A situação mundial com a crise de neoliberalismo, da globalização, do próprio sistema capitalista, se agrava ainda mais com a crise alimentar, energética e financeira. Não dá para aceitar que não seja possível realizar quaisquer atividades sem recorrer a financiamentos, endividando-se, submetendo-se a dívidas que se tornam cada vez mais impagáveis. Não apenas para o setor privado, mas, sobretudo para o setor público.
É preciso encontrar caminhos alternativos. A produção de alimentos básicos foge, cada vez mais, do alcance do pequeno agricultor e se concentra nas mãos do agronegócio, das grandes companhias de abastecimento, das multinacionais.
Além do encarecimento da produção devido ao transporte, embalagens, a perda de tempo para a entrega, a produção de alimentos em grande escala precisa de um manejo caro, pelo uso quase obrigatório de adubos importados, dos agrotóxicos, de maquinários
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sofisticados, mãos de obra especializada. A monocultura não consegue combater as pragas com meios naturais e a comida chega à mesa do consumidor já prejudicada pelos conservantes químicos que afetam a saúde.
A agricultura familiar, pelo contrário, favorece o transporte dos produtos que vá diretamente à mesa do produtor ou dos vizinhos, das feiras livres dos bairros. Favorece um trabalho mais simples, inclusive de vários membros da família e podem ocupar o tempo livre de forma mais proveitosa, favorece a manutenção da limpeza de quintais, chácaras ou pequenos sítios, muitas vezes largados, ociosos, ou favorecendo a difusão de pragas, insetos, mosquitos e ratos.
O uso e cultivo dos terrenos contíguos às moradias favorece a utilização dos resíduos orgânicos como adubo natural, através da compostagem. Vale a pena ressaltar que nos paises evoluídos da Europa e Ásia, aonde o espaço nas cidades e vilarejos é muito menor do que no Brasil, terraços, sacadas, jardins, estão sendo usados para plantar hortaliças e temperos.
Perante todas estas crise e situação voltada a produção familiar de alimentos básicos, mais baratos e sadios, é uma solução que todos reconhecem como providencial e importante.
Realizar um centro de estudo, pesquisa e produção de frutas e verduras como complementos alimentares destinados ao uso familiar, ou dos vizinhos, ou a serem vendidos nas feiras livres, nas vendas de bairro, possibilita a superação de situações de fome para as famílias mais pobres e sem dúvida propicia a chegada na mesa de alimentos mais saudáveis.