Centro Universitário de Belo Horizonte – UNI BH

Pró-reitoria de Pós-graduação, Pesquisa e Extensão

Curso de Especialização "Lato Sensu"

em Marketing e Comunicação

IMAGEM PESSOAL, COMUNICAÇÃO E FORMAS DE AUTOPROMOÇÃO¹.

Fernanda Miranda de Paula²

Ângela Abi-Sáber3

Belo Horizonte, 30 de junho de 2008

RESUMO

O conhecimento da dimensão humana e o aprimoramento pessoal são fundamentais, para se ter eficácia no marketing pessoal, sendo este um processo de desenvolvimento individual e o sucesso é apenas conseqüência de se procurar sair do primário da vida. Por meio de um aprofundamento em temas que se relacionam com o ser humano, comunicação inter-pessoal, posicionamento do indivíduo, foi possível entender que é possível criar e desenvolver uma imagem coerente e consistente, envolta em associações psicológicas positivas que dêem visibilidade necessária para que uma pessoa se transforme em referência no seu ambiente vivencial. Por isso concluiu-se que o Marketing pessoal tornou-se um instrumento estratégico fundamental da construção de valor para a marca pessoa, uma das ferramentas mais eficientes de diferencial no mercado de trabalho.

Palavras-chave

MARKETING PESSOAL, INTUIÇÃO, IMAGEM, AUTO-CONHECIMENTO, ÉTICA, ESTRATÉGIA

¹ Título do artigo científico

²Aluna de Pós Graduação em Marketing e Comunicação pelo Uni BH

3Professora Orientadora Mestra em Semiótica

1 INTRODUÇÃO

Há algum tempo se exigia que o profissional executasse aquilo que lhe foi pedido. Hoje se exige que o profissional tenha visão suficiente para dizer a empresa o que deve ser executado. Tudo isso antes mesmo do profissional fazer parte da equipe : comumente questionado ainda na entrevista de emprego, o que teria para acrescentar à empresa. Com a velocidade com que as coisas evoluem e a competição crescente, o Marketing Pessoal é uma estratégia vital para qualquer profissional que queira entrar e permanecer no mercado de trabalho.

O tema proposto neste trabalho "imagem pessoal, comunicação e formas de autopromoção" tem como principal razão analisar questões de comunicação inter-pessoal, posicionamento, intuição, caráter.

O Marketing Pessoal tornou-se fundamental para a construção da marca pessoa: que necessita de planejamento para construção, projeção e ascensão.

Apesar de ser um termo bastante usado, o Marketing Pessoal é pouco estudado em bases sólidas. Para entender melhor o termo, buscou-se uma bibliografia voltada para o Marketing em geral e, em especial, na emoção: os profissionais que não desconectam as emoções do intelecto são bem mais sucedidos, dinâmicos, têm ótimo relacionamento inter-pessoal, tomam melhores as decisões.

Atualmente, o Marketing Pessoal é aplicável em quase todas as atividades humanas, tornando-se assim um elemento chave para o desenvolvimento social.

2 POSICIONAMENTO EMOCIONAL

Para entender a importância do Marketing Pessoal e sua força como instrumento extremamente eficaz de sucesso pessoal e profissional, faz-se necessário a observação da realidade atual. O mundo totalmente globalizado e competitivo originou mudanças nas relações entre as pessoas e, consequentemente, na atuação dos profissionais.

As informações se atualizam com grande velocidade e muito do que se aprende cai rapidamente em desuso. A busca do crescimento pessoal é um ponto de partida para enfrentar a competitividade cada vez mais crescente.

Neste contexto de alta competitividade, freqüentes mudanças e busca de qualidade, o Marketing é uma ferramenta fundamental para o processo de elaboração da estratégia pessoal.

Para ser eficaz no marketing pessoal, o conhecimento da dimensão humana é fundamental, porque este é um processo de desenvolvimento pessoal que valoriza as capacidades e competências do homem. Conhecimentos técnicos são apenas a base da construção de uma carreira. O diferencial entre profissionais está em suas atitudes, que começa com o pensamento sistêmico (conhecer e reconhecer os diferentes sistemas que compõem a realidade, inclusive a própria personalidade). Neste caso, concluiu-se que também se pode aperfeiçoar a inter-relação.

