SOCIEDADE DE ENSINO SUPERIOR AMADEUS - SESA

FACULDADE AMADEUS - FAMA                 

 NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO, PESQUISA E EXTENSÃO - NUPPE  

 

 CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM METODOLOGIA DE ENSINO DE HISTÓRIA E GEOGRAFIA.

ROSEMEIRE DOS REIS SANTOS

HISTÓRIA DA

USINA CEDRO: BREVE RESGATE ORALARACAJU – SE

 

2012 

ROSEMEIRE DOS REIS SANTOS

 HISTÓRIA DA USINA CEDRO: BREVE RESGATE ORAL 

Artigo científico apresentado à Faculdade Amadeus como trabalho de conclusão de curso e requisito básico para obtenção do título de Especialista em Metodologia de ensino de História e Geografia.

Orientador: Prof. MsC Naíza  Maria de Jesus

 

ARACAJU-SE

2012 

USINA CEDRO

* Rosemeire dos Reis Santos[1]

 

RESUMO

O presente artigo tem como principio relatar uma breve historia da Usina Cedro, no Município de Santa Luzia do Itanhi - Sergipe. Objetivando com o presente estudo um breve resgate histórico dessa Usina, pois, ela foi uma grande contribuidora na economia dessa cidade durante o século XIX, com a produção de açúcar. Não somente será possível compreender a história como também o resgate da memória das pessoas que lá viveram bem como dos proprietários do engenho. Serão relatados alguns depoimentos de ex-moradores e funcionários que trabalhavam nessa época. Para o referencial teórico foram utilizados livros, jornais, monografias e depoimentos orais.

 

Palavras-chave: Açúcar, proprietários e usina.

ABSTRACT:

This article is beginning to report a brief history of Cedar Mill, in themunicipalityofSanta Luziado Itanhi - Sergipe. Aiming to present a brief historical study of this plant because it was a major contributor to the economy of this city during the nineteenth century, with the production of sugar. Not only you can understand the history but also to rescue the memory of people who lived there and the owners of the mill. Will be reported some testimonials from former residents and employees who worked at that time. For the theoretical framework used were books, newspapers, monographs and oral testimony.

 

KEY WORDS : Sugar, and Mill owners.

1- INTRODUÇÃO

O presente artigo relatará um breve resgate oral da Usina Cedro no século XIX, sua estrutura, seus problemas e sua importância para o povo daquela localidade, visto que a referida usina foi durante muitos anos, um dos geradores de emprego para os moradores do município de Santa Luzia do Itanhi e da região circo vizinha.

O objetivo dessa pesquisa será mostrar para a geração atual como a usina Cedro ajudou na economia e no desenvolvimento dessa cidade, bem como a influência que a usina exercia sobre a vida das pessoas que habitavam essa região naquela época, pois era dali que eles retiravam o sustento das suas famílias.

A usina estava localizada dentro de uma fazenda chamada Cedro. Era uma propriedade com 4.000 mil tarefas de terra, próximo ao Rio Guararema que banha a cidade e que também exerceu papel importante, já que tinha água em abundância para o funcionamento da usina. Em 1878, o senhor Alípio Silveira Lima havia comprado a fazenda onde montou o engenho açucareiro mesmo sem o menor conhecimento sobre o cultivo de cana-de-açúcar. Alípio Casou-se com Astéria uma moça cuja família era de fazendeiros e donos de engenho. Vizinho ao Cedro tinha outro engenho chamado de Cedrinho, pertencente a um dos irmãos de sua esposa. Por tornarem-se parentes, os mesmos trabalhadores faziam os serviços dos dois engenhos.

O Cedro era o centro de tudo; para lá convergiam todas as atividades da redondeza; fornecedores de cana, compradores de açúcar, vendedores ambulantes, etc. Por isso foi tão importante para as pessoas que viviam e trabalhavam nas suas dependências. Hoje se encontra desativada e só restam as ruínas e o mais importante que são as memórias das pessoas que por lá passaram e deram sua contribuição. Falar do Cedro é resgatar um pouco as lembranças de vidas de pessoas simples e até menos favorecidas. Escolhi este lugar porque conheci a fundo a problemática que rodeava a usina, e o pouco que restou da fazenda; além disso, ainda ouço histórias das dificuldades, dos acontecimentos e de alguns momentos de descontração vivida pelos moradores.

