INTRODUÇÃO

Através deste trabalho irei abordar sobre a tradição da história de Esparta e sobre a composição de Licurgo que se formou de acordo com uma teoria posterior sobre o Estado e educação. E para que possamos compreender melhor esta posição, devemos considerar que tudo surgiu na época mais florida da especulação grega sobre a essência e os fundamentos da Paidéia.

Porém é importante esclarecer que não havia muito interesse em se falar sobre o movimento educativo na cidade de Esparta e tudo que há de importante ainda permanece intacto, como os poemas de Tirteu devido a estruturação da paidéia grega posterior.

Os gregos por sua vez acreditavam que a Ilíada e a Odisseia haviam sido escritas por uma única pessoa, a quem chamavam de Homero, porém nada se tem registrado sobre sua vida nem mesmo de onde ele surgiu tem-se certeza, mas, muitos dizem que ele era da Região da Jônia, no Egeu oriental.

Sendo assim pode-se afirmar que nas duas obras (Ilíada e Odisséia) encontramos muitos elementos que servem de desconstrução e reconstrução para a própria poesia. Em Ilíada temos citações que nos mostra as motivações da guerra de Tróia, e que ainda trás personagens que facilmente o leitor tece uma identidade, seja com o homem traído que deve lavar sua honra, seja com a mulher que se apaixona por outro e foge para viver um grande amor (como o Triangulo amoroso entre Menelau, Helena e Paris) ou com um casal apaixonado que tem uma despedida, mesmo sem saber, muito dolorosa, a exemplo de Heitor e Andrômaca ou ainda com alguém que perde um grande amigo e por isso se revolta como fez Aquiles.

E na história de A Odisséia de Homero a situação se repete onde encontramos personagens como Ulisses, que enfrentam e vencem grandes batalhas cuja intenção é a de poder voltar para sua casa (Ítaca), igual à Penélope ,mulher apaixonada e fiel que enfrenta os obstáculos com inteligência para conseguir esperar o seu amado, Calypso que encontra, cuida, ama, aprisiona e depois precisa libertar o seu amado.

 

DESENVOLVIMENTO

A origem de Esparta não tem ideias claras, objetivas e assim não podemos considerá-la como um sistema nascido unicamente da sabedoria de Licurgo. A crítica moderna até pôs em dúvida a existência de Licurgo. Porém, ainda que tenha existido e criado a grande rbetra, já conhecida de Tirteu no séc. VII (JAEGER, 2003).

E é dentro da estrutura social da vida da (Polis) que a cultura grega alcança pela primeira vez a sua forma clássica. Porém tanto a sociedade aristocrática e a vida do campo ainda possuem alguma relação com a (Polis). Quanto às formas existentes na vida feudal e na do campo, são citadas na parte inicial da polis e prosseguem ainda nos seus estágios finais.

Porém, de acordo com as ideias de Jaeger (2003), a direção espiritual pertence à vida das cidades e quando têm como base os princípios aristocráticos ou camponeses, a polis é considerada como um novo renascer e como o centro de todas as atenções e que de forma histórica representa a evolução da educação grega da literatura, até o fim do período Ático.

Mas, o que precisa ser feito segundo Gomes (2007) é dar limites para a multiplicação das manifestações da vida e das constituições políticas que os historiadores do Estado Antigo reuniram no decurso do século passado. Precisamos limitar-nos à consideração das mais importantes particularidades dos diversos Estados para conseguirmos uma representação intuitiva da sua realidade social.

A ideia central da educação espartana revela-se de maneira clara e segura em todos os poemas que nos foram transmitidos sob o nome de Timeu. Graças a esta poderosa revelação, ela pôde ser separada da sua origem histórica e exercer uma influência per- manente na posteridade. Porém, ao contrário de Homem e Hesíodo, na elegia de Tirteu encontramos apenas a formulação de um ideal, como é próprio da essência dessa poesia ele puro pensamento (MOURÃO, 2008).

A investigação histórica não pode ser separada da história de (Homero) onde existem cantos inteiros que apresentam dialetos únicos e eólios. É na vida das cidades e na fisionomia espiritual da polis que são revelados, dentro do espírito Jólio com particularidades do espírito Dônico e Jônico (MOURÃO, 2008).