O marketing pessoal está intimamente ligado à inteligência emocional. Segundo Cooper e Sawaf (1997,p.xvii) "é a inteligência emocional que nos motiva a buscar nosso propósito e potencial único e ativo em nossas aspirações e valores mais profundos, que deixam de ser algo a respeito de que pensamos e passam a ser vividos." Não basta apenas ter informações e sentimentos, é preciso aplicá-los eficazmente como fonte de conexão e influência humana.

2.1 Posicionamento emocional numa rede de relacionamentos

Atualmente, verificamos que o homem já não pode trabalhar sozinho. Onde há mais de uma pessoa, há um relacionamento e, com certeza, conflitos existirão, sejam de gostos, costumes, crenças, educação, dentre outros. A atenção personalizada a quem quer que seja nunca é um investimento sem retorno. Sentimentos positivos e de simpatia provocarão o aumento da interação, favorecendo a produtividade. De acordo com Cooper e Sawaf (1997) se você está desligado de seus próprios sentimentos, você provavelmente terá muita dificuldade de compreender acuradamente os sentimentos dos outros. (...) Mas com o aumento do auto-conhecimento , quando você 'lê' os sentimentos de outra pessoa, você sente seu estado emocional mesmo que ela não lhe diga o que está sentindo.

O desenvolvimento inter-pessoal é uma necessidade social, mas também organizacional, sendo o indivíduo o principal sistema de uma organização. Ele pode acontecer em três níveis: pessoal, grupal e organizacional. Em um nível pessoal, trabalha-se motivação, objetivo pessoal e intimidade. Procura-se obter auto-conhecimento. Segundo Fela Moscovic (2002) " o indivíduo que se conhece tem a possibilidade de fazer opções mais corretas e preservar sua autenticidade".

Já no nível grupal, trabalham-se objetivos conjuntos, mas também entram questões que envolvem poder e influência social. Nele procura-se aperfeiçoar as habilidades de comunicação, administrar conflitos e feedback. Quando a competência inter-pessoal é atingida, os membros do grupo têm a possibilidade de trabalhar em equipe. No nível organizacional trabalham-se também objetivos individuais e grupais, onde se procura aperfeiçoar as habilidades de trabalho em equipe.

É ilusão pensar que a vida em grupo consiste simplesmente em juntar indivíduos, com a finalidade de atingir objetivo comum. Capital, tecnologia, inovação são fundamentais para o sucesso de uma organização, mas nada substitui o talento humano, que origina e alimenta processos.

A prática de ações de apoio ajuda e incentiva para com as demais ferramentas do marketing pessoal, beneficia não somente quem o pratica, ele também proporciona bem estar para os que estão ao redor.

Para Cooper, R e Sawaf, A (1997, p.79) a conexão emocional centraliza-se no compartilhamento, ou na comunhão e no bem, em que todos se beneficiam, prosperam, se desenvolvem e crescem. O reconhecimento desta ligação torna-nos receptivos a novos conhecimentos e a diferentes sentimentos e visões, o que aumenta a criatividade e nos encoraja a buscar o melhor para todos e não apenas para nós mesmos.

2.1.1 Posicionamento emocional intuitivo

O auto-conhecimento exige paciência, disciplina, perseverança, uma elevada auto-estima, determinação e um conjunto de crenças e valores que irão nortear as atitudes e comportamentos de forma a fazer o uso correto das habilidades inatas e das habilidades a serem criadas e aperfeiçoadas. A intuição é uma ferramenta que pode ser descoberta com o auto-conhecimento e podemos recorrer a este tipo de "sexto sentido" para nos conduzir ao lugar exato onde devemos agir. Segundo Albert (apud COOPER e SAWAF 1997) a descoberta consiste em olhar a mesma coisa como todo mundo e perceber algo diferente.

O fluxo intuitivo é uma capacidade natural humana, e a entrada deste fluxo pode ocorrer, quando superamos nossas capacidades, colocando nossas habilidades à prova.

