IMPLANTAÇÃO DO POLO LOGÍSTICO DA CIDADE DE FEIRA DE SANTANA-BA

 Jotony da Costa Lima é Bacharelado em Administração de Empresas, concluído em 2006 pela Faculdade Adventista de Administração da Bahia (IAENE). Pós-graduado em Administração com ênfase em Gestão Pública e Desenvolvimento Regional.

RESUMO

O presente artigo apresenta a necessidade da implantação do Centro Logístico Integrado - CLI na Cidade de Feira de Santana e sua economia na região, apresentando suas principais diferenças em relação a outras cidades que a circundam. Em relação aos aspectos organizacionais, referentes à cultura e aos critérios de desempenho de empresas que atuam nos setores de distribuição, indústria, comércio e serviços, o município apresenta desde o seu surgimento grande vocação comercial, fortes articulações políticas, econômicas e sociais. Quando concentra funções de centro dinâmico, articular-se para atender às áreas de influências.

Palavras chave: Centro Logístico Integrado – CLI.

 ABSTRACT

This article presents the need for implementation of Integrated Logistics Center - CLI in the city of Feira de Santana and its economy in the region, presenting its main differences from other cities that surround it. Regarding the organizational aspects relating to culture and performance criteria of companies that operate in the sectors of distribution, industry, commerce and services, the city has since its inception major commercial vocation, strong joint political, economic and social. When concentrated center functions dynamic, articulate to meet the areas of influence.

Keywords: Integrated Logistics Center - CLI.

 1. INTRODUÇÃO

Na atualidade, as empresas não podem ignorar a importância da logística em relação aos seus concorrentes. É preciso fornecer serviços logísticos aos clientes com qualidade, e satisfazer às necessidades de escolha do produto, entrega em tempo determinado e disponibilidade de estoques a um preço competitivo. Por isto, a logística tornou-se reconhecida como uma área de grandes oportunidades, surgindo assim, a necessidade de implantação do Centro Logístico Integrado – CLI, em Feira de Santana que vai estreitar o relacionamento entre empresas, tanto no campo operacional quanto estratégico.

A economia contemporânea é marcada por intensa concorrência, devido à necessidade de rápida adequação aos novos mercados consumidores e pela exigência de maior integração entre as empresas. Visando não apenas a lucratividade, mas, também a sobrevivência da empresa depende de uma logística eficiente. Para a maioria das organizações e indústrias em geral, a definição mais utilizada da logística é "obter os produtos certos, no lugar certo, no momento certo, ao menor custo possível". Para diminuir custos, deve-se aplicar a logística na cadeia de suprimentos sem alterar a qualidade do produto final, ou seja, criar receita para a empresa e maximizar seus lucrus.

O Brasil precisa dar mais ênfase ao setor logístico, para que haja mais crescimento, desenvolvimento e geração de emprego e renda para o país. As micros, pequenas e médias empresas, em decorrência da globalização e suas imposições, vêm buscando alcançar vantagem competitiva para poder continuar sobrevivendo no mercado cada vez mais global. Muitas empresas procuram associar-se em redes locais como clusters, e arranjos produtivos locais para enfrentar a concorrência das grandes empresas que oferecem serviços logísticos com alta qualificação profissional, proporcionando vantagens competitivas mais acirradas.

Atualmente, os serviços são responsáveis por gerar boa parte dos empregos nos países desenvolvidos. Com isto, percebe-se que as empresas que estão correlacionadas com as áreas de serviços têm contribuído cada vez mais para a geração de renda para a população e ao mesmo tempo essas organizações vêm proporcionando crescimento econômico e empregos qualificados nos paísesem desenvolvimento. Estasatividades chegam a representar mais de 50% dos custos de produção e dos empregos globais. Porém, isto, só foi possível por causa da inovação tecnológica, que vem melhorando o diferencial competitivo das pequenas e médias empresas.

