Reis, José Carlos. As identidades do Brasil de Varnhagen a FHC. 9ª edição. Rio de Janeiro. Editora FGV, 2007. P. 23-114.         

              Este texto tem por objetivo fazer uma analise sobre a Historiografia Brasileira comparando os autores: Varnhagen, Freyre e Capistrano de Abreu, com base nos textos de Reis, As Identidades do Brasil.

             Seguindo a sequência de Reis, analiso Varnhagen que contribuiu muito com a Historiografia brasileira com sua visão do Brasil, sendo considerado segundo Reis, o “Heródoto do Brasil”. Criou o método de análise de documentos como vestígios históricos, com uma perspectiva futura de uma nação brasileira. Varnhagen faz uma história factual. Ou seja, ele narrava, relatava a conquista dos portugueses em sua obra “História Geral do Brasil”. E segundo Reis, “foi o iniciador da pesquisa metódica estrangeira...”. Ninguém pode graduar-se em História do Brasil, sem ter lido Varnhagen.[1]

             Posterior a Varnhagen, temos Freyre como um neovarnhageniano, pois segundo Reis, este bebeu das mesmas perspectivas teóricas de Varnhagen, se assemelhando em alguns pontos na visão crítica do Brasil. E também por suas obras serem mentoras do elogio a colonização portuguesa. Em sua obra, “Casa grande e Senzala”, ele tenta justificar essa colonização. Freyre se diferencia de Varnhagen por ter um pensamento, mas sociológico e falar em sua obra de antropologia cultural. Já tratando do latifúndio e a escravidão, Varnhagen não vê com bons olhos, o mesmo não acontece com Freyre onde vê a cultura negra como rica. Diferente de Varnhagen, Freyre não pensava no Brasil em termos raciais, mas sim em termos culturais.

            Analisando Capistrano de Abreu, nota – se que ele possuía um pouco de influência positivista, que só mudou segundo Reis, quando passou “a se interessar pelo método crítico”. Comparando o com Varnhagen segundo Reis pode – se dizer que ele foi criado em condições diferentes de Varnhagen, embora percorre nas mesma historiográfica de Varnhagen e Freyre e muitas vezes oponente, com um olhar diferente da História do Brasil, por ele ter múltiplas interpretações. Capistrano se aproxima de Varnhagen por fazer uma história factual. Capistrano renovou os métodos de interpretação e investigação da historiografia brasileira. Capistrano e Varnhagen possuem características diferentes, pois Capistrano não faz um elogio á colonização portuguesa, mas sim da conquista e colonização do Brasil. Relata os efeitos dos portugueses em sua conquista. Capistrano em sua obra “História Colonial” vem tratar basicamente das “relações entre as classes existentes entre o colonizador português os índios e os escravos”.

           Capistrano e Freyre se assemelham por entra em uma mesma perspectiva de história cultural. Mas segundo Reis, a uma distancia quando Freyre toma uma posição social dando continuidade á percepção varnhageniano na defesa do colonial brasileiro onde, “sua interpretação do Brasil é continuísta, conservadora, passeísta, lusófila, patriarcalista, escravista, colonizadora”. (REIS, 2007.p.58). Já Capistrano quebra essa perspectiva tomando uma corrente de pensamento diferente.

             Concluo que Varnhagen, Freyre e Capistrano em alguns pontos seguem  mesmas linha, embora possuam características diferentes principalmente por viverem em épocas e contexto sócio histórico diferentes. Mas cada um com suas visões e suas obras que são referencias contribuíram com a Historiografia brasileira. 

Referencias Bibliográfica

  • Reis, José Carlos. As identidades do Brasil de Varnhagen a FHC. 9ª edição. Rio de Janeiro. Editora FGV, 2007. P. 23-114.
    • RODRIGUES, Honório José. História e Historiografia. 1ª edição. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008. P. 152.


[1] RODRIGUES, Honório José. História e Historiografia. 1ª edição. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008. P. 152.