De acordo com Cooper e Sawaf (1997) o fluxo intuitivo não é algo que ocorra, quando estamos passivos ou com a mente distanciada da experiência; ele acontece quando estamos totalmente envolvidos na experiência e nos esforçamos para realizar algo difícil ou que valha a pena. Assim como o marketing pessoal, o fluxo intuitivo não é algo que nos aconteça de maneira gratuita, nós fazemos acontecer.

Mintzberg (apud COOPER e SAWAF 1997) concluiu que a eficácia organizacional não está no conceito obtuso denominado racionalidade; ela reside na mistura de uma lógica cristalina com uma intuição poderosa.

À medida que se desenvolve o fluxo intuitivo, o nível de confiança aumenta. Um profissional autoconfiante se transforma em uma referência no seu ambiente vivencial, podendo fazer parte do projeto de vida de outras pessoas. Segundo Cooper e Sawaf (1997) nós não nos tornaremos completos e bem-sucedidos enquanto nossa intuição não desempenhar um papel integral na orientação de nossas decisões.

A intuição é hoje reconhecida como capacidade natural do homem e fundamental no processo criativo, na solução de problemas e na tomada de decisões. O fluxo intuitivo em qualquer área da vida tenderá a melhorar também as outras. No instante em que se deixa de ser emocionalmente honesto, respondendo de maneira a causar boa impressão, perde-se a capacidade de pré-cognição – a capacidade de sentir ou prever o futuro.

3 COMUNICAÇÃO INTER-PESSOAL

A comunicação inter-pessoal é o grande elo que destaca um indivíduo em meio à massa. Quando ele fala, quando se expressa por escrito ou oralmente, quando cria vínculos de comunicação continuada, o indivíduo externa o que tem de melhor em seu interior.

Todas as espécies de animais possuem códigos, mas apenas o homem tem o dom da palavra. É por isso que por meio da fala os indivíduos podem influenciar o comportamento e as atitudes das pessoas. Segundo Chanlat ( 1996, p. 127) cada vez que uma pessoa toma a palavra, procura exprimir e comunicar uma imagem de si mesma.

Segundo Argyris (apud MOSCOVIC 2001, p.125) a habilidade de lidar eficazmente com relações inter-pessoais está baseada em dois critérios: percepção aguçada da situação inter-pessoal e habilidade de resolver os problemas inter-pessoais de forma que não ocorram regressões, alcançando as soluções, de tal maneira, que os envolvidos na situação continuem trabalhando juntos e eficientemente.

Competência inter-pessoal é, portanto, uma habilidade comportamental de resolução de problemas inter-pessoais, visando relacionamentos duradouros, quer sejam profissionais ou pessoais.

No ambiente de trabalho, um bom relacionamento inter-pessoal torna-se vital para a empresa. Segundo Persona (2008) atendimento é algo feito em equipe e uma equipe não pode funcionar sem integração. Times de futebol, orquestras, remadores, todos trabalham em equipe, sincronizados. Quando isso não acontece, toda a equipe fica ineficiente e todos sofrem com isso, pois um depende do outro. Se todos os jogadores em campo forem boicotados pelo goleiro, perdem o jogo. Por isso, antes mesmo de se buscar excelência no atendimento externo, é preciso encontrar o equilíbrio no atendimento interno.

Problemas de comunicação surgem também quando não existe disposição para reconhecer as próprias falhas. Para Persona (2008)em uma equipe, a tendência de tentarmos culpar outros por nossas falhas vai criando abismos de comunicação que acabam interferindo no atendimento como um todo. Veja que não existem técnicas milagrosas quando o assunto é relacionamento humano. Mas deve existir um maestro, que saiba detectar as dissonâncias e dirija a equipe com o próprio exemplo. O importante é saber que somos propensos à acomodação. Daí a necessidade de treinamento e avaliação constantes.

3.1 Linguagem Corporal

Segundo Perls ( apud FADIMAN e FRAGER, 1979, p. 139), "o sentido de pertinência a um grupo é o nosso principal impulso de sobrevivência psicológica". O processo de interação humana supõe necessariamente a comunicação, pois a todo o momento estamos comunicando algo, seja com palavras (linguagem verbal), ou não verbal ( linguagem do corpo através de gestos, expressões, reações ) . O fato de estar em presença do outro é suficiente para modificar o conceito perceptivo de cada um, promovendo interação.

