UNIVESIDADE ANHANGUERA-UNIDERP

CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

CURSO SERVIÇO SOCIAL 

FRANCIMAR NERES DOS SANTOS RA: 174110

IVANILDE PEREIRA DOS SANTOS RA: 173347

PAULO CARNEIRO TEXEIRA RA: 164125 

HUMANIZAÇÃO: UMA RESPONSABILIDADE COMPARTILHADA NO HOSPITAL MUNICIPAL INFANTIL Dr. JOÃO VIANA

CAXIAS-MA

NOV/2012

FRANCIMAR NERES DOS SANTOS RA: 174110

IVANILDE PEREIRA DOS SANTOS RA: 173347

PAULO CARNEIRO TEXEIRA RA: 164125

HUMANIZAÇÃO: UMA RESPONSABILIDADE COMPARTILHADA NO HOSPITAL MUNICIPAL INFANTIL Dr. JOÃO VIANA

Artigo apresentado pelos alunos do curso de Serviço Social, Turma N 80 da Universidade Anhanguera-UNIDERP, para obtenção parcial do título de bacharel em Serviço Social. Sob orientação da Ana Maria de Oliveira Espindola.

CAXIAS/MA

NOV/2012 

DEDICATÓRIA

Aos meus pais Francisco Neres e Maria Francisca, e meus filhos Hudyson Gabriel e Felipe Guilherme com todo o meu amor.

Á Deus e minha tia Jarcionira Neres por toda sua dedicação e paciência em todos os momentos da minha vida.

                                                                                        Francimar Neres 

Ao meu grande Mestre Senhor Jesus por ter sido meu alicerce durante todo processo acadêmico.

A minha querida mãe Deusamar Pereira por toda sua dedicação, a professora Francileide Santos pelo os incentivos e apoio, a minha irmã Maria José, pelo estímulo e força.

                                                                                          Ivanilde Pereira 

Á Deus, pelas muitas oportunidades, a minha esposa Joelma Muniz pelo incentivo e apoio incondicional, a minha irmã Raimunda Nilza e minha querida sobrinha Ivana Carneiro pela contribuição.

                                                                                          Paulo Carneiro        

HUMANIZAÇÃO: UMA RESPONSABILIDADE COMPARTILHADA NO HOSPITAL MUNICIPAL INFANTIL Dr. JOÃO VIANA

 

HUMANIZAÇÃO: A SHARED RESPONSIBILITY IN THE MUNICIPAL INFANTILE HOSPITAL DR. JOHN VIANA

 

Francimar Neres dos Santos

Ivanildes Pereira dos Santos

Paulo Carneiro Texeira

 

 

RESUMO

Este artigo visa apresentar experiências e ações de análise do processo de intervenção do Assistente Social no Hospital Municipal Infantil Dr. João Viana, Caxias-MA, partindo das bases teórico-metodológicas da Política Nacional de Humanização (PNH). No contexto da interdisciplinaridade e dos desafios do profissional de Serviço Social nos dias atuais com atuação em saúde, requer apresentar dispositivos, princípios e diretrizes de humanização da atenção e gestão no Sistema Único de Saúde (SUS), tendo como objetivos a inclusão, o acolhimento e a garantia do acesso aos bens e serviços públicos na saúde. O interesse a esse tema vem de uma reflexão sobre o papel do profissional de serviço social nos atendimentos realizados no ambiente hospitalar, tendo como meta transmitir para os usuários e profissionais informações sobre o conhecimento do processo de humanização de uma maneira mais simples e humanizada, e assim levar o bem-estar a todos.

Palavras-Chaves: Humanização na Saúde. Serviço Social e Saúde. Inclusão.

ABSTRACT

This article aims to present experiences and actions of analysis of the process of intervention of the Social Worker at the Municipal Hospital Infantile Dr. João Viana, Caxias, MA, starting from the theoretical foundations and methodological of National Policy of Humanization (PNH). In the context of an interdisciplinary approach and the challenges of professional Social Service in the current days with health care, requires display devices, principles and guidelines for the humanization of attention and management in the Public Health System (SUS), having as objectives the inclusion, acceptance and the guarantee of access to goods and services in public health. The interest in this topic comes from a reflection on the role of professionals in social service in visits in the hospital environment, the aim is to transmit to users and professionals information on the knowledge of the process of humanization of a more simple way and humanized, and thus lead the well-being to all.