A questão que norteou essa pesquisa foi o fato de que a Usina Cedro bem como as outras usinas que existiramem Santa Luziado Itanhi tiveram um papel importante na economia e no desenvolvimento social do povo luziense.   

Como recurso metodológico, o que prevaleceu foi a história oral, através de depoimentos de ex-moradores, entrevistas com familiares e histórias contadas por pessoas que tiveram contato direto ou indireto com parentes dos proprietários. Além da história oral, fiz uso da pesquisa bibliográfica, por meio de livros, revistas e jornais.

2. O surgimento dos primeiros engenhos no Brasil e em Sergipe

 

No Brasil, as primeiras mudas de cana-de-açúcar começaram a ser cultivadas em meados do século XVI. A cana trazida da Ilha da Madeira foi introduzida em Pernambuco onde foi instalado o primeiro engenho da colônia de São Vicente. O responsável por esse feito foi Martim Affonso de Souza. Com isso nasceu a base econômica sobre a qual se firmaria a colonização portuguesa no território brasileiro, ou seja, o chamado ciclo do açúcar que durou 150anos.

O número de engenhos começou a se multiplicar rapidamente pelo litoral brasileiro, seguindo para o agreste e sertão. Mas foi na região Nordeste onde a produção de açúcar ganhou maior destaque, mais precisamente nos Estados de Pernambuco e Bahia, os principais responsáveis pelo crescimento econômico da colônia nos séculos XVI e XVII. De acordo com Joel Rufino “a maior parte dos lucros do açúcar brasileiro acumulava-se no estrangeiro, uma parte pequena ficava nas mãos do rei de Portugal, afinal, era ele o dono das terras do Brasil”. De acordo com Boris Fausto, p. 13, “ao mesmo tempo surgiram as plantações de cana-de-açúcar, incentivadas por mercadores e agentes comerciais genoveses e judeus,baseadas no trabalho escravo”.  Ainda segundo Boris Fausto”a economia açucareira acabou por triunfar, mas seu êxito foi breve. O rápido declínio deveu-se tanto a fatores internos quanto à concorrência do açúcar do Brasil e de São Tomé”.

No contexto sergipano, foi a partir das últimas décadas do século XVIII que o plantio da cana e a produção de açúcar ganharam impulso tornando-se naquele período, a principal atividade econômica do Estado. Os canaviais ocupavam os vales dos rios que por sua vez, forneciam matéria-prima para o funcionamento dos engenhos.  Segundo Lenalda Andrade “Os canaviais de Sergipe foram se expandindo à medida que acelerava o ritmo de crescimento das unidades produtoras de açúcar”.  O alargamento da atividade açucareira, com base no trabalho escravo foi ocupando os espaços que até então eram ocupados por outras culturas de subsisência.

 

2.1 Como nasceu a Usina Cedro

 

A usina estava localizada dentro de uma fazenda chamada Cedro. Era uma propriedade com 4.000 mil tarefas, limitando-se com a Fazenda Serraria, (1.200 tarefas de Julieta e Donaninha); a Fazenda Francês, (2.000 tarefas); Fazenda Raiz, (700 tarefas): a Fazenda Piedade, (4.000 tarefas) e a Fazenda Santo Antônio (800 tarefas) que pertencia a Antônio Silveira, além das Fazendas Jundiá e Soledade do Senhor Adelson. Tudo isso formava uma extensa faixa de terra com aproximadamente 20 mil tarefas que pertenceu a essa família por aproximadamente cento e trinta e quatro anos. Alípio Silveira Lima comprou a fazenda cedro em 1878 e lá montou um engenho açucareiro. Ele tornou-se senhor de engenho sem o menor conhecimento sobre plantação de cana. Casou-se com Astéria, sendo que os irmãos dela eram fazendeiros e senhores de engenho. O Cedro era vizinho do Cedrinho, outro engenho de um dos irmãos da Astéria. Todos os serviços desses dois engenhos eram feitos com os mesmos empregados, mas as duas safras eram moídas separadamente. As plantações e as terras eram também separadas. Com a sua total falta de experiência, Alípio Silveira mandou plantar toda a futura safra de canas (cana manteiga e caiana) nos terrenos mais altos, quando todos sabiam que cana caiana e manteiga tradicionalmente eram plantadas nas várzeas, em terrenos baixos eem brejos. Exatamenteneste ano ocorreram chuvas em excesso e as canas não foram encharcadas.