O corpo humano expressa pensamentos, emoções e reações instintivas.

De acordo com Weil e Topakow (1986, p.25) desde tempos imemoriais, as pessoas usam símbolos – mensagens sintéticas de significado convencional. São como ferramentas especializadas que a inteligência humana cria e procura padronizar para facilitar a sua própria tarefa – a imensa e incansável tarefa de compreender.

Até mesmo os pensamentos dominam o ser humano . Para muitos, pensar é estar consciente. Há um grande engano, pois é extremamente difícil parar de pensar. A psicanálise, a ioga, dentre outros, sempre almejaram isto: desenvolver o homem consciente.

Porém, segundo Weil e Topakow (1986, p.258) a linguagem silenciosa do corpo contradiz a palavra falada e, diz a verdade nua e crua, completamente inconsciente.

Quando se fala em linguagem do corpo, observa-se que este expressa pensamentos, emoções e reações instintivas. A linguagem vem do interior para o exterior. Contudo, quando se mudam certos aspectos corporais, a linguagem exterior afeta os pensamentos, emoções e reações. De acordo com Weill e Topakow (1986, p.264) a aparência e a postura física influenciam a mente.

Para Cooper e Sawaf (1997, p.29) na medida em que as pessoas tornam-se emocionalmente honestas – usando o coração e não a mente, empregando palavras bem escolhidas para dizer o que realmente sentem e em que de fato acreditam, tornam-se reais.

Através da intuição, que constitui a base da honestidade emocional, a linguagem silenciosa do corpo anda em comunhão com a palavra falada.

3.1.1 O uso de técnicas

O conhecimento da dimensão humana e o aprimoramento pessoal são fundamentais, para se ter eficácia no marketing pessoal. O uso simples de algumas técnicas de linguagem corporal pode contribuir muito para a construção da marca/pessoa.

Embora a honestidade emocional seja a melhor forma de construção de uma marca que tenha credibilidade, o conhecimento de algumas técnicas pode dizer muito sobre os pensamento s e emoções dos outros.

De acordo com Weil e Topakow (1986, p.136) a inclinação do corpo fala sempre, por isso é preciso perceber a inclinação do corpo das pessoas com quem se interage: a inclinação do corpo para trás (observando o contexto): pode ser simplesmente relaxamento; digestão do que o outro diz; resistência, rejeição (quando os músculos estão tensos).

Um simples aperto de mão pode dizer muito; o aperto de mão firme: a pessoa não teme restrições; mão frouxa: receio; mão no ombro: proteção; mãos crispadas: segurando para não cair em desespero; mãos atrás das costas: escondendo tensão; mãos apoiando o queixo: a pessoa aguarda; mão dentro da boca: agonia; mão perto da boca: necessidade de satisfazer o eu.

O olhar também se comunica: o olho no olho demonstra interesse, coragem; não olhar nos olhos: displicência, desinteresse; olhar diretamente inclinando o corpo em direção ao objeto: interesse; olhar (sem outras partes do corpo acompanhando): interesse velado; olhar altivo: superioridade (pessoa mais abastada financeiramente); olhar baixo: submissão; olhar ausente: "eu" ocupado no arquivo interno e não quer receber impressões externas.

Já na expressão facial: as sobrancelhas levantadas: indicam susto; sobrancelhas franzidas: reprovação; o rosto abaixado: submissão; rosto levantado: superioridade; lábios presos entre os dentes: prefere não se comunicar; morder os lábios: raiva dos que querem falar.

A postura corporal comunica-se da seguinte forma : tórax estufado: superioridade; tórax normal: igualdade; tórax encolhido: inferioridade. A distância física: socialmente distantes; os braços cruzados: não; os pés ancorados na cadeira: ninguém me tira desta posição; a cabeça avançando, olhos atentos: interesse;

os cotovelos apoiados: espera paciente; puxar ou enrolar os cabelos: "puxar" as idéias; roer unhas: necessidade de matar desejos.