KeyWords: Humanizing Health. Social Services and Health. Inclusion.

1. INTRODUÇÃO

A proposta da humanização da assistência à saúde tem como finalidade a melhoria da qualidade dos atendimentos aos usuários e os profissionais da instituição, tendo à saúde como valor de uso e tem por padrão de vínculos as equipes interdisciplinares, permitindo-se garantir direitos a eles e seus familiares, com isso, admitir que os usuários na condição de sujeitos devam ser autônomos para decidir sobre os rumos do tratamento de saúde a serem adotados, contudo uma política qualificada de saúde pode ser vista como uma das dimensões fundamentais do serviço hospitalar.

A humanização é um processo que nasceu no final de 1990 e início dos anos 2000, tendo a sua legitimidade a partir da 11º Conferência Nacional de Saúde, realizada em Brasília, em 2000. Foi em 2001, criado o Programa Nacional de Humanização Assistência Hospitalar pelo Ministério da Saúde com objetivo de promover a cultura de um atendimento humanizado. No governo Lula, o programa transforma-se em Política Nacional de Humanização (PNH).

Portanto, a pesquisa partiu da necessidade de uma investigação mais aprofundada, os resultados foram através dos diagnósticos institucional e social desenvolvidos nos estágios supervisionados. É nesta fase que se observa as necessidades a serem trabalhadas. Os objetivos que deverão ser alcançados como: a intervenção do profissional de Serviço Social de contribuir ou efetivar em conjunto com outros profissionais da saúde, espaços na unidade que garantam a participação dos usuários e profissionais e seus familiares nas decisões a serem tomadas durante todo o período de atendimento, por isso aconteceu um planejamento para realização desse projeto de pesquisa com tema Humanização: uma responsabilidade compartilhada no Hospital Municipal Infantil Dr. João Viana, contudo a problemática da pesquisa encontrada foi à falta de humanização no atendimento existente entre profissionais e usuários.

Neste sentido, no decorrer do trabalho haverá algumas reflexões sobre a humanização como política, as políticas que contribuíram com a criação da Política Nacional de Humanização (PNH), e, em seguida o assistente social no contexto da humanização hospitalar e os resultados do processo da avaliação da humanização no HMIJV.

Os assistentes sociais passam a inserir nesse contexto da humanização a partir da necessidade da demanda no sistema de saúde, cuja racionalidade hegemônica pauta-se por estratégias e perspectivas que podem aqui ser consideradas como determinação que delimitam e incidam sobre sua atuação profissional nos espaços de articulação e intervenção estratégicas e crítica fundada num projeto ético-político que é o Código de Ética do (a) Assistente Social que subsidia suas atribuições e competências em relação ao público-alvo usuários e profissionais atendidos no Hospital Municipal Infantil Dr. João Viana, Caxias-MA.

Assim, enfrentar os grandes desafios postos pela humanização é imprescindível às estratégias de debate e enfrentamento coletivo e a articulação aos profissionais e categorias, a reflexão crítica e aprofundada, o planejamento e a ocupação dos espaços relacionados às demais demandas, socioeducativas, de gestão e na perspectiva da defesa dos interesses dos usuários e trabalhadores de saúde.

2. HUMANIZAÇÃO COMO POLÍTICA

Ressalta-se que os assistentes sociais nas suas diversas inserções e na efetivação das suas atribuições e competências, precisam ter como preocupação as diversas armadilhas que estão colocadas no que se refere à análise das expressões da questão social evidenciadas no cotidiano profissional. Iamamoto (2002) chama a atenção para as seguintes questões que devem ser objeto de atenção: a primeira armadilha é a pulverização e fragmentação da questão social, atribuindo aos indivíduos a responsabilidade por suas dificuldades e pela sua pobreza, isentando a sociedade de classes de sua responsabilidade na produção e reprodução das desigualdades sociais. Esta situação tem muita expressão na saúde, por exemplo, quando os profissionais responsabilizam o usuário pela sua situação de saúde, não analisando os determinantes sociais, econômicos e culturais. Outras repercussões desta concepção são: justificar as contrarreformas na saúde, ênfase nos programas sociais, responsabilizar os profissionais de saúde pela falta de atendimento, ênfase nas ações terapêuticas (CFESS, 2009, p. 36).