Seguindo o rumo de grande parte dos municípios brasileiros de tamanho populacional semelhante, Feira de Santana, no interior baiano, também convive com o crescimento do setor logístico. Dada sua importância na geração de novos postos de trabalho, a implantação do Centro Logístico Integrado – CLI criar novos postos de trabalho para o município conjuntamente com uma administração pública de regulamentação das atividades desse setor, a qual proporcionará melhorias na logística de distribuição, principalmente, beneficiando o comércio em geral, sem se esquecer do setor do serviço que sempre de fundamental importância para o crescimento econômico do município.

 1.1 OBJETIVOS DO ESTUDO

1.1.1 Geral

Apresentar a importância da implantação do Centro Logístico Integrado - CLI na Cidade de Feira de Santana e sua economia na região para o crescimento, desenvolvimento e geração de empregos para o município.

1.1.2 Específicos

  • Analisar a importância da implantação do Centro Logístico Integrado - CLI para o crescimento, desenvolvimento, geração de renda e emprego para a cidade de Feira de Santana.
  • Identificar as propostas, os investimentos dos gestores públicos municipais para incentivas a entrada de novas empresas no mercado competitivo de Feira Santana, melhorando a qualidade dos setores de logística, do comércio e serviço e suas ações empreendedoras para aumenta a renda e reduzir o índice de desemprego da Cidade.
  • Descrever as ações empreendedoras realizadas nos setores de logística, comércio e nos serviços, enfatizando sua importância para o Crescimento e Desenvolvimento na Geração de Renda e diminuição da taxa do Desemprego para o Município de Feira de Santana.

 1.2  PROBLEMÁTICA

A cidade de Feira de Santana, a qual se pretende estudá-la e aplicar alguns dos métodos de análise administrativa referentes à melhoria no Setor Terciário.

Há algumas décadas as políticas públicas feirenses vêm discutindo a respeito dos problemas que assolam a cidade, como:

  • A baixa qualidade de vida da população em geral, desde o simples microempresário ao ambulante na feira livre, da informalidade dos setores do comércio que buscam de forma desesperadora sobreviver aos altos e baixos da economia, buscando no mercado informal uma alternativa para não ser mais um excluído da sociedade;
  • A cultura popular é um fator indispensável porque não se muda da noite para o dia, envolve principalmente a educação e saúde;
  • As ruas da cidade são sujas e não se encontra sextos de lixos apropriados; as ruas do centro da cidade onde se concentra o grande comércio de Feira sofrem com a falta de organização no trânsito, pois as pessoas que vão ao comércio muitas vezes não encontram uma vaga para estacionar seus carros, a rua Marechal Deodoro, por exemplo, é muito estreitas e  os donos das lojas e seus funcionários estacionam seus carros sem deixar nenhuma vaga para o público consumidor em geral, ainda tem os caminhões e carretas que descarregam as mercadorias das lojas e supermercados em local desapropriado ocupando todo o espaço da rua, com isto, o trânsito fica totalmente desorganizado;
  • Excesso de feirantes e ambulantes transitando no meio dos consumidores atrapalhando e muitas vezes amedrontando os clientes que vão a aquele local para adquirir algum item de sua necessidade;
  • As crianças nas sinaleiras e na feira pedindo donativos, gerando muitos furtos;
  • Como tem o maior entroncamento do Norte/Nordeste, quase tudo que se procura em Feira é encontrado, fazendo com que a polícia tenha atenção redobrada;
  • Os comerciantes ou empreendedores são mal preparados, eles na maioria das vezes não oferecem condições de trabalho adequado para seus funcionários como, treinamento para atender bem o cliente, satisfação, recepção, etc.
  • Nos serviços bancários percebe-se que os clientes perdem muito tempo nas filas e a recepção não é de boa qualidade;
  • A cidade não conta com sanitários químicos públicos;
  • A maioria das lojas não oferece aos clientes uma boa recepção, sanitários e água potável para beber, etc.
  • A cidade sofre com o comércio ilegal da pirataria que é um grande problema nacional. A título de exemplo quanto a isto, tem-se a grande feira de produtos importados o “feiraguai”.

 1.2.1     Definição Do Problema

Os gestores e empreendedoras deram a devida importância ao Setor Terciário para que houvesse crescimento, desenvolvimento, geração de renda e emprego para a Cidade de Feira de Santana?