Para Persona (2008) olhos que se viram para o alto, como quando fazemos para lembrar — canto superior direito da testa — ou para inventar — canto superior esquerdo — geram a impressão de insegurança. O pescoço é a parte mais frágil do corpo e praticamente a única que pode ser atingida apenas com as mãos (asfixia ou estrangulamento). O homem, ao proteger o pescoço, cumpre o seu papel de defensor e protetor, mostrando que não está vulnerável. A mulher, ao expô-lo, revela um elemento de atração pela vulnerabilidade e necessidade de proteção. O uso de colares magnifica essa vulnerabilidade ao atrair a atenção para o pescoço.

4 MARKETING PESSOAL

O Marketing pessoal, conceito que aplica os princípios de marketing às pessoas, é uma necessidade para os indivíduos nos dias atuais. Fazer de si mesmo um bom produto e saber vendê-lo às empresas é requisito fundamental para entrar e garantir a permanência no mercado de trabalho e obter o reconhecimento e a satisfação pessoal .

A sociedade industrial gradativamente foi perdendo espaço para a sociedade da informação e do conhecimento. Automaticamente essas mudanças alteraram culturas, sociedade e a relação do trabalho com o homem. A busca do crescimento pessoal é um ponto de partida para se "destacar" e enfrentar a competitividade crescente.

No marketing tradicional, o composto de Marketing: produto, preço, praça e promoção, simboliza uma estratégia para influenciar os processos de venda e atingir o sucesso em uma organização. Da mesma forma, acontece no Marketing pessoal, porém o alvo é a pessoa, ao invés do produto.

De acordo com Ballback e Slater (1999) o produto refere-se às habilidades, realizações, formação, credenciais, treinamento, experiência anterior, cargos ocupados, personalidade, imagem e atitude. A promoção é a comunicação: mensagem que pretende veicular e para quem enviar. A praça é a área de atuação : consumidores finais. O preço é o salário que deverá ser coerente com o mix de marketing oferecido.

Saber quais são os componentes envolvidos no mix de marketing oferecem uma vantagem adicional no aprendizado de marketing pessoal. Ele envolve o auto-conhecimento, capacita promover a mensagem junto às pessoas certas, lugares certos, atribuindo-se um preço justo e posicionando-se de forma a conseguir maior impacto possível sobre a carreira.

O marketing pessoal é uma das coisas mais importantes na vida de um profissional, pois quando ele é capaz de pensar sua carreira como quem planeja o ciclo de vida de um produto, verá o quanto precisa se aprimorar, não só uma vez, mas continuamente. Produtos são planejados, fabricados, testados, comercializados e muitas vezes recolhidos do mercado para correções, aperfeiçoamentos ou lançamento de novas versões mais sofisticadas. Assim deve ser todo profissional (www.mariopersona.com.br) .

4.1 Autopromoção

Todo ser humano tem necessidade de se destacar naquilo que realiza. O maior responsável pelo desenvolvimento pessoal é o próprio indivíduo. A busca da realização é uma característica do comportamento humano. Sentir-se importante é desejo de todos.

Com as mudanças sociais, advindas da internet, como diminuição das distâncias (globalização) e reality shows (mídia excessiva em anônimos que viram celebridades instantâneas), as pessoas passaram a acreditar que fama gera poder. Esta postura social ansiosa por destaque, caminha paralelamente com o Marketing pessoal.

Uma pessoa é dotada de poder quando influencia no modo de pensar e nas ações de outras pessoas. O poder é concedido pelo outro, que percebe em determinada pessoa atributos especiais. Ou seja, são os próprios influenciados que atribuem poder ao influenciador, pelo processo da percepção, em decorrência de fatores cognitivos e emocionais.

Assim, autopromoção e poder são conceitos intimamente relacionados. O poder pode ser resultado da atração que um indivíduo provoca em razão de seu magnetismo pessoal, decorrente de uma estratégia de Marketing Pessoal.

De acordo com Ballback e Slater (1999) se você não se auto-promover, uma coisa terrível vai acontecer: nada.

Mas todo este processo de autopromoção, deve levar em consideração alguns fatores, como a ética por exemplo, o limite das reais competências e características atribuídas: reais ou irreais? O exagero pode afastar as pessoas e as chances de ser reconhecido.

