Introdução

O presente trabalho tem o objetivo de expressar através da Literatura a importância da apresentação e o ensinamento sobre culturas,diversidades, sociedades e o alcance da igualdade em todos os aspectos . Através da literatura e suas artes este trabalho procura numa tentativa ,repensar as noções de indivíduo, sociedade e cultura, em suas complexas e múltiplas relações .
O trabalho aborda também como uma seqüência da linhagem sobre igualdade e diversidade a poesia e demandas sociais no Brasil.
Como apresentação poética serão demonstradas poesias de culturas afrodescedentes que se deram em especial no Brasil e que ocuparam a temática do indivíduo e cultura .

Efetivar a implementação da lei 10.639/03.

Igualdade e diversidade
Poesia e demandas sociais no Brasil

A democracia como sabemos é uma ideia de trazer a esperança para um futuro melhor, protetora dos interesses socialmente justos ,uma vez que se fundou sobre um princípio absoluto de igualdade. A literatura entra neste sentido democrático de igualdade como forma de uma contribuição positiva em termos de trabalho,de criação de riquezas e também de pertencimento nacional e cultural. É necessário no entanto ,que para o ensinamento da democracia haja um meio onde os educadores possam atingir a ideia da igualdade e da diversidade, e é por meio das literaturas e suas artes que pode-se chegar a este ponto e alcança-lo . "Para que possamos viver em conjunto,reconhecendo e protegendo a diversidade de interesses, é preciso que cada identidade pessoal ou coletiva particular seja portadora de uma orientação de alcance universal, o que está em conformidade com a inspiração geral do pensamento democrático.
( Touraine Alain).

Ensinar poesia expressando o seu valor histórico e social,empregando a ideia de igualdade, de diversidade ,de culturas diferentes como sendo essas uma amplitude de tudo que há,um holismo que defende que tudo é envolto de tudo apesar de todas as diferenças de todas as coisas. O reconhecimento do outro não basta para assegurar a comunicação, o debate ,mas sim um ensinamento concreto do surgimento da ordem do mundo, da consciência humana; Descartes dizia : entre a extensão e a alma.
"Reconhecer o Outro não consiste nem em descobrir nele,como em mim mesmo,um Sujeito universal,nem aceitar sua diferença,mas reconhecer que nós fazemos,com materiais e em situações diferentes ,o mesmo tipo de esforço para combinar intrumentalidade e identidade. Trata então de reconhecer o Outro como Sujeito e de se reconhecer assim a si mesmo como Sujeito . ( Touraine Alain).

É preciso apresentar nas escolas sobre a natureza das sociedades e suas complexidades. A antropologia contemporânea tem hoje muitas possibilidades e tornou-se um campo de conhecimento de tal forma rico e complexo, que não é mais possível a figura generalista capaz de domina-la em seus vários ramos e tendências. A questão da unidade e continuidade dos sistemas sociais continua como ponto de referência central da disciplina.


O cenário da poesia brasileira vem se desconstituindo a partir de uma valorização que se expressa por meio da diversidade de grupos e de individualidades poéticas que se dão através do culto do "eu" .Neste sentido o poeta se coloca numa espécie de aurora da gênese , ou seja,liberto de qualquer regra ou convenção literária.
A erosão do sistema literário que trás a ideia do que não é cânone pode alterar a imagem do que vem a ser literatura e o que pode ser ensinado, o que é dito nesta pesquisa de trabalho é que para abranger a ideia de igualdade é necessária a apresentação das diversidades e que para isso haja uma consciência igualitária.
Aqui serão apresentadas poesias significativas que se mantiveram por muito tempo longe da Literatura por não serem consideradas de valor,quebrando então este paradigma , é fortalecido aqui a singularidade da poesia brasileira e sua vasta cultura.



No poema "Sons para Lumumba", ele nos conta que seu nome é índio e que em seu ser tamoio ou tupi se chama Moacyr, filho de peixe das águas, filho da dor andeja escorrendo como chuva nos olhos da nossa gente. Moacyr Félix é o poeta que organizou e prefaciou os três volumes da série Violão de Rua, a seleção de poemas de vários autores, em livros de bolso, feita para o CPC da UNE.
Moacyr Félix descortinou a necessidade de se tecer um outro canto para apreender os embates do homem negro contra o racismo e o neocolonialismo.

"Sons para Lumumba" , líder político congolês assassinado em 1961 ( FÉLIX,1966:50) :

Meu nome é índio,Lumumba :
Desde o berço até a tumba
me chamarei Moacyr.
Félix me quer a Europa
de Roma e todas as opas
que me ensinaram trair
com posturas de savant
meu ser tamoio ou tupi :
filho de peixe das águas
que levam sumo ao caqui,
filho da dor andeja
escorrendo como chuva
nos olhos da gente ali.
Mas meu corpo , Lumumba,
uiva um cão de treva e mágoa
todo feito de negror:
e é teu Congo que lateja
neste verso sofredor
quando a noite assim me fala
do que morre em mim,senzala
sob os relhos do feitor.
Desde o berço até a tumba,
Meu grito é negro,Lumumba !