 1.3 HIPÓTESE

As ações e investimentos realizados na economia municipal no decorrer deste século contribuíram para melhorar a qualidade no setor logístico na Cidade de Feira de Santana e, contribuindo com o crescimento, desenvolvimento, geração de renda e emprego para o Município.

 1.4 JUSTIFICATIVA

O mercado de trabalho continua bastante aquecido, graças à queda do desemprego no decorrer dos anos. A elevação da renda da população economicamente ativa estimula o consumo e a criação de empregos nas atividades dos setores logísticos, do comércio e serviços. Isto, só ocorreu porque houve um aumento na renda das pessoas, consequentemente, elas vão começar a procurar por melhores empregos para poder ajuda a complementar o orçamento familiar. Mas, com a taxa de desemprego em baixa, revela a falta de mão de obra qualificada no mercado, que é um dos fatores que explica parte da elevação da renda, obrigando as empresas aumentar os salários para poder contratar. As organizações estão passando por está turbulência no mercador porque sempre demoraram a responder às medidas de esfriamento da economia.

A quebra das barreiras alfandegárias, a facilidade da comunicação, também fez com que houvesse um diferencial competitivo em níveis de qualificação profissional das empresas. Esta visão sistêmica que traduz a realidade mostra que as necessidades de adaptação a nova realidade induz a investimentos em mão de obra qualificada e conhecimento dos processos que permeiam o funcionamento da empresa.

A explicação para o fenômeno da renda são as contratações com carteira assinada, já que o setor formal tem melhorado os salários. No entanto, as empresas têm dificuldades para contratar mão de obra qualificada. Isto é ótimo para os trabalhadores, mas difícil para as empresas, por estarem preocupadas com competitividade nos mercados de economias globais. Já os profissionais dizem se surpreenderem com a abundância da oferta de emprego no Setor Terciário, sustentada por forte recuperação de investimentos nos últimos anos. Este desequilíbrio entre oferta e demanda de emprego se intensificou graças à expansão da economia.

A iniciativa privada é o setor que mais gera renda, posto de trabalho, tanto formal como informal para o comércio e serviços, além de proporcionar crescimento e desenvolvimento para diversas regiões do país. Mas, há uma forte predominância do setor público. No entanto, para a população em geral, o comércio sempre corroborou com o crescimento e desenvolvimento de Feira de Santana, sendo o Setor Terciário marcado pelo dinamismo na geração de emprego e por influenciar diretamente a competitividade dos demais setores. Agregando uma diversidade de segmentos, que vão desde empresas da área de logística empresarial há serviços técnicos especializados, melhorando os níveis salariais dos empregados em geral e, consequentemente, elevando a renda do município.

O piso salarial é atingido com a finalidade de atender a demanda da população por bens e serviços, obrigando as empresas a contratarem novos profissionais com pouca qualificação profissional e ineficiente, por salários cada vez mais altos. Pois, é difícil medir a taxa de desemprego, pior ainda no caso de Feira de Santana e do Brasil. Com isso, é preciso que o desemprego recue ainda mais, o que pode aumentar o risco para o cenário de inflação no país. Mas, essa situação pode se traduzir em ganhos ou perdas para o governo nas próximas eleições municipais.

 1.5 METODOLOGIA

1.5.1 Caracterização da Pesquisa

Os fatores críticos de sucesso para qualquer empresa do Setor Terciário, principalmente na área de logística empresarial têm que ser satisfatório e assegurar a competitividade para a organização, melhorando à posição estratégica da empresa frente aos seus principais concorrentes. Sendo que as empresas utilizam de forma genérica para apoiar, fazer análise estratégica que deverá ser usado neste trabalho para, partindo das estratégias traçadas, auxiliar na identificação das necessidades de informação para criar novas estratégicas que venham a contribuir de modo significativo com Setor logístico de Feira de Santana, buscando satisfazer as necessidades dos consumidores, gerando mais desenvolvimento, emprego e renda para o Município.

A qualidade do Setor Logístico está relacionada às habilidades de minimizar as discrepâncias entre as expectativas e percepções de clientes e seus fornecedores. Em geral, as metodologias de avaliação da qualidade da área de logística de distribuição apresentadas na literatura baseiam-se em um processo de avaliação no qual o consumidor compara os serviços percebidos com os esperados.