Nesse processo, deve ser feita uma análise, principalmente sob o ponto de vista ético que envolve a promoção pessoal, o limite entre a divulgação das reais competências e das características irreais atribuídas para que ocorra a autopromoção.

O preconceito em relação a exposição de competências pessoais ainda existe, talvez proveniente de uma cultura em que não devemos fazer propaganda de nós mesmos. O termo Marketing Pessoal é muitas vezes banalizado e frequentemente associado a pessoas exibicionistas. O seu objetivo é realmente colocar um profissional em destaque e leva-lo ao sucesso profissional. É bem verdade que, em exagero, pode afastar, ao invés de aproximar.

Praticar o Marketing Pessoal no dia-a-dia não deve ser um esforço fingido, mas algo que flui espontaneamente, por meio de harmonia entre a realidade interior e a prática para o exterior.Sendo assim para obter resultados é necessário o conhecimento da dimensão humana.

O profissional deve ser flexível às mudanças e criar uma imagem positiva de si mesmo. Para Persona(2005), um trabalho de relações públicas na construção de uma marca é fundamental. A exposição da marca e da imagem do profissional é revestida de credibilidade quando associada a apelos emocionais.

Para Robert, C e Ayman, S (1997, p.205) , muitos dizem que a integridade e a ética têm às vezes de ficar em plano secundário ao da conveniência e dos lucros. Outros, ainda, sustentam que o propósito da liderança não é ouvir e servir, mas conseguir poder e privilégio. Todos se enganam. No trabalho a integridade requer o compromisso com o diálogo e a avaliação – de você e dos outros.

Marketing pessoal é certamente Marketing de imagem. Porém nesta estratégia de autopromoção não há espaço para inverdades. Segundo Bidart (2000) não existe separação entre ser e parecer, existe um abismo entre parecer (imagem) e visibilidade (ser visto, ouvido ou sentido). Construir uma imagem é uma ação. Ser visto, ouvido e percebido é outra. No mundo do marketing pessoal, imagem, visibilidade e principalmente credibilidade são determinantes.

4.1.1 Marca Pessoa

Um bom trabalho de Marketing demanda uma cuidadosa pesquisa de mercado, planejamento do produto, preço, embalagem , promoção e distribuição. A emoção trafega em mão única :vem apenas dos consumidores. Já no caso da marca "pessoa", a emoção trafega em mão dupla: vem de ambos os lados. Investir em crescimento pessoal pode ser um meio de "contornar" este jogo de emoções, sempre com o respaldo do bom senso.

A marca de cada indivíduo é reflexo da imagem que o outro possui a seu respeito. Dessa forma, assim como a liderança, o Marketing Pessoal é situacional, pois conforme visto, a construção de uma marca depende de significações e associações. Assim, estamos a todo momento, posicionando a nossa marca pessoal.

Todo profissional deve construir sua marca, que será a imagem que os outros terão dele. Marca para um profissional é como reputação, algo visível e que pode ser percebido por suas atitudes. Essa reputação pode ser habilmente esculpida, mas não irá durar se não estiver bem ancorada em um caráter adequado. Por isso, para Persona ( 2008) toda construção de marca pessoal começa com a construção do caráter.

Enquanto a condição interior do indivíduo define seu caráter, aquilo que ele é, as suas ações exteriores definem sua reputação, aquilo que pensam que ele é. Assim, palavras, gestos e ações têm papel fundamental na constituição da imagem, somando-se a seus conhecimentos elas definem a marca pessoa.

Segundo Bidart (2000, p.136) parece uma contradição, dizer que há de se descobrir a própria verdade, para depois apresentá-la como os outros gostariam de vê-la. Ao primeiro passo: quem sou, qual é a minha verdade? Segue-se o segundo, igualmente importante: quem é o outro e o que quer ou precisa? Encontrar a forma de fazer convergir estas duas vertentes: - quem é, e como ser útil aos outros – é o grande trabalho de construção da Imagem/Verdade.

"Jamais colocarei meu nome em um produto que não tenha em si o melhor do que existe em mim". Persona, (2008) Marketing pessoal é, em suma, colocar seu nome em tudo o que você faz. Para isso é preciso construir e viver o nome que você leva.

