Dia 04.01.11, horário: dez horas e vinte e cinco minutos, estava na minha sala na Corregedoria da Polícia Civil quando chegou o Delegado-Corregedor Nilton Andrade que veio para mais uma conversa comigo, desejando já de início “Um Feliz Ano Novo”.

Era engraçado, ou melhor, parecia engraçado, mas Nilton sempre se revelou uma pessoa boa, dedicada, de uma espiritualidade acentuada e, principalmente, do bem. Dava para perceber que estava contente com o meu retorno (tinha gozado férias), não por obrigação, por deferência, por cortesia, mas, verdadeiramente, por empatia e acredito que por história de vidas. Nilton logo que se sentou na minha frente fez um relato de um sábado digno de registro para os anais da história policial:

 “...Eu estava caminhando na praia, lá em Itapema, o meu sogro tem casa lá, eles são de Joaçaba. Bom, eu estranhei que não tinha recebido ligação alguma no celular, mas sabe como é que são esses celulares da Secretaria (celular corporativo). Mas aí o meu filho foi ver o celular e viu que estava no silencioso. Acho que toquei em algum botão no aparelho e acabou indo para o silencioso (risos). Bom, eu fui ver tinha oito ligações no sábado. Tu sabias que o Paulo Koerich enfartou? Parece que eles têm um histórico familiar. Eu sei que tinha ligação do Valério e ligação do Grubba. Tentaram me achar naquele sábado. Depois eu soube que o governador tinha acertado com o Grubba para que desse o nome do Delegado-Geral até äs dezesseis e trinta. Eu fui ver e a última ligação foi äs treze e trinta. Tu vê, Felipe, como é que são as coisas, não era para ser mesmo. Da primeira vez que o Grubba me convidou eu não aceitei, fiquei assim por causa do Ademir, mas depois ficou tudo acertado entre nós e aí já não tinha mais problema de eu aceitar o cargo. Então, se eu tivesse recebido a ligação dessa segunda vez eu teria aceito. Mas tu vê, como é que pode, o celular estava no silencioso e eu não vi as ligações, sério. Depois vi o nome do ‘Aldinho’ para o cargo de Delegado-Geral. Escuta, não tem que ser ‘Especial’ para ser Delegado-Geral? Eu lembro que em dois mil e sete quando assumi aqui eu conversei como o ‘Moreto’ (Delegado Evaldo Moreto) e ele me disse que tinha que ser ‘Especial’...”.

Interrompi:

“Eu acho que não mais. Não precisa ser mais ‘Delegado Especial’, depois da emenda do ‘Heitor Sché’, lembra?”

Nilton me interrompeu:

“Não, não, o ‘Moreto’ me falou de uma legislação de mil novecentos e noventa e sete, uma lei de reforma administrativa que mudou e para ser comandante-geral da PM tem que ser um Coronel e para ser Delegado-Geral tem que ser um Delegado Especial, olha?”

Depois de ouvir aquela informação me comprometi de pesquisar o assunto e dar um retorno. Nilton voltou a reiterar que se tivesse atendido as ligações teria aceito o convite para o cargo de Delegado-Geral e eu aproveitei para brincar:

“Bom, melhor os amigos do que os desconhecidos. Então tu vais continuar na frente da Corregedoria?”

Nilton meio que desajeitado respondeu:

“É, eu não pedi, mas saiu meu nome na relação, então eu vou ficar mais um ano. Eu não quis dizer não para não dar a impressão que estaria contrariado, desgostoso, sabe como é que é”. 

Concordei e Nilton fez uma colocação interessante:

“...Mas se eu tivesse atendido a ligação teria aceito o cargo, tantos projetos, né...?”

Concordei e fui fazer a tal da pesquisa e depois de alguns minutos repassei a LC 381/2007 que em seu artigo um, cinco, nove estabelece que o Delegado-Geral será escolhido dentre os dois últimos níveis da carreira de Delegado de Polícia.

Nos jornais os nomes da “equipe” do Secretário Grubba:

“Florianópolis - O Secretário da Segurança Pública e Defesa do Cidadão, promotor de Justiça César Augusto Grubba, definiu nessa quarta-feira (29) os nomes dos 30  Delegados Regionais de Polícia (DRPs) que assumem os cargos a partir do dia três de janeiro próximo.  Também foram definidos os nomes dos diretores dos órgãos vinculados à Polícia Civil. De acordo com o secretário Grubba, o perfil adotado para a escolha desses profissionais foi técnico com condições de gerenciamento das unidades policiais. Também foi definida a data de transmissão de cargo do Secretário e posse dos novos diretores. A solenidade acontecerá no dia 05 de janeiro de 2011, às 17 horas, no auditório da Academia da Polícia Civil. Delegado Geral da Polícia Civil - Aldo Pinheiro D-Ávila; Delegado Geral Adjunto - Valério Alves de Brito; Diretor de Polícia do  Litoral - Artur Niltz; Diretor de Polícia do Interior - José Rogério de Castro Filho; Diretor de Polícia da Grande Florianópolis - Nivaldo Claudino Rodrigues; Corregedor Geral da SSP - Ricardo Feijó; Corregedor da Polícia Civil - Nilton de Andrade; Academia da Polícia Civil - José Airton Stang; Ouvidor de Polícia – Ricardo Lemos Thomé; Delegados Regionais de Polícia - São José - Sandra Mara Pereira; Joinville - Dirceu Augusto Silveira Júnior; Blumenau - Rodrigo Emanuel Marchetti; Itajaí - Rui Garcia; Tubarão - Renato Sardagna Poeta; Criciúma - Jorge Luiz Kock; Jaraguá do Sul - Uriel Ribeiro; Araranguá - Luiz Vanderlei Sala; Laguna - Manoel Silveira Teixeira; Brusque - Francisco Ari Plantes dos Anjos; Balneário Camboriú - Magali Nunes Ignácio; Palhoça - Gisele de Farias Jerônimo; Rio do Sul - Patrícia Maria Zimmermann D’Ávila; Lages - Luciana Rodermel; Mafra - Osmar Simplício de Amorim; Caçador - Luiz Antônio Piazzon; Joaçaba - Ademir Tadeu de Oliveira; Chapecó - Tatiana Klein Samuel; São Miguel D’Oeste - Ricardo Newton Casagrande; Concórdia - Luiz Augusto Büchelle; Xanxerê - Aden Claus Pereira; Canoinhas - Rui Orestes Kuchnir; São Bento do Sul – Ângela Teresa Roesler; Ituporanga - Edson Antunes Jacques; Curitibanos - José Henrique da Costa; Porto União - Sirlei GutoskiVideira - Igor Siqueira de Araújo; Campos Novos - Altair Sebastião Muchalski; São Joaquim - Jose Carlos Garcia; São Lourenço D’Oeste - Carlos Augusto de Andrade Morbini.