HISTÓRIA DA PASSAGEM RUI BARBOSA   

 

NO BAIRRO DO GUAMÁ

Sebastião Pereira Viana Júnior  

                                A História de todas as Sociedades Até hoje tem

                               sido  a   História das Lutas de Classes

                                      Karl Marx 

Colaboradores 

Maria Lilia Teixeira de Carvalho

Maria Tereza de Carvalho Soares

Marco Aurélio Carvalho Viana

Silvia Helena Carvalho Viana

Maria de Nazaré

Pedro 

Revisor 

Xxx 

Artes “capa” 

xxx 

Belém- Pará- Brasil

Novembro de 2012

                                                       Orgulhosamente agradecido pelos colaboradores

                                                       Que foram moradores, familiares em especial a

                                                       Maria Lilia e Maria Tereza, e Maria de Nazaré

                                                       Que forma a  base do meu trabalho.

                                                       E agradecer a toda a comunidade que faz parte

                                                       Desse contexto histórico e cultural com suas

                                                       Festas, religiões, movimentos sociais

                                                        entre outras   coisas, obrigado a todos . 

Ao Leitor 

A história não é estática, ela muda o problema, é que até hoje na historia não se resolve os verdadeiros problemas de uma sociedade caótica, e em que a maioria está alijada do poder de uma democracia falsa e de uma ditadura burguesa, que tomou o poder na sociedade e implantou o capitalismo. Nos não vemos a ascensão da classe povo ao poder a não ser ficar em baixo na pirâmide social. Num mundo de injustiças, desigualdades e interesses onde prevalece a vontade dos grandes e poderosos.    

Realmente a vida não dá muito oportunidade, nem chance para os fracos, a historia é a mesma desde a pré historia onde há estratificação social e injustiças, enganações religião sempre existiram.

Você acha justo essa passagem ser considerada ribeirinha, mas, no entanto não ter mais passagem para o rio Guamá porque a indústria capitalista tomou como posse o rio e impede o acesso a ele?

É difícil crescer num lugar onde a moral às vezes é nula, e a violência, é tida com parte comum de uma sociedade onde vale a lei do mais forte, e onde os costumes foram superados por praticas capitalistas, nos aprisionando para sempre para os interesses dessa classe opressora.

A nossa formação é operaria e é esse o único meio que a comunidade encontra para viver acreditando no que quer e não na verdade cruel do capitalismo. Falta-nos formação critica sobre a sociedade e educação. O que nos realmente queremos para viver numa sociedade justa e igualitária.                                                                                                O que você acha do crescimento desordenado da população e seu impacto na natureza e a transformação da natureza para o meio urbano, onde se cresce sem um planejamento do governo e sem a devida preocupação em educar as crianças para um futuro melhor para as pessoas.

Na sociedade do consumismo a ordem é comprar as mercadorias do momento sem se importar com a sugação a natureza, pois utilizar produtos retira-se da natureza e é tudo imposto pela grande indústria capitalista que nos aceitamos isso sem contestação. 

Como mudar em quadro tão desfavorável desse para uma pessoa que esta chegando à sociedade como os jovens. Num mundo sem ética, a pergunta é quando vira a mudança e como será essa mudança. Não temos que nos conforma, com uma vida sem oportunidades, temos que ser rebeldes, contra o sistema que está nos alijando da educação de verdade.   

Prefácio

 

A historiografia da Rui Barbosa está muito ligada à vinda dos primeiros moradores a essa passagem. Até então normal como o nascimento de qualquer comunidade que possa surgir. Com o objetivo de mostrar a relação humana, e acontecimentos, no lugar onde moramos e de onde participamos de muitas histórias juntos, ligados ou não as classes dominantes, e provando que a economia mexe sim com os habitantes, e pode nos influenciar.
           Visando o objetivo de escrever ou contar algum relato de nossa identidade, da nossa história da nossa formação da nossa cultura para, evitar que um dia fique somente numa resposta superficial de como se formou essa comunidade. Hoje já é difícil colher informações, imagine daqui a uns 50 anos. Quando as próximas gerações que vão crescendo ou outros que podem a vir comprar um terreno e nem terão a chance de dizer, que nasceram aqui ou tem parentes, quantas relatos caíram no esquecimento devido a falta de um dos pioneiros.

