HOMOFOBIA, UM DESAFIO NECESSÁRIO NO AMBIENTE ESCOLAR

 

Alessandra Dobelin da Silva

 

Identificamos como Homofobia a aversão irreprimível, o ódio, o preconceito que algumas pessoas, ou grupos possuem contra os homossexuais, lésbicas e bissexuais.

Uma pesquisa realizada entre alunos de escolas publicas no Distrito Federal, mostra que 45% dos alunos e 15% das alunas não querem ter colegas homossexuais.

Percebe-se a cada dia o aumento de homossexuais nas escolas, e esses vem passando por momentos de constrangimento diante de colegas e professores, na sala de aula, no período de recreio e até mesmo na rua. Os educadores por não se sentirem preparados para debaterem esse assunto agem por impulso ou ate mesmo ignoram o acontecimento por muitas vezes não saberem o que dizer diante desse fato.

Há uma grande rejeição na sociedade, que se reproduz na escola, e esta não consegue nem discutir. (Miriam Abramovay)

Como a escola não discute esse assunto, nem na formação inicial e nem na continuada, acaba agindo a partir de parâmentros pessoais e do imediatismo.

Mas em um local como a escola, privilegiado para discussões e aprendizado, de socialização e saber, o tema homofobia deveria ser abordado, até porque, quando se analisa a violência na escola nas escolas, ele sempre aparece.

Com a falta de projeto de convívio escolar mais amplo, as escolas vivem na chamada “lei do silêncio”. Há um grande número de jovens que abandonam os estudos, não participam de atividades recreativas, se isolam no recreio e muitas vezes nem fazem atividades em grupo devido as constantes agressões verbais de seus colegas, principalmente de ensino médio que muitas vezes acabam se transformando em agressões físicas. E a “escola” quando não se posiciona, faz crescer ainda mais essa violência.

Existe várias formas de abordar esse assunto como quando abordamos o assunto, família, a homofobia surge como um tema que deve ser discutido, explorado e com muita preparação. Nas atividades recreativas são ensinados princípios de respeito mútuo, onde o respeito a todos sem distinção merece ser destacado.

A existência do preconceito explícito, a forte influência da religião, o despreparo das famílias e da sociedade para receber o novo, a aceitação/rejeição à orientação sexual, entre outros problemas, não dever ser ignorados e sim aprofundados e discutidos principalmente na escola e em casa, pois estamos falando de pessoas que merecem ser respeitadas, independente da sua escolha de vida, seus hábitos e sua sexualidade.

O problema da homofobia supera a questão gay, inscrevendo-se na mesma lógica de intolerância que, em diferentes momentos da História, produziu a exclusão tanto dos escravos e dos judeus quanto dos protestantes.

Se vivemos em uma sociedade democrática, se lutamos pelas garantias dos direitos de todos os cidadãos, não resta dúvida que há muito a ser feito para diminuir a homofobia. Nesse sentido a escola é um espaço privilegiado por sua missão educativa, civilizatória e ética, podendo influenciar positivamente no processo de desconstrução de verdades pré estabelecidas.

A homofobia está fortemente incutida na nossa sociedade e no ambiente escolar. A omissão do assunto é tão preconceituosa quanto a repressão da diversidade e a escola deve trabalhar visando superar preconceitos, discriminação, violência homofóbica no ambiente escolar, e assegurar que a escola seja um espaço pedagógico, livre e seguro para todos.

A escola pode ser um lugar complicado para qualquer adolescente, mas para um adolescente gay, ela pode ser ainda pior.

 

BIBLIOGRAFIA

  • oglobo.globo.com/pais/governo-federal-recolhe-kit-educativo-
  • Homofobia & Educação: um desafio ao silêncio / Tatiana Lionço; Debora Diniz Brasília: LetrasLivres : Ed. UnB, 2009.
  • Parâmetros Curriculares Nacionais – Orientação Sexual
  • http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/orientação
  • Diversidade Sexual na Educação: problematizações sobre a homofobia nas escolas / Rogério Diniz Junqueira  – Brasília -  UNESCO, 2009.
  • Violências nas escolas/ Miriam Abramovay et alii. ñ BrasÌlia : UNESCO Brasil, 2002.