Importância da libra no desenvolvimento sócio cognitivo de crianças surdas.
Publicado em 19 de janeiro de 2012 por José Rômulo Machado Diogo
IMPORTÂNCIA DA LIBRA NO DESENVOLVIMENTO SÓCIO COGNITIVO DE CRIANÇAS SURDAS.
José Rômulo Machado Diogo
Hoje, no Brasil o mundo dos surdos cada dia aumenta mais e mais. Porém ainda não está crescendo com deveria crescer, pois se os pais de crianças surdas recebessem orientações adequadas quanto à importância das LIBRAS para o desenvolvimento da criança, sobre as possibilidades que essa língua oferece para a criança se comunicar com eles de forma clara, contar-lhes sobre suas brincadeiras, aprender seus ensinamentos e adquirir conhecimento, com certeza pais e crianças seriam poupados dos transtornos e prejuízos, e principalmente os problemas emocionais a que estes são submetidos.
Quando a criança não recebe o suporte familiar, apresentará, muitas vezes, resultados insatisfatórios quanto ao desenvolvimento de linguagem e comunicação, o que irá afetá-la emocionalmente. A família é o alicerce para a criança e quando esta base não está firme advirão conseqüências para o desenvolvimento, gerando comportamentos agressivos e frustrações
É imprescindível para essa criança e para sua família que o contato com a língua de sinais seja estabelecido o mais rápido possível. Quando a família aceita a surdez e a LIBRAS como uma modalidade comunicativa importante e passa a utilizá-la com a criança, esta irá apresentar condição para realizar novas aquisições, impulsionando seu desenvolvimento lingüístico. A família, então, exerce papel determinante para o estabelecimento da língua de sinais, como língua funcionante no discurso da criança surda nos primeiros anos de vida.
Portanto é muito importante que as crianças surdas, filha de pais ouvintes ou não tenha acesso o mais rápido possível a Língua de sinais, pois quanto mais rápido a interação esse encontro mais acontecerá o desenvolvimento cognitivo da criança.
De acordo Kyle (1999), ele nos revela que:
Língua de sinais é natural para o surdo, pois é adquirida de forma rápida e espontânea, por isso a criança surda precisa ter acesso à língua de sinais o mais cedo possível, antes mesmo do seu ingresso na escola. Daí a necessidade de a criança surda, filha de pais ouvintes, bem como de sua família terem contato com adultos surdos, usuários de língua de sinais. p. 15-26.
Então, de acordo com a defesa de Kyle, dizendo que a criança surda deve ter acesso o mais rápido possível a LIBRAS.
Cárnio et al. (2000) complementa ressaltando que não se pode negar que a crianças surdas filhas de pais ouvintes serão expostas constantemente à língua oral. Dessa forma algumas dessas crianças poderão adquirir simultaneamente a língua de sinais e a língua de seus pais.
De acordo com o aumento de comunidades surdas, pois os mesmos hoje passaram a se reunir em escolas, associações para construir palavras, dialetos, sinais e etc., a partir desses encontros os surdos conquistaram um espaço favorável para o desenvolvimento ideológico da própria identidade.
Garcia, 1999 deixa bem claro sua idéia sobre esses encontros:
A comunidade surda pode ser representada por associações, igrejas, escolas, clubes, ou seja, qualquer lugar onde um grupo de surdos se reúne e divulga sua cultura, troca idéias e experiências e usa a língua de sinais. Dessa forma ela exerce um papel construtor para a identidade surda, pois é por meio dela que ocorrem as identificações com seus pares e a aceitação da diferença, não como um deficiente ou não-normal, mas com uma cultura rica que possui valores e língua própria. Porém, esta é minoria diante da onipotente comunidade ouvinte, que, muitas vezes, vê os surdos e sua comunidade como "(...) parte da comunidade mais ampla de incapazes (...)”, p. 152.
CONCLUSÃO
Quando o sujeito surdo é levado a conviver apenas com uma comunidade ouvinte, sem contato com outros surdos, sua surdez tende a ser ocultada e depreciada. A sua deficiente agrava-se a cada dificuldade que essa pessoa irá encontrar para se igualar com o ouvinte. É importante que o surdo se mantenha integrado em sua comunidade, se relacione com seus pares, sem se isolar da sua língua materna. O objetivo dessa interação é a constituição da identidade surda, de se aceitar como uma pessoa normal, com potencialidades e limitações de pessoas apenas surdas, por esse motivo é importantes essa interação para que esse desenvolvimento aconteça espontaneamente, para que a libras possa contribuir no desenvolvimento cognitivo do mesmo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
KYLE, J. O ambiente bilíngüe: alguns comentários sobre o desenvolvimento do bilingüismo para surdos. In: SKLIAR, C. (Org.). Atualidades da educação bilíngüe para surdos. Porto Alegre: Mediação, 1999. p. 15-26.
CÁRNIO, M.S.; COUTO, M.I.V.; LICHYIG, I. Linguagem e surdez. In: LACERDA, C.B.F.; NAKAMURA, H.; LIMA, M.C. (Org.). Fonoaudiologia: surdez e abordagem bilíngüe. São Paulo: Plexus, 2000. p. 42-53.
GARCIA, B.G. O multiculturalismo na educação dos surdos: a resistência e a relevância da diversidade para a educação de surdos. In: SKLIAR, C. (Org.). Atualidades da educação bilíngüe para surdos. Porto Alegre: Mediação, 1999. p. 149-162.