Resumo O ser humano se constitui histórica e socialmente a partir das relações com o lugar de vida. Esse trabalho nasceu da observação de duas alunas cursando pela segunda vez a disciplina “cultura e educação” não enxergarem-se como constituidoras de cultura. Um dos objetivos do trabalho é trazer à tona o discurso de alunas do curso de Pedagogia da UNIVAP de Campos do Jordão (SP), que não viam-se como participantes do sistema sócio educacional, por isso encontravam-se bloqueadas para a disciplina de cultura e educação e não acreditavam possuírem cultura. Outro objetivo é analisar o crescimento do IDHM (Ìndice de Desenvolvimento Humano Municipal) da cidade quanto à educação e renda. A análise do discurso mostrou dificuldade das mesmas assumirem suas culturas como importantes para o sistema social, comportamento que mudou paulatinamente durante o semestre. O IDHM mostrou que na década de formação dessas alunas o índice era bastante reduzido do que na atualidade. Sendo as alunas educadoras de escolas públicas, percebe-se o quanto estavam manipuladas pelo sistema para estagnação do status quo, não percebendo-se como produtoras ativas da cultura, devido um sistema educacional que “criou o habitus” de reforçar a cultura dominante como o centro do universo da relação ensino-aprendizagem. Palavras chaves: identidade; cultura; educação. 

O ser humano se constituye histórica y socialmente a partir de las relaciones con el lugar de vida. Este trabajo se basa en la observación de dos alunas cursando por segunda vez una disciplina "cultura e educación" no enxergarem-se como constituidoras de cultura. Los objetivos del trabajo en el campo de la enseñanza de las asignaturas del curso de Pedagogía de la UNIVAP de Campos do Jordão (SP), que no viam-se como participantes del sistema sócio educativo, E educación y no acreditamos poseemos cultura. Otro objetivo es el análisis del crecimiento del IDHM (Ìndice de Desenvolvimento Municipal Humano) de la ciudad quanto a educación y renta. A análise del discurso mostrado por las mujeres que se asimilan a sus culturas como importantes para el sistema social, que se mueven paulatinamente durante el año. O IDHM mostrou que en la década de formación de las alumnas o el índice era bastante reducido en la actualidad. Sendo as alunas educadoras de escuelas públicas, percibido como un objeto de manipulación por el sistema de estagnación del status quo, no percibiendo como una empresa de cultura, debido a un sistema educativo que "criou o habitus" de reforzar una cultura dominante como Centro del universo de la relación enseñanza-aprendizagem. Palavras chaves: identidade; Cultura Educación Introdução Esse trabalho parte da percepção das professoras do curso de Pedagogia da UNIVAP (Universidade do Vale do Paraíba) quanto ao fato das alunas reprovadas na disciplina “cultura e educação”1 não verem-se como sujeitas produtoras ativas da cultura, provavelmente devido ao sistema educacional que “criou o habitus de reforçar a cultura dominante através do poder simbólico” (BOURDIEU, 1989). A cultura dominante garante integração da classe dominante diferenciando-a de outras classes, integração fictícia da sociedade desmobilizando as classes dominadas, legitimação da ordem hierárquica (p. 10-11). Segundo Boudieu (1989), a classe dominante estabelece relações de poder material ou simbólico, acumulados pelos agentes envolvidos nessas relações. No caso das alunas de Pedagogia acima citadas, as relações de ensino-aprendizagem durante o desenvolvimento de suas vidas provavelmente criaram barreiras psicopedagógicas na aceitação de suas culturas e consequentemente da aprendizagem da disciplina “cultura e educação”. ____________ O plano de aula contou com autores como Paulo Freire, Pierre Bourdieu, Alfredo Veiga-Neto, Ana Mae Barbosa, Ministério da Educação, UNESCO. 3 A Psicologia leva em consideração a subjetividade, individualidade, personalidade e identidade, que referem-se a processos e/ou resultados que compõem ou auxiliam na compreensão do objeto da ciência psicológica (SILVA, 2009). O foco aqui é justamente perceber como a história de uma população implica na subjetividade das pessoas.