O rio Guararema que banha a cidade foi de grande valia, já que fornecia toda a água utilizada na usina. A água foi deslocada do rio, primeiro por uma vala construída manualmente para chegar até a usina; A barragem construída no leito do rio gerava toda a energia necessária para o funcionamento da usina. Anos depois foi construída uma represa no riacho do Cedrinho, a tubulação era enorme, de ferro e  possuía uma grande roda que trazia a água até as dependências da usina.

 

2.2 Breve História da cidade de Santa Luzia no século XIX e da santa missa na Usina Cedro

 

 Na história do município de Santa Luzia do Itanhi/SE, a cidade permaneceu como produtora agrícola até a segunda metade do século XX. Sendo que, a cana- de- açúcar, foi introduzida ainda no início da colonização do Brasil, tornando-se dominante no referido município no século XIX em todo seu território, com isso, foi possível o aumento e desenvolvimento da agricultura nessa cidade; em conseqüência fortaleceu-se a economia dos proprietários de terras que investiram na produção da cana de açúcar. Além da Usina Cedro existiam também outros engenhos como Engenho Castelo, Engenho São Felix, Engenho de Ferro e outros.

De tempos em tempos havia uma missa no engenho. Nos últimos anos de funcionamento um padre italiano, bem velhinho, chamado Frei José, era chamado para dar a extrema-unção a qualquer pessoa da zona rural e vinha com toda a boa vontade, desde que mandassem uma montaria para buscá-lo e levá-lo de volta. A viagem era longa, durava cerca de 4 horas, mesmo debaixo da mais forte chuva ou a altas horas da noite, ele fazia questão de comparecer e pedia para que ninguém morresse sem a sua benção. Era realmente “um santo”, embora impaciente, nervoso e às vezes agressivo em sua maneira de falar.

Na moagem da cana, convidaram Frei José para fazer uma Santa Missão no Cedro. Seriam três dias de missas, batizados e casamentos gratuitos. A data foi combinada e a notícia se espalhou na redondeza. Haveria procissão também com antecedência, para dar oportunidade aos preparos, começaram as providências. As costureiras, atarefadas, preparavam os vestidos de noiva com véu e grinalda, as roupas dos noivos, as roupas dos batizados, etc. No engenho, os carpinteiros faziam o andor para a procissão. Folhas de palmeira eram programadas para a decoração, gambiarras para a iluminação e tonéis de vinho de jenipapo para o último dia. Nas missas e bênçãos o engenho parava de moer e todo o povo lotava a parte da frente, onde estava o altar. A procissão com o andor carregado nos ombros, todo coberto de flores e folhas de palmeiras, subia até o Rapapau e depois, já à tardinha, descia até as casas na entrada da engenhoca. O povo entoava cânticos religiosos conhecidos – (No céu, no céu, com minha mãe estarei...) Os foguetes espocavam e os meninos corriam para pegar as flechas. No último dia pela manhã ocorria a missa e à tarde os batizados e casamentos. Antes da cerimônia dos casamentos Frei José reunia todos os casais (novos e velhos) na sala da frente do sobrado para uma pequena entrevista e preleção.

 

2.3 Aparecimento do circo na Usina Cedro

 

Surgiu no cedro um circo e foi a sensação do momento. Não tinha cobertura de lona nem de coisa alguma. Apenas uma cerca de arame farpado envolvida por um pano desbotado de chitão que impedia a visão dos não pagantes. Os assentos era um caso a parte! Cada qual levava de casa na hora do espetáculo. Foi escolhido para ser armado, na baixada meia úmida logo após o curral, para aproveitar a rede elétrica, onde uma gambiarra de lâmpadas iluminava e dava o toque festivo necessários ao circo. A propaganda foi feita boca a boca na quinzena. Para o número de trapézio foram escolhidos dois altos postes de madeira, os quais, por serem muito grossos e devido ao terreno estar um tanto úmido, tiveram de ser esticados por cordas amarradas a cerca. A atração principal do circo era a rumbeira ela era a esposa do dono que se apresentava como palhaço. Segundo senhor Ailton aconteceu no circo um fato interessante “o trapezista ao fazer sua apresentação em cima de uma corda que estava amarrada em dois postes de madeiras eles foram aos poucos se inclinando Os postes foram aos poucos se inclinando e quando o trapezista se lançou de cabeça para baixo, arrancou um tampo de capim com a testa e se projetou a metros de distância. Não chegou a desmaiar, mas andou perto. Refeito, deu um pulo e foi logo gritando: “Queriam me matar?”Felizmente o chão estava úmido e macio e tudo não passou de um susto.”