           Essa historiografia é baseada em relatos de moradores antigos, quando se trata da origem dos primeiros habitantes, e como era o terreno. Alguns temas como a política é mais baseado na observação de alguns anos recente.
Outras são histórias que os moradores contam, ou vieram não é muito diferente do resto de Belém, mas somente aqui teve uma identidade particular que precisa ser contada. A base dessa historiografia é feita toda com conversas e depoimentos com moradores mais antigos e junto com certo conhecimento acadêmico.
           Nem apenas de relatos, e contos folclóricos, mas tentarei abordar aqui algum assunto que pode causar um despertar em sua consciência com base na riqueza do meio onde eles vivem.
           Desenvolver uma amostra historiográfica de uma comunidade e remontar a origem de seu desenvolvimento tanto intelectual quanto acadêmico. Descobrindo as origens, o que incomoda naquela área o que existia antes de sua chegada e qual a conseqüência de crescimento da rua e principalmente, o que é a comunidade.
           O fato do crescimento da rua desde a chegada dos primeiros moradores, e por nunca terem sido agraciados com uma obra de peso, tudo tem sido feito pelos moradores. Abordar a forma como se comportam hoje, descobrir os motivos que levaram uma população a expansão de uma rua como conseqüência demográfica, e se esse crescimento desordenado e a influencia nos traços culturais capitalista.
            É um trabalho feito com base marxista apoiado pela filosofia e sociologia e psicologia onde tem a visão critica a religião e ao capitalismo. Não deixa de ser uma historiografia social baseada no que a comunidade fez nos últimos 50 anos.
             Hoje se me perguntarem como era essa passagem, talvez pudesse falar não tão bem como aqueles antigos falam, mas já é um começo para quem não viveu no inicio. No começo desse estudo pensei em, desistir, pois quando botava as idéias no papel quase não saia nada, isso me desanimou foi quando tive a idéia de intitular essa parte de teoria, eu imaginava como era e como foi à chegada.
            Depois com a ajuda dos moradores apareceram fatos, fotos idéias e uma historiografia fantástica desse pedaço de Belém quando fui perguntar tudo observando, percebi que tinha saído de uma falta de conhecimento a respeito de nossa história.
             Outro fato que ficou muito claro foi o descaso com os moradores nunca houve uma atenção especial do governo, para com eles, mas não quer dizer que alguns não tenham visitado a rua em época de eleição.
            A história está dispersa alguns são mais conhecedor da religião outros tiveram contato com a associação dos moradores, outros não outros se mantiveram ausentes, mas não quer dizer que estão fora da história.
            Também o fato capitalista, é muito marcante os mesmos produtos que não faziam parte do ser ribeirinho, em épocas em que eles lutavam para ter uma televisão preta e branca ou uns produtos mais avançados como o vídeo k7, quando esses produtos estavam presentes quase que totalmente na vida da população.
            Quando viram que não tinham mais como exalar o seu veneno, os capitalistas lançaram o DVD, muda e renova a sua existência e escraviza cada vez mais a população. Percebemos nisso que a mesma critica, feita para aqueles que preferiram se equipar ou se desenvolver curiosamente estamos vivendo o mesmo dilema nos tornamos operários, mas adquirimos os produtos capitalista, é motivo de honra ter aparelhos do que conhecimento queremos DVD computador TV de plasma etc. ante TV vídeo e um sapato de marca.
          Eles renovaram de forma fantástica a sua forma de escravidão isso se reflete nessa rua como em qualquer parte do mundo. Se for à religião eles nos colocam sem saída se não damos dinheiro é porque não temos fé e vamos responder com o pai maior de damos temos fé e temos que manter esse padrão e quem sofre é as crianças que passam necessidades.
           A História dos moradores da passagem Rui Barbosa, foi um trabalho muito difícil de ser realizado. Porque a chamada historiografia é uma ciência que estuda qualquer um de nós, pois qualquer pessoa tem história. A historiografia veio para contar a história de cada um de nós, basta querer mostrar ou desvendar, por aqui as lutas de classes as idéias marxistas passaram longe da passagem Rui Barbosa..