Quanto à natureza, trata-se de uma pesquisa bibliográfica, que tem como foco principal o levantamento de dados sobre a importância da implantação do Centro Logístico Integrado - CLI para que haja mais crescimento, desenvolvimento, geração de renda e emprego e seus respectivos impactos na economia do Município, objetivando gerar conhecimentos e fazer propostas de mudanças para melhorar a qualidade do Setor Terciário de Feira de Santana.

Quanto aos fins, trata-se de uma pesquisa que dará prioridade a um levantamento bibliográfico, estudo de caso, na cidade de Feira de Santana, pois analisará a importância da implantação do Centro Logístico Integrado - CLI para a geração de renda e emprego na economia do Município, os incentivos para a entrada de novos empreendedores que pretende investir na Cidade, contribuindo para o crescimento e desenvolvimento e criação de novos postos de trabalho tanto formal quanto informal.

Quanto aos meios de investigação, serão utilizados processos de coleta e mensuração de informação em jornais, livros, Internet.

 1.5.2 Estratégias de Coleta de Dados

Foi definido que a coleta de dados da presente pesquisa teria duas vertentes, a saber:

  • Dados primários: foram coletados a partir da observação direta, permitindo o registro dos fenômenos da realidade, planejamento, sistematização dos dados utilizando roteiros pré-estabelecidos.
  • Dados secundários: estes foram extraídos dos estudos bibliográficos.

 1.5.3 Estratégias de Tratamentos dos Dados

Os dados, tanto primários quanto secundários foram processados e analisados utilizando-se métodos interpretativos.

1.5.4 Limitações da Pesquisa

O estudo limitou-se a falar sobre a importância da implantação do Centro Logístico Integrado – CLI, que proporcionará mais Crescimento, Desenvolvimento e Geração de Emprego e Renda para a Economia de Feira de Santana.

2. CONCEITOS DE LOGÍSTICA

Segundo Boudouin (1996), os investimentos dividem-se entre o “público: urbanização dos terrenos, implantação de infraestruturas de transportes, de construções alugadas a empresas de serviços e operadas e, o privado: construção nos locais no interior dos quais são tratadas as mercadorias e ofertados os serviços”. A plataforma logística tem a finalidade de aumentar a eficiência da organização; seja um conjunto de empresas em uma região ou país, criando empregos, melhorando o valor ou tempo de serviços e, desta forma aumentando a competitividade. 

Antes de estarem ligadas as atividades empresariais, a logística era uma atividade exercidas pelos militares. Os dicionários ainda defendem a palavra como uma ciência militar. A logística passa a fazer parte das empresas, a partir do momento que as mercadorias são ofertadas aos seus clientes ao longo da cadeia logística. Com isso, a organização logística nas empresas iniciou-se por volta dos anos 50; Pós-Segunda Guerra Mundial, quando as mesmas iniciaram as atividades de transportes e armazenagem ao conceito de logística militar. No decorrer dos anos, este quadro começa a mudar, as empresas sentiram a necessidade de dar mais importância à distribuição física dos produtos.

A logística é entendida como o gerenciamento do fluxo físico de materiais, englobando operações de produção e transformação, controle de materiais, processos, compreendendo todo o gerenciamento de transporte e distribuição, desde depósitos intermediários até a chegada dos produtos aos consumidores finais. Mas, para que as empresas possam sobreviver em um ambiente competitivo, é preciso oferecer resultados – quantitativos, variedades, qualidades, preços e prazos – compatíveis com as necessidades e expectativas dos clientes. Como afirma Ching (2001). 

De acordo com Dornier et al. (2000, p. 85-87), “o sistema logístico pode ser dividido em logística de entrada, (que envolve fornecimento de materiais e componentes para fabricação de produtos) e logística de saída ( que diz respeito de como os produtos se móvel até o cliente final). Esses segmentos não podem ser isolados, no entanto, dividindo-os em sistemas de entrada e saída, pode-se caracterizar em trade offs diferentes e analisá-los no contexto de objetivos globais de desempenho da organização”.

