HISTÓRIA LOCAL: uma discussão sobre a sua importância no ensino de história.

 

Diovani Furtado da Silva[1]

Katiane de Andrade Vilhena[2]

 

 

 

Resumo

 

Não podemos esquecer que a história por muito tempo foi escrita por uma elite política que sempre quis legitimar seu poder vigente, e com isso deixando o ensino de história limitado, aos feitos de grandes heróis e de datas cívicas, mas com a Lei nº 9.394/96, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, abriu-se espaço para a chamada história local, onde a história agora é vista sob outro viés, ou seja, de “baixo para cima”, assim, esse artigo tem por objetivo a análise, bem como algumas considerações e reflexões sobre a história local no Ensino de História, sua valorização, bem como sua mescla com a história nacional e global, e, a importância da discussão e elaboração de textos e projetos voltados para a pesquisa da história local. Para tanto, realizou-se um levantamento e coleta de dados na bibliografia de cunho histórico e pedagógico, em uma discussão sobre a importância de se estudar a história local e sua aplicação em sala de aula, pois, os materiais didáticos utilizados em sala de aula ainda são aqueles elitizados, a onde conta apenas à história dos vencedores, isso é perceptivo quando procuramos materiais sobre a história local e achamos pouco material; Vale ressaltar que a relevância do nosso trabalho, visa fornecer a comunidade em geral, instrumentos que lhe permitam maior reflexão dos conceitos, ideias e as diversas explicações sobre a importância da história local.

Palavras-chave: História Local, Ensino de História, Consciência, Identidade.

 


ABSTRACT

 

We can not forget that history has long been written by a political elite who always wanted to legitimize the ruling power, and thus leaving the teaching limited history, the deeds of great heroes and civic dates, but with Law No. 9.394 / 96, Law of Education Guidelines and Bases, opened up space for local call history, where history is now seen from another perspective, ie "bottom-up", so, this article aims to analyze as well as some thoughts and reflections on local history in the history of Education, its recovery and its mix with national and global history, and the importance of discussion and elaboration of texts and projects focused on the research of local history. Therefore, we carried out a survey and data collection on the history and educational profile bibliography, in a discussion of the importance of studying local history and its application in the classroom, therefore, the teaching materials used in the classroom are still those elitizados, where the only account the history of the winners, this is perceptive when looking for materials on local history and found little material; It is noteworthy that the relevance of our work is to provide the community in general instruments to further consideration of the concepts, ideas and the various explanations of the importance of local history.




Keywords: Local History, History of Education, Awareness, Identity.


 

INTRODUÇÃO

A história por muito tempo foi escrita por uma elite política que sempre quis legitimar seu poder vigente. Tal fato acabou resultando, em um ensino de história limitado, aos feitos de grandes heróis e de datas cívicas. Com a Lei nº 9.394/96, abre-se espaço para a chamada história local, a partir dessa abertura na lei, a história é observada sobre outro viés, isto é, de “baixo para cima”.

Este trabalho faz algumas considerações e reflexões sobre a história local no ensino de história, sua valorização, bem como sua mescla com a história nacional e global e a importância da discussão e elaboração de textos e projetos voltados para a pesquisa da história local.

A fundamentação desse artigo tem com eixo a importância de se estudar a história local e sua aplicação em sala de aula. No primeiro momento trabalhamos com Burke (1992), Chiavenato (1988) e Fonseca (2006), para entendermos porque a história é politizada; No segundo momento fazemos uma breve analise da Lei nº 9.394/96, mais precisamente do seu artigo 26, que discorre sobre a regionalização dos assuntos em sala de aula e no terceiro momento fazemos uma discussão sobre a importância da história local e da produção de textos e projetos sobre a mesma utilizando Bittencourt (2004 e 2008), Cainelli e Schmidt (2004), Fonseca (2003), Sharpe (1992) e Pinsky e Pinsky (2007).

Hoje, um dos maiores desafios de educadores e historiadores é quebrar certos paradigmas do ensino e consequentemente mesclar história nacional e global com a local, pois, os materiais didáticos utilizados em sala de aula ainda são aqueles elitizados, no qual conta apenas à história dos vencedores.