                              

2.4 Estrutura e organização da Usina Cedro

 

O Cedro era o centro de tudo; para lá convergiam todas as atividades da redondeza; fornecedores de cana, compradores de açúcar, vendedores ambulantes, etc. Eram cento e vinte duas casas de trabalhadores; a maioria filhos ou netos de pessoas também nascidas e criadas lá. Abaixo do sobrado estavam a caixaria, onde o açúcar era ensacado e estocado e o escritório (o domínio de seu Zé Rocha, o escriturário). Seu Zé Rocha tinha orgulho da sua impecável caligrafia; tirava as guias dos carregamentos de açúcar e controlava diariamente a produção, vendas e estoque, sempre nervoso e preocupado para coincidir tudo nos boletins, evitando as pesadas e anunciadas multas nas inesperadas visitas dos insensíveis e prepotentes fiscais do Instituto do Açúcar e do Álcool, cuja única atuação ou política era atormentar a vida daqueles idealistas da pesada indústria açucareira. Outra função, o Instituto nunca teve.

 Dentro dessa visão meramente punitiva, deve ter vibrado com o esfacelamento de todas as pequenas e heróicas usinas de açúcar de Sergipe, provocando uma crise tamanha na região, que até hoje tenta se recuperar das perdas sofridas e não consegue. Somente o Engenho do Cedro empregava mais de trezentas pessoas. Alternativas para a crise, nunca foram estudadas, palavras de estímulo nunca foram proferidas pelos representantes do órgão criado para o desenvolvimento da indústria do açúcar. A oficina dos ferreiros estava logo ali ao  lado do engenho e o  escritório era vizinho da bodega e aos sábados todos trabalhadores eram pagos pelos seus serviços. Aos sábados também havia uma feirinha, onde se vendia um pouco de tudo, entre o engenho e a bodega. A feira maior acontecia aos domingos no Rapapau; lá se matava boi, porco e carneiro; também vendiam cereais, doces, tecidos e muita cachaça completavam o estoque. Nos fins de feira, com o pessoal “cheio de cana” sempre rolava alguma briga, mas aquilo já fazia parte o cotidiano dos moradores. O conjunto arquitetônico da usina era bastante rústico, as paredes eram de taipa, formadas de argila (barro cru), pedaços de madeira amarrados com cipós e pintada com cal. As casas eram construídas em morros e cercadas por encostas.

 RESULTADOS E DISCUSSÕES

 

 

Segundo o Senhor Silveira Lima em entrevista concedida, afirma que a Usina Cedro foi fundada em 1815, atuais sendo que ela pertencia ao sr. Joaquim Calazans Bitencourt e depois de alguns anos foi comprada por Antônio Silveira, até hoje continua pertencendo a geração da família Silveira. Quando Antônio comprou a fazenda já existia a usina e era movida por força hidráulica e assim ficou moendo ate 1888. Logo após, ocorreu uma grande seca e passou a cavalos ate o ano de 1909.

De acordo com Adelson dos Santos (2012) neste período a usina possuía duzentos empregados quase todos nascidos e criados nessa fazenda. Alem disso, freqüentavam outras pessoas para compra e venda de produtos. Também vinham tropeiros do sertão comprar mel cabaú. A cana que era plantada foi a caiana.

Segundo Silveira Lima (2010) “Dentro da fazenda existia uma caixaria que servia de escritório onde o gerente fazia o pagamento dos seus trabalhadore”s. Diz que na usina cedro sempre chegavam pessoas procurando serviço para o trabalho no plantio de cana nos meses de janeiro até junho, pois era o período da safra. O transporte da cana caiana era feito por carroças de bois do canavial para o engenho aonde seriam processados. Quando o engenho começou suas atividades açucareiras o processamento da moagem da cana eram feitas pela ajuda dos trabalhadores e usando a força de animais preferencialmente cavalos.

          Adelson Jorge dos Santos ( 2012) complementa dizendo que os arreios eram presos no lombo dos cavalos e faziam movimentos circulares giratórios, sendo assim moídas as canas empresadas no moinho. Os trabalhadores que se encontravam na lavoura cortando cana já sabiam quando a usina estava precisando de mais canas para a moagem, pois, eles escutavam o som do apito possante que ecoava a quilômetros de distância. Logo após ouvirem dois chamados do apito apressavam-se em colocar as canas já cortadas na carroça de boi e levavam para o engenho.  Depois de muitos anos o engenho foi modernizado substituindo os cavalos por maquinários mecânicos vindos de Salvador dispensado assim, a força desses animais.