Mas, segundo Nazário (2000, p.146), “o motivo para se utilizar mais de um modal de transporte “representa agregar vantagens de cada modal, que podem ser caracterizadas tanto pelo serviço, quanto pelo custo”. [...] Além de considerar o valor agregado dos produtos a serem transportados, bem como questões de segurança”.

Segundo Hong (2001), empresas que ainda não evoluíram para um sistema logístico integrada têm apresentado problemas em seu processo, tais como, falta de foco no cliente, nível de serviço abaixo do desejado, custos de logística elevados, capital empregado em estoques, ciclos longos de produção e pouca flexibilidade. No entanto, para as empresas que atuam no mercado interno, as vantagens podem ser referentes à utilização dos armazéns e suas atividades correlatas, possibilitando que as empresas terceirizem esses serviços, além das operações de coleta, movimentação, transporte e distribuição de cargas fracionadas ou completas para seus clientes.

 3. LOGÍSTICA NO BRASIL

A partir dos anos 50, com a implantação da indústria automobilística nacional, o modal rodoviário passou a se desenvolver aceleradamente, assumindo a hegemonia na matriz de transportes brasileira. É preciso esclarecer que esse não foi um processo exclusivo do país. Na realidade, em função de flexibilidade dos grandes processos técnicos do setor e o do preço baixo barriu do petróleo, o modal rodoviário, expandiu-se em todo o mundo. No Brasil, esse processo ocorreu de maneira exclusiva. Marcus Alban, 2002.

Com a intensificação do processo de crescimento econômico no Brasil e especificamente na Bahia, as discussões sobre a infraestrutura logística e transporte vêm ganhando relevância, sobretudo em função incompatibilidade entre a estrutura existente e as demandas que apresentam. Em um ambiente de negócios com os mercados e margens cada vez menores, a logística é hoje um dos principais fatores na competitividade de diferenciais na competitividade entre as empresas. Em contrapartida, os entraves decorrentes de uma infraestrutura de transportes inadequada e obsoleta podem dificultar esta competitividade, atrapalhando o projeto de crescimento do estado e do país. Dentro deste contexto, constata-se que a discussão da abrangência e a forma como os principais gargalos logísticos estão sendo vistos e tratados pelos atores envolvidos no processo são importantes para o seu aprimoramento. Como afirma Neto, Antônio Pessoa, 2009.

O sistema de transporte no Brasil ficou vários anos sem receber investimentos. Mas, está passando por um momento de transição no que diz respeito às possibilidades de utilização de mais de um modal na movimentação de cargas por toda a cadeia de suprimentos. Isto, só está ocorrendo, por causa do processo de privatização de ferrovias, portos, rodovias e, pela execução de obras de infraestruturas e pela iniciativa de vários prestadores de serviços logísticos.

No decorrer dos anos 70, o Brasil, desenvolveu uma razoável infraestrutura na área de transportes. Esta, no entanto, era contemplada com a integração do mercado interno, sem grandes preocupações com custos, qualidade e produtividade, ou seja, com a logística. O que interessava era a expansão da capacidade física de transportes, sendo que, para isso, não lhe faltava recursos.

O modal logístico brasileiro está focado basicamente no modal rodoviário, que representa hoje mais de 65% de todo o sistema de transporte do país, perdendo apenas para o aéreo. Os custos são elevados graças aos precários estados de conservação das estradas, principalmente as regiões norte e nordeste. Considerando uma frota de veículos com mais de 15 anos de uso.  Como afirma MENCHIK, 2008.

Os investimentos em infraestrutura logística no Brasil em rodovias, ferrovias, portos, hidrovias e aeroportos, são todos instrumentos do governo federal como forma de incentivos aos investimentos privados. Sendo os marcos regulatórios aperfeiçoados no sentido de ampliar a parceria com a iniciativa privada, garantir tarifa módica, serviços adequados e sustentáveis. Já a participação da iniciativa privada é realizada através de três vetores: concessão simples que é a tarifa módica que garante a sustentabilidade econômica financeira dos serviços; a concessão patrocinada cujo poder público assume parte dos custos para garantir tarifas módicas e a concessão administrativa cuja gestão com custos assumidos pelo poder público. Segundo o Ministério dos Transportes, 2010.