Portanto, com a produção de textos e projetos em história local, podemos fazer com que os docentes e a própria comunidade conheça e valorize sua história local, mas para que isso aconteça é necessário que ocorra uma transformação, onde os sujeitos sejam estimulados a adquirir uma consciência histórica, através de produção de projetos e textos sobre a história local. Vale ressaltar que, a relevância de nosso trabalho, visa fornecer a comunidade em geral, instrumentos que lhe permitam maior reflexão dos conceitos, ideias e as diversas explicações sobre a importância da história local.

HISTÓRIA LOCAL E O ENSINO DE HISTÓRIA.

 

Quando um professor de história entra em sala para ministrar sua aula, sempre surgi àquela pergunta “para que serve estudar a história?” Bloch[3], fez uma análise sobre essa mesma pergunta que um garoto fez ao seu pai historiador e segundo o mesmo quando essa pergunta acontece o historiador é chamado a prestar contas de seu trabalho, com isso o mesmo quer nos dizer que, precisamos levar a sala de aula e para nossas pesquisas históricas a reflexão sobre a complexidade da disciplina história, mostrando que ela está sempre em constante mudança.

Conforme Bittencourt (2008) [4], independentemente das dúvidas dos alunos e as respostas dos professores é sempre um desafio para quem ensina história explicitar a razão de ser da disciplina história. Segunda a mesma, a disciplina história continua existindo no currículo escolar, sendo reformulada em textos oficiais e em livros didáticos. Com isso, a história que chega até a sala de aula, é uma história politizada, uma história imposta pelas elites nacionais.

Devemos lembrar que a tradição histórica sempre se preocupou com uma história de nível internacional e nacional, sob viés das elites, consagrando grandes feitos e heróis em um claro jogo de tentativa de manipulação do povo, pois decidir o que vai ser ensinado e o que não vai, integra claramente o ensino de história nesse jogo de dominação. Assim, o ensino de história fica bastante limitado às classes dominantes da história e deixando de lado as classes menos favorecidas, se transformando em uma “história vista de cima para baixo”, como afirma Burke[5],

a história tradicional oferece uma visão de cima, no sentido de que tem sempre se concentrado nos grandes feitos dos grandes homens, estadistas, generais ou ocasionalmente eclesiásticos. Ao resto da humanidade foi destinado um papel secundário no drama da história (BURKE, 1992, p.12).

A história que boa parte dos professores ensina hoje em sala de aula é uma história apenas dos vencidos, onde os “derrotados” ou as classes humildes não se enquadram nessa história, dita como historiografia oficial. Este dado, percebe-se pelos livros didáticos que são utilizados em sala de aula, de acordo com Chiavenato[6],

uma das características básicas da historiografia oficial é negar ao povo qualquer participação profunda nas mudanças da sociedade. A partir daí se exerce um controle ideológico tendo por base o seguinte: são os “grandes homens”, os “heróis” e os “santos” que lutam pelas massas, pois elas são incapazes de entender a grande política (CHIAVENATO, 1988, p. 5).

No Brasil a disciplina história tem sido utilizada a serviço de grupos políticos que estão no poder e querem legitimar o seu poder político, assim transformaram o saber histórico em uma saber desfragmentado, sem nenhuma articulação, onde prevalece uma memória nacional e patriótica. No Governo Vargas na década de 30 e 40, os assuntos estudados em sala de aula passaram a promover cultos a personagens e aos grandes heróis nacionais e a internalização de datas cívicas, segundo Fonseca[7],

no entanto, foram às reformas do sistema de ensino nas décadas de 30 e 40 que promoveram a centralização das políticas educacionais e colocaram o ensino de História no centro das propostas de formação da unidade nacional, consolidando-a, definitivamente, como disciplina escolar. A partir desse momento, não mais deixariam de haver programas curriculares estruturados, com definição de conteúdos, indicação de prioridades, orientação quanto aos procedimentos didáticos e indicação de livros e manuais (FONSECA, 2006, p. 52).

