Estudante: Claudio José Bezerra de Aguiar

Tarefa: Resenha Crítica texto “História da leitura e História da recepção da Bíblia”

Antônio Paulo Benatte

 História da leitura e História da recepção da Bíblia

  No texto o autor mostra como acontece à história da leitura e a história da recepção, conforme apresentado no tema. Para isso ele discorre a importância das várias interpretações, mostrando que a leitura e a recepção da Bíblia mudam de acordo com as épocas e momentos, afirmando o quanto se torna complexa a construção historiográfica tanto da leitura como da recepção da Bíblia.

  Para embasamento do texto o autor utiliza teóricos como Bartthes e Mauriés, J. L Borges, Junior Cardoso, R. Darnton, M. Foucault, A. L. Milton, A. Rousselle, entre outros.

  Algumas teses levantadas foram que interpretação da Bíblia feita por pessoas sem estudo, deve ser levada em conta. Pois muitos guiaram suas vidas por interpretações que ao seu ponto de vista era a correta. Essas ideias tem seu valor assim como a intenção original do autor.

  A Bíblia é atual porque os mesmos erros e necessidades do passado existem no presente. Ela se torna contemporânea porque sempre está sendo interpretada de acordo com uma situação do momento. Por esta razão, cada época trás uma interpretação das passagens que devem ser levadas em conta. Nelas estão contidas linhas culturais e históricas que tornam importante para uma análise atual das varias interpretações para formação de uma historiografia.

  As várias interpretações não existiam antes da reforma, quando Lutero abre a Bíblia e coloca nas mãos do povo. O que criou a possibilidade de cada uma fazer sua própria interpretação. Fato que foi perigoso, pois colocou na mão de pessoas sem conhecimento uma arma. Que agora era utilizada como ferramenta para guerras, e que foi uma causadora de divisões.

  Para uma formação histórica da leitura e de recepção, deve ser assumida as variadas interpretações decorrente da reforma e as interpretações que ocorriam antes dela. Por pessoas leigas que apenas conheciam a Bíblia de forma oral, pois ela era constituída numa língua que não entendiam o latim, e seu acesso era restrito aos líderes da igreja.

  O autor é bem embasado e tem propriedade as teses levantadas. A interpretação de um texto realmente mostra muito sobre a pessoa do interprete, e acaba deixando reflexo da situação em que está vivendo. Logo, seguindo esses pontos se pode ter uma noção do que ocorria naquela localidade, o que pode ser transferido para uma possível tentativa de historiografar aquele momento. Lógico que para reconstituir uma história não será levado encontra apenas esses fatores. No entanto eles podem auxiliar muito. Outro ponto importante é a atualização das Escrituras. Ela é atual como o autor expôs de forma bem clara. Tudo que acontecia no passado continua acontecer hoje, como dizia o sábio Salomão “ não nada novo”.

  O Fato de Lutero ter colocado a Bíblia na mão de todos gera um questionamento foi bom ou foi ruim? Vejo que foi bom porque por sua causa hoje posso ler a Bíblia em meu próprio idioma. Ainda foi por causa dele que as pessoas começaram a se aperceber dos abusos da igreja católica. Contudo a divisão que gerou na igreja, será que foi boa? Porque vejo que Deus sempre procurou unir as pessoas. Mas a partir da reforma se formou uma teia pois cada uma que achava que seu ministério estava agindo de forma errada ao que ele entendia das Escrituras, saia e formava outro ministério. E este e um fator que continua até hoje. Quase todos os dias se abre uma igreja nova.

  Percebo que a reforma trouxe coisas boas, e ruins por parte de pessoas insubmissas. Mas isso já foge totalmente o assunto do texto lido, no entanto foi uma questão que me veio a mente durante a leitura do texto.