4. EVOLUÇÃO DA LOGÍSTICA NA BAHIA

O Estado da Bahia vem apresentando um desenvolvimento econômico reconhecido no cenário nacional, resultado de uma política fiscal austera que lhe tem assegurado credibilidade no meio empresarial nacional e internacional. Proporcionando assim, vantagens competitivas naturais com relação à logística de transportes, como sua localização estratégica, equidistante das regiões norte e sul do país, que faz fronteira com oito estados da Federação e, possui os maiores trechos da Hidrovia do São Francisco e a maior faixa litorânea brasileira com1.188 km, abrigando duas extensas baías, contando com os principais eixos rodoviários de ligação do Nordeste com a região Sudeste. Como afirma Marcus Alban (2002).

Ainda de acordo Marcus Alban (2002), uma das estratégias governamentais para enfrentar esses desafios é prover o Estado de um moderno planejamento de transportes. Para tanto, contratou-se, em 2002, o Programa Estadual de Logística de Transportes da Bahia - PELT. Como resultado, a Bahia deterá um portifolio de intervenções físicas sustentáveis de âmbito público e privado em infra estrutura de transportes e indicações institucionais para promover sua implantação. Tecnicamente, a integração entre modais pode ocorrer entre vários modais: aéreo-rodoviário, ferroviário-rodoviário, aquaviário ferroviário, aquaviário rodoviário ou ainda, entre mais de dois modais. 

Segundo Neto, Antônio Pessoa, 2009. Mesmo com a mudança de governo ocorrida em 2006, o conjunte de investimentos levantados por ele ainda é referência, no que se refere aos gargalos do setor logístico. Isto é reforçado pela entrevista do Governador Jaques Wagner que diz que: “na Bahia, que o enfrentamento deste desafio vem ocorrendo através da implantação dos projetos do PAC e daqueles previstos pelo PELBAHIA. O programa, estruturado sobre as bases de um planejamento de longo prazo remodelará toda a nossa cadeia logística, promovendo a integração dos eixos de transportes e de desenvolvimento.” (WAGNER, 2007).

Já o final da década de 1970 foi marcado por uma crise fiscal vivida pelo país, modificando o cenário. Sendo a infraestrutura de transportes um grande sistema estatal, essa crise estancou os recursos de expansão. Os transportes viveram uns longos ciclos de estagnação e degradação. Já nos anos 80, considerado como a década perdida para a infraestrutura de transportes, que só em meados dos anos 90, com o PND – Programa Nacional de Desestatização e as reformas institucionais empreendidas nos diversos modais. Como afirma Marcus Alban (2002).

Os transportes são partes do sistema da empresa, por isto, estão interligados com os demais para realizar as atividades de escoamento e auxiliar na distribuição dos produtos. Como representam grande parte dos custos da empresa, os transportes precisam ser estudados com cautela, seus parâmetros devem ser observados para que as firmas não percam seu lucro no final da cadeia. Isto é algo que na prática ocorre com frequência, pois os parâmetros de peso, fragilidade, dimensão e compatibilidade não são observados e levam a excesso de manuseio, avarias no produto e consequente perda de vendas. De acordo com Ribeiro, Priscila e Ferreira, Karine, 2002.

De acordo com produto, cliente, prazo e recursos financeiros, a empresa terá cinco opções de modais, tendo cada um sua própria característica, custos, produtos transportados, que levaram a sua melhor escolha, sedo respeitadas essas especificidades de cada um. Ela poderá também integrar estes modais através da intermodalidade e a multimodalidade, que são estratégias à conquista de objetivos de melhorias das atividades logísticas e de transportes. A infraestrutura oferecida pelos setores públicos e privados também condicionam o uso dos modais, facilitando ou não a sua integração, assim como a legislação e os investimentos para as vias de acesso e escoamento de produção. De acordo com Ribeiro, Priscila e Ferreira, Karine, 2002.