Durante o regime militar, o ensino de história passa a ser totalmente político, a disciplina história é substituído por uma educação voltada para formação cívica. A partir dos anos 80 tem-se uma preocupação em trabalhar conceitos históricos com os PCN’s[8], mas o que vem dar subsídios para tentar romper com esses paradigmas elitizados e a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) – Lei nº 9.394/96, conforme seu artigo 26,

Os currículos do ensino fundamental e médio devem ter uma base nacional comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e estabelecimento escolar, por uma parte diversificada, exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e da clientela (LEI Nº 9.394/96, artigo 26).

Com a nova LDB[9] – Lei nº 9394/96, os professores de história ganharam uma grande aliada para quebrar com esse paradigma da história tradicional ou historiografia oficial do ensino de história. De acordo com Bittencourt[10],

(...) o ensino de História deve efetivamente superar a abordagem informativa, conteudista, tradicional, desinteressante e não significativa- para professores e alunos- e que uma das possibilidades para esta superação é sua problematização a partir do que está próximo, do que é familiar e natural aos alunos. Esse pressuposto é válido e aplicável desde os anos iniciais do ensino fundamental, quando é necessário haver uma abordagem e desenvolvimento importante das noções de tempo e espaço, juntamente com o início da problematização, da compreensão e explicação histórica e o contato com documento (BITTENCOURT, 2004, p. 121).

Portanto, cada vez mais é importante a valorização da história local, pois ela possibilita uma reflexão ao próprio professor e especialmente ao aluno, sobre os problemas de seu tempo e a realidade em que vive. A história local é cheia de temáticas relacionadas com a própria comunidade, ou seja, de espaço ou de cotidiano. Segundo Cainelli e Schimidt,

o estudo da localidade ou da história regional contribui para uma compreensão múltipla da História, pelo menos em dois sentidos: na possibilidade de se ver mais de um eixo histórico na história local e na possibilidade de análise de micro-histórias, pertencentes a alguma outra história que as englobe e, ao mesmo tempo, reconheça suas particularidades (CAINELLI e SCHMIDT, 2004, p. 113).

Nesse contexto a história local valoriza os diferentes sujeitos históricos em vez de somente as camadas elitizadas da nossa história, fazendo uma história inversa, ou seja, uma “história vista de baixo para cima”. Mas, o professor não deve se esquecer da chamada macro-história, pois a ideia não é excluir essa história tradicional e sim mesclar com a história local, para que a história não se fragmente e perca o sentido. Devemos também, lembrar que, o ensino de história somente se torna importante na medida em que a aprendizagem passa a ser significante e considere as ideias históricas dos próprios docentes, não podemos esquecer que a história precisar ser compreendida num processo mais amplo.

Conforme Cainelli e Schimidt (2004, p. 112), “[...] pois os problemas culturais, políticos e sociais de uma localidade explicam-se, também, pela relação com outras localidades, outros países e, até mesmo, processos históricos mais amplos”. Mas devemos analisar essa linha de ensino, fazendo essa mescla e, assim valorizar os diferentes sujeitos históricos, para que se tenha uma melhor compreensão, precisamos entender que o lugar em que se vive não é isolado em relação a outras regiões na construção de identidades e na consciência histórica. Pois segundo Fonseca,

sob o ponto de vista científico, a história local e regional evita o erro grosseiro de considerar o nacional como um todo homogêneo, o que, em termos de investigação científica, produz uma percepção desfocada e distorcida da dinâmica das sociedades. Não se pense, porém, que, ao defender uma abordagem didática os conteúdos programáticos assente preferencialmente nos estudos locais, se pretende acabar com a construção de uma identidade nacional (FONSECA, 2003, p. 157).

A história local tem algumas particularidades que suporta uma sustentabilidade à história geral. Portanto, apresenta-se para o processo de ensino e aprendizagem como um mecanismo na construção da história e da identidade do docente, pois o mesmo está inserido nessa comunidade. Ainda de acordo com Fonseca,

o estudo regional oferece novas óticas de análise ao estudo de cunho nacional, podendo apresentar todas as questões fundamentais da história (como os movimentos sociais, a ação do estado, as atividades econômicas, a identidade cultural, etc) a partir do ângulo de visão que faz aflorar o específico, o próprio, o particular. A historiografia nacional ressalta as semelhanças, o regional lida com as diferenças (FONSECA, 2003, p. 222).

