Apesar das vigências das LCs 55/92 e 98/93, continuou-se a administrar o pessoal de maneira improvisada (sem uma estrutura administrativa interna), fixando-se policiais civis de maneira aleatória, sem critérios objetivos,  tendo que se submeter, muitas vezes, a atender pedidos políticos. Enfim, os dirigentes da corporação pareciam estar muito absorvidos pelo cotidiano policial civil, como reflexo das complexas  injunções políticas resultantes da mudança de governo, onde os ex-dirigentes, atingidos com a descida na escada do poder, procuravam de todas maneiras desprestigiar o trabalho da nova direção. Atitudes as mais mesquinhas  se transformaram em acontecimentos comezinhos nas repartições policiais. Também, pessoas que detinham lideranças de classes, procuravam influir negativamente junto ao segmento que  representavam. Como exemplo disso, podemos citar o caso do dirigente da Associação dos Delegados de Polícia – ADEPOL-SC, Delegado Alberto Freitas, pois, todas as vezes que nos encontrávamos, dizia que “governo pior do que o de Pedro Ivo  Campos jamais pisou e pisaria  no Estado”. Procurei registrar episódios daquele momento e que servirão no futuro para se entender aquele momento, isso não só por  ter este autor participado daquele governo,  mas, sobretudo, porque via em suas colocações  um discurso  carreado de forte   conotação político-ideológica, eis que  traduzia uma reação política ao novo governo do PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro) e, considerando, ainda,  suas ligações aos governos anteriores, procurando imprimir  uma política de contrastes entre o novo e o velho, onde a história está recheada de exemplo.

Como alternativa invariável, colocamo-nos a rebater as declarações do combativo Presidente Alberto, muito embora naquele momento – falando na condição de líder classista – carreavam uma forte conotação de menoscabo ao partido que assumiu o governo (PMDB). Nos fins daquele governo, que  veio a legitimar a tão esperada “isonomia” (Lei n. 7.720/89), aquele presidente não se dava por satisfeito, e mantinha o verbo no sentido de reiterar que, felizmente,  "o pior governo estava  por se encerrar". O discurso era tão incisivo que conheci um Delegado de Polícia inativo de relações bem próximas e freqüentador assíduo daquela associação que, ao tomar contato com  os seus  dirigentes, tornou-se  porta-voz dessas ideias.

Deixando essas ilações de lado e, também, para encurtar o assunto, após assumir o governo do Estado, Vilson Kleinubing foi  responsável pela supressão da isonomia dos Delegados de Polícia. O Chefe do Poder Executivo chegou a ser declarado em uma das assembleias da  ADEPOL-SC  “persona non grata”.  No início daquele governo pefelista (PFL) este autor, após questionarmos  mais uma vez o referido presidente Alberto  Freitas, agora sobre  o novo governo, obteve a seguinte  resposta: “pensei que não teríamos governo pior do que o anterior, mas temos...”.