Enquanto a vida real do Estado ateniense recebe a força decisiva do ideal jônico, na esfera espiritual por influência aristocrática da filosofia Ática, vive a idéia espartana de uma regeneração que, no ideal platônico da formação, funde-se numa unidade superior com a idéia fundamental jônico-ática, despojada da sua forma democrática, de um Estado regido pelo direito.

Esparta tinha o direito um lugar na história da educação. A criação mais característica de Esparta é o seu Estado, e o Estado representa aqui, pela primeira vez, uma força educadora com significados diferentes. A Ilíada segundo Jaeger (2003) mantém uma linearidade no desenvolvimento da narrativa e termina com a informação de que Aquiles ficara furioso ao saber da morte de Heitor, que começou a ser controlada ao desenrolar dos acontecimentos. Muitos dizem que a raiva de Aquiles é o ponto mais alto da narrativa, cuja ligação tem a vê com a morte de Heitor.

Jaeger (2003) ainda faz comentários de que falar sobre Aquiles e Heitor, é pontuar sobre dois grandes heróis envolvidos na guerra de Tróia, que lutaram em lados opostos e que morreram antes que da guerra acabar. Sobre Aquiles, podemos dizer que este chorou a perda de um grande amor e por vingança e loucura faz com que a esposa do assassino, presencie uma das mortes mais terríveis contadas na literatura. Mas, com toda esta raiva, este ódio, Aquiles comete um grave pecado diante dos Deuses, ou seja, desrespeita os mortos e por isso foi punido também com a morte.


CONCLUSÃO

Novos estudos sobre a filosofia Grega nos acrescentam novas tendências sobre o período pré-socrático, o qual nos traz esclarecimentos sobre a origem do mundo e das coisas a sua volta que vem representada pela natureza que procurava compreender através da razão a origem e as mudanças que acometeram o Ser Humano ao longo do tempo.

Ainda no período socrático houve mudanças a respeito do elemento de pesquisa da filosofia que sai da metafísica e caminha em direção ao homem em si. Este período destacou-se pelo surgimento da democracia que concedeu o direito de uniformidade a todas as pessoas que vivessem nas cidades dando-lhes inclusive a faculdade legal de tomar parte no Governo e caso seja necessário, sugerir alguma mudança na educação grega já que as pessoas tinham necessidade de saber falar.

Outro ponto abordado neste trabalho refere-se à educação na cidade de Esparta, onde muitos fatos nos lembram a formação da antiga nobreza grega e da evolução que modificou o domínio original dos nobres. Era um regime aristocrático e pacífico, semelhante ao de outros Estados gregos.

Portanto, a razão desta evolução encontra-se incontestavelmente nas guerras do Séc. VII e que favoreceu a luta por direitos mais amplos como os Direitos Civis dos Espartanos vinculados à qualidade de guerreiros. E para terminar esta explanação não podemos deixar de mencionar a importância da obra de Homero (A Ilíada e Odisséia), a qual teve uma grande participação dos “deuses” nos eventos da Guerra de Tróia, suas múltiplas facetas, seus preferidos entre as cidades, os príncipes e heróis que trazem um relevo diferente do distanciamento que temos hoje de “Deus” dos Homens.

Posteriormente a igreja católica usou deste estratagema de aproximação do divino com os homens nas relações de “padroeiros”, onde vários deuses protetores foram substituídos por santidades, alguns inclusive usando as mesmas indumentárias, facilitando assim a conquista das comunidades pagãs e isso se deve ao fato de que a mitologia nos fascina, impressiona por causa da junção de valores e da representação de algo que está em nós.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

GOMES, Ana, Lúcia. Ilíada e Odisséia. 3°. Ed. São Paulo: Editora Salles, 2007.

JAEGER, Werner. Paidéia: A formação do homem grego. 4°. Ed. São Paulo: Editora Martins, 2003.

MOURÃO, Carmen, Lúcia. Educação Espartana. 6°. Ed. Rio de Janeiro: Forense, 2008.