             De acordo com LOUREIRO (1999) “ela diz que o Engenho Cedro é um dos patrimônios mais antigos de Sergipe”, também comenta  que a propriedade durante 1815 até a data em que pulblicou o livro  as terras pertenciam entre duas famílias,sendo José de Bittencourt Calazans e Dona Antonia de Vera - Cruz Braque um dos primeiros proprietários daquelas P.44.

Adelson diz que Nas propriedades da usina cedro tinha relevo muito ondulado, altos e baixos,a cana era escolhida para ser plantadas nas partes baixas,o preparo do solo era feito, o plantio com mão de obra braçal,porque pouco existia serviço mecânico,a cana para ficar boa e para ser transformada em açúcar tinha que ter no mínimo um ano de plantada. Para ser tirada a safra, ao chegar na usina toda a cana que saia do paiso  ( roça de cana ) tinha que ser pesada na balança da usina que tinha um trabalhador só para a passagem das canas que chamava de balanceiro depois as canas  era passado por vários processo para ser transformado no açúcar, passando pela esteira que tinha a função de transportar  para a moenda onde era tirado toda a garapa ,  da cana. Que passava pela caldeira onde era cozinho  transformando em mel ,era processado tirando a parte do açúcar. Ficando os resíduos chamados de mel cabaú , uma grande parte era vendido a compradores de outra região o que ficava era misturado ao bagaço da cana e capim que servia  de alimento para os animais.

CONCLUSÃO

 

Enfim, observou que a Usina Cedro foi de grande importância na economia da cidade de Santa Luzia, pois, gerou emprego para a comunidade e regiões circo vizinhas, aumentando também o poder aquisitivo dos proprietários das terras de cana de açúcar que na época o açúcar estava bem valorizado no mercado. É interessante analisar que as feiras de finais de semana acabaram juntamente com o fechamento dos engenhos e que na sede também existia uma feira grande e já não existe mais. A Usina Cedro não existe mais, porque não tiveram o interesse de reformá-lo e conservá-lo e o casarão já esta se desmoronando talvez se ele fosse tombado estaria de pé e servindo de visitas para estudantes e historiadores.   

Aquela usina criou várias gerações de pessoas, patrões e empregados,  por força de uma situação geral de crise e impossibilidade de competir com as modernas indústrias açucareiras de São Paulo e Pernambuco, se via fadado a fechar. Eram vinte e seis pequenas usinas de açúcar em Sergipe e todas elas tiveram que fechar num período muito curto, em menos de dez anos.

 Onde estão os canaviais, as carroças, o picadeiro cheio de cana, as pilhas de sacos cheios de açúcar, as tropas de burros vindas do sertão com seus velhos fregueses de açúcar, o apito chamando cana, aquele mundo de gente cortando cana, bebendo garapa, o lenheiro enorme na boca da fornalha. Que fim levou tudo isso? Tudo isso foi embora quando as maquinas modernas e a industrialização chegaram nas fazendas canavieiras

REFERÊNCIAS

FAUSTO, Boris. História Concisa do Brasil.

FREIRE, Gilberto. Casa Grande e Senzala. 29. ed.Rio de Janeiro:Record. 1992.

LOUREIRO, Kátia Afonso Silva. Arquitetura Sergipana do Açúcar. Aracaju: Funcaju, 1999.

 

PASSOS RUBRINHO, Josué Modesto dos. História Econômica de Sergipe (1859- 1930). Aracaju: Programa Editorial da UFS, 1987.

SANTOS, Adelson Jorge dos. Entrevista concedida a Acadêmica Rosemeire dos Reis Santos. Santa Luzia do Itanhi, 10 maio de 2012

 

SANTOS, Lenalda Andrade e OLIVA, Terezinha Alves. Para conhecer a Historia de Sergipe. Opção gráfica, 1998.

SANTOS, Joel Rufino dos. História do Brasil. Ed. FTD.

VICENTINO, Cláudio. História do Brasil. Scipione, 1997

                                                               

                                                        



* Graduada na Universidade Tiradentes com o curso de Licenciatura Plena em História.