4.1 FEIRA DE SANTANA

A Cidade de Feira de Santana precisa dar mais ênfase ao setor logístico, para que haja mais crescimento, desenvolvimento e geração de emprego e renda para o Município. As micros, pequenas e médias empresas, em decorrência da globalização e suas imposições, vêm buscando alcançar vantagem competitiva para poder continuar sobrevivendo no mercado cada vez mais global. Muitas empresas procuram associar-se em redes locais como clusters, e arranjos produtivos locais para enfrentar a concorrência das grandes empresas que oferecem serviços com alta qualificação profissional, proporcionando vantagens competitivas mais acirradas.

Na contemporaneidade, o setor logístico vem contribuindo de forma significativa a geração de boa parte dos empregos na Bahia. Com isto, percebe-se que as empresas que estão correlacionadas com as áreas de serviços têm contribuído cada vez mais para a geração de renda para a população e ao mesmo tempo essas organizações vêm proporcionando crescimento econômico e empregos qualificados nas principais cidades em desenvolvimento. Estas atividades chegam a representar um percentual significativo nos custos tanto direto como indireto de produção e dos empregos globais. Porém, isto, só foi possível por causa da inovação tecnológica, que vem melhorando o diferencial competitivo das pequenas e médias empresas na região.

Seguindo o rumo de grande parte dos municípios brasileiros de tamanho populacional semelhante, Feira de Santana, no interior baiano, também convive com o crescimento do setor Logístico na região. Dada sua importância na geração de novos postos de trabalho, a implantação do polo logístico vem se desenvolvendo no município conjuntamente com uma administração pública de regulamentação das atividades desse setor, as quais proporcionaram melhorias na logística de produção e implantação de vários centros de distribuição – CD de diversas empresas, que aqui estão instalando-se. No entanto, isto, só poderá ser concretizado graças ao Setor Terciário que é a principal vocação comercial da cidade e que deu origem a esta futura metrópole. Mas com reflexos também no setor de serviços que foram de fundamental importância para o crescimento e desenvolvimento econômico do município.

A cidade de Feira está hierarquizada de maneira urbana, sendo reflexos do resultado do papel de grandes centros, mas, dividida em pequenas unidades centrais denominados núcleos. As divisões regionais e as medidas realizadas pelo governo do estado, com metas dinâmicas das atividades econômicas em diversas áreas do estado, não cumpriram com o dever de dar mais atenção aos centros urbanos dinâmicos, com realização de políticas centralizadas do governo do estado e no desenvolvimento que define os objetivos e prioridades de planejamento regional, enfatizando os grandes centros urbanos e as regiões. A vocação comercial da cidade de Feira de Santana ganhou força nos anos 50, com a construção e implantação de várias BRs, por estar situada estrategicamente e por possui o maior entroncamento rodoviário do Norte/Nordeste, isto, lhe dar uma grande vantagem competitiva em relação a outras cidades do interior do Estado da Bahia e do Brasil.

O município é reconhecido também como destacado núcleo de comércio intra-regional, dominando um vasto mercado “que transcende sua própria dimensão territorial, evidência que se traduz na magnitude do setor terciário local, abrangendo toda a região, num mercado de aproximadamente dois milhões de pessoas”, segundo C. J. Nascimento (2006), ao apresentar a inserção de Feira de Santana na região econômica do Paraguassú.

Nascimento (2006) enfatiza que a vocação comercial de Feira de Santana acelerou as suas condições para o desenvolvimento a partir da década de 50, depois da implantação da Rio-Bahia e de diversas rodovias estaduais direcionadas para a cidade. Feira de Santana converteu-se a partir daí num importante entroncamento. Isso construiu suas vantagens para competir com os demais municípios baianos. Feira de Santana transformou-se num importante centro modal de transporte do Nordeste e graças ao comércio sobreviveu à crise da indústria por volta dos anos 80.

Pode-se assim afirmar que o crescimento da economia feirense nasceu da expansão da sua atividade comercial. Mas a velocidade desse crescimento deve-se ao lançamento do Centro Industrial do Subaé, a partir de 1969, e ao aproveitamento das condições do município para a indústria: eixo viário, mão-de-obra disponível, incentiva ficais, matérias-primas, facilidade de acesso às áreas de consumo no Nordeste, Centro-Sul e Sul do país, para não falar apenas de Salvador. 