Percebe-se então com a implementação da Política Nacional de Humanização (PNH), vem proporcionar um ambiente que possui um acolhimento, onde as práticas em saúde, na perspectiva da integralidade dos cuidados para com os usuário e profissionais que utilizam a instituição como forma de atendimento qualificado.

Com a criação da Política Nacional de Humanização (PNH), o Ministério da Saúde espera efetivar quatro pontos específicos: redução das filas e tempo de espera; conhecimento por parte dos usuários dos profissionais que cuidam de sua saúde; garantia de informações dentro das instituições de saúde e com garantias de gestão participativa das unidades aos seus trabalhadores e usuários, assim como educação ao trabalhador.

Segundo Oliveira (2008), o acolhimento propõe inverter a lógica de organização e o funcionamento do serviço de saúde, partindo de três princípios: (a) atender a todas as pessoas que buscam os serviços de saúde, garantindo a acessibilidade universal; (b) reorganizar o processo de trabalho, deslocando seu eixo central do médico para uma equipe multiprofissional; (c) qualificar a relação trabalhador-usuário a partir de parâmetros humanitários de solidariedade e de cidadania (BUZZERO & MORO, 2010).

As explicações exposta pelos autores reforça a importância do acolhimento e das mudanças nas instituições de saúde, podendo revelar estratégias para um planejamento, organização e produção de ações que visam contemplar os sujeitos nos serviços de saúde. Configurando-se em elementos de qualificação da atenção em saúde hospitalar, sobretudo no contexto atual de sua expansão e restruturação. Nesse sentido, é fundamental a avaliação de experiências como a estratégia em âmbito hospital a partir do olhar de profissionais e usuários sobre o processo de acolhimento que estar sendo produzido no cotidiano de suas práticas.

A teoria da humanização justifica melhor as relações interpessoais dos diferentes sujeitos. Deve ser vista também como uma compreensão não apenas como um programa a mais a ser aplicada aos diversos serviços de saúde, mas como uma política que opera transversalidade em toda a rede do Sistema Único de Saúde (SUS).

Oliveira (2007) abordando a questão da humanização da assistência entende que a palavra humanização passou a ser utilizada para nomear diversas iniciativas e possui diferentes sentidos, porém na saúde adotou o significado de um processo de transformação da cultura institucional que reconhece e valoriza os aspectos subjetivos, históricos e socioculturais de usuários e profissionais, assim como funcionamentos institucionais importantes para a compreensão dos problemas e elaboração de ações que promovam boas condições de trabalho e qualidade de atendimento (MELLO, 2003, p. 8).

O autor reporta-se a humanização como uma estratégia de transformação, onde valoriza a cultura e o processo histórico dos usuários e profissionais no sentido de garantias de direitos.

2.1. As políticas que contribuíram com a criação da Política Nacional de Humanização (PNH)

 De acordo com o Caderno Humanizar SUS de 2010 (MS), explica que a PNH define a humanização como modo de fazer inclusão, como uma prática social ampliadora dos vínculos de solidariedade e corresponsabilidade, uma prática que se estende seguindo o método a tríplice inclusão. Assim, a humanização se realiza pela inclusão, nos espaços da gestão, do cuidado e da formação de sujeitos e coletivos, bem como, dos analisadores, que esta inclusão produz outras palavras: humanização é inclusão.

 A intenção da inclusão é produzir novos sujeitos para ampliação de suas redes de comunicação, modificando as fronteiras dos saberes e da extensão do poder, e de conectar suas práticas de produção de saúde no campo hospitalar, por isso derivam do processo de formação das instituições que define os modos de funcionar a organização. Todavia não basta incluir. É essencial que esta inclusão, assim como o processo de produção de subjetividade a ela associada sejam determinadas por princípios e diretrizes. Para PNH está orientação são clínicas, políticas e éticas e transforma o sentido de acolher na valorização do trabalhador, na garantia de direitos dos usuários e na formação de redes. É nesta pronunciação entre princípios, métodos e diretrizes que os processos de formação têm sido produzidos e organizados.

No ano 2000, o Ministério da Saúde, sensível às manifestações setoriais e às diversas iniciativas locais de humanização das práticas de saúde, criou o Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar (PNHAH). O PNHAH era um programa que estimulava a disseminação das ideias da Humanização, os diagnósticos situacionais e a promoção de ações humanizadas de acordo com realidades locais. Inovador e bem construído por um grupo de psicanalistas, o programa tinha forte acento na transformação das relações interpessoais pelo aprofundamento da compreensão dos fenômenos no campo das subjetividades.