 Portanto, pode ser afirmar que a região historicamente faz parte do contexto no todo, pertencendo às questões mais amplas, nacional ou global. Com a história local os docentes passam a entender que as identidades individuais e coletivas estão ligadas ao espaço em que se vive socialmente. Assim, a produção de textos e projetos referente à história local oferece a possibilidade de se tornar um instrumento de consciência política frente às ações do poder público. Pois, esta prática torna-se necessária na elaboração de materiais didáticos que são utilizados nas escolas da rede pública.

A produção de textos e projetos voltados para a história local, à especifica do Estado do Amapá é de suma importância por vários fatores, primeiro por não ter tantas produções sobre a História do Amapá e o professor em sala de aula ainda utiliza o livro didático elitizado, que nem menciona o estado em suas páginas. Segundo Bittencourt,

o livro didático é, antes de tudo, uma mercadoria, um produto do mundo da edição que obedece à evolução das técnicas de fabricação de comercialização. [...] assim, o papel do livro didático na vida escolar pode ser o de instrumento de reprodução de ideologias e do saber oficial imposto por determinados setores do poder e pelo Estado (BITTENCOURT, 2008, p. 71-73).

Dentro desse contexto educacional, o professor precisa se libertar dos velhos conceitos e das abordagens rotineiras; é necessário estar motivado, buscar e levar consigo conteúdos, propostas, meios e adquirir informações para poder transformá-las em conhecimento, com isso, não somente transmitir para o seu dicente, não de forma alienadora ou idealista, mas que facilite ao educando, uma produção de conhecimento e a (re) interpretação dos períodos da história e principalmente fazer que o aluno se sinta sujeito histórico. Nessa perspectiva, Bittencourt[11] ressalta que,

o professor de história pode ensinar o aluno a adquirir as ferramentas de trabalho necessárias; o saber-fazer, o saber-fazer-bem, lançar os germes do histórico. Ele é o responsável por ensinar o aluno a captar e a valorizar a diversidade dos pontos de vista. Ao professor cabe ensinar o aluno a levantar problemas e a reintegrá-los num conjunto mais vasto de outros problemas, procurando transformar, em cada aula de história, temas em problemáticas. Ensinar história passa a ser, então, dar condições para que o aluno possa participar do processo do fazer, do construir a história [...] (BITTENCOURT, 2008, p 57).

É sendo facilitador que o professor poderá viabilizar os rumos do seu aluno. Nesse sentido, ele poderá dar ênfase à “História Local” construindo projetos e textos que contribuam para uma reflexão por parte do docente, sobre os problemas de seu tempo, da realidade em que vive e que valorizam a própria comunidade, pois Bittencourt assegura que,

A História Local tem sido indicada como necessária para o ensino por possibilitar a compreensão do entorno do aluno, identificando o passado sempre presente nos vários espaços da convivência – escola, casa, comunidade [...] se liga a história do cotidiano ao fazer das pessoas comuns participantes de uma história aparentemente desprovida de importância (BITTENCOURT, 2008, p. 168).

Dessa forma, o aluno poderá estar e sentir-se mais próximo dos acontecimentos históricos. Pinsky e Pinsky (2007)[12], dizem que cada estudante (independente do grau de ensino), precisa trazer para si a ideia de que ele também é um construtor do conhecimento histórico, dessa forma ele se dará conta dos esforços que foram feitos no passado, para que se dê continuidade na história. Nessa ideia, seria possível entender e preencher as lacunas e os vazios que História apresenta.

Há uma necessidade de um reconhecimento coletivo dos amapaenses de nossa história, sem falar que essas produções ajudam na construção da identidade e solidificação social. Conforme Sharpe (1992, p. 59) [13], “proporciona também um meio para reintegrar sua história aos grupos sociais que podem ter pensado tê-la perdido, ou que nem tinham conhecimento da existência de sua história”. Os textos bem como os projetos têm que ser voltados para a inserção do docente e da sociedade em geral no contexto social do estado, buscando sua autopercepção como integrante dessa história e a percepção das transformações que ocorrem na sociedade em que o indivíduo faz parte. Segundo Cainelli e Schimidt[14],

(...) esse trabalho pode favorecer a recuperação de experiências individuais e coletivas do aluno, fazendo-o velas como constitutivas de uma realidade histórica mais ampla e produzindo um conhecimento que, ao ser analisado e retrabalhado, contribui para a construção de sua consciência histórica (CAINELLI e SCHMIDT, 2004, p. 114).