Descobrir o "melhor que existe em mim" é investir num propósito de vida, em coisas que realmente importam. Isso requer atitude: reconhecer o talento individual e colocá-lo a serviço da vida, na construção do potencial: pessoa.

O medo de errar e não corresponder as próprias expectativas e as expectativas dos outros, poda a possibilidade de transformar sonhos em realidades. Nunca é tarde para devolver-se a si mesmo, para ser o que poderia ter sido.

4 CONCLUSÃO:

Assim como o marketing é associado a vendas, o marketing pessoal é confundido com a divulgação da imagem. Porém o significado de ambos é muito mais abrangente.

O trabalho propiciou uma grande interação com o universo que envolve a construção da marca pessoa, por meio da utilização marketing pessoal. Este universo exige paciência, perseverança, determinação e um conjunto de crenças e valores que irão nortear as atitudes e comportamentos do indivíduo em busca do auto-conhecimento.

Foi possível concluir que a trajetória profissional é um bem individual a ser administrado com rigor, pois no mundo competitivo em que se vive, hoje, é vital a importância de um diferencial para entrar e manter-se no mercado de trabalho.

Pelo desempenho da pesquisa bibliográfica realizada, chegou-se à conclusão de que o profissional deve construir uma marca pessoal no universo onde atua, sendo esta a principal ferramenta para se posicionar na carreira profissional.

Assim, a elaboração de ações estratégicas e sua prática, através de atitudes e comportamentos, conduzirão à trajetória pessoal e profissional para o sucesso, por meio de qualidades e habilidades adquiridas que, aperfeiçoadas, promoverão comportamentos favoráveis, que levarão ao aspirado destaque profissional

Para se chegar ao topo, além do talento e competência, é preciso constante aperfeiçoamento do marketing pessoal.

Lutar pelo crescimento traz satisfação e respeito próprio. A produtividade conta, não só porque faz diferença na qualidade do trabalho, mas porque é importante para a pessoa que está realizando. Sem conteúdo e habilidade não se faz um bom trabalho e não se atinge o crescimento pessoal.

Constatou-se que autopromoção e poder são conceitos intimamente relacionados. O poder pode ser resultado da atração que um indivíduo provoca em razão de seu magnetismo pessoal, decorrente de uma estratégia de Marketing Pessoal.

Contrário aos que imaginam que Marketing Pessoal é divulgar uma melhor imagem de si, este processo está em reconhecer deficiências e investir continuamente em qualidades pessoais. Produtos são planejados, testados e muitas vezes recolhidos do mercado para correções. Assim deve ser todo profissional: viver em constante renovação, num movimento cíclico.

Foi possível perceber, ao longo do trabalho, que o marketing pessoal é uma das ferramentas mais importantes na vida de um profissional, pois disposto a planejar sua carreira, ele terá a possibilidade de reconhecer suas possibilidades e limitações.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

· BALLBACK, J e SLATER, J . Marketing Pessoal; Tradução de Eduardo Lasserre - São Paulo : Futura 1999;

· BIDART, Lucia De Biasi . Marketing Pessoal: você sabe o que é?: cartas da Tia Imaga / Lucia de Biasi Bidart. – Rio de Janeiro: Gryphus, 2000;

· COOPER, R e SAWAF, A. Inteligência Emocional na empresa; Tradução de Ricardo Inojosa, Sonia T. Mendes Costa. – Rio de Janeiro: Campus, 1997;

· WEIL, Pierre e TOPAKOW, Roland. O Corpo Fala : a linguagem silenciosa da comunicação não-verbal. – Petrópolis : Vozes, 1986;

· CHANLAT, Jean François ( Coordenador ). O indivíduo na organização – Dimensões Esquecidas. – São Paulo: Atlas, 1996;

· MOSCOVICI, Fela. Desenvolvimento Inter-pessoal: Treinamento em Grupo. – Rio de Janeiro : José Olympio, 2002;

· FADIMAN, James & FRAGER, Robert. Teorias da Personalidade. – São Paulo: Harbra, 1979;

INTERNET:

http:// mariopersona.com.br ( acessado em 16/04/2008 as 15h00min )