Em 2003, o Ministério da Saúde passou o PNHAH por uma revisão, e lançou a Política Nacional de Humanização (PNH), que mudou o patamar de alcance da humanização dos hospitais para toda a rede SUS e definiu uma política cujo foco passou a ser o principal processo de gestão e de trabalho. Como política, a PNH se apresenta como um conjunto de diretrizes transversais que norteiam toda atividade institucional que envolva usuários ou profissionais da Saúde, em qualquer instância de efetuação.

Tais diretrizes apontam como caminho:

  A valorização da dimensão subjetiva e social em todas as práticas de atenção e gestão fortalecendo compromissos e responsabilidade;

  O fortalecimento do trabalho em equipe, estimulando a transdisciplinaridade.

2.2. O ASSISTENTE SOCIAL NO CONTEXTO DA HUMANIZAÇÃO HOSPITALAR

O papel do Assistente Social no processo de estratégia na saúde em conjunto com a PNH- Politica Nacional de Humanização tem como produtos assistenciais a rotina de trabalho e investimento na formação continuada das equipes, para repensar o modelo de atenção á saúde e avaliar as constantes dificuldades que apresentam no processo coletivo de trabalho em saúde. É de sua importância a participação dos usuários nesse processo.

Os assistentes sociais têm sido chamados para viabilizar junto com os outros trabalhadores da saúde esta política. Uma das questões fundamentais é ter clareza das diversas concepções de humanização, pois a mesma envolve aspectos amplos que vão desde a operacionalização de um processo político de saúde calcado em valores como garantia dos direitos sociais, o compromisso social e a saúde, passando pela revisão das práticas de assistência e gestão (CASATI; CORREA, 2005).

Segundo os autores o assistente social precisa debater o significado de humanização com usuários e profissionais e também com a equipe multiprofissional, a fim de obter visões de pontos de conflitos que levem a uma percepção da atuação, focalizando as ações somente na escuta e redução de tensão. Ao se inserir em uma realidade complexa e contraditória, encontra em sua prática limites para uma atuação diferenciada daquela instituída tradicionalmente. Cabe ao profissional refletir sobre este fazer burocrático, tendo como eixo norteador o projeto político-profissional do serviço social, para então vislumbrar novas alternativas profissionais.

O trabalho de humanização exige o profissional de serviço social na equipe multidisciplinar na saúde, com isso, esses profissionais realizaram ações direcionadas aos usuários e profissionais nas condições sociais em que ele esta inserido, numa perspectiva de totalidade, passando a explicar junto á equipe aspectos relevantes no âmbito da saúde. Contudo, o mesmo utiliza-se de seus saberes teórico-prático para ser um propositor de novas modalidades de enfrentamento das situações. (BORROS & SUGUIHIRO, 2003, p. 7).

Observar-se, que a prática do assistente social no âmbito hospitalar tem como inúmeros limites e obstáculos para um agir comprometido com os princípios e diretrizes do Código de Ética Profissional. No entanto também traz possibilidades para uma prática inovadora e diferenciada daquela tradicional instituída no âmbito institucional. Marilda Iamamoto (2001) ao analisar tal questão afirma que: (CFESS, 2009).

[...] um dos maiores desafios que o Assistente Social vive no presente é desenvolver sua capacidade de decifrar a realidade a realidade e construí proposta de trabalho criativas e capazes de preservar e efetivar direitos, a partir de demandas emergentes no cotidiano. Enfim, ser um profissional propositivo e não só executivo (IAMAMOTO, 2001, p. 20).

O profissional de serviço social tem um papel fundamental em relação á humanização com suas competências e habilidades podem contribuir criando e desenvolvendo ação nas instituições de saúde que visam á construção de uma cultura de humanização com trabalhadores, crianças e familiares, tornando o ambiente de trabalho mais leve, harmônico. O assistente social é o profissional que viabiliza junto com outros trabalhadores de saúde a efetivação dessas politica, tendo conhecimento dos diversos conceitos de humanização.

O assistente social enquanto mediador deve contribuir para que as relações entre profissionais e usuários sejam de forma humanizada levando em considerações que ambos são sujeitos de direitos, o mesmo deve-se posicionar sempre de forma reflexiva e critica, podendo planejar e executar programas e projetos nas mais diversas áreas de saúde (SILVA; MELO 2011, P.5).