            Imagine uma passagem onde surgiu com uma cidade fantástica histórica, onde nasceu como forte para resguardar o continente, onde ouve uma luta de classe e uma infinidade de pessoas cada um com a sua própria historiografia. Agora imagine quantos séculos seriam necessários para escrever sobre essa cidade.
            Seria quase impossível, mas nessa cidade existe uma rua onde diversos moradores com menos expressão numérica, mas nem por isso seria fácil escrever 100% dessa história. Nessa rua existem pessoas que vieram da várias regiões de todo o Brasil talvez. O nome é uma homenagem ao celebre Ruy Barbosa. Acredito que quando os primeiros moradores ou aventureiros chegaram nesse lugar tudo não passava de uma floresta, um labirinto aquático.
            Até onde sei, as casas eram de madeira algumas, mas antigas com enchimento de barro até 1992, ainda existia uma casa nesse estilo, ouvi dizer quando os moradores saiam para pegar uma determinada rua mais alta tinham que ir sem sapatos para não molhar os pés.
           Não tenho certeza, mas uma passagem onde estava localizada em uma das cidades que mais teve destaque na história do Brasil coma construção do Forte do Castelo, a cabanagem trafico de africanos constantes conflitos com os índios , isso me leva a crer que ela só pode ter sido fundadas por índios ou descendentes, com portugueses ou índios de raça pura mesmo.
            A verdade é ao se unirem numa comunidade, juntos vieram uma série de costumes, e tradições num só lugar, assim é claro poderiam ter perdido sua identidade. Por exemplo, um homem que veio do nordeste aqui não tem cactos, ou a famosa rapadura não na quantidade que eles consomem, então basta uma geração ou algumas horas de fome para ele esquecer sua terra. E começar a se adaptar aqui, e se possível fundir o que ele sabe e tem ao seu redor.
             Mesmo assim hoje, sinto falta de uma identidade construída nessa passagem, os moradores nem ao menos se preocupam com a identidade, de onde vieram quantos são as pessoas de outros Estados quantos anos tem a passagem etc.
              Eu não os culpo afinal de contas somente depois de meus 27 anos que comecei a pensar sobre a formação dessa rua. E essa historiografia até porque está ligado a faculdade de história, então não é culpa dos moradores por não conhecer uma ciência que conta a nossa história.
             Imagino que a história dessa rua é tão fantástica, que existiram aqui coisas e costumes que ninguém nunca mais vai ver ou falar, eu já vi uma avenida asfaltada onde nós pegamos os ônibus mas não tenho idéia de como era antigamente.
Também cheguei a ver a armação de um ônibus antigo, que seria para nos o mais moderno dos ônibus. sei que ele ficava parado num dos grandes quintais dessa rua com o tempo foi destruído pela ferrugem e o tempo.
             Carroça existe até hoje, e tantas outras coisa surpreendentes do século XX com aquela famosa luta de índios e escravos dos soldados da borracha a 2º guerra mundial etc. O certo é que vi realmente o ribeirinho eu vi os índios eu vejo as canoas eu vi realmente a formação de um povo e seu folclore. Assim com eu vi em muitas partes esses povos perderem sua identidade para dar lugar aos produtos capitalistas, eu mesmo não gosto de açaí, mas também não gosto de coca cola ainda sim prefiro a nossa boa bacaba que não é açaí, mas é do Pará.
             Eu vi surgir o shopping e quase sumi o comercio tive a honra de andar pelas ruas onde ainda elas eram feito de pedra paralelamente hoje deu lugar aos asfaltos “nem ao menos esses tijolos ultrapassados chegaram a Rui Barbosa.
Vi os moradores dessa rua por diversas vezes, se mobilizar por uma copa do mundo por uma eleição, carnaval e tantas outras coisa que surge no Brasil e aqui também. Eles chegaram uma vez a se organizar para efetuar a melhoria da rua, até construíram uma ponte de concreto, faziam limpeza raspagem, mas porque não adotar uma data comemorativa como o nascimento da rua, ou qualquer outra homenagem que ele queiram fazer.
             Fui testemunha quando se envolveram com a luta política uns contra os outros a favor de determinados políticos confesso que essas lembranças são poucas, pois faz um bom tempo desses acontecimentos. Também faz tempo que não se mobilizam por algum movimento social a nosso favor parece que acabou a organização não sei explicar porque, mas fico triste com essa situação.
          Não cheguei a pegar a época das enchentes aqui ou não me lembro mas percebi e vi muitos moradores evoluírem a deixar de morar em casa de alvenaria algo melhor. Assim como vi também muitos pararem no tempo cheguei a presenciar um homem a moda antiga, com sobreira e revolveres na cintura como antigamente.
