liderança;
• Uma atenção maior aos detalhes, manutenção de raciocínio crítico e criativo;
• Um aumento na autoconfiança, segurança e persistência;
• Espírito de colaboração;
• Um compromisso e envolvimento maior com a organização, bem como manter atitudes pró-ativas em relação aos valores da empresa;
• Aprimoramento do conhecimento técnico;
• Preocupar-se com o desenvolvimento das pessoas;
• Estimular a comunicação;
• Manter sempre o foco no cliente;
• Orientação contínua para o aprendizado, produtividade e busca por resultados;
• Busca contínua pela qualidade.

Desenvolvimento

Existem diversas formas de trabalhar conceitos de qualidade no hospital, como os programas 5S (utilidade, ordenação, limpeza, saúde e autodisciplina), o PDCA (ciclo constituído de quatro fases - planejar, executar, verificar e atuar - que trata do gerenciamento pelas diretrizes) o desenvolvimento de ciclos de melhoria, a determinação de metas e a utilização de indicadores. (BITTAR, 2001). Nada disto se faz sem técnica e sem conceitos de administração.

Hoje com a busca por acreditação, faz-se necessário que estes profissionais estejam alinhados com todos os setores do hospital, incluindo aí os departamentos administrativos e seus profissionais, e também os setores assistenciais , daí a importância de  treinamento constante, para desenvolverem cada vez mais os conhecimento e habilidades que ainda permanecem em construção e remodelagem. Sendo assim, a educação permanente é importante por permitir atualização das práticas realizadas cotidianamente pelos profissionais e construção de relações e processos que vão das equipes em atuação às práticas institucionais.

Com este aprimoramento constante e permanente do enfermeiro, acaba surgindo a liderança, que é a competência mais importante e mais presente nos gestores de enfermagem das instituições acreditadas. Isso é essencial para que o resto da equipe de enfermagem esteja cada vez mais envolvido com este processo, devido a que o profissional da mesma categoria se sente identificado com o engajamento de fazer com o que a sua instituição busque a excelência da qualidade, o reconhecimento, e um padrão de segurança no atendimento do paciente, imprescindível para o desenvolvimento da organização como um todo.

Conclusão

As competências essenciais devem, portanto, ser um parâmetro norteador das políticas da empresa em geral. Sob o ponto de vista da Gestão de Pessoas, as competências tendem a estar relacionadas com os indivíduos que fazem parte da organização. Assim, as competências individuais devem ser decorrentes da core competências, que são atribuídas à organização, é um saber agir responsável e reconhecido, que implica em mobilizar, integrar, transferir conhecimentos, recursos, habilidades que agreguem valor econômico à organização, e valor social ao indivíduo.

Referências Bibliográficas

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