O Serviço social na saúde vai receber influências da modernização que se operou no âmbito das politicas sociais, sedimentando sua ação na prática curativa, principalmente na assistência médica (...) foram enfatizadas as técnicas de intervenção, a burocratização das atividades, a psicologização das relações socais e a concessão de benefícios... (BRAVO, 1996 apud BRAVO, 2006, p. 2006).

Entende-se que o serviço social com a modernização deixa de ser ação caritativa, de caridade, passa a ser entendida e operacionalizada como pratica profissional do próprio assistente social. O profissional atua na saúde enfrentando desafios na efetivação das politicas sociais, mas também pronuncia em matéria de sua especialidade, sobretudo quando se trata de assuntos de interesses da população, portanto as atribuição e competências do profissional de serviço social, sejam realizadas na saúde ou em outro espaço sócio-ocupacional, são orientadas e norteadas por direitos e deveres constantes no Código de ética e na Lei de Regulamentação da Profissão, que devem ser observadas e respeitadas, tanto pelos profissionais, quanto pelas instituições empregadoras.

O serviço social nas instituições tem contribuído com ações que se alinham nos quatro grandes eixos descritos nos parâmetros para Atuação de Assistentes Sociais na Politica de saúde (CFESS, 2010), intermediando processos importantes para a produção de saúde de forma humanizada, com responsabilidade de estar acionando um conjunto de saberes para que seja cumprida a atribuição básica desse espaço que são:

Elaborar o projeto de ação; atuar no processo de trabalho da unidade; responsabilizar os envolvidos; acolher e encaminhar as demandas dos usuários; criar e avaliar os indicadores; sugerir e elaborar proposta; e criar estratégias para o desenvolvimento de todos os membros e equipes do serviço (PNH, 2006, p. 12).

É na crítica e superação da forma como a atenção á saúde está sendo pensada e conduzida pelo poder público e usufruído pelo cidadão de direito que os assistentes sociais alcançam seu objetivo de trabalho. É o trabalho cotidiano dos assistentes sociais no seu conjunto que vem determinando a estrutura do Serviço Social como profissão estrutura dependente, que subalterniza. (Vasconcelos, 2007, 434).

  A citação direciona que o profissional e as demandas devem ter informações, conhecimentos, vivências, experiências, pressões, reivindicações, acessados e realizados em comum, são potencializados nos espaços coletivos, seja porque ampliam e desenvolve a participação social, o coletivo em si, mostrando a força que a organização tem, seja porque ampliam, vigoram, potenciam e politizam a participação e o trabalho profissional. E este parece ser de acordo com o projeto ético-politico profissional construído nos últimos vinte anos, o objetivo do serviço social e sua razão de ser: um serviço que unir que organiza, que da visibilidade e politiza o espaço público, contribuindo na ampliação e universalização de direitos.

Assim, ter a humanização como estratégia de interferência no processo de produção de saúde, levando-se em conta que sujeitos sociais, quando mobilizados, são capazes de transformar realidades transformando-se a si próprios nesse mesmo processo, efetivando os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS) no cotidiano das práticas de atenção e gestão á saúde pública no Brasil, incentivando trocas solidaria, entre gestores, trabalhadores e usuário. (FILHO; BERRO).

2.3. Os resultados do processo de avaliação da humanização no HMIJV

O tema Humanização: uma responsabilidade compartilhada no Hospital Municipal Infantil Dr. João Viana possui relevantes ações que estão voltadas para priorizar as relações interpessoais com usuários, familiares e trabalhadores da saúde nos espaços democráticos do Hospital Municipal Infantil Dr. João Viana, no município Caxias-MA, viabilizado pelo projeto de intervenção executado no primeiro semestre de dois mil e doze, oportunizando construir estratégias para fomentar a participação e a defesa dos direitos, através da ampliação dos diálogos entre profissionais e usuários.

Essa proposta do tema abordado obteve vários resultados para melhorar a estratégia na qualidade dos serviços prestados na instituição como: a melhoria do atendimento; as relações acolhedoras entre profissionais e usuários; ambientes confortáveis, onde podem discutir suas opiniões; a postura atenciosa dos trabalhadores na tentativa de humanizar á saúde; compromisso com a articulação dos processos de formação com os serviços e praticas de saúde e a defesa dos direitos dos usuários.