Segundo Sharpe (1992, p. 59-60), “os propósitos da História são variados, mas um deles é prove aqueles que a escrevem ou a lêem de um sentido de identidade, de um sentido de sua origem”. O ensino de história deve servi para que tanto o professor, quanto o aluno, entenda que o saber não surge pelo acaso, mas pela busca, fazendo uma ponte entre o passado e o futuro em que todos percebam que nossos costumes estão ligados aos fatos do passado e que esses fatos influenciam na atualidade. Segundo Cainelli e Schmidt,

As finalidades das disciplinas escolares fazem parte de uma teia complexa na qual a escola desempenha o papel de fornecedora de conteúdos de instrução que obedecem a objetivos educacionais definidos mais amplos. Dessa forma, as finalidades de uma disciplina tendem sempre a mudanças, de modo que atendam diferentes públicos escolares e respondam às suas necessidades sociais e culturais inseridas no conjunto da sociedade (BITTENCOURT, 2004, p42).

Então o principal objetivo na produção de textos e projetos em história local é claramente em contribuir para que não somente o docente, mais toda a comunidade, conheça, aprenda e valorize o processo histórico de sua região, pois por meio dessas produções históricas locais, haverá uma inserção da chamada micro-história na chamada macro-história, fazendo que o docente contextualize os acontecimentos históricos de sua região com os acontecimentos nacionais e internacionais.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

O ensino de história, por muitos anos ficou preso ao um sistema de jogos de interesses que prevaleciam. Por muito tempo o ensino de história esteve fardado a contar apenas os feitos dos grandes heróis e das classes dominantes sofrendo com uma internalização de datas cívicas, limitando o ensino. O material didático que o professor utiliza em sala de aula, ainda é um material totalmente elitizado, onde a história do Estado do Amapá em si nem aparece em suas páginas, pois sua história é de pouca importância para elite política do sul. Mas e a comunidade amapaense como fica? Fica sem saber de sua própria história?

O ensino no Brasil começou a tomar rumos diferentes, com a criação da lei nº 9.394/96, Lei de Diretrizes e Bases da Educação, criou-se um mecanismo para tentar quebrar esses paradigmas da história. No artigo 26 da LDB, lei nº 9.394/96, diz que o currículo escolar deve ser diversificado de acordo com sua região, obedecendo a suas características regionais e locais da sociedade e assim abrindo espaço e importância para a chamada História Local. Uma história que parte da realidade particulares dos docentes. Com a história local, os sujeitos que sempre foram excluídos da história apareceram, pois na história local esses sujeitos passam a ser valorizados pelas suas experiências sociais, é a chamada “História vista de baixo pra cima”.

Produzir textos e projetos sobre a história local é uma maneira de valorizar o lugar e contribuir para a busca de um conhecimento mais crítico da realidade que o cerca e para a construção de uma consciência histórica local, pois as pessoas que vivem nessa comunidade e todos poderão perceber que a história está em toda parte e em cada canto, portanto estudar e pesquisar a história local significa conhecer o espaço do cotidiano de sua comunidade.

Nesse contexto abordar a história local é valorizar pessoas comuns e contextualiza-la com a história nacional e global, para que não se tenha uma história limitada e fragmentada sem sentido, pois conhecer seu meio social também é uma forma de conhecer e entender que a sociedade e o homem estão sempre em transformações.

 

 

REFERÊNCIAS

BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Ensino de História: Fundamentos e Métodos. São Paulo. Cortez, 2004.

                                   . Livros didáticos entre textos e imagens. In: BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes (Org.). O saber histórico na sala de aula. São Paulo:Contexto, 2008. p. 69-90.

BLOCH, Marc. Apologia da História, ou, O Ofício do Historiador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed, 2001. P.41.