Fui testemunha como nasce o folclore e como esse povo e danado para inventar e imaginar coisas fantásticas. Eu vi como nasce um mito e vi principalmente como muda o comportamento das pessoas na sociedade, vou só lhes dar um exemplo. Caso a donzela ficasse grávida a família rejeitava a moça, e era posta pra rua, vi alguns casos dessa humilhação, assim vi a conversão para não mais rejeitarem a moça, isso aconteceu nessa passagem .
          Agora em 2008, o que eles querem? O que posso dizer é, alguns buscam passar no vestibular outros trabalham e vivem disso, outros foram para a política alguns são mais religiosos e outros se preocupam com a parte intelectual filosofia, sociologia história etc. e por ai vai.
          Não teria folha para escrever tanta história mesmo que seja a história de um conhecido popularmente como “papudinho”. Aja folha e cachaça. Nesse trecho deu para entender o que é historiografia.
          O próximo passo é saber o que é a Rui Barbosa e porque ela nasceu aqui para isso somente indo atrás de fontes históricas, como nunca fácil para o historiador saber onde encontrar uma coisa que ninguém sabe quem é ou se foi guardado.
            Assim como posso dizer que aqui era a Amazônia, pois cheguei a presenciar a beleza das arvores e a originalidade do sabor se seus frutos, mas não posso dizer mais do que isso, existem outros com mais experiência e mais vivencia e pode contar mais detalhe e vou tentar fazer agora com alguns testemunhos de moradores antigos.
             Existiu num certo tempo uma junta entre os moradores tipo uma organização uma entidade não governamental como já disse a cima vale lembrar que essa organização foi responsável pela construção da ponte e algumas atividades a mais hoje em 2007 a passagem está entregue não tem ninguém a frente.
Essa passagem já foi mais alegre, eles faziam festas quadrilha concursos, a famosa “rua de lazer” que era uma iniciativa de candidatos a cargos políticos para conseguir voto.               Hoje isso é proibido de qualquer forma havia união.
            Até 1977 era completamente arborizado dava para sentir o clima puro das arvores, de forma gradual as casas em sua maioria de madeira foram dando lugar as de alvenaria e conseqüentemente os quintais que eram cheias de arvores amazônicas Foram extintos para dar lugar as construções e casas de madeira desordenadamente minha mãe uma vez falou “ A passagem Rui Barbosa virou favela”, porque ela olhava do alto e via arvores, hoje ela vê casas coladas uma na outra. No seu inicio por mais que fosse possível um carro jamais poderia entrar nessa rua, atualmente o piso é de piçarra hoje alguns moradores colocam árvores na frente das casas até que ficava bonito
            A data da possível formação 1951 a 7959 nessa época já poderia ter vindo os primeiros habitantes. Entre varia cidades e ruas como Oriximiná, Ceará, Garupa, São Domingos do capim, Cametá, Igarapé Miri... A avenida principal é a Bernardo Sayão era a antiga Estrada Nova já foi asfaltada. É a avenida principal com a Rui Barbosa, mas existe muita divergência entre os moradores sobre a idade da passagem.
            Possivelmente a escolha do nome já por volta de 1970, já era batizada a formação começou em 1959. Então nesse meio tempo entre 15 e 16 anos já estava sendo escolhido o nome.
           O Rui Barbosa morreu em 1923, sabemos que os primeiros chegaram em 1959, então quer dizer que por meios da história dele teve uma influencia. Mas quem escolheu o nome estava tentando a cima de tudo mostrar que a democracia é fatos principais através de um grande jurista.
           O homem que escolheu esse nome também mostra ter um conhecimento não deveria ser alguém sem estudo. Outra hipótese pode ser o fato de Rui Barbosa ser baiano e quem sabe não andava por essas matas um baiano e sugeriu o nome.
Em a questão da moralidade podemos dizer que consiste a moralidade fora os deveres com a pátria, eles querem ser superiores se possível do resto da rua embora essas divisões de níveis esteja no mundo aqui, eles se iludem em achar que pode fazer isso.Quando na verdade não passam de uma classe operária e muitos não têm consciência disso. É uma realidade a forma como essa sociedade costuma copiar os conceitos burgueses de viver, lembrando que a maioria dos argumentos é só uma teoria.