 4.2 CRIAÇÃO DO POLO LOGÍSTICO DE FEIRA DE SANTANA

Segundo artigo publicado pelo jornalista Ronaldo Belo, do jornal Folha do Estado, Feira de Santana; Nº 2.785, em2009, aimplantação do tão sonhado pólo de logística no município é um dos pedidos especiais que o presidente do Centro das Indústrias de Feira de Santana, Luiz Neto, faz ao Prefeito. “Trata-se de um projeto de infraestrutura dos mais modernos que irá alavancar substancialmente o setor, proporcionando a canalização de investimentos, determinando o crescimento e desenvolvimento do Município para os próximos 20 ou 30 anos”.

A instalação do Polo Logístico em Feira trará desenvolvimento à cidade e para os empreendedores. A Cidade investindo no Centro Logístico Integrado - CLI estará investindo no futuro do município, aumentando assim, as vantagens competitivas das empresas que irão se instalar no Polo. O CLI será o mais moderno, concentrando diversas empresas com a finalidade de desenvolver e melhorar a qualidade dos serviços prestados, reduzindo os custos e proporcionando condições de competitividade. O Centro Logístico Integrado é uma antiga reivindicação do setor produtivo de Feira de Santana e, pode contar com a participação de representantes de entidades de classes e empresários que buscaram o apoio junto aos gestores públicos para que o pleito fosse levado ao governo estadual.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O desenvolvimento eficiente da logística, na economia baiana, formando base para o desenvolvimento do comércio, permitindo que cada região potencialize a exploração das suas vantagens competitivas, utilizando como forma de especialização a produção. Ter um sistema logístico eficiente permite a competitividade dos produtos no âmbito tanto no nacional como internacional.

 Os sistemas de transporte e armazenagem adequados apóiam um comércio, quanto maior e mais sofisticado for o seu desenvolvimento, e quanto mais baratas forem as suas movimentações e armazenagens, resguardando-se a qualidade de ambos, mais livre e intensa será a troca de mercadorias e maior a especialização logística. Sem tal condição, a inserção em um novo mercado torna-se limitada. Ter uma infra-estrutura logística de qualidade resulta no incremento da eficiência logística. Se o Estado da Bahia investir no desenvolvimento de infraestrutura logística, terá condições reais de sustentar o seu crescimento e desenvolvimento, econômico, proporcionando mais geração de renda e emprego para a população.

 A infraestrutura logística de Feira de Santana ainda é de baixa qualidade, estando aquém da necessária para que o segmento de exportação possa fluir normalmente. Ter eficiência logística é dispor de estoque, armazenagem e transporte eficiente e eficaz, sendo a empresa capaz de atender e satisfazer o cliente. A competência das empresas baiana que atuam no mercado nacional está em desenvolver alternativas criativas para lidar com as limitações de infraestrutura logística brasileira. Quanto maior for o seu empenho na obtenção de melhores condições para aumentar da eficiência logística, maior será a sua capacidade de competição no mercado.

REFERÊNCIAS

1.ANUÁRIO ESTATÍSTICO DE FEIRA DE SANTANA V.2, 2008 Feira de Santana: CDL, 2008.

2.Edson Sá e Jr. Malta. Revista Única, nº 023 em 2008.

 3.FRANÇA, Patrícia. Lei geral: principais mudanças na tributação e impactos. Jornal Atarde. Salvador, 24 nov. 2006. Economia. nº 32. 006.

4.LACERDA, Ana Paula. Lei geral: principais mudanças na tributação e impactos. Jornal Atarde. Salvador, 23 nov. 2006. Economia. nº  35.005.

5.Lakatos, Eva Maria e Marcon, Marina de Andrade. Metodologia do trabalho cientifico: procedimentos básicos, pesquisa bibliográfica, projetos e relatório, publicações e trabalhos científicos. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2001.

 6.Jornal Tribuna Feirense, Feira de Santana, 20-23 dez. 2008. nº 2.067 e 2070.

 7.Jornal Folha do Estado, Feira de Santana, nº nº 2.768, 2008.

 8.Jornal Folha do Estado, Feira de Santana, nº 2.785, 2009

9. http://www.brasil.gov.br/pac