Estudante: Claudio José Bezerra de Aguiar

Tarefa: Resenha crítica

Obra: HÄGGLUND, Bengt. História da Teologia. Porto Alegre: Concórdia, 1981. p. 291 a 336.

História Teológica da cidade

 O autor dividiu o texto em quatro partes, mas a leitura ficou designada apenas as duas primeiras partes. A primeira com cinco subdivisões e a segunda com três, o que proporcionou uma maior clareza para os pontos de destaque e interpretação do autor. Observando o texto se percebe que o autor tenta mostrar através da Bíblia e da história como a cidades existiram, quais foram seus objetivos de existência e como a cidade tem uma relação direta com as coisas de Deus.

 Para esse objetivo foi mostrado que nas Escrituras existe um dualismo enfático entre dois conceitos diferentes relacionados à cidade. Um a Babilônia que representa o pecado, e outro Jerusalém representando a nação escolhida por Deus. Com essa questão conjetura que é impossível uma comunhão com os termos. No entanto a questão não é o extermínio de um para o triunfo de outro, pois são as atitudes contra Deus que manifestam a divisão de tal dualismo. Quando os profetas se levantavam, eles não condenavam as cidades, mas reprovavam suas ações de idolatria, o afastamento e esquecimento que havia um Deus. O que levou os judeus a um distanciamento dos povos pagãos, e muitos numa busca de maior intimidade com Deus saíram para viver literalmente no deserto ao exemplo de Abraão, que em meio ao deserto que se colocou pode conhecer Deus.

  Observando quem foi Babilônia, uma cidade rica, conquistadora e dominadora, mas que também tinha todo tipo de idolatria, seus atos bárbaros, e as mais baixas abominações contra Deus. Fica fácil de entender porque os judeus e os próprios profetas se utilizavam dela como rainha das prostituições, e um símbolo do real do pecado, porque tudo que praticamente era contra os princípios de Deus se encontravam ali. 

  No entanto, analisando Jerusalém se percebe que a idéia de uma cidade santa surge depois do cativeiro. Os judeus que estavam presos idealizavam uma volta e reconstrução da cidade, e os profetas enxergam uma nova Jerusalém, além das realidades humanas, esta seria a santa Jerusalém. A santificação da cidade de Jerusalém antes do cativeiro nunca houve, nem se pretendia. As promessas feitas a Davi, e a construção do templo de Salomão trouxeram significados sagrados a cidades. Porém, promessas e nem santidade eram atribuições da cidade, mas para Davi e ao templo. Contudo a Jerusalém material se tornou um símbolo da realidade espiritual, e muitos não conseguiram fazer esta distinção como os profetas anunciaram. Por isso Jerusalém se tornou um centro de peregrinação e uma cidade santa para as pessoas. O que foge da revertida aliança de Deus fez com Israel. Quanto aos pecados de Jerusalém, ela se tornou igual à Babilônia, o que levou os profetas a proclamarem a vontade de Deus para Jerusalém, pois tinham se esquecido dele, e estavam orgulhosos e prepotentes.

  A cidade é um termo recente, levado e conta que o mundo existe a milhares de anos e é um processo de uma evolução. Ao que se mostram as pessoas só tinham a preocupação em encher a terra e estabelecer lugar de poder. Nunca se pensou em cidade em termo de uma comunhão entre as pessoas, visto que não se tinha esta necessidade. Quando se percebe que o mandato de encher a terra está concluído, ao menos em parte, começa a preocupação com o conviver entre pessoas, o que estabelece o princípio de uma cidade, e isso numa época recente.

  A cidade tem como objetivo de ser unida. Deus deseja esse propósito, contudo quando o povo se reuniu para construir a torre de Babel, houve a necessidade de intervenção por parte de Deus visto que ele conhecia o coração do homem, e sabia que do modo como queriam construir a cidade só resultaria em opressão e orgulho, sendo uma destruição para eles próprios. Por isso Deus almeja do homem uma dependência dele, para que possa realizar a união da cidade, como no fim será a nova Jerusalém. Quanto a sua própria destruição, a história mostra que o homem conseguiu reuniu as pessoas e criar a cidades. Mas também mostra que com o crescimento dessas surge o comércio, e uma mistura de culturas e costumes que levaram a cidade numa busca de maiores domínios. Decorrente disso surge a guerras em busca de poder e a mistificação das cidades. Mostrando quanto o homem se destrói por motivos funestos, por arrogância e orgulho.

  Ao término do texto algumas questões merecem destaque como quando autor comenta que o fato de muitas pessoas terem saído para o deserto em busca de uma intimidade maior para com Deus, e afirma ser correta essa atitude, mesmo afirmando no final do texto não ser esta a vontade de Deus. Com tudo analisar como correto esse comportamento é incerto. Quando Deus pede um distanciamento do mundo, não é para que a pessoa se retire do mundo. Quando Deus fala em esquivar do pecado, não se refere a ser afastar do pecador. Contudo, foi isso que os judeus fizeram, se isolaram em seu mundo e se afastaram dos pagãos para não se contaminarem. Porém o objetivo de Deus foi sempre o contrário. Ele fez questão de colocar Israel em um lugar estratégico. Um ponto onde todos os povos tinham que passar por Israel para ir de um lugar para o outro do mundo. A função de Israel era mostrar o Deus que eles serviam e influenciar os outros povos para que tivessem interesse de conhecer o seu Deus. No entanto ao invés de Israel influenciar ele acabou sendo influenciado, e passou a ser idolatra como ou até pior que os povos vizinhos. Resultado disso foi o cativeiro, que trouxe uma ideia que era o contato com as pessoas pecadoras que os tornavam pecador.

  Outra abordagem que o autor faz é que a cidade de Jerusalém é santificada pelo templo e pelas promessas feitas a Davi, tirando isso ela se torna uma cidade comum. Concordo plenamente com o posicionamento que eles faz e com os subsídios que ele utiliza para firmar sua tese. E também vejo que decorrente desses fatos outro muito importante marcaram a cidade e fizeram com que ela viesse a ter a exaltação que hoje se tem sobre ela. Pois ela foi uma cidade que realizou grandes conquistas e foi o palco em que Jesus se manifestou, o que à torna uma cidade especial e centro de muitos estudos e pesquisas, pois ela foi o cenário do salvador da humanidade.