Estudante: Claudio José Bezerra de Aguiar

Tarefa: Resesnha

Obra: Novo Dicionário de Teologia Bíblica, editado por ALEXANDER, T. Desmond e ROSNER, Brian S., p.15-37.

História da Teologia Bíblica

  Teologia Bíblia expressa com essa conotação abrolha em 1600, mas sua origem é remota. No momento que alguém tenta falar de Deus ou defender conceitos, partindo do que se tem nas Escrituras, nasce de certa forma uma teologia Bíblica. Por isso, vestígios dessa podem ser percebidos no apostolo Paulo, no autor de Hebreus, quando tratam das escrituras do Antigo Testamento. Categoricamente entende-se que no século II Irineu foi o primeiro teólogo bíblico por defender o evangelho dos dilemas da época com o uso do Antigo Testamento. Posteriormente surgem as duas escolas que se aplicaram na interpretação da Bíblia. A de Alexandria com a utilização do método alegórico e a de Antioquia que aplicava o método histórico. No entanto, já a reforma se utiliza das próprias Escrituras para interpretar as Escrituras, onde tudo se interpretar a partir delas, costumes, leis e as praticas da igreja.

  Contudo, a aplicação do termo teologia Bíblica como uma disciplina isolada só surgiu a partir de 1600, com apresentações sistemáticas de uma teologia do Antigo e Novo Testamento. No entanto uns aplicavam a razão para explicar a revelação, e outros mais conservacionistas, utilizavam a história. O que resultou no fim de uma teologia unida entre Antigo e Novo Testamento por volta 1870. Doravante, surge uma separação onde aparecem teologias separadas postas sob a crítica literária, brotando novas formas de se enxergar as Escrituras. Ainda, no final do século XIX e início do XX são feitas novas descobertas arqueológicas no Oriente Médio, que colocam duvidas sobre o material bíblico. Assim ocorre propriamente a morte da teologia bíblica, pois se a Bíblia é posta como duvidosa, uma teologia que tivesse ela como base seria impossível.

  Por meados de 1930, com o fim da primeira guerra mundial, floresce uma nova teologia bíblica, ainda que separada. A busca de respostas não encontradas simplesmente pela razão, inclina os estudiosos a uma reinterpretação do Antigo Testamento. Após a segunda guerra aparecem renovados nomes da teologia do Antigo Testamento. Quando católicos romanos entram nesse ramo de estudo. O renascer de uma teologia do Novo testamento só acontece por volta de 1950 com R. Bultmann, que de forma cética vê o Jesus histórico como uma pressuposição do pensamento teológico do Novo Testamento. Por isso via como necessário a retirada de mitos de dentro da mensagem cristã. Nesse período, se fazia a utilização do método histórico critico na interpretação das Escrituras. Na busca de fazer uma teologia bíblica era necessária a aplicação de um diagrama sistemático. O que vários teóricos abordavam de uma forma diferente. Os pietista seguiram o esquema de Deus, humanidade, pecado, lei salvação. Uns seguiram a cronologia. Outros seguiram o esquema sugerido pelo material bíblico. Cada um optou pelo modelo que julgava ser mais viável. Levando ao final do século XX, se tornar a questão principal de discussão, a diversidade de teologias que surgem dentro a Bíblia. O método histórico crítico, foi muito difundido nesta era, e nas ultimas décadas se pendeu para a abordagem literária. Nessa, se apresentou uma diversidade de linhas de pensamentos. Os teólogos que optaram pela abordagem literária viram diante de si vários caminhos. Onde foi apresentado o interesse pelas narrativas e relatos bíblicos, que mostrou a Bíblia ser um aglomerado de conjuntos literários, que por meio da critica literária era possível situá-los dentro do seu contexto literário e canônico mais amplo. Resultando numa aplicação a critica canônica e nas abordagens canônicas. Nessas se buscava a importância do cânon e sua natureza, como também na aplicação do cânon para uma melhor compreensão do texto bíblico. Outra abordagem é a sociológica, visam reconstruir as condições sociais das Escrituras. Decorrente, a aplicação da Bíblia passa a ser utiliza com bases nas construções do passado. Visto que muita coisa hoje deve ser considera. A teologia da Libertação se utiliza do Êxodo, para explicar que Deus sempre está do lado do oprimido. A teologia feminista se posiciona com base no contexto, afirmando que muito dos escritos são influenciados pelo pensamento patriarcal.

  Ao final do século XX, percebe-se uma tentativa de uma Teologia bíblica unificada, onde Antigo e Novo Testamento pode ser visto novamente numa só teologia. Com uma abordagem na história das tradições feita por teólogos alemães, mostra-se com base nas tradições que o cânon do Antigo Testamento, no tempo de Jesus ainda não estava concluído. Cristo não era o fim do Antigo testamento era a continuação dele. Outra tendência de unificação da teologia bíblica foi realizada por publicações sobre uma proposta para uma teologia bíblica, debates e estudos sobre teologia bíblica, que buscavam relação de textos do Antigo e Novo Testamento que mostravam uma unidade ou uma continuidade dos relatos bíblicos. Um debate intenso desse período foi à questão de Paulo e a lei, considerando suas funções tanto no Novo como no Antigo Testamento.

  Contudo, mais uma questão surge o fato de a teologia bíblica ser ou não ser uma disciplina acadêmica. Nesse ensejo alguns afirmam que a teologia bíblica é uma ferramenta a ser utilizada na exegese bíblica e em estudos de autores e livros. Mas a questão não para, porque apesar de inúmeros teólogos se levantarem para mostrar a teologia bíblica como uma disciplina acadêmica, foi no século XX que B. S. Childs conseguiu criar a obra mais significativa sobre a questão em pauta. No entanto muitas foram as objeções a respeito dessa obra. Por fim o importante foi que se verificou que é possível se realizar uma teologia bíblica mostrando os perigos a serem evitados e os caminhos a serem seguidos.