A ideia desse projeto surgiu para proporcionar uma nova visibilidade na relação dos usuários e colaboradores da instituição, através de uma análise da problemática acerca da falta de humanização ocorrida no Hospital Municipal Infantil Dr: João Viana, Caxias-MA. Neste contexto a unidade foi escolhida pelo risco de simplificar algo que compreende como de alta complexidade, não se podendo reduzir o debate á uma simples atribuição de culpados e vitimas, de omissões intencionais, ou de se cair no voluntarismo de algumas posturas e iniciativas, mas não deixar de enfatizar que no cerne dessas questões há conflitos de saberes e poderes, que deve ser objeto de atenção dos gestores e sujeitos que tem como papel central de compreender e lidar como tais situações, contradições, e fazer ofertas no sentido de sua explicação.

É neste processo que o assistente social pode disponibilizar, para os seguimentos populares com os quais trabalham os conhecimentos e informações adquiridos na formação profissional e continuada, e os produzidos a partir de pesquisas, análises, a partir da inserção privilegiada no sistema público no caso, a saúde. É nesta direção que se torna possível romper com a releitura entre um sujeito que pensa (o assistente social) e um objeto a ser humanizado (o individuo e/ou grupos atingidos), facilitando o exercício de uma relação democrática entre os sujeitos, em que se tornem possível práticas que rompam com os resquícios de autoritarismo resultante do processo de socialização, possibilitando critica e enfrentamento de conflitos, preconceitos e a democratização de conhecimentos e informações necessárias a um processo que assegure uma correlação de forças favoráveis aos usuários.

Assim, a visão prática da profissão é desenvolver suas capacidades criativas e reflexivas, bem como construir para que os sujeitos desenvolvam mais capacidade crítica frente às instituições e aos serviços prestados, ou seja, pensar e agir com estratégia, contudo um profissional que contribuía na superação de situação e fragilidade dos diversos segmentos sociais, garantindo o exercício da cidadania e a ampliação do acesso às politicas e direitos sociais.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do exposto, percebe-se que a humanização como política traduz o modelo de executar métodos e técnicas de estratégias para contextualização do Sistema Único de Saúde (SUS). Nas redes de produção de saúde, onde implica mudanças na atenção dos usuários, profissionais e da gestão no processo de trabalho. É dessa forma que se residi uma grande disponibilidade para os profissionais de Serviço Social, para atuarem na saúde, por ter uma legitimidade interdisciplinar, na garantia de apresentar aspectos generalistas em prol dos entendimentos das mediações voltadas para melhoria da saúde e a elaboração de respostas para a população da cidade de Caxias-MA.

Nesse sentido, a pesquisa foi motivada pela observação de que o serviço social na instituição encontrou a prática profissional se realizando através do conhecimento mais aproximado da realidade vivenciada no Hospital Municipal Infantil Dr. João Viana. Contudo, o assistente social traz importantes desafios, ocasionados, entre outras razões a inclusão e o acolhimento apresentado pelas demandas e profissionais, onde utilizem a humanização como uma responsabilidade compartilhada entre todos que fazem parte desse processo de saúde hospitalar dentro do Sistema Único de Saúde.

Portanto, observa-se que os estudos realizados contribuíram de forma positiva para alcançar os resultados, pois notam nos colaboradores e usuários um diferencial no que diz respeito ao conhecer a Política Nacional de Humanização (PNH), a partir dessa política passaram a interpretar o seu papel como protagonistas de suas realidades.

Assim, o maior desafio para o Assistente Social é garantir o acesso aos serviços públicos de saúde, a partir da defesa que a população deve usufruir dos direitos constitucionais independe de qual proteção necessitará. É o trabalho do profissional de serviço social e seu conjunto de práticas e práxis que nortearão suas transformações sociais nos dias atuais. Contudo, ser um profissional preparado exige estudos e capacitações para melhorar os atendimentos na rede de saúde, na qual cada vez mais, cresce os descasos dos atendimentos aos usuários que ali vão procurar cuidados e acolhimentos. Desse modo, é vital procurar construir coletivamente uma especial atenção aos modos como se pretendem cuidar e, principalmente, que tipo de vida potencializar aos cuidados. Interessam-se como os profissionais de serviço social podem transformar as práticas do cuidado que seja capaz de avaliar as alianças éticas políticas para gerar um efeito de mudanças nos processos dos grupos e nas relações interpessoais.

REFERÊNCIAS

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