BURKE, Peter (org.) A escrita da História: novas perspectivas. São Paulo: Editora

Unesp, 1992

CAINELLI, Marlene; SCHIMIDT, Maria Auxiliadora. Ensinar História. São Paulo:

Scipione, 2004.

CHIAVENATO, Julio José. As lutas do povo brasileiro. 12ª ed. São Paulo: Moderna, 1988.

FONSECA, S. G. Didática e Prática de Ensino de História:

Experiências, Reflexões e Aprendizados. Campinas, São Paulo: Papirus,

2003.

FONSECA, Thaís Nívia de Lima e. História e Ensino de História. 2ª Ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2006.

 

LDB LEI nº 9.394/96 artigo 26

PINSKY, Jaime; PINSKY, Karla Bassanezi. O que é e como ensinar: Por uma História prazerosa e conseqüente. In: KARNAL, Leandro (Org.). História na sala de aula: Conceitos, práticas e propostas. 5ª Ed. São Paulo: Contexto, 2007. p. 17-36.

SHARPE, J. In BURKE, P. (org) A Escrita da História: Nova Perspectiva.

São Paulo: UNESP, 1992.



[1]  Licenciado em História pela Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA (Polo Amapá), Especialista em História do Amapá pelo Centro Universitário UNINTER e, em História e Historiografia da Amazônia Pela Universidade Federal do Amapá - UNIFAP, e faz parte do quadro discente da Faculdade de Teologia e Ciências Humanas - FATECH, no curso de Especialização de Ensino Religioso. É um dos autores do livro CABRALZINHO: a construção do mito de um herói inventado na sociedade amapaense, ministrou aulas em cursos preparatórios para Vestibular e concursos, e atualmente é Professor do quadro efetivo do município de Afuá. Email: [email protected] ou [email protected]

[2] Licenciada em Pedagogia com Habilitações em Magistério dos anos iniciais do Ensino Fundamental e Administração Educacional. Possui Especialização em Coordenação Pedagógica com ênfase em Supervisão e Orientação Escolar, Pelo Instituto de Ensino Superior do Amapá – IESAP; É acadêmica de Letras – Inglês – Português e Respectivas Literaturas do Instituto de Ensino Superior do Amapá – IESAP, também Acadêmica do curso de Ciências Sociais da Universidade Federal do Amapá – UNIFAP e Pós – Graduanda em Psicopedagogia Institucional e Clínica pelo Centro Universitário UNINTER.

[3] BLOCH, Marc. Apologia da História, ou, O Ofício do Historiador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed, 2001. P.41.

[4] Em seu artigo Capitalismo e Cidadania Nas Atuais Propostas Curriculares de História. In: BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes (Org.). O saber histórico na sala de aula. São Paulo:Contexto, 2008. P. 11 – 28.

[5] BURKE, Peter (org.) A escrita da História: novas perspectivas. São Paulo: Editora Unesp, 1992.

[6] CHIAVENATO, Julio José. As lutas do povo brasileiro. 12ª ed. São Paulo: Moderna, 1988.

[7] FONSECA, Thaís Nívia de Lima e. História e Ensino de História. 2ª Ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2006.

[8] Parâmetros Curriculares Nacionais.

[9] Lei de Diretrizes e Bases da Educação nº 9.394/96.

[10] BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Ensino de História: Fundamentos e Métodos. São Paulo. Cortez, 2004.

[11] BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Livros didáticos entre textos e imagens. In: BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes (Org.). O saber histórico na sala de aula. São Paulo:Contexto, 2008. p. 69-90.

[12] PINSKY, Jaime; PINSKY, Karla Bassanezi. O que é e como ensinar: Por uma História prazerosa e conseqüente. In: KARNAL, Leandro (Org.). História na sala de aula: Conceitos, práticas e propostas. 5ª Ed. São Paulo: Contexto, 2007. p. 17-36.

[13] SHARPE, J. In BURKE, P. (org) A Escrita da História: Nova Perspectiva. São Paulo: UNESP, 1992.

[14] CAINELLI, Marlene; SCHIMIDT, Maria Auxiliadora. Ensinar História. São Paulo: Scipione, 2004.